"O RMB será muito importante para a pesquisa científica e para o desenvolvimento econômico do Brasil", afirmou diretor da IAEA

O sítio do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), localizado em Iperó, no interior de São Paulo, recebeu na manhã de sexta-feira (27/6) a visita de duas importantes autoridades da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O diretor-geral-adjunto e chefe do departamento de cooperação técnica, Hua Liu, e o chefe da Seção de Cooperação Técnica para a América Latina e Caribe, Raul Ramirez Garcia, estiveram no local de implementação do projeto e elogiaram as instalações.

A passagem pelo sítio fez parte da agenda oficial da AIEA no Brasil, e teve como objetivo observar o avanço das obras do RMB, projeto estratégico para o fortalecimento da capacidade nacional em radiofármacos, produção de radioisótopos, testes de materiais e pesquisa científica com reatores nucleares.

“Nós demos início ao projeto neste sítio e esperamos, no início do ano que vem, começar a construção do reator e de todas as instalações que vão fazer parte deste grande complexo de pesquisas e desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços para a sociedade brasileira. É uma grande satisfação receber a visita dessas duas autoridades e apresentá-los a esse grande empreendimento”, afirmou o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Francisco Rondinelli Júnior.

Durante a visita, os representantes da AIEA foram acompanhados por Rondinelli, pelo diretor de pesquisa e desenvolvimento da CNEN, Wilson Calvo, pelo líder do projeto RMB, José Augusto Perrotta, pela coordenadora de gestão do RMB, Gabriela Borsatto, e pela coordenadora técnica do RMB, Patrícia Pagetti.

O presidente da CNEN também destacou a importância da visita como reconhecimento internacional do protagonismo do Brasil na área nuclear.

Perrotta, por sua vez, ressaltou o impacto estratégico do projeto para a consolidação da autonomia nacional em tecnologias nucleares.

“O Brasil precisa dar suporte à sua sociedade, principalmente na medicina nuclear, mas também no desenvolvimento científico e tecnológico. E o RMB vai contribuir efetivamente para esse desenvolvimento. Nós ficamos felizes porque eles viram a perspectiva do que vai ser o centro e do que vai ser essa tecnologia nuclear do futuro do país. E, mais, viram o entrelaçamento das nossas intenções com o que existe no mundo”, disse Perrotta.

O diretor-geral-adjunto da AIEA, Hua Liu, elogiou o compromisso do Brasil com o desenvolvimento de infraestrutura nuclear moderna e segura, e reforçou o papel do país como referência em energia nuclear para fins pacíficos na América Latina.

“O RMB será muito importante para a pesquisa científica e também para o desenvolvimento econômico do Brasil. Estou profundamente impressionado com a estrutura e o planejamento estratégico conduzidos pela CNEN. Eu espero que o RMB se torne uma realidade o quanto antes”, comentou Liu após a visita.

A visita também permitiu o diálogo entre as equipes brasileiras e a AIEA sobre futuras oportunidades de cooperação técnica internacional voltadas ao fortalecimento das capacidades nacionais, em consonância com o papel estratégico do RMB no cenário científico e tecnológico do país.

Raul Garcia valorizou a parceria com o Brasil no âmbito da cooperação técnica regional, mencionando o RMB como exemplo de investimento transformador na ciência nuclear.

“Fiquei muito impressionado com o trabalho feito pelo governo brasileiro em termos de sua disposição de contribuir não apenas com a medicina e a indústria nuclear local, mas também com toda a América Latina, o que é muito importante. O acordo de cooperação internacional latino-americano mira a transferência de tecnologia, transferência de conhecimento nuclear para criar benefícios econômicos, sociais e culturais também para os países membros. E o Brasil é um grande exemplo de contribuição, de se tornar um polo de desenvolvimento tecnológico que depois vai virar uma ponte para transferir esse conhecimento”, complementou.