Gênero e sexualidade
🆗 Agênero
Dentro do guarda-chuva da não binariedade, a pessoa agênero é aquela que não se identifica com nenhum gênero. Conferir: identidade de gênero.
🆗 Alossexual
O oposto de assexual, isto é, pessoa que sente atração sexual e/ou romântica.
🆗 Andrógino
Que ou quem não tem características marcadamente femininas nem marcadamente masculinas, ou tem características consideradas do sexo oposto.
"andrógino", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2025, https://dicionario.priberam.org/andr%C3%B3gino.
🆗 Assexual/Arromântica (o)
Pessoa que não sente atração sexual e/ou romântica por gênero algum. Não significa necessariamente que a pessoa não se relacione, apenas que não sente o desejo ou a necessidade disso. O termo correto é “assexual”, e não “assexuada (o)”.
🆗 Bissexual
Orientação sexual que identifica quem se atrai afetiva e sexualmente tanto por pessoas do mesmo gênero quanto de gênero diverso. Não significa que a pessoa se atraia pelos diferentes gêneros da mesma forma.
🆗 Cissexismo/Genderismo
Preconceito contra pessoas que não são cisgêneras. Conferir: Cis sexual/Cisgênero/Cis
🆗 Demissexual/Demirromântica(o)
Demissexual é quem sente atração sexual e/ou romântica apenas quando já existe alguma conexão ou vínculo com a(s) outra(s) pessoa(s).
🆗 Cissexual/Cisgênero/Cis/Cisnormatividade
Pessoa que se identifica com o gênero que foi atribuído ao seu corpo quando nasceu. Ao nascer, o sexo do feto ou do bebê é designado a partir de algumas características físicas aparentes. Com o passar do tempo, a pessoa pode se identificar ou não com o sexo que a ela havia sido atribuído. Quando a pessoa se sente em conformidade com esse gênero, ela é uma pessoa cisgênero, cis sexual ou simplesmente cis. Caso contrário, trata-se de uma pessoa transgênero, transexual ou trans.
🆗 Direitos sexuais e reprodutivos
Conjunto de condições garantidas juridicamente que possibilitam a autodeterminação em relação ao exercício da sexualidade e ao desejo ou recusa em reproduzir-se, bem como o tempo e a forma de exercer a parentalidade. Também abarca o conjunto de serviços e informações para usufruir tais condições, ao considerar a importância da saúde sexual e reprodutiva para além da ausência de doenças.
Referência: Federici, Silvia. Calibã e a Bruxa: Mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Editora Elefante, 2017.
🆗 Dissidências sexuais e de gênero
Orientações sexuais e identidades de gênero não conformativas, que questionam os padrões normativos. Conferir: identidade de gênero; orientação sexual/afetiva.
🆗 Drag queen/drag king
Pessoa que se veste e atua como uma pessoa de outro gênero com o propósito de entretenimento. Frequentemente, a pessoa incorpora uma versão teatral ou exagerada de masculinidade ou feminilidade; pessoas que performam dessa maneira não necessariamente se identificam como transgênero.
Referência: Disponível em: https://lgbtqequity.org/. Acesso em 15 de out. 2024.
🆗 Endossexo
Termo que se refere a pessoa que possui o aparelho reprodutivo de acordo com o que a medicina impõe como norma. Oposto: intersexo.
🆗 Exorsexismo
Preconceito contra pessoas não binárias.
🆗 Feminilidades
Modos diversos de agir, falar, pensar e sentir de uma pessoa no mundo, histórica e socialmente constituídos e difundidos como sendo a performance de mulheres.
Referência: Delphy, Christine. Patriarcado (teorias do). pp. 173-178. Em: Hirata, Helena; Laborie, Françoise; Le Doaré, Hélène; Senotier, Danièle. (orgs) Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Editora Unesp, 2009.
🆗 Feminino
Termo utilizado para descrever a construção social e cultural específica aos comportamentos esperados pelas mulheres.
Referência: Disponível em: https://lgbtqequity.org/. Acesso em 15 de out. 2024.
🆗 Feminismos
Conjuntos diversos de crenças, valores e práticas sociais em prol dos direitos das mulheres e em combate às opressões nascidas com o patriarcado. É importante destacar que há mais do que uma abordagem ou corrente feminista.
🆗 Gay
Uma pessoa que se identifica como gay normalmente só sente atração sexual por pessoas do mesmo sexo. Socialmente, as pessoas usam esse termo para se referir a homens que são romanticamente e sexualmente atraídos por homens. No entanto, aqueles na comunidade o usam como um termo abrangente. Conferir: homossexual.
