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Você está aqui: Página Inicial Acompanhe o Planalto Entrevistas Entrevista televisiva do Presidente Lula ao Jornal da Manhã Salvador
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Entrevista televisiva do Presidente Lula ao Jornal da Manhã Salvador

Transcrição da entrevista televisiva do Presidente Lula ao Jornal da Manhã Salvador, em 2 de julho de 2025
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Publicado em 07/07/2025 20h07 Atualizado em 07/07/2025 20h45

LINK DA ENTREVISTA

RICARDO ISHMAEL – Obrigado por nos atender e muito obrigado por nos atender, presidente. É um prazer tê-lo conosco.

PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA - O prazer é meu Ricardo. Vou contar sobre este hotel aqui. A primeira vez que estive aqui, em 1978, a primeira vez que tive a ideia de construir o PT, eu estava aqui. Estava o Fernando Henrique Cardoso [ex-presidente da República], estava o Almino Afonso [ex-deputado federal], Jaques Wagner [senador da República] – era um congresso do setor petroquímico. Foi aqui que tive a primeira ideia de que era preciso criar o Partido dos Trabalhadores, neste mesmo hotel.

RICARDO ISHMAEL – Agora, começando a nossa entrevista, falando do 2 de julho, presidente, estamos na data cívica mais importante para a Bahia, para os baianos e baianas. O senhor, pelo 4º ano consecutivo, aqui em Salvador no 2 de julho e, ontem, assina um decreto e encaminha para o Congresso que torna o 2 de julho o Dia Nacional da Consolidação da Independência do Brasil. O senhor acredita que o Congresso aprova o decreto? E, em aprovando, qual a importância dele para a Bahia e para o povo do Brasil?

PRESIDENTE LULA – Olha, eu acho que tem muita importância para a Bahia, porque é valorizar a história do povo baiano e tem muita importância para o Brasil, porque você vai colocar isso nos livros de história do Brasil, você vai colocar isso nos livros didáticos que você distribui nas escolas, sobretudo para as crianças de ensino médio. Ou seja, as pessoas vão perceber que a independência do Brasil, com todo o respeito que eu tenho ao 7 de setembro, decretado pelo Imperador Dom Pedro I, ou seja, o dado concreto é que apenas em 2 de julho de 1823, é que o povo baiano expulsou, definitivamente, os portugueses do Brasil. Então eu digo sempre, pela mesma porta que entraram, eles saíram, e foi a Bahia que fez esse marco.

É importante o povo conhecer a história verdadeira do Brasil, porque muitas vezes a história é contada apenas por quem ganha. E não é contada por quem lutou, que muitas vezes lutou, perdeu, e é mais importante do que quem ganhou. Então eu estou, inclusive, Ricardo, já falei com a nossa querida ministra Margareth Menezes [ministra da Cultura], já falei com alguns cineastas, eu estou querendo incentivar a produção de uns 10 filmes históricos do Brasil, para que o povo conheça a história que foi motivadora de muita luta nesse país e de muita conquista, que ninguém sabe, porque o pessoal só sabe a história que é contada oficialmente.

Então, o 2 de julho, para mim, é um dia muito, mas muito importante, porque foi o dia definitivo em que os baianos disseram, “olha, o Dom Pedro já decretou a independência, vocês ó, pira daqui, pira daqui, que nós queremos ser donos do Brasil”.

Essa é uma coisa fantástica que o povo tem que saber. Então é um reconhecimento histórico.

RICARDO ISHMAEL – Agora, presidente, entra no calendário nacional, mas não se torna feriado nacional, né?

PRESIDENTE LULA – Veja, não entra em feriado nacional, porque eu acho que o Brasil já tem muito feriado.

Eu não queria criar mais um feriado, porque nós temos um dia para tudo nesse país. Ou seja, na verdade, já é feriado na Bahia, e o reconhecimento é uma coisa muito mais importante do que um feriado. Ou seja, o reconhecimento é que vai levar o povo brasileiro a fazer uma reflexão, o que foi o 2 de julho aqui? O que foi? Porque a maioria do povo do Brasil não sabe.

Se você fizer uma pesquisa, você vai entender que 90% do povo não sabe o que aconteceu no 2 de julho. Pensa que é uma festa junina, pensa que é uma festa disso, sabe? Não, é uma festa que comemora a bravura do povo baiano e, sobretudo, de 3 mulheres que tiveram muita importância aqui na Bahia.

