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Pedido de socorro
Fundo: Série Justiça – Polícia – escravos – moeda falsa – africanos (IJ6)
Código do fundo: AM
Notação: BR_RJANRIO_AM_IJ6_0170
Data do documento: 4 de abril de 1835
Local: Rio de Janeiro
Folha(s): -
Tamanho: 22 cm x 27,5 cm
Veja aqui o documento na íntegra
A seção Desafio Paleográfico apresenta uma seleção de documentos do acervo do Arquivo Nacional a partir dos quais seja possível apresentar noções de paleografia e diplomática. Trata-se de uma seção interativa: em uma semana é postado o documento, duas semanas depois, a transcrição.
Transcrição
Ilustríssimo Senhor
[à lápis]
O Chefe da Polícia, que informe sobre as qualidades
do autor deste ofício, que tão aflito se acha com os
encargos, de que está incumbido. [texto riscado]
Tendo-me sido entregue a cópia de um ofício da Secretaria de Justiça de 28 de março com a portaria de Vossa Senhoria de 31 do mesmo mês para continuar o alimento dos africanos estacionados na charrua Carioca, isto é os apresados da escuna Angélica, recebi também quase ao mesmo tempo um ofício do comandante da referida charrua em que com urgência pedia fosse eu aí receber 42 africanos doentes, e quase à mesma hora chegou-me a notícia do mordomo da Santa Casa estarem com alta 5 pretas do número das que para ali, por ordem do governo se foram curar, e havendo mais outra e cinco rapazes com alta nas enfermarias do Aljube, procurei conduzi-los ao brigue Amizade Feliz, e de caminho chegar à charrua a informar-me do espírito das ordem, que tão desencontradas me pareciam, porquanto eu ignorava a junção da gente das duas presas na referida charrua, e nem o ofício da Secretaria de Estado diz coisa alguma a esse respeito. Ao embarcar no Arsenal da Marinha é que soube de uma tal disposição, por isso dirigi-me a charrua aonde entreguei os 11 africanos levados dos hospitais ao comandante daquela embarcação, e querendo este então dar-me, não os 42, mas 50 deferi o negócio para o dia seguinte, porque logo previ o número imenso de dificuldades que encontraria no trânsito deles desprovido como estava de todo o socorro, que me era mister. Todavia, no dia 3 voltei à embarcação aonde fui entregue de 50 doentes, e aí fiz a seleção dos das duas presas, para ao menos evitar na liquidação o barulho, que talvez por falta de clarezas pode aparecer. Recebendo este exército de moribundos as 11 horas do dia, pude as doze desembarcá-los no trapiche do Arsenal; aí fiquei estacionado até mais de 3 horas da tarde a espera de quem fosse chamar ganhadores, que conduzissem os doentes. Eu mesmo não me podia afastar por não haver quem vigiasse aquela gente, que oferecia um espetáculo à curiosidade pública, e como continuasse a dificuldade, roguei me quisessem dar um escaler para os fazer regressar ao logar da onde a trouxera, e depois dar parte a Vossa Senhoria para que houvesse de dar as suas providências, mas nada disto pode ter logar. Crescendo a tarde resolvi-me a abando-