Pronunciamento do presidente Lula durante anúncio de investimentos do Governo Federal no estado do Acre
Eu queria dizer para vocês que a minha vinda ao Acre está há muito sendo cobrada por mim, junto ao meu ministro da Educação [Camilo Santana], junto ao meu ministro dos Transportes [Renan Filho], junto aos ministros que estão comigo aqui, porque o Acre é um estado que eu tenho uma relação muito antes de eu pensar em um dia ser presidente da República desse país, muito antes.
Eu venho ao Acre como companheiro sindicalista desde 1975. Eu vim ao Acre para fundar o nosso partido, eu vim ao Acre para fundar a CUT, eu vim ao Acre muitas vezes para ser solidário a enfrentamentos que aconteciam entre pessoas que queriam desmatar de forma desordenada e os companheiros que não queriam que desmatasse. Eu vim aqui muitas vezes em solidariedade ao companheiro Chico Mendes, e eu queria dizer uma coisa para vocês, e sobretudo para você, governador, e para os meus companheiros ministros que estão sendo ministros pela primeira vez.
Em qualquer estado do Brasil que eu chegar, governado por qualquer governador de qualquer partido, eu posso dizer para os empresários, para os trabalhadores, para os jornalistas pesquisarem. Pode pesquisar para saber se algum presidente da República investiu mais dinheiro naquele estado do que eu. Mesmo no estado de São Paulo, onde o PSDB governou a vida inteira. E o Fernando Henrique Cardoso foi presidente. Eu duvido que se juntar os últimos 10 presidentes da República desse país, eles tenham feito aqui no Acre 10% das coisas que eu fiz aqui no Acre. E vou continuar fazendo, governador, porque quando eu venho a um estado, eu não olho o partido do governador. Eu não olho se o governador gosta de mim ou não. Eu não olho se o deputado vota em mim ou não. Eu venho a um estado de acordo com a qualidade da obra e com a necessidade do povo desse estado.
É por isso que nós somos o governo que mais investiu no estado de Santa Catarina. Nós fizemos em dois anos e meio em Santa Catarina, onde eu tenho um governador que é o maior inimigo nosso. Eles se tratam como inimigo. Nós fizemos em dois anos mais do que eles fizeram nos últimos 10 anos naquele estado. E vamos continuar fazendo.
Eu queria cumprimentar os companheiros deputados que estão aqui presentes. Queria cumprimentar o deputado Antônia Lúcia, Meire Serafim, José Adriano. Quero cumprimentar o nosso querido companheiro que está na minha delegação, o senador Confúcio Moura, do PTB de Rondônia, que está conosco. Eu saindo daqui, eu vou para Rondônia ainda hoje. Quero conversar, quero cumprimentar o companheiro Sérgio Petecão [senador da República], senador que tem votado muita coisa conosco lá em Brasília. Quero cumprimentar o deputado Nicolau Júnior, companheiro presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Acre. Cumprimentar o governador [Gladson] Cameli, cumprimentar os meus companheiros do SEBRAE, que estão aqui, da Apex, que estão aqui. Os nossos companheiros representando o povo indígena desse país. Quero cumprimentar os professores, funcionários dos institutos federais do estado. E quero cumprimentar os companheiros do Incra e dar os parabéns pelo trabalho de vocês.
Eu sempre brinco que quando você é candidato a presidente, quando você é candidato a prefeita, a governador, quando você é oposição, os caras fazem alguma pergunta para você e você responde assim: eu acho, eu entendo, eu acredito, eu penso. Porque não tem compromisso com nada. Quando você exerce um cargo, você não pensa, você não age, você não acredita. Você faz ou não faz. E o mandato tem prazo de validade. Você não tem muito tempo.
Eu duvido, eu duvido que no estado do Acre alguém possa me dizer uma obra que o governo Bolsonaro fez nesse estado, a não ser pregar o ódio entre as pessoas. Podem chegar em Brasília, deputados, e perguntar para os deputados do Acre, para os senadores do Acre. Pode perguntar para quem quiser.