RICARDO ISHMAEL – Isso, Maria Filipa (de Oliveira), Maria Quitéria e Joana Angélica (de Jesus), entre tantas outras, né, presidente? Que nem aparecem nos livros de história, mas tiveram protagonismo.

PRESIDENTE LULA – Nem tiveram protagonismo.

RICARDO ISHMAEL – Isso. Eu queria avançar aqui, temos temas importantes a tratar com o senhor ao longo dessa entrevista e o setor automobilístico, presidente. Falar sobre a BYD. Ontem, a BYD apresentou a linha de produção aqui em Camaçari, região metropolitana. Essa montagem de veículos passa a operar em fase de teste até a inauguração de fato, cuja data não está definida.

A minha pergunta é a seguinte, o senhor tem informação de quando de fato será essa inauguração, há um prazo definido para isso e mais ainda, presidente? Eu queria saber de que maneira a BYD, essa montadora chinesa, vai contribuir para o desenvolvimento do polo industrial de Camaçari, para a própria Bahia e para a geração permanente de empregos.

PRESIDENTE LULA – Não, ela já está contribuindo. Vamos ser francos, pouca gente esperava que depois da falta de respeito que a Ford teve com a Bahia e com o Brasil, que a gente fosse colocar no lugar da Ford numa empresa chinesa para fazer uma revolução na indústria automobilística brasileira.

É isso que a BYD está fazendo, uma revolução na indústria automobilística brasileira. O processo de inovação que ela traz, o processo de ser o primeiro carro elétrico aqui, o processo de ter uma empresa que vai gerar muitos empregos na Bahia, que vai gerar muito desenvolvimento na Bahia e vai fazer inovação na indústria automobilística é muito importante. Eu vou lhe dizer uma coisa, depois que a BYD veio aqui para a Bahia, que ela se instalou, eu recebi anúncio de investimento de R$ 130 bilhões da nova indústria automobilística no Brasil inteiro, coisa que fazia mais de 10 anos que não tinha um modelo novo no Brasil.

Só para você ter ideia do que aconteceu com a indústria automobilística: quando eu deixei a presidência em 2010, a indústria automobilística brasileira vendia 3 milhões e 600 mil carros. Quando eu voltei em 2023, a indústria brasileira só vendia 1 milhão e 600 mil carros, caiu mais da metade. Graças ao nosso governo e graças à vinda da BYD, a indústria automobilística brasileira ressurgiu e nós já temos hoje muito investimento, muito carro novo, a disputa sobre quem vai ser o melhor carro elétrico, quem vai ser o carro híbrido, quem vai fazer, é uma coisa extraordinária. A BYD vai começar fazendo montagem de carro, depois ela vai começar a produzir peça aqui e depois o carro vai ser feito inteiramente aqui.

RICARDO ISHMAEL – O senhor tem informações sobre a inauguração, presidente?

PRESIDENTE LULA – Olha, eu na verdade estava para vir aqui na inauguração ontem, acho que era ontem ou hoje, mas não foi possível, mas possivelmente em agosto eu volto aqui, possivelmente em agosto eu volto aqui para inaugurar. Eu tenho o maior prazer de ter trazido a indústria automobilística no momento em que eu governava esse país.

A Bahia merece, quando a Ford foi embora ficou um vazio na Bahia e um vazio em Camaçari, e eu acho que a BYD traz vida para o desenvolvimento industrial da Bahia. A Bahia merece isso e merece mais.

RICARDO ISHMAEL – Me permita falar um pouco mais sobre a Ford, porque a BYD chega à Bahia com a saída da Ford de fato em 2021 e o impacto foi muito grande na geração de empregos, na economia. O que se pode fazer para evitar que isso volte a acontecer, presidente?

PRESIDENTE LULA – Olha, é muito difícil você evitar que uma empresa tome a decisão de sair para um país ou para outro país. O que é que você tem que garantir? O que você precisa garantir para essas pessoas é que o povo tenha um poder executivo razoável que possa comprar os carros que são produzidos aqui. O que traz uma indústria para um país é o mercado.

Se uma indústria não vê possibilidade de alguém consumir o produto que ela vai fabricar, ela não vem para o país. Então nós temos duas coisas, nós temos o mercado interno brasileiro que é forte e importante e nós temos a capacidade de produzir para exportar para toda a América Latina. O que o Brasil precisa trabalhar é construir parceria com a América Latina e isso aqui é um mercado importante para a BYD e eu acho que é o que eles querem, na verdade.

