Pronunciamento do presidente Lula durante encontro com os presidentes do Senado e Câmara, em 3 de fevereiro de 2025
Bem, companheiros da imprensa, eu queria só comunicar a vocês que hoje essa fotografia aqui é a concretização de um compromisso com a democracia que todos nós firmamos há muito tempo. Quando eu fui candidato a presidente da República, eu disse que um dos motivos pelo qual eu era candidato é porque eu queria trazer o país à normalidade. E a normalidade de um país é a convivência tranquila e pacífica entre os Poderes. O Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário, cada um sabendo a tarefa que tem.
E eu estou aqui junto com o Davi Alcolumbre, eleito presidente do Senado com 73 votos. Estou aqui com o companheiro Hugo Motta, eleito presidente da Câmara com 444 votos. Eu estou muito feliz porque, primeiro, eu sou amigo dos dois, tenho conhecimento do compromisso democrático que os dois têm e eu quero, na frente de vocês, dizer para eles que eles não terão problema na relação política com o Poder Executivo. Eu jamais mandarei para o Senado, ou para a Câmara, um projeto que seja de interesse pessoal do presidente Lula ou de um partido político.
Todos os projetos que nós enviaremos para o Congresso, Senado e Câmara, serão projetos de interesses vitais para o povo brasileiro. E estou convencido que, daqui a dois anos, quando a gente estiver fazendo o julgamento do meu mandato e do mandato dos dois, na Câmara e no Senado, a gente vai poder, com muito orgulho, notar que vocês da imprensa constataram que a democracia foi restabelecida na sua plenitude no nosso querido país.
E eu tenho certeza, presidente Hugo Motta, tenho certeza, presidente Alcolumbre, que a nossa convivência será exemplo, exemplo para o futuro e exemplo para aqueles que hoje fazem parte do presente e que, muitas vezes, não querem entender a necessidade da convivência democrática.
Eu tenho certeza que a nossa convivência será um exemplo de fortalecimento da democracia brasileira, cada um tendo noção exata do seu papel. Jamais eu mandarei um projeto para a Câmara dos Deputados, para o Senado, sem antes ouvir a liderança dos partidos políticos, que são os que vão brigar lá dentro para aprovar esses projetos. Jamais nós iremos mandar um projeto sem que haja anuência daqueles que trabalham para que as coisas deem certo no Brasil.
Portanto, eu quero que vocês saibam que eu estarei torcendo para o sucesso de vocês, porque o sucesso de vocês será o sucesso meu e será o sucesso do Brasil. Portanto, parabéns pela eleição. Parabéns.
Eu agora passo a palavra ao nosso Hugo Motta, o novo presidente da Câmara.
…
Uma coisa importante, gente. Só para terminar essa cerimônia aqui, singela, é o seguinte: quando eu tomei posse, em 2023, havia, por parte de uma parte da sociedade, por parte de muitos jornalistas, a ideia de que seria impossível governar o país, porque tinha um Congresso muito adverso.
E, passados dois anos, eu reconheço, Davi, reconheço, Hugo, de que nós aprovamos uma PEC da Transição quando eu não tinha sequer assumido o governo. Nós aprovamos o Arcabouço Fiscal e aprovamos uma política tributária que foi a primeira feita no regime democrático. E, segundo o meu articulador político, o Padilha [Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República], foi o momento que mais se aprovou tudo o que o governo mandou para a Câmara e para o Senado.
Uma demonstração de que, na hora que você está governando, na hora que você está exercendo o seu mandato, a questão ideológica que dividia durante as eleições ficam secundarizadas e o que é prioritário são os interesses do povo brasileiro.
Eu quero terminar dizendo para vocês: esta fotografia aqui é uma fotografia que o povo brasileiro pode cobrar de você, pode cobrar de você e pode cobrar de mim, porque está nas nossas mãos o tipo de Brasil que a gente quer entregar ao terminar esse biênio.
Parabéns, que Deus abençoe você no seu mandato, que Deus abençoe você e que Deus nos abençoe a todos.
Parabéns.