É porque as pessoas não se preocupam em governar o país para o povo brasileiro. Quando eu tomei posse em 1º de janeiro, a primeira coisa que eu fiz foi chamar os 27 governadores de Estado e dizer para eles, eu quero que vocês apresentem ao Governo Federal, de 3 a 5 obras mais importantes do estado de vocês, porque é vocês que sabem quais são as obras mais importantes.
Da mesma forma, nós fizemos com os prefeitos. Nós chamamos os prefeitos e demos o PAC Seleções, para que a gente escolha onde vai o Instituto Federal, aonde vai o Minha Casa, Minha Vida, aonde vai o dinheiro para saneamento básico. Ou seja, não é o presidente da República que tem que escolher. É o prefeito, porque é o prefeito que está lá. É na cidade que o cara estuda, é na cidade que o cara mora, é na cidade que o cara trabalha, é na cidade que ele pega ônibus, é na cidade que ele vai no médico. Ou seja, é lá que acontecem as coisas. Então, o presidente da República tem que ter a humildade de entender que não há país rico com cidade pobre, e não há cidade rica com país pobre.
É preciso que os dois cresçam. E, por isso, eu governo junto com o prefeito e governador, independentemente de que partido seja, que profissão esteja, que time torça. A única coisa que me preocupa é se não torcer pro Corinthians. Mas, de qualquer forma, nem todo mundo pode ser corintiano.
Eu, um dia, estava no Estado do Piauí. O Wellington [Dias, ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome]era governador. E tinha um governador, um ex-governador, chamado Alberto Silva, que era senador. E tinha dado uma enchente no estado do Piauí. Tinha quebrado um dique que tinha lá. E, na minha visita lá, eu, o Wellington e o governador, começamos a discutir quem é que tinha feito mais obra no estado do Piauí. O Wellington falava: “eu fiz isso, eu fiz aquilo”. O outro governador falava: “eu fiz isso, eu fiz aquilo”. Alberto Silva falou assim: “eu não lembro a quantidade de obra que eu fiz. Mas, se tirar do Piauí as obras que eu fiz, acaba o estado do Piauí”.
Então, veja, eu poderia dizer o mesmo aqui para o Acre. Eu só vou enumerar para vocês as coisas que nós fizemos no Acre. Vocês não têm noção do que foi feito por mim e pela Dilma [Rousseff, ex-presidenta do Brasil] no Acre. Nós dois fizemos mais do que Sarney [José, ex-presidente do Brasil], do que Fernando Henrique Cardoso [ex-presidente do Brasil], do que Itamar [Franco, ex-presidente do Brasil], do que Collor [Fernando, ex-presidente do Brasil], do que Bolsonaro [Jair, ex-presidente do Brasil], do que quem vocês quiserem. Até mais do que Dom Pedro II. Só não fizemos mais do que Plácido de Castro [José Plácido de Castro, o líder da Revolução Acreana], que teve a coragem de lutar e criar o estado do Acre. Mas, o restante, nós fizemos aqui.
Quem for a Cruzeiro do Sul, sabe que o aeroporto do Cruzeiro do Sul foi inaugurado por mim. Quem for no Peru ou na Bolívia, sabe que, em 500 anos de história, a primeira ponte entre Brasil e Bolívia fui eu que fiz. Em 500 anos de história, a primeira ponte entre o Brasil e o Peru fui eu que fiz.
E não fiz por que eu quis fazer. Eu fiz porque era necessário fazer para que a gente pudesse pensar num processo de integração do Acre com o restante do Brasil e do Brasil com o restante do mundo. Afinal de contas, pelo Acre, o Pacífico está mais perto da China do que pelo Atlântico.
Está muito mais perto. Então, por que o Acre tem que produzir alguma coisa e levar para São Paulo para exportar? Não. É preciso criar condições dos produtores do Acre, dos empresários que produzem carne, couro, peixe, porco, castanha, possam sair pelo Peru e vender as coisas que ele tem 10 mil quilômetros mais perto da China do que pelo Atlântico. Então, é apenas uma questão de inteligência, de bom senso, e não se importar com quem governa o estado, mas se importar com quem mora no Estado. E quem mora no Estado são brasileiros que precisam ser tratados com respeito. É assim que eu governo esse país.