Ou seja, você pode produzir carro aqui, pode produzir carro em outro país, você pode produzir uma parte [do carro] aqui, pode produzir em outro país. O que é importante é que ela está revolucionando o comportamento da indústria automobilística brasileira. E viva Camaçari, viva a Bahia! E viva o nosso governador Jerônimo [Rodrigues], que é o felizardo com isso.

Bom, e além da BYD, finalmente saiu a ponte de Itaparica. Essa ponte foi um parto difícil, o Rui Costa [Ministro da Casa Civil] sabe o quanto ele sofreu, quantas vezes eu falei com o Xi Jinping [presidente da China], “o meu amigo, e a nossa ponte? E a nossa ponte?” Está acertada, a ponte vai ser construída, os estudos da fundação das 105 estacas já estão prontos, isso vai iniciar um investimento de R$ 11 bilhões. E vai ser uma outra revolução para o desenvolvimento da Bahia.

Mas eu queria aproveitar essas perguntas suas, Ricardo, e fazer uma coisa que ninguém pergunta e eu preciso falar, se você permitir aqui, a entrevista é minha, mas eu vou falar uma coisa para você: é só para dizer para o povo baiano o momento que está vivendo o Brasil. Eu sei que a gente ainda não fez tudo e tem muita coisa para fazer e sempre haverá muita coisa para fazer no Brasil, mas vamos pegar o 2 de julho de hoje e ver como está a situação do Brasil.

Nós temos a menor taxa de desemprego da história do Brasil; nós temos o maior estoque de emprego formal, é o maior da história: 48 milhões de trabalhadores; nós temos o rendimento real do trabalhador que chegou ao maior valor da série histórica desde 2012; nós temos a massa salarial que alcançou o maior patamar histórico desde 2014; nós temos o índice de rendimento domiciliar per capita que é o menor da história; nós temos o índice da extrema pobreza que caiu para o menor nível da história; nós temos a exportação da indústria que foi o maior da história; nós temos o número de turistas estrangeiros que vai chegar a 10 milhões este ano e já bateu o recorde de 7 milhões em 2024; nós temos o Plano Safra que é o maior da história, o maior, ontem nós anunciamos do agronegócio e anteontem anunciamos do pequeno negócio, os dois juntos são R$ 605 bilhões, nos 3 anos do nosso governo é 1 trilhão e 700 bilhões de reais, no governo passado nos 3 anos foram apenas R$ 800 bilhões; mas ainda, nós temos o ENEM, é recorde outra vez na história do Brasil de alunos de inscritos; e nós temos pela primeira vez mais de 20% da população de 25 anos que tem ensino superior. Tudo isso cara, é motivo de orgulho para um presidente da república que não tem diploma universitário e que é o presidente que mais fez universidade na história do Brasil.

RICARDO ISHMAEL – Presidente, eu queria aproveitar, já já a gente fala sobre as universidades também, mas eu queria no tocante a questão do IOF agora avançar, conversando com o senhor, um dos assuntos mais comentados hoje no Brasil, a questão do imposto sobre as operações financeiras, a AGU já disse ontem inclusive que vai recorrer, a contra derrubada do aumento anunciada...

PRESIDENTE LULA – Já recorreu, já recorreu.

RICARDO ISHMAEL – Já recorreu, hoje inclusive. Bom, essa derrubada partiu do Congresso, e é preciso lembrar que a votação na Câmara [dos Deputados] foi expressiva, tem os dados aqui, foram 383 votos contra 98, o texto foi confirmado pelo senado, e minha pergunta é, presidente, não há uma outra saída que não seja a judicialização? Até por que pode trazer uma instabilidade maior?

PRESIDENTE LULA – Deixa eu te dizer uma coisa, Ricardo, porque muitas vezes as pessoas fazem uma tormenta desnecessária. Veja, o presidente da República tem que governar o país, e decreto é uma coisa do presidente da República. Você pode ter um decreto legislativo quando você tem alguma coisa que fira muito a constituição, o que não é o caso.