Referência: Disponível em: https://www.saude.ba.gov.br/atencao-a-saude/saude-de-todosnos/saudelgbt/glossario-lgbt/. Acesso em: 11 out. 2024.
🆗 Genderqueer
Identidade de gênero não binária que aplica o termo queer para o gênero.
🆗 Gênero fluido
Dentro do guarda-chuva da não binariedade, refere-se à pessoa cuja identidade de gênero não é sentida como fixa, passando por mudanças periódicas.
🆗 Homem trans
Conferir: transmasculinidades.
🆗 Homossexual
Pessoa que sente atração por pessoas do mesmo gênero que o seu. Conferir: orientação sexual/afetiva/gay/lésbica.
🆗 Homotransfobia
Unificação dos termos homofobia e transfobia, que pretende abarcar, em uma palavra, essas formas de violência. É o termo utilizado em alguns espaços (como fez o STF nas decisões da ADO nº 26 e no MI nº 4.733) e comumente é substituído pelo termo LGBTfobia.
Referência: Disponível em: https://www.mpmg.mp.br/portal/menu/areas-de-atuacao/direitoshumanos/enfrentamento-as-discriminacoes/glossario-antidiscriminatorio.htm. Acesso em 15 de out. 2024.
🆗 Identidade de gênero
Gênero é uma categoria normativa criada em cima das diferenças anatômicas aparentes. Identidade de gênero se refere ao gênero com o qual a pessoa se identifica, podendo também não se identificar com gênero algum (agênero).
🆗 Interseccionalidade
Termo cunhado em 1989 pela ativista e acadêmica de Direito, Kimberlé Crenshaw para descrever os tipos de opressão e discriminação vivenciados por pessoas com múltiplas identidades que têm sido comumente marginalizadas em categorias como identidade de gênero, raça, classe, deficiência ou orientação sexual. Esses sistemas de opressão em conjunto, interagem e contribuem para múltiplas formas de discriminação e contribuem para a desigualdade social sistemática. Conferir: gênero; orientação sexual; raça; classe; deficiência.
Referência: Disponível em: https://lgbtqequity.org/. Acesso em 15 de out. 2024.
🆗 Intersexo
Pessoas intersexuais nascem com características físicas, genéticas ou hormonais que não se enquadram nas definições biológicas típicas de masculino (cromossomo XY) ou feminino (cromossomo XX). A expressão “hermafrodita” para designar pessoas intersexuais é considerada pejorativa não devendo mais ser utilizada em nenhum contexto. Oposto: endossexo ou perissexo.
🆗 Lésbica
As que se identificam como lésbicas geralmente são mulheres que sentem atração sexual e romântica por outras mulheres. Algumas pessoas não binárias, que não se identificam com os sexos binários tradicionais (masculino e feminino), também podem se identificar como lésbicas. Isso pode ser porque eles sentem uma conexão mais próxima com a feminilidade e são atraídos principalmente por mulheres. Conferir: orientação sexual/afetiva/homossexualidade.
Referência: Disponível em: https://www.saude.ba.gov.br/atencao-a-saude/saude-de-todosnos/saudelgbt/glossario-lgbt/. Acesso em: 11 out. 2024.
🆗 Masculino
Termo utilizado para descrever a construção social e cultural específica aos comportamentos esperados pelos homens.
Referência: Disponível em: https://lgbtqequity.org/. Acesso em 15 de out. 2024.
🆗 Monossexual
Termo guarda-chuva que abrange a atração por apenas um gênero, podendo ser homo ou heterossexual. Conferir: orientação sexual/afetiva.
🆗 Mulher trans
Conferir: transfeminilidades.
🆗 Multissexual
Termo guarda-chuva que abrange a atração por mais de um gênero, podendo ser bi, pan, poli, omnissexual, entre outros termos que estão em constante mudança, buscando dar conta da pluralidade das expressões humanas. Conferir: orientação sexual/afetiva.
