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Criação e preservação são o foco no quarto dia do Arquivo em Cartaz
Nesta quinta-feira (23), o Arquivo em Cartaz – Festival Internacional de Cinema de Arquivo foi marcado por uma programação voltada à experimentação, à criação e à reflexão sobre a preservação da memória audiovisual, reunindo atividades que envolveram desde a formação de jovens realizadores até a prática de conservação de películas cinematográficas.
Na parte da manhã, o público acompanhou a Mostra Arquivos do Amanhã, iniciativa voltada para o público infantil e juvenil que integra o eixo educacional do festival. A mostra exibiu curtas-metragens produzidos por crianças, adolescentes e jovens que registraram eventos, tradições e costumes de seu tempo, propondo um olhar sobre o presente como memória para o futuro. Os filmes foram exibidos no auditório do Arquivo Nacional e também serão disponibilizados no canal da instituição no YouTube.
Em seguida, foi realizada a etapa presencial da Oficina de Conservação de Filmes “Película Viva”, ministrada por Eduardo Toledo, servidor do setor de Conservação de Filmes do Arquivo Nacional. A aula prática encerrou uma série de três encontros teóricos realizados em setembro e trouxe uma reflexão sobre a película cinematográfica como artefato cultural vivo, atravessado por questões ambientais, químicas e sociais.
Ao longo do curso, especialistas como Samanta Ortega, Antônio Gonçalves da Silva e Natália de Castro apresentaram abordagens que foram da ecoconsciência e dos processos industriais dos suportes fílmicos às práticas de preservação e manuseio em arquivos públicos.
À tarde, o festival exibiu a Mostra Lanterna Mágica, resultado da Oficina de Criação de Filmes conduzida pelo cineasta Joel Zito Araújo, com colaboração da diretora de som Marise Urbano e orientação de Pedro Fontoura na fase de edição. A atividade celebrou o uso criativo dos acervos do Arquivo Nacional, fílmicos, sonoros, cartográficos, iconográficos e textuais, como inspiração para novas produções.
A mostra apresentou quatro curtas-metragens que traduzem a força da memória e da arte como formas de resistência e reconstrução de narrativas.
Ao fim do dia, o Cine Auditório exibiu o longa “Mãos à Terra”, de Sergio Guidoux, que propõe uma reflexão poética sobre a relação entre humanidade e natureza, conectando memórias, territórios e transformações ambientais.