O governo brasileiro tem o direito de propor o IOF, sim, e nós não estamos propondo aumento de imposto, não, nós estamos fazendo um ajuste tributário nesse país para que os mais ricos parem um pouco, para que a gente não precise cortar dinheiro da educação ou da saúde. É isso que nós estamos fazendo. Ou seja, houve uma pressão das bets, houve uma pressão das fintechs, eu não sei se houve pressão do sistema financeiro, o dado concreto é que os interesses de poucos prevaleceram dentro da Câmara e do Senado, o que eu acho um absurdo! E veja, eu sou um cara agradecido ao Congresso, eu não sou um cara que tem uma rivalidade com o Congresso, o Congresso aprovou muitas coisas que a gente queria, no mesmo dia que ele aprovou o decreto legislativo derrubando o IOF que nós apresentamos, ele aprovou uma série de coisas, eu sou agradecido.

Mas se eu não entrar com recurso no Poder Judiciário, se eu não for à Suprema Corte, ou seja, eu não governo mais o país, cara. Esse é o problema, cada macaco no seu galho, ele legisla e eu governo, sabe? Eu mando um projeto de lei, eles podem vetar, eles podem aprovar ou não, se eu vetar eles podem derrubar meu veto, e se eu não gostar eu vou no Poder Judiciário.

Ora, qual é o erro nisso? O erro, na minha opinião, foi o descumprimento de um acordo que tinha sido feito num domingo à meia-noite na casa do presidente Hugo Motta, lá estavam vários ministros, lá estavam vários deputados, lá estava o companheiro Fernando Haddad [ministro da Fazenda] com a sua equipe, festejaram o acordo no domingo! Eu estava em Nice, no Congresso dos Oceanos na França, eu liguei para a Gleisi Hoffmann [ministra da Secretaria de Relações Institucionais] e perguntei como é que foi a reunião, ela estava maravilhada com a reunião, nunca vi tanto abraço, tanto carinho, tanta concordância.

Quando chega na terça-feira, o presidente da Câmara toma uma decisão que eu considerei absurda. Agora, você pode perguntar, tem um rompimento com o Congresso? Não.

RICARDO ISHMAEL – Não tem.

PRESIDENTE LULA – O presidente da República não rompe com o Congresso. O presidente da República reconhece o papel que o Congresso tem, ele tem os seus direitos e eu tenho os meus direitos, nem eu me meto no direito deles, nem eles se metem no meu direito. E quando os dois não se entenderem, a justiça resolve.

RICARDO ISHMAEL – Agora, presidente, do ponto de vista técnico, ou seja, do ponto de vista do impacto do IOF, o entendimento é de que o aumento no imposto impactará tanto os mais ricos quanto os mais pobres, até porque ele tem insídios sobre operações gerais, o financiamento, o crédito para a população, ou seja, os mais pobres.

PRESIDENTE LULA – Como é que você pode falar em corte de gasto, de despesa, tentando mexer na educação? Você sabe qual foi a proposta que eu fiz? É que a gente poderia cortar 10% linear de todos os benefícios fiscais que nós damos no Brasil. Você sabe quanto que tem de isenção e desoneração nesse país? Você sabe quanto que se deixa de pagar imposto nesse país? R$ 860 bilhões. Ora, se você tira 10% linear, o cara que tem 100 vai ficar com 90, ele vai continuar rico, vai continuar tendo benefícios e você não precisaria cortar dinheiro da educação ou da saúde.

Ou seja, eles querem que eu corte o benefício? Eles querem que eu não dê aumento do salário mínimo? Eles querem que eu corte o quê? Nós temos que cortar em quem tem gordura, nós temos que fazer uma bariátrica em quem tem muita gordura, ou seja, tirar um pouco para que a gente possa atender as pessoas mais necessitadas. Foi isso que nós fizemos. Agora, teve festa de São João, todo mundo foi para a festa de São João, depois teve a festa lá de Parintins, todo mundo foi.

Eu vou para a Argentina agora receber a presidência do MERCOSUL, depois eu vou participar do BRICS do Rio de Janeiro. Quando eu voltar, eu tranquilamente vou conversar com o Hugo [Motta], vou conversar com o Davi Alcolumbre [presidente do Senado] e vamos voltar à normalidade política desse país.

RICARDO ISHMAEL – O senhor pensa, presidente, de repente, em rever a questão dos benefícios fiscais do Brasil?

PRESIDENTE LULA – Veja, o problema do Brasil é o seguinte, eu quando fui presidente em 2010, eu fiz 47 bilhões de reais de desoneração. E quando eu fazia desoneração, você tinha contrapartida. Você dava desoneração, o empresário tinha que assumir um compromisso. Ou ele dava estabilidade para os trabalhadores, ou ele contratava mais trabalhadores para justificar o porquê da desoneração. A desoneração significa que ele vai descartar pagar um aporto, vai ganhar mais dinheiro e vai para quê esse dinheiro? Só para ele, não. Tem que ter um benefício.