🆗 Não binário
A binariedade de gênero diz respeito à classificação colonial dos corpos considerando a diferenciação aparente da genitália externa, classificando os indivíduos em homens (pessoas possuidoras de pênis) ou mulheres (pessoas não possuidoras de pênis e possuidoras de vulvas). Assim, a não binariedade é um termo guarda-chuva que se refere à pessoa que não se identifica exclusivamente com o gênero feminino ou o masculino, podendo ter uma identificação parcial, neutra, fluida ou divergindo completamente dessa classificação binária de homem ou mulher. Conferir: identidade de gênero
🆗 Nome social
Designação pela qual a pessoa se identifica e é, ou deseja ser socialmente reconhecida. Uma das demandas da população trans se refere ao respeito ao nome social e ao uso dos pronomes, independentemente de terem seus documentos devidamente retificados. O respeito ao nome é um direito fundamental, a ponto de ser um fator que não raras vezes impede que pessoas trans acessem serviços básicos, como saúde e educação, pelo sofrimento que lhes causa serem tratadas pelo gênero e nome com que não se identificam. Portanto, na dúvida, o ideal é perguntar “Qual é o seu nome? Quais são os seus pronomes?”, antes de se referir a alguém no feminino ou no masculino. Não é exclusividade de trans. Qualquer pessoa pode ter nome social.
Referência: Disponível em: https://www.mpmg.mp.br/portal/menu/areas-de-atuacao/direitoshumanos/enfrentamento-as-discriminacoes/glossario-antidiscriminatorio.htm. Acesso em 15 de out. 2024.
🆗 Orientação sexual/afetiva
Refere-se à atração sexual ou afetiva que a pessoa sente por outra, abrangendo o gênero por quem sente atração e a frequência ou modo.
🆗 Pansexual
Pessoa que sente atração por pessoas, independentemente de seu gênero.
🆗 Papel de gênero
Conjunto de padrões comportamentais e relacionais (falas e ações) social e historicamente atribuídos à feminilidade ou à masculinidade.
🆗 Passabilidade
Passar por, referindo-se a como uma pessoa é percebida socialmente. É a capacidade de uma pessoa ser considerada como pertencente a um determinado grupo, podendo resultar em maior aceitação social. Essa característica influencia o grau de preconceito e violência que uma pessoa trans pode vir a enfrentar. Conferir: transexual/transgênero/trans; travesti.
🆗 Patriarcado
Na sociedade patriarcal, prevalecem as relações de poder e domínio dos homens sobre as mulheres e todos os demais sujeitos que não se encaixam com o padrão considerado normativo de raça, gênero e orientação sexual. Por essa perspectiva, se o mundo fosse avaliado como uma escala de privilégios, o homem branco cisgênero e heterossexual seria o que mais acumula benefícios e que estaria no topo da escala. Logo, todos aqueles que não possuírem alguma(s) dessas características, em relação ao gênero, raça ou orientação sexual, estariam abaixo nessa escala.
Referência: Disponível em: https://www.politize.com.br/patriarcado/. Acesso em 15 de out. 2024.
🆗 Queer
Palavra em inglês que significa “estranho”. Inicialmente usada de forma ofensiva para pessoas homossexuais, foi apropriada pelo movimento e seu uso se expandiu para se referir a dissidências sexuais e de gênero em geral. Pode também se referir à Teoria Queer, que entende orientação sexual e identidade de gênero como construções sociais e performances.
🆗 Sexo atribuído ao nascimento
Sexo (feminino ou masculino) atribuído a uma pessoa por um médico no nascimento, geralmente com base na anatomia externa. As designações incluem homens, mulheres, feminino, masculino ou intersexo.
Referência: Disponível em: https://lgbtqequity.org/. Acesso em 15 de out. 2024.
🆗 Sexismo
Distinção e segregação ficcional do mundo entre o que é considerado feminino e o que é considerado masculino, atribuindo diferentes valores, atividades e padrões comportamentais e relacionais a homens ou a mulheres.
🆗 Transexual/Transgênero/Trans
Pessoas transgênero, em sentido amplo, são pessoas que não se identificam com o gênero correspondente ao sexo biológico, podendo ser:
a) homens ou mulheres transgênero, tendo feito ou não hormonização ou cirurgias de redesignação sexual;
b) pessoas não-binárias (pessoas que não se identificam exclusivamente como homem ou como mulher);
c) travestis (pessoas que, apesar de não se identificarem exclusivamente como homem ou como mulher, vivenciam papéis de gênero feminino e preferem, em geral, assim serem tratadas. Conferir: identidade de gênero.
🆗 Transfeminilidades
Termo que abrange todas as identidades transfemininas, caracterizadas pela não identificação da pessoa com o gênero masculino biológico de nascimento. São identidades transfemininas: mulher trans, transfeminine não binárie, entre outras.
