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SEGURANÇA HÍDRICA
Presidente inaugura maquete da Transposição do Rio São Francisco no Palácio do Planalto
O presidente Lula durante o evento de inauguração da maquete da transposição. Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta quinta-feira, 18 de dezembro, no Palácio do Planalto, uma maquete inédita da Transposição do Rio São Francisco, o maior projeto de infraestrutura hídrica do Brasil e um dos maiores do planeta. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, também acompanharam o lançamento.
A seca é um problema da natureza. A fome por conta dela é um problema de falta de responsabilidade de quem governou esse país durante muito tempo. Cabe ao governo evitar que a seca leve a sociedade à fome. Por isso eu tenho muito orgulho disso aqui"
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
Com área de 30 metros quadrados e peso de 600 quilos, a maquete reproduz, com precisão técnica, toda a infraestrutura hídrica construída no Projeto de Integração do Rio São Francisco, incluindo canais, estações de bombeamento, reservatórios e túneis, entre outros.
O projeto se expande por uma área de 75 mil quilômetros quadrados em sete estados, contempla mais de 200 quilômetros de canais e garante o abastecimento de água a 12 milhões de pessoas. "A seca é um problema da natureza. A fome por conta dela é um problema de falta de responsabilidade de quem governou esse país durante muito tempo. Cabe ao governo evitar que a seca leve a sociedade à fome. Por isso eu tenho muito orgulho disso aqui. Acho que tem de colocar no papel quantos quilômetros de adutora, de canais, para as pessoas saberem que não existe nada impossível de ser feito no mundo, quando alguém tem coragem de fazer", afirmou o presidente Lula durante a visita de inauguração da maquete.
A construção parte de um pedido do presidente Lula ao ministro Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), durante visita ao Projeto de Integração em Salgueiro (PE), em 28 de maio deste ano. Na ocasião, Lula afirmou: “Todo brasileiro deveria conhecer isso aqui, Waldez. Vamos fazer uma maquete pra rodar esse país”.
A maquete foi coordenada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, com cooperação da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) e do Ministério da Cultura. Após a exposição no Planalto, ela deve ser exposta em diversos locais do país, em programação a ser definida.
Para que as obras fossem representadas na maquete, algumas mudanças de escala foram necessárias. “Se mantivéssemos a escala real, as obras e a elevação do relevo seriam quase imperceptíveis, não refletiriam a grandiosidade do projeto. Por isso, aplicamos uma distorção de 30% na topografia vertical e aumentamos a escala das obras, sem alterar a do relevo, para destacar cada detalhe”, explica Waldez Góes, responsável pela obra e por coordenar a parte técnica da maquete.
Complementar à maquete física, foi inaugurada a sua versão digital, que conta com um modelo tridimensional de 70 obras da Transposição, incluindo estações de bombeamento com dados de vazão, informações detalhadas e fotos. Pontos interativos aparecerão sobre a maquete física, e um passeio virtual de balão sobre as estações oferece uma experiência imersiva ao público.
A mostra conta ainda com um painel expositivo que apresenta informações sobre o conjunto de ações do projeto de segurança hídrica no Nordeste, incluindo as demais obras do Eixo das Águas do Novo PAC.
Como complemento à experiência imersiva, o espaço abriga uma exposição temporária dedicada às manifestações culturais das regiões abrangidas pela obra. A partir de segunda-feira, 22 de dezembro, a instalação estará disponível para visitação pública, das 10h às 18h, no térreo do Palácio do Planalto.
CONTEXTO – A Transposição do Rio São Francisco é a realização de um projeto idealizado há mais de um século. Já em 1847, durante o Império, o engenheiro cearense Henrique Halfeld apresentou ao imperador Dom Pedro II um estudo sobre a possibilidade de desviar águas do rio para combater as secas no Nordeste.
Em 1859, o Senado do Império discutiu o tema, mas a ideia não avançou em função de limitações técnicas e financeiras. Apenas no século XXI, com o início das obras em 2007, sob o governo Lula, o sonho começou a se concretizar, beneficiando milhões de brasileiros com acesso à água no semiárido. A região Nordeste possui 28% da população brasileira, mas apenas 3% da água doce disponível no país.
RETRATO - A Transposição do Rio São Francisco foi projetada para garantir segurança hídrica a mais de 12 milhões de pessoas em 390 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Dividida em dois eixos (Norte e Leste), a obra capta água do rio e a distribui por canais, túneis, aquedutos e reservatórios, enfrentando desafios geográficos como a elevação da água em mais de 200 metros até que ela desça por gravidade e se espalhe por todo o semiárido nordestino.
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Dados técnicos do projeto de Integração |
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Eixo Norte |
Eixo Leste |
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Canais (extensão) |
260km |
217km |
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Estações de Bombeamento |
3 |
6 |
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Aquedutos (canais elevados) |
8 |
5 |
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Reservatórios |
15 |
12 |
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Túneis |
3 |
1 |
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Subestações de Energia |
3 |
6 |
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Linhas de Transmissão |
123km |
147km |