Desta vez, o que acontece é que quando você dá um benefício por cinco anos, quando vai terminando, o cara quer mais cinco, quando vai terminando, o cara quer mais cinco e quando vai terminando, ou seja, uma coisa que é temporária fica definitiva.

E não é possível esse país continuar assim. Não é possível.

Nós precisamos trabalhar para levar o país a ser um país de padrão, de classe média. Nós não podemos ser um país que um dia o povo está bem, no outro dia o povo está mal, um dia o povo está bem, no outro dia o povo está mal. Pessoal, nós tínhamos acabado com a fome nesse país em 2014.

Quando eu voltei em 2023, tinha 33 milhões de pessoas passando fome. Tem justificativa isso? Então, meu caro, o que nós estamos fazendo, e eu vou dizer uma coisa para você, Ricardo, você é um estudioso, você é historiador, além de ser jornalista, eu quero dizer para você, o Brasil nunca viveu o momento histórico de inclusão social que está vivendo hoje. Nunca viveu o momento de inclusão social que está vivendo hoje.

Eu digo sempre, teve dois momentos históricos de inclusão social. Teve o Getúlio Vargas, que era ditador na época, e fez a consolidação da lei do trabalho, que tirou o trabalhador da febre e escravidão e deu jornada de trabalho para ele. E o salário mínimo que foi feito pelo Getúlio Vargas, que naquele tempo não tinha salário para ninguém, era pago o que queria pagar.

E no nosso governo, cara, no nosso governo. Nós conseguimos tirar 54 milhões da miséria e colocar a comida na mesa das pessoas. Você, Ricardo, um dia vai conhecer o que é a transposição do São Francisco. Você vai conhecer que é a maior obra hídrica do mundo, se não é a primeira, é a segunda.

Para levar água para mais de 13 bilhões de pessoas, que D. Pedro tentou fazer em 1846 e não deixaram. E que depois de 150 anos nós tomamos coragem e fizemos. E tem água.

Você vai conhecer o que é o maior projeto hídrico do Brasil, levando água para quem via de manhã, sabe, seu filho queria um copo de água para beber e não tinha. Eu, com 7 anos de idade, Ricardo, eu ia num açude pegar água para beber, pegar pote de água. E eu sei o que é separar febre de vaca, xixi de cabrito, tudo para você poder pegar um copo de água e tomar.

Então nós estamos levando defesa ao povo brasileiro. Isso custa? Custa. É como universidade.

Ô Ricardo, é tão absurdo o negócio da universidade no Brasil que eu não consigo compreender porque que tem que ser um torneiro mecânico que não tem diploma universitário que tem que fazer as coisas. Santo Domingo, que foi descoberto pelo navio do Cristóvão Colombo em 1492, teve a sua primeira universidade em 1532, Ricardo. 1532, Ricardo!

Sabe quanto foi a primeira universidade brasileira? Em 1920!

RICARDO ISHMAEL – Presidente, deixa eu aproveitar já que o senhor traz essa questão da universidade para trazer uma pergunta aqui que é a seguinte. 80% das universidades brasileiras elas caíram no ranking global.

Isso é um dado concreto. A UFBA (Universidade Federal da Bahia), por exemplo, ficou com a pior posição dela desde o começo da medição. O principal fator apontado por especialistas e estudiosos é a questão da queda em pesquisa que teria puxado, portanto, esse percentual.

Há planos para aumentar isso, presidente, do ponto de vista da pesquisa? E por que essa redução, presidente?

PRESIDENTE LULA – Vamos dizer, a queda da pesquisa é por conta da redução de investimentos. E a gente não pode discutir isso sem lembrar que esse país em 2016 teve um golpe. E depois teve a loucura do presidente Bolsonaro [Jair, ex-presidente da República], que praticamente não só destruiu as universidades, como não fez nada para as universidades brasileiras, não fez nada para as bolsas, não fez nada para a cultura, não fez nada para a igualdade racial, não fez nada para os indígenas.

Ou seja, as pessoas não podem se queixar sem lembrar o que aconteceu. O vendaval que aconteceu nesse país. Nós estamos retomando e não vai faltar dinheiro para a pesquisa, não vai faltar dinheiro para fazer nossos laboratórios, não vai fazer dinheiro para os hospitais universitários.