Referência: GLOSSÁRIO Direitos Humanos – CRP-PR. Disponível em: https://crppr.org.br/gdh/. Acesso em: 11 out. 2024. Conferir: identidade de gênero.
🆗 Transmasculinidades
Termo que abrange todas as identidades transmasculinas, caracterizadas pela não identificação da pessoa com o gênero feminino biológico de nascimento. São identidades transmasculinas: homem trans, transhomem.
🆗 Transmasculino
Conferir: transmasculinidades.
🆗 Travesti
Pessoa que nasce do sexo masculino ou feminino, mas que tem sua identidade de gênero oposta ao seu sexo biológico, assumindo papéis de gênero diferentes daquele imposto pela sociedade. Com relação a travestis que possuem genitália masculina é bastante comum a modificação de seus corpos por meio de hormonioterapias, aplicações de silicone e/ou cirurgias plásticas, porém, vale ressaltar que isso não é regra para todas. Utiliza-se o artigo definido feminino “A” para falar da Travesti (aquela que possui frequentemente seios, corpo, vestimentas, cabelos, e formas femininas). É pejorativo usar o artigo masculino, por exemplo, “o travesti Maria”, pois está se referindo a uma pessoa do gênero feminino.
Referência: Disponível em: https://www.saude.ba.gov.br/atencao-a-saude/saude-de-todosnos/saudelgbt/glossario-lgbt/. Acesso em: 11 out. 2024. Conferir: identidade de gênero.
🆗 Cultura do estupro
Conjunto de crenças, valores e práticas sociais e historicamente compartilhadas, em uma ou mais populações, que validam e naturalizam a violência sexual cometida contra mulheres, pessoas com corpos lidos como femininos e com outras dissidências de gênero, endossando e reforçando a misoginia presente nas estruturas sociais das sociedades patriarcais.
Referência: Federici, Silvia. Calibã e a Bruxa: Mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Editora Elefante, 2017.
🆗 Feminicídio
Assassinato de mulheres motivado por uma ou mais condições associadas ao fato de serem mulheres ou às feminilidades.
🆗 Machismo
Sistemas de crenças segundo as quais o homem e o que é socialmente considerado masculino apresentam maior valor, maior validade, implicando e explicitando a depreciação de tudo que se refere a mulheres e ao feminino.
🆗 Mansplaining (Homem explica)
Em tradução livre da língua inglesa: homem (que) explica. Tentativa do homem de explicar para uma mulher algo que ela já saiba Arrogância masculina; condescendência masculina.
🆗 Masculinidade frágil/Fragilidade masculina
Conjunto de respostas defensivas quando os supostos méritos ou benefícios das masculinidades são questionados ou problematizados, e/ou quando são promovidas ações afirmativas para mulheres – cis e trans – ou com corpos lidos como femininos.
🆗 Masculinidade hegemônica
Apesar de haver múltiplas versões de masculinidades, a versão que está no topo da hierarquia de masculinidades possíveis, por sua valorização social, é conhecida como masculinidade hegemônica, “a única ainda legitimada socialmente e que deixa fora do jogo da construção subjetiva as outras [subordinadas]” (BONINO, 2002, p. 9, tradução nossa). A hegemonia não significa violência, ainda que possa ser sustentada pela força, mas sua dominância é alcançada pela cultura. A masculinidade hegemônica é “a configuração normativizante de práticas sociais para os homens predominante em nossa cultura patriarcal, com variações, mas persistente. Ainda que alguns de seus componentes estejam atualmente em crise de legitimação social, seu poder configurador segue quase intacto” (BONINO, 2002, p. 9, tradução nossa).
Referência: CBONINO, Luis. Masculinidad hegemónica e identidad masculina. Dossiers feministes [online], Espanha, v. 6, p. 7-35. 2002. Disponível em: https://bit.ly/3DSfnnx. Acesso em: 11 ago.2023.
BOGDANOVICZ, Fabiane Kravutschke. As expressões da masculinidade hegemônica no discurso do presidenciável Bolsonaro. Trabalho de Conclusão de Curso. Especialização em Sociologia Política. Faculdade Sagrada Família. Disponível em: https://bit.ly/3QvIuEN. Acesso em 11 ago. 2023.
🆗 Masculinidades
Modos diversos de agir, falar, pensar e sentir de uma pessoa no mundo, histórica e socialmente constituídos e difundidos como sendo a performance de homens.
