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Brasil tem sete novas inscrições no Registro Memória do Mundo da UNESCO para América Latina e Caribe
O Comitê Regional para América Latina e o Caribe do Programa Memória do Mundo da UNESCO (MoWLAC) anunciou, na última sexta-feira (14), as novas inscrições aprovadas para a edição de 2025. Entre os 29 acervos selecionados, sete são brasileiros, destacando a diversidade e a importância do patrimônio documental sob custódia de arquivos, bibliotecas, museus e centros de pesquisa do país.
A decisão foi tomada durante a XXV Reunião do Comitê Regional, realizada entre 10 e 13 de novembro, em Lima e Cusco, no Peru. Ao todo, 71 postulantes elegíveis, provenientes de 15 países, foram avaliados pelos especialistas que integram o programa.
Criado em 1992, o Memória do Mundo tem como missão promover a preservação e o acesso ao patrimônio documental da humanidade. No âmbito regional, o MoWLAC reconhece acervos que contribuam para a identidade e a memória coletiva dos países latino-americanos e caribenhos.
Sete acervos brasileiros são reconhecidos em 2025
As novas inscrições brasileiras abrangem conjuntos documentais de grande valor histórico, cultural, artístico e social, relacionados a temas como escravidão, guerra, povos indígenas, artes cênicas e paisagismo modernista:
Arquivo Público do Estado da Bahia – Conjunto Documental Passaportes de Escravizados, Libertos, Livres e Africanos (1821–1889) - Reúne documentação essencial para a história social e das populações de origem africana durante o século XIX.
Estado de Mato Grosso – Repertório Guerra ao Paraguai - Documentação relativa ao maior conflito armado da América Latina, fundamental para compreender a participação brasileira e a memória regional.
Fundação Casa de Rui Barbosa – Coleção Família Barbosa de Oliveira (1778–1965) - Acervo que permite múltiplas leituras sobre a história política, social e cultural do país ao longo de quase dois séculos.
Fundação Getulio Vargas (FGV/CPDOC) – Memória histórica e cultural do povo indígena Apinajé: coleção fotográfica (1960–2009) - Conjunto de cerca de 3 mil fotografias produzidas por etnólogos em pesquisas de campo, de grande relevância para a história indígena no Brasil.
Fundação Nacional de Artes (Funarte) – Acervo Fernando Peixoto (1937–2012) - Documentação da trajetória de um dos grandes nomes do teatro brasileiro, atravessando períodos de censura, resistência artística e redemocratização.
Instituto Burle Marx – Fundo Oficina Burle Marx (1930–1994) - Propostas paisagísticas e documentos que registram a atuação de Roberto Burle Marx, referência mundial no modernismo e no paisagismo tropical.
Arquivo Histórico Municipal de Salvador – Cartas do Senado a Sua Majestade (1640–1889) - Registros de comunicações oficiais entre a administração colonial e a metrópole portuguesa, fundamentais para estudos da história urbana e política da Bahia.
Reconhecimento internacional
Com as novas inclusões, o Brasil passa a contar com mais acervos reconhecidos pela UNESCO, ampliando o conjunto de referências que narram diferentes aspectos da experiência histórica brasileira.
O Arquivo Nacional parabeniza as instituições responsáveis pelos acervos selecionados e destaca a importância do trabalho contínuo de preservação e acesso a esses materiais.