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Ministro desmente que deixará cargo
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, nesta terça-feira (14/2), que o principal desafio do governo em 2012 é manter o forte crescimento do Brasil, mesmo na “contracorrente” da situação internacional, na qual a maioria dos países – incluindo emergentes – apresentará queda no Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo ele, este foi o principal tema do Conselho Político, que reuniu integrantes do governo e líderes da base governistas hoje pela manhã no Palácio do Planalto.
Mantega declarou que um PIB de 4,5% será um “belo crescimento” para o Brasil e que o país tem condições de cumprir essa meta, com geração de emprego, expansão do mercado consumidor e alta nos investimentos.
“Temos o desfio de remar contra a corrente, enquanto o mundo inteiro está desacelerando, inclusive os emergentes, o Brasil vai ter um crescimento maior que em 2011”, enfatizou ao conversar com jornalistas após a reunião.
Sobre os instrumentos usados pelo governo para dinamizar a economia e atingir PIB de 4,5%, o ministro destacou como item principal os investimentos. “Nosso objetivo é um crescimento do investimento de mais de 10% este ano, de modo que o mantenhamos em cerca de 20% do PIB”, declarou.
Para aumentar “fortemente” o investimento esse ano, Mantega citou projetos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em que o governo pretende investir R$ 40 bilhões este ano; o PAC Privado (parceria entre os setores público e privado), que deverá ter investimentos da ordem de R$ 1 trilhão; o Minha Casa, Minha Vida; e as e ações relacionadas à Copa do Mundo. “Os projetos existem, o governo dará as condições financeiras e tributárias. Vamos dar uma grande dinamização ao investimento até 2014”, ressaltou.
Crédito
O barateamento do crédito, o capital de giro para grandes e pequenas empresas e a redução do custo médio do crédito ao consumidor também estiveram na pauta econômica do Conselho Político.
Mantega destacou a vantagem brasileira em relação à maioria dos países que sofrem hoje com a falta de mercado. “O Brasil mantém um forte mercado de consumo que será estimulado, sobretudo pela geração de cerca de dois milhões de novos empregos”, comentou.
Política Fiscal
Mantega sublinhou a qualidade do ajuste fiscal realizado no Brasil e disse que compatibilizar o resultado primário com os investimentos é uma virtude do país.
Ele reforçou que o governo perseguirá – e cumprirá -, em 2012, a meta de R$ 140 bilhões de superávit primário sem abatimento (meta cheia). “Fazemos uma consolidação fiscal que não atrapalha nem prejudica os investimentos ou os programas sociais”, ressaltou o ministro.
Conforme o ministro, os programas Brasil sem Miséria e Bolsa Família continuarão a se expandir e haverá também incremento nos investimentos com saúde e educação. Esses fatores, garantiu, serão compatíveis com a política de solidez fiscal e o cumprimento de todas as metas previstas, com redução da dívida.
Orçamento
O ministro reafirmou aos jornalistas que os números ainda não estão definidos. Ele fez questão de afirmar, no entanto, que o corte viabilizará a realização do resultado primário do setor público consolidado de R$ 140 bilhões programado para este ano.
Segundo Mantega, essa meta será possíveis a partir da parceria entre o Executivo e o Legislativo. “Só conseguiremos atingir esses resultados se o Congresso continuar trabalhando junto com o governo federal, aprovando projetos importantes, impedindo o aumento de gastos de custeio que podem ameaçar a estabilidade do nosso programa”, enfatizou.
Permanência no cargo
Questionado sobre informações que circularam na última sexta-feira (10/01) sobre seu suposto pedido de demissão à presidenta Dilma Rousseff, Mantega as chamou de piadas. “Acho que são piadas de mau gosto. Não vejo boato nenhum”, desmentiu.
Após garantir que o Brasil crescerá "remando contra a correnteza" da economia mundial, o ministro foi questionado por jornalistas se ele, particularmente, continuaria "remando" até o final do governo. “Vou continuar remando, como tenho remado há seis anos”, declarou.
Sem aumento de impostos
Já na sede do Ministério da Fazenda, Mantega negou a jornalistas que haja estudo para aumentar o Imposto de Renda sobre aplicações financeiras.
“Nós só pensamos em reduzir impostos nesse momento. Não há nenhum aumento previsto”, ressaltou, contestando a reportagem publicada hoje no O Estado de S. Paulo.
De acordo com o jornal, o governo estaria preparando mudanças na tributação do Imposto de Renda sobre as aplicações de renda fixa com rentabilidade vinculada à taxa Selic.