Referência: Delphy, Christine. Patriarcado (teorias do). pp. 173-178. Em: Hirata, Helena; Laborie, Françoise; Le Doaré, Hélène; Senotier, Danièle. (orgs) Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Editora Unesp, 2009.
🆗 Misoginia
Toda e qualquer fala, ação ou gesto que revela o ódio e a depreciação de mulheres, pessoas com corpos lidos como femininos e de tudo que for histórica e socialmente atribuído ao feminino.
Referência: Federici, Silvia. Calibã e a Bruxa: Mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Editora Elefante, 2017.
🆗 Red pill
Movimento de homens que dissemina a misoginia por meio de discursos e práticas de ódio contra mulheres e pessoas com corpos lidos como femininos. Conferir: misoginia.
🆗 Sororidade
Conjunto de falas, gestos, ações e outras práticas sociais de mulheres que expressam apoio a outras mulheres.
⛔ Homossexualismo
É incorreto o uso do termo 'homossexualismo' porque essa palavra remete à ideia de doença devido à presença do sufixo "ismo" (como tabagismo, alcoolismo, sedentarismo etc.). Portanto, é considerado um termo pejorativo. É importante ressaltar que em 17 de maio de 1990 a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID). Usar a palavra 'homossexualismo' é reproduzir a ideia de que a homossexualidade é uma patologia a ser contida e curada - uma violação de direitos humanos que deve ser combatida e erradicada.
⛔ Traveco
Termo pejorativo que marginaliza e violenta as travestis.
⛔ Opção sexual/preferência sexual
A expressão do termo “opção sexual” ou “preferência sexual” é inadequada, além de equivocada. A explicação provém do fato de que ninguém “opta” ou “escolhe”, conscientemente, por sua orientação sexual. Assim como o heterossexual não escolheu essa forma de desejo, o homossexual (tanto feminino como masculino) também não.
Referência: Disponível em: https://www.saude.ba.gov.br/atencao-a-saude/saude-de-todosnos/saudelgbt/glossario-lgbt/. Acesso em: 11 out. 2024.
⛔ Hermafrodita
É o termo geral adotado para se referir a uma variedade de condições (genéticas e/ou somáticas) com que uma pessoa nasce, apresentando uma anatomia reprodutiva e sexual que não se ajusta às definições típicas do feminino ou do masculino (GÊNERO, 2009). Hermafrodita é um termo desatualizado e depreciativo. Utilizar: "pessoa intersexo"
Referência: REIS, Toni. Manual de comunicação LGBTI+. 2021.
⛔ Ideologia de gênero
Inicialmente, destaca-se que não existe aquilo que é chamado de ideologia de gênero, pois, como será explicitado a seguir, essa é uma expressão usada com o objetivo de obstruir o avanço do debate de pautas de gênero e de sexualidade. O termo ganhou visibilidade no Brasil a partir das discussões sobre o atual Plano Nacional de Educação (PNE). Em sua primeira versão, o texto previa em uma de suas diretrizes “a superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual e na erradicação de todas as formas de discriminação”, em conformidade com as normativas internacionais de Direitos Humanos e de Educação. No entanto, esse trecho foi posteriormente retirado em um contexto de calorosos debates acerca da presença dos termos “gênero” e “orientação sexual” no PNE. Formou-se no Congresso Nacional uma bancada composta majoritariamente por fundamentalistas religiosos que alegava, naquela ocasião, que estava sendo imposta uma ideologia de gênero, caracterizada pela desconstrução dos papéis masculinos e femininos e, consequentemente, pela destruição da família e dos costumes tradicionais. Nesse contexto, os defensores da existência da ideologia de gênero defendem que os seres humanos se dividem em dois sexos, masculino e feminino, e, dessa maneira, há características que são inerentes aos homens e outras que são inerentes às mulheres. Dessa forma, o discurso da ideologia de gênero busca desmantelar os avanços dos movimentos e teorias feministas e queer (ver verbete “Queer”). Esses movimentos apontam, principalmente, a diferença entre sexo biológico e identidade de gênero, afirmando que um não corresponde ao outro, tendo em vista que o gênero e os papéis de gênero são construídos socialmente. O objetivo primordial das teorias feministas e queer é a superação das desigualdades de gênero e a erradicação das discriminações machistas e LGBTfóbicas. Portanto, é importante ressaltar que não existe uma ideologia de gênero, mas um discurso que funciona como uma retórica para provocar pânico moral e obstruir os debates acerca de pautas relacionadas a gênero e a sexualidade. Ou seja, utiliza-se o termo para criar a falsa ideia de que as discussões sobre gênero e sexualidade são perigosas, especialmente para crianças e em contextos escolares. Como exemplo dos impactos concretos da utilização do termo, professores passaram a receber intimidações de todas as formas, inclusive por meio de notificações extrajudiciais, para deixarem de tratar sobre as temáticas em sala de aula. Os defensores da existência da ideologia de gênero usam de mecanismos geradores de pânico moral, como a alegação falsa de que os professores estão expondo crianças a conteúdos sexuais ou obrigando os alunos a mudarem de gênero ou de orientação sexual. Assim, a retórica da ideologia de gênero passa por cima das reais finalidades das discussões sobre as temáticas no ambiente escolar, quais sejam: propiciar um ambiente seguro para todas as pessoas, respeitando o seu gênero ou orientação sexual, bem como erradicar, entre outras, as desigualdades e discriminações de gênero e de sexualidade. Enfim, o que se convencionou chamar de “ideologia de gênero” não diz respeito a uma ideologia em si, mas a uma cultura do respeito à diversidade prevista na ordem jurídica interna e internacional, respeito esse que é distorcido e mascarado pela retórica de alguns grupos.