Aliás, é importante lembrar que domingo vai ter uma ação em nível nacional de todos os hospitais universitários fazendo cirurgia no povo brasileiro. Para tentar diminuir a quantidade da fila das pessoas que esperam. Todos os hospitais universitários do Brasil vão se dedicar, no domingo, para fazer cirurgias no povo brasileiro. Certamente, aqui na Bahia vai ter.

RICARDO ISHMAEL – O Hospital da UFBA. O senhor menciona a questão dos povos indígenas. Essa é a minha próxima questão, presidente. Os povos originários da Bahia. Eu tenho uns dados aqui, eu quero trazer para o senhor, para nós. Existem quatro territórios hoje na Bahia, que são antigos, demarcados pela FUNAI há bastante tempo.

Mas as homologações de fato, feitas pelo Ministério da Justiça, não saem. E a justificativa é a seguinte, do ministério, é que essa demora está relacionada com a Lei 14.701, que ficou conhecida como a Lei do Marco Temporal. Ainda que essas terras indígenas da Bahia sejam anteriores à Constituição de 88.

Pois bem, o senhor chegou inclusive a vetar a lei, mas o Congresso derrubou o veto. Na semana passada, e eu trago esse dado aqui para a nossa conversa, o STF [Supremo Tribunal Federal], que se colocou contrário inclusive ao Marco Temporal ao julgar o caso de uma terra indígena em Santa Catarina, fez uma última reunião na mesa de conciliação e mais uma vez sem acordo. Pergunta é a seguinte, presidente, como é que o governo pretende lidar com isso, com essa queda de braços daqui para frente? E mais, como é que as forças de segurança federais podem atuar para que se evite novos conflitos, sobretudo no sul da Bahia?

PRESIDENTE LULA – Deixa eu dar um dado para você primeiro. Um dado muito importante. Nós tomamos posse em 2003. De lá para cá, nós já tivemos um recorde de legalização de território quilombolas. 21 títulos e 32 decretos de declaração. É o maior da história do Brasil. Na questão indígena, nós já legalizamos 13 terras indígenas que foram homologadas definitivamente e foram 11 portaria declaratórias.

É o maior feito num único período de governo nesse país.

Ora, o que acontece de fato de direito? Veja, eu acho que quando o Congresso Nacional se comportou, sabe, tentando derrubar a questão do marco temporal, que eu vetei a maioria das coisas que foram feitas, ficou o que estava aprovado no Congresso Nacional. O que está valendo foi aprovado no Congresso Nacional.

O ministro Gilmar [Mendes, do Supremo Tribunal Federal] assumiu para ele a tarefa de tentar fazer acordo nacional sobre a questão indígena. Já foi negociada uma terra lá na questão do Mato Grosso do Sul, onde o governo federal comprou 10 mil hectares de terra para garantir que os índios guarani-kaiowá usassem os pedaços daquela terra. E nós vamos entender, sabe, que tem uma comissão de negociação que envolve os indígenas, que envolve a Câmara, que envolve o Supremo Tribunal Federal e que envolve o governo, que está discutindo essa questão do marco temporal.

É importante resolver para que a gente possa evitar violência. Aqui na Bahia, você tem um conflito que todo dia eu ouço falar dele. Todo santo dia alguém me pergunta do conflito dos indígenas na Bahia.

E você tem um conflito entre pobres. É um conflito entre pobres. É que você tem uma turma de indígenas pobres que querem ficar na sua terra, que historicamente é deles, e você tem pessoas que moram lá há dezenas de anos, há 50 anos, que acham que a terra é deles.

Nós não queremos que haja um conflito. Então nós vamos ter que perder mais tempo numa mesa de negociação para que a gente se coloque de acordo. Nós temos vários conflitos no Brasil dessa natureza.

Cidades construídas em terras indígenas, e que nós vamos ter que encontrar um acordo porque eu não posso tirar a cidade ou expulsar a cidade. Eu não posso expulsar as pessoas todas. Eu preciso encontrar uma solução pacífica para que a gente possa resolver esse problema.

É um problema sério. É um problema sério, mas que tem solução se a gente dedicar um tempo, muito, mas muito auspicioso, para que a gente consiga negociar com as duas partes. Eu não quero pobre brigando com pobre.

Eu não quero indígena brigando com o trabalhador rural que está lá, para sobreviver também com a sua família. Eu quero que se coloque de acordo e cada um fique em um canto para que a gente possa resolver isso pacificamente. Terra tem.

