Pronunciamento do presidente Lula durante cerimônia de entrega da Barragem Panelas II, em Pernambuco
Eu queria ter uma conversa às seis horas e dois minutos da tarde, portanto, boa noite. Me parece que hoje é noite de lua cheia. Os românticos desta região que se preparem, porque hoje é noite de lua cheia e não é brincadeira.
Mas eu queria cumprimentar as pessoas que vieram para cá, queria cumprimentar o meu ministro Rui Costa, que é o responsável pela Casa Civil, o companheiro que organizou esse PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. E só para vocês saberem, o PAC, a nível nacional, tem 1 trilhão e 700 bilhões de reais de investimento. Aqui em Pernambuco, o PAC todo tem 45 bilhões e 900 milhões de reais, dos quais, até agora foram efetivados 22 bilhões de reais, e tem muitas obras que estão em execução.
Eu estou dizendo isso porque é muito importante o que está acontecendo no Brasil. Eu, quando vejo os meus ministros dizerem o melhor presidente do Brasil, o prefeito de Cupira [Eduardo Lira] dizer o melhor presidente do Brasil, eu obviamente que fico orgulhoso disso, e ao mesmo tempo eu fico triste, porque se o Brasil tivesse tido muitos presidentes melhores do que eu, o Brasil estaria muito melhor do que está.
A verdade, meu caro prefeito Eduardo Lira, e sua primeira dama, a verdade é que as pessoas nunca levaram em conta o cuidado do Nordeste brasileiro.
O Nordeste era conhecido como a região do Brasil que tinha mais mortalidade infantil, mais desnutrição, mais desemprego, que tinha muito mais crianças saindo da escola, era uma região conhecida por ter mais analfabeto e menos universidade, por ter menos mestres e doutores, ter menos pesquisadores.
Era a região conhecida por ter menos energia elétrica, as pessoas viviam na base do candeeiro. E eu fui embora em 1952, com sete anos de idade, por conta da fome e da seca.
E fui vítima de muito preconceito em São Paulo, porque sobreviver ao preconceito não é uma coisa fácil, e não é todo mundo que tem coragem de enfrentar, e é com muito orgulho.
Sou filho de uma mulher nascida em Caetés, naquele tempo era Vagem Comprida, só virou Caetés de 1962, que era subdistrito de Garanhuns. Levei 13 dias de pau de arara, comendo farinha de mandioca e rapadura, e tomando água do Rio São Francisco sem nenhum tratamento. Fui à procura do meu pai, que tinha engravidado a minha mãe em fevereiro de 1945, e foi embora para São Paulo.
Fui para São Paulo para encontrar o meu pai, minha mãe com oito filhos pequenos segurando o rabo da saia. Quando chegamos em São Paulo, depois dessa amargura de 13 dias, encontramos meu pai casado com outra mulher e já tinha quatro filhos com ela.
Eu estou contando essa história para dizer para vocês que não há nenhuma razão para a gente desistir, não há nenhuma razão para a gente ter medo. Um dia, meu pai tinha pedido para eu e meu irmão irmos ver uma chata [embarcação rude de fundo chato e de costado baixo] que ele tinha, uma canoa-remo que ele tinha no rio, choveu, e eu e meu irmão não conseguimos ir.
Lá perto do aeroporto, João [Campos, prefeito de Recife], onde seu pai sofreu um acidente, naquele aeroporto da base aérea do Guarujá. A gente ia num rio chamado Rio Caraú, atrás daquele aeroporto, e quando nós chegamos no aeroporto, começou a chover, eu e meu irmão, eu tinha oito anos, nós ficamos com medo e voltamos. Quando chegou de noite, meu pai perguntou, vocês foram ver o meu barco? Eu falei: “Fomos”.
“O barco está lá?” Eu: “Está lá”. Só que mentira tem perna curta, e como a gente não tinha ido, o barco não estava lá.
E de manhã, meu pai foi pegar o barco para atravessar do Itapema, onde a gente morava, para Santos, e encontrou um amigo dele que falou: “Aristides, rapaz, roubaram o teu barco. Eu vi alguém com o teu barco em tal lugar”. E meu pai chegou em casa de noite e perguntou: “Vocês foram ver o barco?”
