Com pesquisadores da CNEN na gestão, nova diretoria da ABEN toma posse e tem o desafio de "aproximar a sociedade da energia nuclear"

Com a missão de fortalecer a integração e a sustentabilidade no setor nuclear brasileiro, a nova diretoria da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN) tomou posse na última sexta-feira, 17 de janeiro, em evento realizado na sede da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), em Botafogo, no Rio de Janeiro. A cerimônia oficializou a gestão liderada por Carlos Henrique Silva Seixas, eleita para o biênio 2025-2027.

Quatro pesquisadoras da CNEN, Isolda Costa, atual diretora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), Carmen Cecília Bueno, também do IPEN/CNEN, Maria de Lourdes Moreira, do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), e Clédola Cássia de Oliveira Tello, do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN), integram a nova gestão. Além delas, Leonardo Gondim de Andrade e Silva, também do IPEN/CNEN.

(Foto: Wyllean Damas/CNEN)

Importantes lideranças da área nuclear participaram da posse na CNEN. O presidente da autarquia, Francisco Rondinelli Júnior, deu as boas-vindas aos presentes e lembrou que as primeiras reuniões da ABEN ocorreram no auditório da CNEN, no início da década de 80, o que "aumenta a satisfação em receber essa cerimônia".

Ao parabenizar Carlos Seixas, desejando-lhe sucesso, comentou sua expectativa de “um bom caminho pela frente”. “Eu vejo 2025 como um ano muito positivo, com boas perspectivas como a ampliação da nossa capacidade de produção de radiofármacos, novas parcerias, a criação ANSN [da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear]… É uma satisfação muito grande receber essa cerimônia, teremos muitos desafios pela frente”, afirmou Rondinelli.

Destacando grandes projetos, como o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), o Centro Tecnológico Nuclear e Ambiental (Centena), o Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene) e a possível conclusão da usina nulcear Angra 3, o presidente da CNEN ressaltou o papel da ABEN na condução das discussões sobre temas importantes para o desenvolvimento do setor brasileiro.

O presidente empossado, Carlos Seixas, reiterou a fala de Rondinelli, salientando que a cooperação é fundamental para superar os desafios futuros e aproveitar plenamente as oportunidades que a energia nuclear oferece ao país. Para isso, pretende fortalecer a integração entre os diferentes atores do ecossistema nuclear brasileiro, visando a promoção de um setor nuclear mais seguro e sustentável.

Francisco Rondinelli (esq) e Carlos Seixas (dir)(Foto: Wyllean Damas/CNEN)

CNEN na gestão

Pesquisadora da área de corrosão, a engenheira química Isolda Costa assume a função de diretora Técnico-Científica da ABEN. Há 40 anos no IPEN/CNEN, ela foi incentivada a integrar a nova gestão da ABEN pelo então presidente Carlos Freire (biênio 2022/2024), que acaba de deixar o cargo.

Membro do corpo editorial da revista Corrosion Science e com mais de 240 publicações em revistas com alto fator de impacto, Costa assume pela primeira vez uma posição oficial na ABEN e espera contribuir para “desmistificar a área nuclear”. “A minha intenção é, de fato, ampliar a comunicação da área técnico-científica, a desmistificação da área nuclear e eu conto muito com o apoio da comunicação da CNEN para isso”.

Bacharel e Licenciada em Física, Carmem Bueno será membro do Conselho Fiscal Titular da ABEN. Ingressou no IPEN/CNEN em 1995, tem 30 anos de experiência na área de Engenharia Nuclear, com ênfase em Instrumentação para Medida e Controle de Radiação. Atua principalmente nos seguintes temas: espectrometria e dosimetria de partículas carregadas e radiação eletromagnética e parâmetros de transporte de elétrons em gases.

Maria de Lourdes Moreira tem sua trajetória marcada por sua experiência em diretorias anteriores da ABEN. Pesquisadora do IEN/CNEN desde 1986, onde ocupa, atualmente, o cargo de chefe do Serviço de Engenharia e Tecnologia de Reatores, Malu, como é chamada pelos colegas, será diretora de Desenvolvimento e Capacitação do Setor Nuclear na nova gestão da ABEN.

Reafirmando seu compromisso em dar continuidade às ações que já vinha desenvolvendo, Malu pretende trabalhar campanhas educativas para desmistificar a energia nuclear, apresentando ao público, de maneira clara e acessível, sua segurança, eficiência e benefícios para a sociedade nas áreas de geração de energia, saúde, agricultura e pesquisa científica.

A engenheira química Clédola Cássia de Oliveira Tello, do CDTN/CNEN, coordenadora técnica do projeto Centena,  assumirá a Diretoria Regional-Belo Horizonte/MG. Professora e orientadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais, ela tem experiência na área de Engenharia Nuclear, com ênfase em Repositórios, atuando principalmente em gerência de rejeitos, adentre outras subárias.

Leonardo Gondim de Andrade e Silva é químico, pesquisador do IPEN/CNEN, professor e orientador do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear do IPEN com a a Universidade de São Paulo (USP). Com experiência na área de Engenharia de Materiais - Polímeros, e em Engenharia Nuclear, com ênfase em Aplicações Industriais de Radioisótopos, ele assume a Diretoria Regional-São Paulo/SP.

Isolda Costa (Foto: Wyllean Damas/CNEN)

Maria de Lourdes Moreira (Foto: Wyllean Damas/CNEN)

Clédola Cássia de Oliveira Tello (Foto: Wyllean Damas/CNEN)

"Papel estratégico"

É consenso entre os atores do ecossistema nuclear brasileiro o papel estratégico desempenhado pela ABEN, no avanço e na promoção do setor. Desde que foi fundada, em 1982, entidade tem atuado como elo catalisador que fomenta a integração entre pesquisa, regulamentação e diferentes aplicações da tecnologia nuclear. Essa atuação é essencial para fortalecer a base científica e tecnológica do setor e ampliar o impacto positivo na sociedade. 

Essa atuação fortalece a base técnico-científica do setor e amplia sua relevância, garantindo benefícios cada vez mais expressivos para a sociedade. A energia nuclear destaca-se como uma solução sustentável e segura na matriz energética brasileira. Nesse contexto, as parcerias da ABEN com instituições como a CNEN e a AMAZUL serão fundamentais para impulsionar o crescimento do setor no País. 

A nova gestão de liderada por Carlos Seixas tem como vice-presidentes Antônio Müller e André Osório. Para conhecer todos os integrantes da nova gestão, acesse este link.

(Foto: Wyllean Damas/CNEN)

(Foto: Wyllean Damas/CNEN)

Carlos Freire (Foto: Wyllean Damas/CNEN)

Carlos Seixas (Foto: Wyllean Damas/CNEN)