Terra tem. Se for preciso comprar, a gente tem dinheiro para comprar terra. O que precisa é se colocar de acordo.

Na política do tudo ou nada, a gente fica sem nada.

RICARDO ISHMAEL – Com relação ao uso das Forças Federais de Segurança para...

PRESIDENTE LULA – Na verdade, a Força de Segurança só entra no Estado quando o Estado precisa, quando o Estado pede. A gente não faz nenhuma intervenção com a Força de Segurança.

Se tiver um conflito que a política local não está dando conta, em alguns estados a política se coloca do lado, sabe, de um dos lados. E normalmente do lado do mais forte. Então, a Força Nacional entra.

E aí, quando for chamado, quando for pedido pelo governador, a Força Nacional estará à disposição para fazer essa intervenção.

RICARDO ISHMAEL – Muito bem. Presidente, a gente tem a questão da criminalidade no Brasil. Essa é uma realidade, infelizmente, nacional. Os números na nossa realidade baiana eles impactam muito a questão da guerra entre as facções, [há] inocentes no meio do fogo cruzado. Essa é uma questão sensível ao Brasil. Quero ouvir a respeito disso. O que o senhor pensa a respeito disso? E, efetivamente, o que do ponto de vista do governo federal pode ser feito, está sendo feito para que a gente consiga mudar a externalidade tão terrível para o país como todo?

PRESIDENTE LULA – Olha, deixa eu dizer uma coisa, Ricardo. Durante muito tempo, se teve no Brasil uma discussão que eu acho que não chegou a nada, que é quem é que manda na polícia, quem é que cuida da segurança. Se você for olhar a Constituição, a segurança em si, é da responsabilidade do governador do Estado, que tem a Polícia Militar, que tem a Polícia Civil. O Governo Federal tem a Polícia Federal, as Forças Armadas, que não entram nessa história, e a Polícia Rodoviária Federal.

O ministro Lewandowski [Ricardo, ministro da Justiça e Segurança Pública] mandou uma PEC para o Congresso Nacional para definir melhor a participação do Governo Federal no combate ao crime organizado e no combate à criminalidade como um todo. Eu vi uma discussão do ministro Rui Costa com o ministro Lewandowski, e o ministro Lewandowski dizendo para o Rui Costa que tinha no Fundo Nacional de Segurança Pública 2 bilhões de reais, que é o que tem. O Rui falou “isso é uma brincadeira, ministro, porque só na Bahia eu gasto 8 bilhões”.

Então, 2 bilhões para o Brasil inteiro não vai dar, é verdade. Então, o que é que nós queremos discutir? Nós queremos discutir na PEC o seguinte, nós fizemos já 3 reuniões com governadores de Estados. Alguns são contra, os outros são favoráveis.

O que nós queremos construir é uma parceria civilizada entre o Governo Estadual e o Governo Federal para saber qual é o papel de cada um. Onde é que o Governo Federal entra? Só para dar dinheiro ou ele tem uma participação nas decisões políticas do combate à segurança? Nós vamos assumir a responsabilidade mais pelo crime organizado pelas nossas fronteiras. Nós estamos estruturando a Polícia Federal, já montamos uma base da política federal em Manaus para a gente poder tomar conta da Amazônia, para enfrentar o garimpo legal, para enfrentar os madeireiros ilegais, para não venderem o contrabando na nossa fronteira.

Mas é preciso muito mais. Então, essa PEC vai permitir que, na discussão no Congresso Nacional, a gente possa definir claramente o seguinte, como é que o Governo Federal vai participar ativamente do combate ao crime organizado, do combate à criminalidade e à violência no Brasil. Porque ela cresce a cada dia que passa.

E cada dia mais também, o povo vai perdendo confiança na polícia. Veja, a polícia deve ser uma espécie de um guardião da sociedade. A sociedade, quando vê um policial, ela tem que ver uma pessoa que vai lhe ajudar a fazer alguma coisa.

Mas em alguns momentos no Brasil, o policial é visto como o adversário da pessoa que está precisando da polícia. Então, o que nós precisamos é cuidar de encontrar uma fórmula que não tem mágica. É uma fórmula civilizatória.

É entendimento entre o governo do Estado e o Governo Federal para saber onde é que cada um participa. Eu acho que o crime organizado hoje é muito grave, Ricardo, porque o crime organizado é uma indústria multinacional. Ele tem braço no poder judiciário, no poder político, no futebol.