Nós: “Fomos”. Meu pai falou: “É mentira”. Ele pegou uma mangueira e deu uma surra no meu irmão Frei Chico, que tinha 10 anos de idade, ou 11, Frei Chico estava preparado para ir para a escola. Ele deu uma surra, o meu irmão se mijava todo nas calças de apanhar, e eu era o caçula.
E quando o meu pai parou de bater no meu irmão, ele foi me dar uma mangueirada, mas a minha mãe entrou na frente. A mangueira bateu na cabeça dela. Sabe o que ela fez? Pegou os oito filhos e foi embora de casa, para o homem aprender a criar vergonha porque o homem não foi feito para bater em mulher.
Ela sozinha criou oito filhos e o caçula dela virou presidente da República deste país. Isso é importante para vocês saberem, porque muitas vezes um casal briga porque tem dificuldades, sobretudo quando tem problema financeiro.
E não é justo, a gente não pode desistir das coisas que a gente quer, a gente não pode desistir das coisas que a gente almeja. Eu nunca vi a minha mãe, mesmo quando ela não tinha comida para colocar no fogão para oito filhos, eu nunca vi a minha mãe se desesperar.
Ela falava, hoje não tem, mas amanhã vai ter. E foi assim que eu fui criado. É por isso que quando eu cheguei na Presidência da República, companheiros João, companheiro Raquel Lyra [governadora de Pernambuco], Humberto [Costa, senador], Wolney [Queiroz, ministro da Previdência Social], Waldez [Góes, ministro da Integração Nacional e do Desenvolvimento Regional], eu sabia que em 1846, Dom Pedro II tinha tentado fazer a transposição do rio São Francisco para levar água para o semiárido nordestino.
E essa obra nunca foi feita. Por quê? Porque alguma parte de governadores de outros estados não deixava fazer. Depois de mais de 130 anos, eu ganhei as eleições e eu falei: “Eu vou fazer a transposição do rio São Francisco, eu vou levar água para 13 milhões de nordestinos que estão no semiárido, custe o que custar”.
E hoje eu posso dizer para vocês, é a obra hídrica mais importante do mundo. Porque não é só o canal que sai do São Francisco com 640 quilômetros. É o canal que vai para o Rio Grande do Norte, que vem para Pernambuco, que vai para o Ceará, que vai para Paraíba, interligando todos os açudes.
Eu tenho falado para o ministro Waldez, o povo brasileiro não sabe o que é a transposição, vocês não sabem porque nunca foi mostrado para vocês e eu agora vou querer que todo mundo saiba o significado da transposição das águas do rio São Francisco, que é a maior obra hídrica já feita neste país.
E foi um pernambucano, sem diploma universitário, que quase morreu de fome, que vivia, Maria do Carmo [moradora beneficiada pela Barragem], numa casa que dava muita cheia. Várias vezes a minha casa entrou um metro e meio de água dentro de casa.
Quantas vezes eu acordei à noite vendo um rato tentando escapar, barata. E eu tinha que levantar de noite, tirar a minha mãe, tirar as coisas que eu tinha, que eram poucas. Eu era tão miserável que nem televisão eu tinha. Então, não tinha muito o que perder, a não ser a cama. E a gente ganhava naquele tempo colchão de capim da prefeitura. Isso não me fez desanimar.
Eu estou aqui. Isso não me fez desistir. E nada, nada me fará desistir. Nada. Eu tenho obsessão na vida. É por isso que nós somos um governo que fizemos o Luz para Todos, tirando mais de 17 milhões de pessoas da escuridão. Pessoas que viviam no século XVI e nós trouxemos para o século XX.
É por isso que nós criamos o Farmácia Popular, que já atendeu no Brasil mais de 40 milhões de pessoas, dando 41 tipos de medicamentos de uso contínuo totalmente de graça. É por isso que nós somos o governo do Mais Médicos. Aqui em Pernambuco, só para vocês terem ideia, o que é o desmazelo dos irresponsáveis que governaram este estado.
Nós precisamos aprender uma lição. Quando alguém pede para a gente colocar uma raposa para tomar conta das nossas galinhas, não acreditem.
Pelo amor de Deus, não acreditem mesmo que a raposa tenha cara de anjo. Não acreditem, porque ela vai comer as galinhas. Eu queria perguntar para vocês se vocês se lembram de alguma obra que o governo passado fez aqui em Pernambuco.