Referência: Disponível em: https://www.mpmg.mp.br/portal/menu/areas-de-atuacao/direitoshumanos/enfrentamento-as-discriminacoes/glossario-antidiscriminatorio.htm. Acesso em 18 de out. 2024.
⛔ Mudança de sexo
A readequação de sexo e gênero pode ser definida como um conjunto de estratégias assistenciais para transexuais que pretendem realizar modificações corporais do sexo, em função de um sentimento de desacordo entre seu sexo biológico e seu gênero – em atendimento às legislações e pareceres médicos. Por essa razão, a readequação de sexo e gênero é muito mais ampla do que deixa entender o termo “mudança de sexo”, que pode reduzir a questão como apenas uma vontade de trocar de sexo. Antes das cirurgias, é realizada uma avaliação e acompanhamento ambulatorial com equipe multiprofissional, com assistência integral no processo de readequação de sexo e gênero (BRASIL, 2015b).
Referência: REIS, Toni. Manual de comunicação LGBTI+. 2021.
⛔ Sapatão
Por que não usar: o termo estereotipa a mulher homossexual como masculinizada. Embora no meio LGBTQIAPN + possa ser utilizado de maneira amigável, em ambientes formais ou cisnormativos é considerado pejorativo. Como chamar: lésbica.
Referência: Disponível em: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/modulos/noticias/466976. Acesso em: 11 out. 2024.
⛔ Afeminado
Por que não usar: o termo estereotipa o homem homossexual com trejeitos femininos, o que ofende também as mulheres, já que a expressão é comumente utilizada para menosprezar as características femininas.
Referência: Disponível em: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/modulos/noticias/466976. Acesso em: 11 out. 2024
⛔ Assexuado
Por que não usar: a expressão vem da Biologia para caracterizar seres unicelulares que se reproduzem por bipartição. Como manifestação da diversidade humana, pessoas que não sentem atração sexual por outras pessoas, ou sentem muito pouco, preferem ter esse aspecto caracterizado como um tipo de orientação sexual. Como chamar: assexual.
Referência: Disponível em: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/modulos/noticias/466976. Acesso em: 11 out. 2024.
⛔ “Quem é o homem (ou mulher) da relação?”
Essa expressão tenta colocar as relações homoafetivas dentro do padrão heteronormativo. Em uma relação entre pessoas do mesmo sexo, a ideia é, justamente, que não tenham pessoas do sexo oposto.
Referência: Disponível em: https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/lgbtfobia-frasespreconceituosas. Acesso em: 11 out. 2024.
⛔ Prostituta(o) / Garota(o) de Programa
Termo pejorativo que não deve ser utilizado. Em 2015, o MTE incluiu na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) o verbete "profissional do sexo", com o número 5198. Ele menciona na descrição: "buscam programas sexuais; atendem e acompanham clientes; participam em ações educativas no campo da sexualidade. As atividades são exercidas seguindo normas e procedimentos que minimizam a vulnerabilidades da profissão".
⛔ Mulherzinha
Expressão misógina e machista que é utilizada em frases como: “não seja mulherzinha” ou “isso é coisa de mulherzinha”. Essas expressões evidenciam a utilização do termo mulher ou da mulheridade e feminilidade como algo pejorativo ou como um insulto, como algo ou alguém mais fraco.