Tem braço em tudo quanto é lugar. O crime organizado está em tudo quanto é lugar! Tem braço internacional.

Então, [para] enfrentar o crime organizado, é preciso que a gente seja mais profissional e invista muita inteligência para que a gente possa combater esse mal que é uma chaga do mundo inteiro. E no Brasil, ela cresce, porque em alguns estados, muitas partes da polícia são condizentes com isso.

RICARDO ISHMAEL – Presidente, estamos aqui caminhando para o fim da nossa entrevista.

PRESIDENTE LULA – Eu pensei que você estava no começo.

RICARDO ISHMAEL – Pois é, também pensei que você estava no começo. Mas eu quero ainda ouvi-lo para finalizar. Quais são os projetos e oportunidades que o senhor pensa ainda no seu mandato para o Estado da Bahia?

PRESIDENTE LULA – Olha, deixa eu te falar. Nós temos um PAC na Bahia, que é um PAC poderoso na Bahia, viu, Ricardo? Me parece que são 107 bilhões de reais, dos quais 32 bilhões já foram executados.

Ou seja, tem muita coisa na Bahia. Tem coisa de adutora, tem coisa de irrigação, tem Minha Casa Minha Vida, tem coisa na área da saúde.

Porque, veja, nós agora criamos um programa, que é o seguinte, chamado Agora Tem Especialista. Qual é o problema do Ricardo? O Ricardo sai do trabalho dele na Rede Globo, vai para casa e tem um mal-estar. Aí ele vai numa UPA, a primeira que ele encontrar.

Aí o médico atende o Ricardo e fala, “olha, você está precisando de um cardiologista”. Aí o Ricardo vai marcar o cardiologista, demora 10 meses, 11 meses. Aí quando ele vai no cardiologista, o cardiologista pede uma ressonância magnética com mais 10 meses.

Ninguém espera 20 meses para se tratar. Agora vai ter. Nós estamos trabalhando agora num conjunto, inclusive com os hospitais particulares, para que a gente consiga fazer com que em menos de 30 dias a pessoa possa fazer os exames que tem que fazer. Se eu for no médico e ele pede um especialista, tem que ser imediato o especialista.

Se ele pede uma radiografia, tem que ser rápido. A gente não pode [esperar]. Esse é um programa novo, que nós achamos que até o final de agosto ele vai estar concluído.

Antigamente a pessoa morria com a receita em cima do criado, porque ele não podia comprar remédio. A gente começou a dar 41 remédios de graça no [programa] Farmácia Popular. 41 remédios de graça para que ninguém morra por falta de remédio.

Agora tem o especialista. Então nós precisamos dar o especialista também, e dar a máquina para ele fazer a radiografia, a ressonância magnética, fazer o que ele tiver, tomografia. Ele tem que ter esse direito.

E é isso que nós estamos fazendo agora. Ô, Ricardo, esse país estava tão destroçado que quando nós chegamos na presidência, tinha 12 mil médicos no Brasil todo. Hoje nós estamos com 28 mil médicos, cara.

Ou seja, é o elementar que o povo precisa. É o elementar. Então, meu querido, é o seguinte.

Eu estou convencido, Ricardo, que a Bahia... Não só a Bahia tem muita coisa, porque o Rui Costa é o chefe da Casa Civil. É ele que define prioridade. Então, eu fico só de olho se ele não está puxando as coisas para a Bahia.

RICARDO ISHMAEL – Presidente, ficaríamos aqui conversando mais. O jornal está chegando ao fim. Eu quero agradecê-lo mais uma vez, nessa agenda apertada por nos receber aqui, enfim, no hotel.

Vai agora, tem uma agenda lá no 2 de julho e em seguida viaja para a Argentina. Mais no fim da tarde.

PRESIDENTE LULA – Eu vou para a Argentina amanhã receber a presidência do MERCOSUL e lhe dizer uma novidade.

Eu assinarei o acordo MERCOSUL-União Europeia neste meu mandato de presidência do MERCOSUL. Vai ser o maior Acordo Comercial da História. São 722 milhões de habitantes nos dois blocos e um PIB de US$ 27 trilhões.

Ou seja, não vai faltar oportunidade para a gente fazer negócio no mundo. É isso.

RICARDO ISHMAEL – Muito obrigado, presidente.

PRESIDENTE LULA – Obrigado a você, Ricardo.

Tags: EntrevistaDia 2 de julhoIndependência do BrasilBahiaEmpregoMercado de trabalhoAções do Governo Federal
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