Se tiver bolsonarista, por favor, me desafie aqui a dizer o que ele fez. Porque é preciso acabar com essa pouca vergonha deste país. Das pessoas ficarem mentindo para o povo através do celular, falando mal.
É preciso a gente saber que esse ano vai ser o ano da verdade neste país. Quem mentir vai se lascar, porque nós vamos provar que ele é mentiroso.
Se tem alguém neste país que sabe o que é o sofrimento deste povo, sou eu. Porque eu sei o que é ficar desempregado um ano e meio como eu fiquei. Eu sei o que é ir trabalhar sem almoçar, sem tomar café e não ter dez centavos para pagar o ônibus. Eu sei o que é levar marmita com ovo frito de noite para você comer no almoço.
Eu sei o que é viver em casa que dá enchente. Quando eu casei pela primeira vez, João, fui morar num apartamento, numa casinha, quarto e cozinha. Quando chovia, parecia cada lesma na parede desse tamanho. Eu gastava quase todo o meu sal matando a desgraçada da lesma, porque a minha mulher tinha medo.
Então eu sei o que é sofrimento. E por que que nunca cuidaram do Nordeste brasileiro? Porque os que foram eleitos nem sabiam o que era o Nordeste, nem conheciam o Nordeste. É uma falta de vergonha. Eu dizia para vocês: a fome não é falta de produção de alimento.
A fome é falta de dinheiro. E falta de dinheiro é falta de vergonha dos governantes. Porque custa muito barato cuidar dos pobres. O que é difícil é cuidar dos ricos.
É por isso que nós aprovamos a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais. É por isso que nós vamos distribuir gás de graça para mais de 17 milhões de famílias.
É por isso que a gente fez a isenção da luz [programa Luz para Todos]. Quem consome até 80 quilowatts, ou até 120, vai pagar menos. É por isso que nós criamos o Mais Médicos.
No Brasil, quando nós chegamos na Presidência, tinha 12 mil médicos. Nós já temos 27 mil médicos hoje. Em Pernambuco, quando nós chegamos aqui, tinha 874 médicos. Hoje, nós temos 1.700 médicos. Um crescimento de 97% de médicos neste estado. Aqui em Pernambuco, pelo Farmácia Popular, nós temos 1 milhão e meio de pessoas recebendo remédio de graça.
Aqui em Pernambuco, nós estamos fazendo muitos institutos. Agora são mais seis. O Instituto de Águas Belas, Araripina, Bezerra, Goiana, Recife, Santa Cruz e Capiberibe. Aqui em Recife, o Pé de Meia, em Pernambuco, atende 273 mil jovens que estavam desistindo da escola porque precisavam ajudar no orçamento de casa e nós criamos uma bolsa para essa molecada ficar na escola.
Aqui tem um dado que eu muito me orgulho. A primeira universidade federal no Brasil foi feita em 1920. 420 anos depois do Brasil ser descoberto. Na República Dominicana, a primeira universidade feita foi em 1532. E olha que a República Dominicana foi o país onde chegou Cristóvão Colombo em 1498. 40 anos depois, Raquel, já tinha a Universidade de Santo Domingo.
E aqui nós esperamos 420 anos para fazer a primeira. E do que eu tenho orgulho? Em 83 anos, a elite formada desse país fez 138. E, em apenas 10 anos, fiz 143 universidades neste país. Em um século, a elite brasileira fez 140 institutos federais. Eu vou entregar o governo com 782 institutos federais.
Porque eu quero esse povo formado. Eu quero que os filhos de vocês tenham aquilo que eu não tive. Aquilo que o pai de vocês não teve. Educação e profissão. Porque um homem com profissão, ele vale muito mais. Uma mulher com profissão vale muito mais.
Uma mulher que tiver uma profissão e trabalhar, não vai viver com um homem a troco de um prato de comida ou aluguel. É este país que a gente tem que construir.
Então, quando chegar a época das eleições, a gente tem que saber quem é quem. A gente não pode voltar em alguém sem saber se ele pensa diferente de nós. Por que foi eleita tanta gente ruim esse ano? Por que foi eleita? Eu, sinceramente, não consigo entender. Não consigo entender como é que o povo pobre vota em alguém que ele sabe que não vai fazer nada por ele.
