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PAC 2 terá R$ 1 trilhão até 2014
A economia brasileira deve crescer 4,5% em 2012, segundo estimativas do Ministério da Fazenda. Após uma tímida aceleração em 2011, quando o país apresentou PIB (Produto Interno Bruto) de 3,2% nos três primeiros trimestres, a previsão é de que o Brasil deslanche e consolide sua trajetória de crescimento chegando a 6% em 2014. O crescimento médio do país entre 2011 e 2014 deve situar-se entre 4,8%.
Os dados foram divulgados hoje na publicação especial do boletim “Economia Brasileira em Perspectiva”. Em sua 14ª edição, o documento consolida e analisa as principais variáveis econômicas do Brasil, com os dados atualizados de janeiro de 2011 até 2 de fevereiro de 2012.
O boletim avalia que a sólida política econômica dos últimos anos deu resultado. No final do ano passado, o Brasil superou o Reino Unido e ocupou o posto de sexta maior economia do mundo. A estimativa do Fundo Monetário Internacional é de que o PIB brasileiro alcance os US$ 2,6 trilhões em 2012, ante os US$ 500 bilhões de 2002.
No final do ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que o Brasil tende a consolidar sua posição de destaque na economia internacional porque continuará com um ritmo de crescimento maior do que outros países. “Eu acho muito importante para o País ter alcançado esse patamar. Isso é resultado do desempenho do Brasil nos últimos anos, quando temos crescido mais do que no passado e mais rapidamente do que outros países”, disse o ministro em dezembro, em entrevista coletiva à imprensa em São Paulo.
Na área agrícola, o Brasil também bateu recordes. Em 2011, a safra de grãos (cereais, leguminosas e oleaginosas) alcançou 163 milhões de toneladas, ante os 96,8 milhões em 2002 e 9,2% superior quando comparado com o ano de 2010. O país ainda foi campeão mundial na produção de cana-de-açúcar e vice-campeão na produção de soja.
Outra prioridade do governo brasileiro é o crescimento do investimento em Formação Bruta de Capital Fixo. Em 2012, o Ministério da Fazenda estima taxa de 20,8% do PIB, ante 19,6% de 2011. Na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), os investimentos serão próximos de R$ 1 trilhão no período de 2011-2014. Cerca de 50% desse total serão direcionados a investimentos em Energia e 30% ao Programa Minha Casa, Minha Vida.
Para a Copa do Mundo, os investimentos devem ultrapassar os R$ 30 bilhões. A maior parte será direcionada para projetos de transportes, sendo R$ 11,6 bilhões para mobilidade urbana e R$ 5,5 bilhões para portos e aeroportos.
Inflação
Para 2012, a variação do IPCA deverá ficar em torno de 4,7%, segundo estimativas do Banco Central. Em 2011, a inflação fechou o ano em 6,5%. O histórico mostra que, por sete anos consecutivos, a inflação brasileira, medida pelo IPCA, encerrou o ano dentro das metas fixadas pelo Conselho Monetário Nacional.
Emprego e renda
A taxa de desemprego atingiu o menor nível registrado pelo IBGE, em dezembro de 2011, alcançando 4,7%. Desde 2003, o Brasil criou quase 17,3 milhões postos formais de trabalho. Só em 2011, o pais gerou 1,5 milhão, um dos melhores desempenhos da série histórica.
Com mais trabalho formal, a renda do brasileiro também aumentou. Em 2012, o salário mínimo passou de R$ 545 para R$ 622, o que poderá injetar mais de R$ 50 bilhões no mercado interno. Desde 2002, o aumento real é de 66%.
O aumento da renda proporcionou a queda na taxa de pobreza (indivíduos pertencentes à classe E no total da população) de 26,7% em 2002 para 12,8% em 2012. Ao mesmo tempo, o percentual de brasileiros pertencentes à classe média saltou de 37% para 50% da população total na última década.
Juros e crédito
Em 2011, o crédito atingiu 49,1% em relação ao PIB, o que representa um aumento de 3,9 pontos percentuais em relação a dezembro de 2010. O saldo das operações de crédito às pessoas físicas aumentou 20,8% em 2011, contra 22,4% em 2010.
O destaque foi para as operações de crédito habitacional, que apresentaram crescimento de 44,5% no ano. Em 2012, a estimativa da Caixa Econômica Federal é de que sejam liberados R$ 84,3 bilhões.
Política fiscal
Em 2011, o Brasil superou a meta de superávit primário para o Governo Central, que havia sido ampliada em R$ 10 bilhões (de R$ 81,7 bilhões para R$ 91,7 bilhões), alcançando R$ 93 bilhões. Para 2012, o governo trabalha para cumprir novamente a meta cheia de superávit de R$ 139,7 bilhões para o setor público consolidado (R$ 97 bilhões para o Governo Central).
O governo brasileiro também se empenhou para melhorar o perfil da Dívida Pública Federal. Em 2011, houve aumento da participação dos títulos prefixados (de 33,1% em janeiro para 37,2%, em dezembro) e diminuição dos títulos indexados à taxa de juros (de 33,5% para 30,1% no mesmo período).
Setor externo
Em novembro de 2011, a agência de classificação de risco Standard & Poor's elevou a nota de crédito da Dívida brasileira de BBB - para BBB. Em junho, a agência Moody’s já havia elevado a classificação do Brasil, de Baa3 para Baa2.
Na avaliação do Ministério da Fazenda, a acumulação de reservas internacionais tem sido um dos pilares da política econômica brasileira para reduzir a vulnerabilidade externa. Em dezembro de 2011, as reservas somaram US$ 352 bilhões, o que representa cerca de 14,2% do PIB.
Economia Brasileira em Perspectiva - Edição Especial, fevereiro, 2012