É assim que eu fiz o Luz para Todos. É assim que eu criei o SAMU. É assim que eu criei o Brasil Sorridente. É assim que eu criei o Minha Casa, Minha Vida. Programas que deram cidadania e respeito às pessoas mais pobres deste país. É por isso que eu tenho muito orgulho. Muito orgulho, porque esta semana a ONU reconheceu que outra vez o Brasil saiu do Mapa da Fome.
Quando eu cheguei, dia 1º de janeiro de 2023, governador, o Brasil tinha 33 milhões pessoas passando fome, 33 milhões. Nós acabamos com isso. Porque tomar café de manhã, comer e jantar não é obrigação, é direito. E todo mundo tem que ter esse direito. Mas bem, companheiro, se for cuidar da questão da saúde, quem fez o Hospital do Câncer em Rio Branco? Quem fez o Hospital de Juruá? Quem fez o Hospital do Idoso em Rio Branco? Quem fez o Hospital da Criança em Rio Branco? Tudo foi esse tal de PT, tão odiado. Foi tudo.
Se perguntar, eu criei o Brasil Sorridente. Por que eu criei o Brasil Sorridente? Porque eu cansava de viajar esse país e ver jovens de 20 anos e jovens, meninas e meninos, sem dente na boca.
E sem dente a pessoa não come direito, a pessoa não sorri direito, a pessoa não beija direito, a pessoa não namora direito, porque não é possível que uma pessoa de 20 anos não tenha dente. Não sabe comer uma castanha, não pode mastigar uma carne. Eu criei um programa chamado Brasil Sorridente para que o povo pobre desse país pudesse tratar o dente.
Eu sei que ainda falta muito, mas essa semana que vem eu vou em São Paulo buscar 500 vans, que é consultório dentário ambulante para a gente andar pelo Brasil tratando dos dentes do povo brasileiro. Vocês estão lembrados que teve uma época, há uns 30 anos atrás, que teve a candidata que entregava uma cesta de dentadura para a pessoa ficar experimentando e colocando na boca. Não, a gente agora é dentista com máquina 3D. Não tem mais molde para fazer, não. Agora é tudo digital. É tudo, sabe, digital.
Em duas horas e meia a pessoa vai sair com a sua prótese perfeita, sorrindo, comendo castanha e carne e namorando. Sem vergonha de namorar, sem vergonha, porque não tem coisa mais bonita do que um sorriso. Vamos ser francos, o sorriso é uma coisa maravilhosa. Se a pessoa não tem dente, ela não vai sorrir.
Então, companheiros e companheiras, eu fico imaginando, quando eu cheguei neste país, em 100 anos, de 1909 a 2003 a elite brasileira tinha feito 140 institutos federais. Eu, que sou o único presidente que não tenho diploma universitário, vou terminar o meu mandato entregando 782 institutos federais neste país. Aqui, neste estado, não tinha nenhum. Não tinha nenhum. Agora são seis ou sete já, com esse de Feijó.
E ainda vai ter mais, porque não há possibilidade de um país se desenvolver sem que antes ele invista na formação, na qualificação do povo do estado e do povo trabalhador. Para a mulher e para o homem se formarem. E nós vamos continuar fazendo isso, governador.
Eu fico imaginando o que aconteceu. Eu sou o único presidente que não tem diploma universitário. Este país teve tanto doutor, teve tanto advogado, teve tanto médico, teve tanto empresário, teve tanto fazendeiro, teve tanta gente com diploma e mais diploma que governou este país. E eu, que não tenho diploma, sou o presidente da República que mais fez universidade na história deste país. E vou continuar fazendo. Vou continuar fazendo.
O Minha Casa, Minha Vida, só contratada, foram 9.356 casas nesse estado. Do faixa 1 foram 7.726 casas. Quantas casas foram feitas no governo passado? Alguém, por favor, levanta a mão se sabe de uma casa que foi feita. Cadê o emprego da carteira profissional verde e amarela? Cadê a minha casa verde e amarela? Este país passou quatro anos de mentira, de instigação do ódio, de fake news, de estupidez.