É apenas uma questão. É apenas uma questão de consciência. Vocês tomariam para ser padrinho do filho de vocês o inimigo? Quem é que vocês escolhem para ser padrinho ou madrinha? Uma pessoa que vocês gostam. Uma pessoa que vocês confiam. Porque vocês sabem que se vocês faltarem, o padrinho pode tomar conta.
Agora, se você não escolhe um padrinho que você não gosta, por que você escolhe um deputado que você sabe que não vai fazer nada por você? Você acha que quando ele chegar em Brasília vai lembrar de você?
Vocês acham que os presidentes que governaram este país conhecem esta cidade? Conhecem o Nordeste? Sabem o que é a fome? Sabem o que é o analfabetismo? Não sabem. Então, se não sabem, não vão cuidar. Aqui deve ter muito professor. Aqui deve ter jornalista.
Façam uma pesquisa. Desde a Proclamação da República em 1889. Pegue quando o Marechal Deodoro assumiu, no golpe que deram em Dom Pedro II. Essa é a verdade, no golpe que deram em Dom Pedro. Pegue a história e veja quais dos presidentes deste país que cuidaram do Nordeste. Peguem. Não acreditem em mim, pesquisem. E vocês vão encontrar razão porque o Nordeste era eternamente pobre.
Agora eu tenho orgulho. Hoje eu estou aqui inaugurando a adutora. Hoje eu fui inaugurar um investimento de 9 bilhões de reais na Petrobras, que vai sair de 130 mil barris para 260 mil barris de petróleo em Pernambuco.
Vou sair daqui hoje à noite e vou para o Ceará. Amanhã vou entregar carteirinha de professor, porque o professor agora tem uma carteirinha que nem a de advogado. Professor vai ter desconto no cinema, em passagem de avião, em viagem de hotel e em farmácia.
E vão andar de carteirinha bonita. Quando alguém perguntar, o que você faz? Pega a carteirinha e fala: “Eu eduquei o seu filho. Eu eduquei seu neto”.
E depois que eu entregar as carteirinhas, eu vou fazer o quê no Ceará? Inaugurar uma indústria automobilística no Ceará, que nem inauguramos em Goiânia em 2010. Porque o Nordeste precisa receber a indústria. Não é só São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais. É o Nordeste brasileiro que tem que receber.
Então é essas coisas que nós estamos fazendo, companheiros. E é por isso que eu estou orgulhoso. Hoje é um dia feliz para mim. Porque quando eu vejo uma adutora dessa, quando a gente apertou aquele botão, vocês não viram o jato d'água que saiu. Parecia um véu de noiva. A coisa mais linda do mundo.
Para quem saiu daqui de Pernambuco por causa da seca e viu uma coisa daquela, se eu morresse ali, eu estava realizado como ser humano pela minha passagem da Terra. Mas ainda é pouco. Porque o povo merece muito mais e nós temos que fazer muito mais.
Mas eu vou terminar dizendo uma coisa para vocês que nós estamos vivendo um momento muito bom no Brasil. A inflação está controlada. É a melhor, é a menor inflação da história do Brasil em quatro anos. É o maior aumento de salários mínimos em quatro anos.
É a maior massa salarial em quatro anos. É o menor desemprego da história do país desde que se mede emprego nesse país. Se tudo isso está melhor, eu vou dizer para vocês: melhor tem que ficar o nosso caráter e a nossa dignidade.
Eu, hoje falei sobre um negócio na Petrobras e vou repetir aqui. Essa semana, eu…. domingo à noite, a Janja [Lula da Silva, primeira-dama do Brasil] já estava chorando por causa de uma matéria no jornal. Um canalha atropelou a mulher, arrastou a mulher por um quilômetro e a mulher perdeu duas pernas. Depois, ela estava chorando porque no dia seguinte, em Recife, um outro cidadão trancou a mulher grávida dentro de casa com três filhos e tocou fogo na casa e matou todos.
Depois, ela estava chorando porque viu um outro cara pegar duas pistolas e matar a mulher dele a tiros. Eu fico me perguntando que mundo é esse? Nós, homens. Agora é só para nós, homens. Nós, homens, que fazemos parte da espécie animal do planeta, que, teoricamente, somos mais inteligentes que os outros animais.
