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Arquivo Nacional lança Painel da Diversidade para promover gestão inclusiva e igualitária
O Arquivo Nacional lançou, nesta semana, o Painel da Diversidade, uma ferramenta interativa que reúne dados sobre o perfil étnico-racial e de gênero dos servidores da instituição. A iniciativa, prevista no Plano de Ação do Programa Pró-Integridade do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), tem como objetivo apoiar os gestores na promoção de uma gestão da diversidade mais igualitária, inclusiva e transparente, além de contribuir para o cumprimento de normas e compromissos nacionais e internacionais relacionados à equidade no setor público.
O painel foi desenvolvido com a ferramenta Microsoft Power BI e permite acesso dinâmico aos dados de diversidade dos servidores do Arquivo Nacional. A iniciativa está alinhada a marcos importantes como o Decreto nº 11.443/2023, que estabelece um percentual mínimo de 30% de pessoas negras em cargos de direção e funções comissionadas na administração pública federal, e o Decreto nº 11.785/2023, que institui o Programa Federal de Ações Afirmativas. Também dialoga com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, especialmente o ODS 5 (Igualdade de Gênero) e o ODS 10 (Redução das Desigualdades).
Dados que refletem avanços e desafios
De acordo com o novo painel, o Arquivo Nacional conta atualmente com 472 servidores ativos, dos quais 189 se autodeclaram negros, representando 40,04% do total. Quando observadas as posições de liderança, os dados são ainda mais expressivos: 39,52% das funções de confiança entre os níveis 1 a 12 e 46,67% entre os níveis 13 a 17 são ocupadas por pessoas negras – percentuais que superam a exigência mínima estabelecida pelo Decreto nº 11.443/2023.
Esses números ganham relevância quando comparados ao cenário nacional: segundo o Painel Estatístico de Pessoal do MGI, em 2025, apenas 38,31% das lideranças no Poder Executivo Federal Civil são negras, enquanto o Censo Demográfico de 2022 do IBGE indica que 55,51% da população brasileira se autodeclara negra, revelando uma persistente sub-representação dessa população em cargos públicos de liderança.
No recorte de gênero, o painel revela que 49,9% dos servidores do Arquivo Nacional são mulheres, número que se reflete com ainda mais força nos postos de liderança de alto nível: 50% das funções de confiança (FCE) nível 15 e também o cargo
máximo da instituição — a Direção-Geral (nível 17) — atualmente exercido por uma mulher.
Sob a perspectiva interseccional, a presença de mulheres negras em posições de liderança também merece destaque: elas correspondem a 50% das ocupantes das FCE 15, além de exercerem o cargo máximo da instituição (FCE 17). Esse resultado contrasta com o cenário nacional, em que a participação de mulheres negras nesses níveis é significativamente menor, atingindo apenas 28,3% e 32,2%, respectivamente.
Compromisso institucional com a diversidade
Para o Arquivo Nacional, o Painel da Diversidade é mais do que uma ferramenta estatística: trata-se de um instrumento estratégico de gestão e transparência, que busca fomentar um ambiente organizacional mais acolhedor, ético e alinhado com os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Além de cumprir metas normativas, a instituição reconhece que a valorização da diversidade contribui diretamente para a melhoria da qualidade dos serviços prestados à sociedade. Nesse sentido, o lançamento do painel reforça o papel do Arquivo Nacional como uma das instituições públicas federais mais comprometidas com a promoção da igualdade racial e de gênero.
Em nível internacional, o protagonismo da instituição também foi reconhecido no Diagnóstico de Gênero no Setor dos Arquivos Ibero-Americanos, divulgado em fevereiro de 2024. O relatório apontou o Arquivo Nacional como uma das instituições com maior grau de maturidade de gênero (62,86%) e destacou o fato de ser uma das nove, entre as 17 participantes da rede Iberarquivos, com uma mulher ocupando a liderança máxima.
Transparência para transformar
Com o Painel da Diversidade, o Arquivo Nacional dá mais um passo importante na consolidação de políticas afirmativas dentro do serviço público federal. A expectativa é que a ferramenta sirva como referência para outros órgãos da administração pública e contribua para a construção de um Estado mais justo, diverso e representativo da população brasileira. Acesse o Painel da Diversidade do Arquivo Nacional aqui.