O festival Arquivo em Cartaz presta sua homenagem à Fátima Taranto, técnica em preservação de filmes e servidora do Arquivo Nacional e dedicou sua vida profissional à conservação e restauração de filmes e à formação de novos preservadores audiovisuais. Foi uma grande colaboradora do festival Arquivo em Cartaz e do ReCine, ministrando oficinas técnicas e organizando tantas outras.
Desde a juventude, Fátima esteve envolvida com o movimento cineclubista, tendo atuado ativamente nas décadas de 1970 e 1980. Em 1985, iniciou sua carreira na Filmoteca da Embrafilme, como revisora de cópias cinematográficas destinadas a escolas, cineclubes e festivais. A familiaridade com o manuseio de filmes a levou à equipe do Arquivo de Matrizes do Centro Técnico Audiovisual (CTAv), onde aprofundou sua atuação na área técnica.
Nos anos 1990, seguiu ligada ao cinema em diferentes funções, incluindo sua passagem pelo Estação Botafogo. Posteriormente, retornou ao CTAv, consolidando-se como uma referência na preservação audiovisual. Fátima teve um papel fundamental na formação de novos profissionais, ao treinar estudantes e estagiários que mais tarde se destacaram no setor.
Em 2006, foi cedida ao Arquivo Nacional, onde chefiou a Equipe de Conservação de Filmes. Sua atuação foi marcada pela continuidade do trabalho de formação, tanto de servidores e estagiários quanto de técnicos de outras instituições. Também teve participação ativa nas oficinas técnicas promovidas pelos festivais internacionais de cinema de arquivo organizados pela instituição, como o REcine e o Arquivo em Cartaz.
Fátima Taranto foi uma das fundadoras da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA) e teve uma carreira dedicada à memória do cinema brasileiro. Seu legado ultrapassa a competência técnica: Fátima reunia a rara capacidade de agregar pessoas e inspirar novas gerações com generosidade, sensibilidade e paixão pelo que fazia.
Fátima foi homenageada na edição de 2019 do festival Arquivo em Cartaz, ainda em vida, que teve como tema Mulheres de Cinema. Em entrevista para a Revista Arquivo em Cartaz, Fátima diz esperar “realmente representar essas mulheres que trabalham na cadeia do audiovisual”.
Este ano homegeamos, novamente, a mulher de cinema que por trás das câmeras foi e será imprescindível para a memória do cinema brasileiro.
Obrigado por tanto, Fatima. Você fica em cada um de nós, no festival e em cada filme que passou por suas mãos.