Nós roubamos sem precisar de nada, sem estar com fome. Nós matamos a troco de nada e agora a violência contra a mulher. O que faz um canalha levantar a mão para bater na mulher?
A minha mãe, que nasceu analfabeta e morreu analfabeta, me dizia: “Meu filho, se você brigar com a sua mulher, nunca levanta a mão para ela. Vá embora de casa. Se você não gostar mais dela, vá embora de casa. Se ela não gostar de você, deixe ela ir embora.”
Porque ninguém é obrigado a morar com ninguém se não quiser morar. E eu pego a minha mãe como exemplo. A minha mãe é o exemplo de uma pessoa de muito caráter.
Uma mulher nordestina, analfabeta, com oito filhos pequenos, não quis morar com meu pai, a gente foi morar num barracão. Eu vendia amendoim, eu vendia laranja, o outro meu irmão carregava carvão, o outro vendia sardinha, o outro trabalhava no bar, minhas três irmãs com oito ou nove anos trabalhavam de doméstica porque a gente queria provar que caráter a gente não compra em shopping center, não compra em free shop. Essas coisas a gente nasce de berço.
E, portanto, eu vou começar um movimento. É a primeira vez neste país ou talvez no mundo, em que o presidente da República vai assumir uma campanha junto com todos os homens de caráter para que ninguém seja violento contra as mulheres nesse país. Ninguém.
Então, companheiro, não é possível. O cidadão tomou uns “gorós” no bar e chega em casa para descontar na mulher. Por que não descontou no cara lá no bar?
Gente, eu estou dizendo isso porque eu vou fazer uma campanha forte, porque não é possível a quantidade de... Hoje eu vi no celular que uma criança de dois anos foi violentada e estuprada na Bahia.
Qual é a pena que merece um canalha que estupra uma criança? Qual é a pena? Qual é a pena de um cara que descarrega duas pistolas na mulher? Qual é a pena do cidadão que tranca a mulher dentro de casa e toca fogo? Não é possível. Não é possível que a gente não tenha sido educado para não ser violento.
Hoje em dia eu já não gosto de ver ninguém maltratando um cachorrinho. Se você quer maltratar, por que você tem um cachorrinho? Se você tem um passarinho e não quer cuidar, por que você tem ele? Se você vai morar com alguém, por que violentar esse alguém? Por que bater? Por que levantar a mão?
Então eu queria convidar vocês, homens, a fazer uma campanha comigo. Eu queria convocar vocês. Quem tiver disposto a participar dessa campanha em defesa da dignidade, do respeito às mulheres, levanta a mão aqui para a gente mostrar a fotografia.
Aliás, eu vou dizer que quem bater na mulher não precisa votar em mim. É isso. Quem for violento contra a mulher não precisa votar em mim. Eu vou dizer isso porque é preciso educar este país. Educar. A mão foi feita para a gente trabalhar e para a gente fazer cafuné na pessoa amada.
É isso que foi feita a mão. É isso. Portanto, meus companheiros de Cupira, quais são as cidades que estão aqui? Levanta a mão.
Quem é de Cupira? Quem é de Belém de Maria? Quem é de Garanhuns? Pelo menos um. Levanta a mão, pelo menos um aí, pelo amor de Deus. Eu vou levantar sozinho.
Deixa eu dar uma boa notícia para vocês. Vocês lembram daquele processo das empresas que roubavam a Previdência Social? Nós estamos apurando. Tem uma CPI e já tem muita gente presa.
Eu quero dizer para vocês que 3 milhões e 900 mil pessoas já receberam o seu dinheiro de volta. Foram devolvidos 2 bilhões e seiscentos milhões de reais.
Em Pernambuco, minha cara governadora e meus companheiros prefeitos, já foram devolvidos 114 milhões de reais para 165 mil pessoas. Porém, eu não me contento porque eu só vou ficar contente no dia que os sacanas que fizeram isso estiverem na cadeia pagando o preço de roubar o dinheiro de aposentado.
Gente, viva Cupira, viva Barragem, viva Pernambuco, viva o Brasil! E viva o povo brasileiro.