Um presidente que carregou nas costas e vai carregar. Metade dos mortos da Covid é da responsabilidade dele por ser irresponsável no trato da saúde. Dizer que quem toma vacina vira gay, quem toma vacina vira jacaré, quem toma vacina vira não sei o que.
Em pleno século 21, um presidente ignorante, chucro, que agora mandou o filho dele para os Estados Unidos para ficar pedindo para os americanos dar golpe nesse país. Ele vai saber o que vai custar isso porque vai ter um processo. Se vocês se lembram da história de Joaquim Silvério dos Reis… Foi traidor do Tiradentes.
Esse moleque é traidor de 215 milhões de brasileiros com o prejuízo que os Estados Unidos está dando a esse país. E eu vim aqui para dizer a vocês empresários que exportam, companheiro das cooperativas que exportam, castanheiros que exportam, criador e pescador de tilápia que exportam, pode ter certeza do seguinte: o governo brasileiro não quer ser mais do que ninguém, mas não quer ser menos do que ninguém. O presidente dos Estados Unidos aprenda a respeitar a soberania desse país.
Aprenda a respeitar a soberania e a autonomia do Poder Judiciário brasileiro. E você, Petecão, por favor, não assine pedido de impeachment do Alexandre Moraes porque ele está garantindo a democracia. Quem deveria ter impeachment são esses deputados e senadores que ficam tentando fazer greve para não permitir que funcione a Câmara e o Senado. Verdadeiros traidores da pátria. Eu quero dizer para vocês, o governo brasileiro vai garantir que os nossos exportadores não tenham prejuízo nesse país. Não tenham.
Primeiro, é importante quem exporta saber, em apenas dois anos e meio, nós abrimos 400 novos mercados para os produtos brasileiros. Só para você ter ideia, essa semana que vem, sabe qual é a minha tarefa, o governador? Ligar para a China e pedir para a China comprar um bilhão de dólares de pé de frango que está parado por causa da crise da gripe aviária. E eu vou dizer, a gripe aviária acabou.
Pode comprar do... (incompreensível), pode comprar o nosso pé de frango, porque nós, nós somos um país que conquistamos a nossa independência há duzentos anos atrás. A gente quer ter relação civilizada, a gente quer respeitar todo mundo, mas a gente quer ser respeitado. A gente é um país que tem um povo extraordinário e só tem alguém, só tem alguém que pode mandar desse país: é o povo brasileiro, que é o dono desse país, ninguém mais.
Então, companheiros e companheiras, eu quero dizer para vocês que eu vim aqui para fazer esses anúncios. Daqui eu vou para Rondônia fazer a mesma coisa. E eu disse para todo mundo nesse começo de ano: os dois primeiros anos de governo foram muito difíceis, porque foram para reconstruir as mazelas que tinham sido feitas pelo coisa que governou esse país, que não governou, criou um gabinete do ódio e ficou instigando mentiras pela internet o dia inteiro. Eram onze mentiras por dia.
Agora é a época da colheita. Agora é a época de a gente colher aquilo que a gente plantou. Aliás, agora é a época da verdade. Agora quem mentiu vai pagar muito caro pela mentira. E é por isso que eu quero dizer para vocês o seguinte: nós vamos terminar o nosso mandato com o Brasil muito melhor. A economia nunca tinha crescido depois que eu deixei a Presidência. Os empresários que estão aqui sabem.
Depois que eu deixei a Presidência, o Brasil nunca mais tinha crescido acima de 3%. Já há dois anos nós crescemos acima de 3%. E vamos continuar crescendo. Nós temos hoje o menor índice de desemprego da história desse país. Nós temos hoje o maior crescimento da massa salarial desse país. Nós aumentamos o salário mínimo todo ano. Porque quando o PIB cresce é porque o povo trabalhador trabalhou. E ele tem direito de receber o crescimento do PIB no seu salário. Porque ou a gente aprende uma lição ou a gente vai ficar mentindo a vida inteira. Vocês sabem por que que eu descobri que eu tinha que fazer um partido, governador? Eu era contra política. Eu tinha ódio de política.
