Laços entre cinema e arquitetura são tema do Festival Arquivo em Cartaz

“O cinema nos dá a oportunidade de conhecer cidades distantes e suas arquiteturas peculiares e, igualmente, nos permite lançar um novo olhar para as cidades que nos são familiares”, pontuou Neide De Sordi, diretora-geral do Arquivo Nacional na abertura, nesta segunda-feira, do VII Arquivo em Cartaz – Festival Internacional de Cinema de Arquivo. “O cinema é a porta de entrada para a descoberta de outros mundos”, completou.

A proposta do festival, neste ano, é discutir o tema “Arquitetura: cenário, imaginação e personagem de cinema” nas produções cinematográficas, assim como chamar a atenção para preservação de acervos de imagens em movimento, estimulando a utilização de documentos de arquivo em novas produções audiovisuais.

Nesse sentido, a diretora-geral lembrou que preservação audiovisual se faz com trabalho e compromisso, mas também com recursos. Para manter o alto nível de seus procedimentos, que lhe conferem o status de membro da Federação Internacional de Filmes de Arquivos (Fiaf), o AN está prospectando parcerias para a captação de recursos para projetos de preservação. A instituição está, atualmente, participando de edital da Vale para uma ação de digitalização de documentos que incluem quase 800 filmes do acervo da empresa ex-estatal sob a custódia do AN; e está buscando, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), financiamento para a implantação de um laboratório de restauração e digitalização de filmes.

Em 2021, o AN obteve o apoio do Centro Técnico do Audiovisual (CTAv) como correalizador do festival. Roger Vieira, diretor de Políticas Audiovisuais da Secretaria Especial de Cultura, à que está vinculado o CTAv, participou da cerimônia de abertura , e na ocasião ressaltou que “o Arquivo em Cartaz simboliza perfeitamente o significado de patrimônio arquivístico, não só para a história, mas para a cultura”. Segundo ele, no festival, “não só se discute, mas se demonstra, por meio de primorosa curadoria, que devemos zelar por esse conteúdo”. A fala do gestor foi seguida da participação dos curadores Denise Bastos e Mauro Domingues, servidores do AN que abordaram a programação da sétima edição, e o relevante histórico do Arquivo em Cartaz, realizado pela instituição, com diferentes denominações, há quase duas décadas.

Com conteúdo 100% on-line e gratuito, o Arquivo em Cartaz reúne, na Mostra Competitiva , curtas, médias e longas-metragens de países como Brasil, Polônia, Itália, Argentina e EUA, além de filmes produzidos, especialmente para o festival, a partir de itens do acervo sob a guarda do AN ( Mostra Lanterna Mágica ), e por crianças e adolescentes em idade escolar ( Mostra Arquivos do Amanhã ). Paralelamente, a programação conta, dentre outros, com filmes de cineastas homenageados e dos acervos custodiados pelo AN e pelo CTAv, e ainda com oficinas técnicas , encontros de pesquisadores e debates sobre assuntos relativos à produção de filmes, e ao processamento e preservação de acervos audiovisuais.

Até 20 de novembro, é possível assistir a todos os filmes na plataforma do festival . Lá o público pode votar nas produções que concorrem ao prêmio Batoque, cujos vencedores serão anunciados numa cerimônia em 19 de novembro. Saiba mais sobre os filmes, as mostras e os homenageados no site do Arquivo em Cartaz .