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SEGURANÇA PÚBLICA
Governo do Brasil cria escritório emergencial de combate ao crime organizado no Rio
O ministro Ricardo Lewandowski após reunião com autoridades do Governo do Rio de Janeiro: 'Esse será um embrião do que queremos implementar nos estados com a PEC da Segurança Pública para enfrentar o flagelo que é a criminalidade organizada'. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O Governo do Brasil anunciou a criação de um escritório emergencial de combate ao crime organizado no Rio de Janeiro. A decisão é um dos desdobramentos de reunião realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros e autoridades federais na manhã desta quarta-feira, em Brasília. Na ocasião, foram debatidas repercussões da operação realizada pelo Governo do Rio de Janeiro no Complexo da Penha, considerada a mais letal da história do estado, com 121 mortes confirmadas, entre elas quatro policiais.
Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades. Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco"
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
Após a conversa no Palácio da Alvorada, o presidente determinou que o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, seguissem para o Rio de Janeiro para se reunir no Palácio da Guanabara com o governador Cláudio Castro e outras autoridades fluminenses, e oferecer o auxílio federal.
"Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades. Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco", afirmou o presidente Lula, em postagem nas redes sociais.
EMBRIÃO DA PEC – De acordo com Lewandowski, o escritório vai facilitar o diálogo entre União e governo estadual, desfazer amarras burocráticas, além de unir esforços das forças federais e estaduais para que a crise no Rio de Janeiro seja rapidamente superada. “Esse será um embrião do que queremos implementar nos estados com a PEC da Segurança Pública para enfrentar o flagelo que é a criminalidade organizada”, disse o ministro. O presidente Lula também reforçou o potencial da PEC para equacionar a integração dos trabalhos das forças de segurança. "Com a aprovação da PEC da Segurança, que encaminhamos ao Congresso, vamos garantir que as diferentes forças policiais atuem de maneira conjunta no enfrentamento às facções criminosas".
Me reuni hoje pela manhã com ministros do meu governo e determinei ao ministro da Justiça e ao diretor-geral da Polícia Federal que fossem ao Rio para encontro com o governador.
— Lula (@LulaOficial) October 29, 2025
Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e…
DESCAPITALIZAÇÃO – Dentro da estrutura emergencial do escritório também atuarão o Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (CIFRA), com foco na descapitalização das organizações criminosas, mediante inteligência financeira, recuperação de ativos e assessoramento em investigações de lavagem de dinheiro, e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), estrutura de cooperação criada pelo MJSP em parceria com órgãos estaduais e federais de segurança.
CARBONO OCULTO – O presidente Lula lembrou que essa estrutura integrou o conceito adotado pelo Governo do Brasil em agosto, na operação Carbono Oculto, a maior já realizada contra o crime organizado no país, realizada com êxito e sem mortos e feridos. "A operação chegou ao coração financeiro de uma grande quadrilha envolvida em venda de drogas, adulteração de combustível e lavagem de dinheiro", listou o presidente. Segundo Lewandowski, o essencial é oferecer a expertise e apoiar a população do Rio de Janeiro neste momento de crise. “Nós vivemos em federalismo cooperativo. O problema de uma unidade federal é um problema de todos os estados membros”, afirmou.
VAGAS E EFETIVO – Lewandowski ainda ressaltou que colocou à disposição do Governo do Rio de Janeiro as vagas necessárias para transferência de lideranças de facções para presídios federais, aumento no efetivo da Força Nacional, de peritos criminais, o uso de banco de dados de DNA, balística, entre outros. O ministro destacou ainda que a Polícia Federal vai intensificar atividades de inteligência para a asfixia financeira do crime organizado. Até o fim do ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) aumentará o efetivo no Rio de Janeiro em 50%, o que resulta em um total de 350 policiais a mais no estado.
PRONTAMENTE ACEITAS – O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que as ofertas do Governo do Brasil foram prontamente aceitas. De acordo com Castro, as forças federais e estaduais terão ações 100% integradas. “Dentro das competências de cada órgão, vamos atuar para fazer uma segurança pública voltada ao cidadão, que é o grande motivo da atuação estatal”, afirmou.