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BRASIL INTEGRA PROJETO PARA ESTUDAR OS METEOROS
Brasília, 4 de janeiro de 2016 – O Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), no Rio de Janeiro, participa de um projeto que objetiva observar o céu em diferentes lugares do mundo para localizar os meteoros que atravessam a atmosfera da Terra. Para isso, uma câmera foi instalada no terraço do seu prédio, a partir de um acordo firmado com o Observatório Nacional (ON).
O projeto Fireball Recovery and Interplanetary Observation Network (Fripon) começou em 2013 com a finalidade de observar o céu da França de diferentes pontos, à procura da maior quantidade possível de meteoros. Utilizando uma câmera “AllSky”, com lente olho de peixe, os cientistas conseguem identificar bólidos em praticamente toda a área visível do céu. Devido ao brilho dos fenômenos, o equipamento pode ser utilizado mesmo em grandes cidades, com muita poluição luminosa.
Com os dados obtidos pelas câmeras, é possível determinar de onde vêm os meteoros observados, calculando sua órbita, e descobrir com grande precisão – um raio de cerca de um quilômetro – onde os possíveis meteoritos caíram. O estudo desses objetos é de grande importância para o conhecimento da história do Sistema Solar, já que suas composições podem ter permanecido inalteradas por bilhões de anos.
“As câmeras servem para fazer a triangulação e o cálculo do possível local de queda dos meteoritos. Assim, é possível recuperá-los e estuda-los”, explica o astrônomo Eugênio Reis, supervisor do projeto no Mast. “Esses meteoritos podem ser resquícios da formação do Sistema Solar, ou seja, tão velhos quanto a Terra. Ou resquícios de planetas ou planetoides que existiram no começo e depois se fragmentaram, mas, de qualquer forma, contam a história do Sistema Solar.”
O Fripon chegou ao Brasil a partir de uma parceria entre o projeto, o ON e o Mast. Os responsáveis pelo programa no país são os cientistas Roberto Martins e Júlio Camargo, do ON. O astrônomo francês François Colas, membro da equipe do Fripon, veio ao campus do Mast para instalar o equipamento. O Museu entrou na colaboração cedendo o espaço do terraço de seu prédio sede para abrigar a câmera, sob a supervisão de Eugênio Reis, astrônomo e coordenador em educação e ciências do Mast.
Fonte: MCTI