Conselheira Maria Lúcia Barbosa participa de painel sobre direitos humanos das mulheres no evento “Mulheres em Movimento”

Maria Lúcia Barbosa, Conselheira da Comissão de Ética Pública (CEP), participou como expositora do Painel “Por um direito dos direitos humanos das mulheres”, realizado durante o evento “Mulheres em Movimento”, promovido pela Diretoria Jurídica da Itaipu Binacional, nos dias 23 e 24 de outubro, em Foz do Iguaçu (PR). A atividade reuniu autoridades, servidoras e especialistas, com o objetivo de valorizar o protagonismo feminino e fomentar o debate sobre equidade de gênero nos espaços de poder.

Reflexões sobre ética, direitos e justiça social
Mediado pela Advogada e Integrante do Coletivo Todas da Lei, Daiana Allessi Nicoletti Alves, o Painel do qual a Conselheira fez parte contou ainda com as participações da Juíza da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Salvador, Andremara dos Santos; da Advogada e Professora da UFPR, Estefânia Barboza; e da Desembargadora Renata Estorilho Baganha, que apresentaram diferentes perspectivas sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na efetivação de seus direitos e na ocupação de espaços de decisão.

Maria Lúcia refletiu sobre a presença feminina nas instituições (Foto: Lukas Franco/Itaipú)

Durante sua fala, Maria Lúcia Barbosa ressaltou a importância de compreender os direitos humanos pelos quais as mulheres continuam lutando, de enfrentar os desafios institucionais que ainda limitam a presença feminina nas posições de liderança e de reconhecer os avanços obtidos nas últimas décadas. Inspirada em uma leitura freiriana da esperança ativa, a Conselheira afirmou que “não se trata de esperar que as coisas aconteçam, mas de construir cotidianamente os espaços que queremos ocupar. Este evento é uma demonstração da potência e da importância das mulheres que fazem as instituições públicas e abrem caminhos para as novas gerações”. 

Ela também destacou, com orgulho, um marco simbólico na história da CEP, que reflete um avanço importante diante dos desafios institucionais enfrentados pelas mulheres. “É a primeira vez que a Comissão de Ética Pública tem maioria feminina em sua composição: somos quatro mulheres e três homens. Esse fato demonstra a abertura gradual das instituições a uma representação mais diversa e equitativa, especialmente em espaços tradicionalmente ocupados por homens”, afirmou.

A Conselheira refletiu, ainda, sobre as barreiras da representatividade feminina no ensino jurídico e nas instituições públicas, observando que, embora as mulheres sejam maioria nas salas de aula, continuam sub-representadas nas posições de poder. “Parece que discutir Constituição e Estado nunca foi um lugar destinado às mulheres. Ainda hoje, somos poucas professoras de Direito Constitucional, e é por isso que precisamos ocupar e transformar esses espaços. São os incômodos necessários para que o Estado e as instituições se tornem mais humanas e diversas”, disse.

Por fim, ressaltou o papel da Comissão de Ética Pública na orientação de condutas e na prevenção de práticas discriminatórias, reforçando que a ética deve ser um vetor permanente de confiança entre o Estado e a sociedade.

Abertura

Abertura teve a presença de autoridades da área jurídica e outras convidadas (Foto: Lukas Franco/Itaipú)

Durante a cerimônia de abertura, ocorrida no dia 23, o Diretor Jurídico da Itaipu, Luiz Fernando Delazari, reafirmou o compromisso da empresa com a promoção da igualdade de oportunidades e o fortalecimento da cultura ética e cidadã. “Trazemos aqui mulheres do Brasil inteiro para discutirem um tema fundamental para o processo civilizatório brasileiro: a igualdade de gênero e de oportunidades, a igualdade social e a eliminação da violência contra a mulher”.

A Coordenadora Científica do evento, Desembargadora Priscilla Placha Sá, destacou a importância de compartilhar experiências e construir redes de apoio entre mulheres de diferentes áreas de atuação. Estavam presentes, ainda, autoridades da área jurídica dos poderes Executivo e Judiciário, entre outras convidadas da Itaipu e outras entidades.

A Palestra Magna, que ocorreu em seguida, foi proferida pela Desembargadora Rosana Fachin, que elogiou a iniciativa da Itaipu e defendeu a ampliação dos espaços de diálogo sobre violência doméstica e desigualdade de gênero.

Evento
O “Mulheres em Movimento” integra as ações da Itaipu Binacional nos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher e no contexto do Dia da Consciência Negra, promovendo palestras e oficinas sobre violência institucional, participação política, climatério, etarismo, literatura feminina e algoritmos com viés de gênero.

Participantes do evento (Foto: Lukas Franco/Itaipú)