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AEB participa de congresso internacional sobre cooperação espacial na Venezuela
Diretores da AEB participam do 1º Congresso Internacional do Espaço
A Agência Espacial Brasileira (AEB) participou do 1º Congresso Internacional do Espaço: Um Futuro Compartilhado, realizado nos dias 29 e 30 de outubro, em Caracas, na Venezuela. A instituição foi representada pelos diretores Rodrigo Leonardi, de Gestão de Portfólio, e Paolo Gessini, de Inteligência Estratégica e Novos Negócios.
O encontro de alto-nível reuniu cientistas e representantes de agências espaciais da China, Rússia, França e Brasil, com o objetivo de fortalecer a cooperação técnica e o desenvolvimento conjunto de capacidades espaciais. A Embaixadora do Brasil na Venezuela, Sra. Glivânia Maria de Oliveira, esteve presente no Congresso.
Durante o evento, Rodrigo Leonardi apresentou a palestra Espaço para o Bem Público: Oportunidades do Programa Nacional de Atividades Espaciais do Brasil, destacando o papel estratégico do espaço em benefício direto da sociedade. “A ideia central da nossa política é que o espaço deve ser usado para o bem da sociedade brasileira. Essa é a base da nossa estratégia”, afirmou.
Leonardi ressaltou o avanço do país com o Amazonia-1, primeiro satélite de observação da Terra totalmente desenvolvido no Brasil, lançado em 2021, e enfatizou a importância dos sistemas espaciais no monitoramento ambiental e nas ações de enfrentamento das mudanças climáticas, especialmente em preparação para a COP30, que ocorrerá no Brasil.
O diretor também destacou a relevância da cooperação internacional, citando o Programa de Satélites de Recursos Terrestres China-Brasil (CBERS) como exemplo de parceria técnico-científica consolidada. “O espaço é um campo que exige integração entre nações. Trabalhar em conjunto amplia o alcance dos resultados e gera benefícios concretos para as sociedades envolvidas”, afirmou Leonardi.
Além disso, ele enfatizou a necessidade de investimento contínuo na formação de novos profissionais. Segundo o diretor, universidades e centros de pesquisa brasileiros têm papel essencial na criação de uma base sólida de engenheiros e cientistas espaciais aptos a enfrentar os desafios das próximas décadas.

- Diretor da AEB, Rodrigo Leonardi apresentou a palestra Espaço para o Bem Público: Oportunidades do Programa Nacional de Atividades Espaciais do Brasil
Em sua participação, Paolo Gessini abordou os avanços do Brasil em tecnologias críticas para a exploração espacial, com foco no programa de propulsão elétrica, que aumenta a eficiência energética e a autonomia de missões de longa duração. “Por meio de um uso mais eficiente do propelente, a propulsão elétrica permite reduzir a massa de lançamento ou aumentar a vida útil de satélites e sondas espaciais”, explicou Gessini.
O diretor destacou que, apesar de ser uma tecnologia amplamente aceita no mundo, o Brasil ainda enfrenta desafios para alcançar níveis mais altos de maturidade. “Essa tecnologia crítica, hoje amplamente aceita no mundo, inclusive comercialmente, ainda não está em um alto nível de maturidade no Brasil, apesar de sua longa história de pesquisa e desenvolvimento. Para reduzir nossa dependência de países estrangeiros e garantir a soberania nacional, é essencial que a propulsão elétrica atinja níveis mais elevados de maturidade tecnológica”, completou.
O congresso foi promovido pela Agência Bolivariana para Atividades Espaciais (ABAE), presidida por Adolfo Godoy, e pelo Ministério do Poder Popular para Ciência e Tecnologia da Venezuela (Mincyt). As discussões abrangeram temas como gestão de sistemas de satélites, sensoriamento remoto, desenvolvimento de constelações espaciais e formação de profissionais especializados.
Sobre a AEB
A Agência Espacial Brasileira (AEB), órgão central do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), é uma autarquia pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira.
Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.