Eu dizia: “não gosto de quem gosta de política”. Em 1978, o presidente Geisel [Ernesto, ex-presidente do Brasil] mandou um projeto de lei para o Congresso Nacional proibindo professor de fazer greve, proibindo bancário de fazer greve, proibindo o frentista de posto de gasolina de fazer greve. Eu achei abominável.
Eu era dirigente, presidente do sindicato. Eu ia pra Brasília, o ministro fez um pronunciamento em rede nacional dizendo: “quem vier protestar em Brasília vai ser cassado”. Eu pedi licença do sindicato e fui para Brasília.
Cheguei em Brasília e fui percorrer o Congresso Nacional. Depois de conversar com mais de 200 deputados, governador, eu descobri como eu era tonto, como eu era bobo. Eu queria que o Congresso Nacional fizesse uma lei para beneficiar os trabalhadores sem que lá tivesse algum trabalhador. Não tinha um trabalhador deputado em Brasília. Então não podia atender a lei que eu queria. Eu voltei pra casa e falei: “eu vou criar um partido político. Eu vou criar um partido para os trabalhadores fazerem política”. Estou aqui.
E vejam. Vejam como eu estava certo. A primeira eleição que eu disputei, em 89, eu disputei, o meu partido só tinha 8 anos. Eu disputei contra o doutor Ulysses Guimarães. Eu disputei contra o doutor Paulo Maluf. Eu disputei contra o doutor [Leonel] Brizola. Eu disputei contra o Aureliano Chaves. Eu disputei contra o doutor Mario Covas. Eu disputei com todo mundo. Eu fui o segundo colocado.
Depois eu perdi no segundo turno para o Collor. Depois de uma manobra que a Globo fez. Depois, em 94, outra vez o meu partido foi o segundo. Depois, em 98, outra vez o meu partido foi o segundo. Depois, em 2002, o meu partido foi o primeiro. 2006, o meu partido foi o primeiro. 2010 o meu partido foi o primeiro. 2014, o meu partido foi o primeiro. Em 2018, não me deixaram ser candidato. Inventaram a mais safada das mentiras desse país e eu fiquei 580 dias na Polícia Federal. Se eu tivesse disputado eu teria ganho as eleições. Nós fomos o segundo colocado.
Em 2022, eu saí da cadeia e ganhei do cidadão que governava esse país mentindo. E vou dizer para vocês uma coisa. Vou terminar dizendo para vocês uma coisa.
Eu vou fazer 80 anos de idade dia 27 de outubro. Quem quiser me dar um presente pode lembrar. Agora, eu digo para todo mundo o seguinte: eu estou muito bem de saúde. Levanto todo o dia às 5h30 da manhã. Faço todo o dia duas horas de caminhada, uma hora de esteira e uma hora de musculação. Me sinto melhor do que quando eu tinha 65 anos e eu não vou mentir para o povo. Se eu não tiver condições eu não serei candidato. Mas se eu estiver do jeito que eu estou hoje, com oitentão, com energia de 30, eu vou contar uma coisa. Aqueles crápulas que governaram esse país não voltarão jamais a governar esse país. Não voltarão jamais. Porque esse país precisa acabar com o ódio que está impregnado na sociedade brasileira. Esse país é um país do bem.
Esse país tem um povo generoso, um povo trabalhador, e esse país não pode (incompreensível). Eu já disputei com o Maluf, disputei com o Fernando Henrique Cardoso, disputei com o Mario Covas, disputei com o [José] Serra, disputei com o [Geraldo, atual vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços] Alckmin. Não tinha essa raiva. Não tinha essa raiva. Parece que ele abriu a lâmpada mágica e não saiu o Aladim, saiu o que tinha de podre nesse país para a política. É só ver o nível do Senado e da Câmara agora. Deputado vai lá, ele não faz mais discurso. Ele vai lá, pega o celular grava a cara dele, fala uma bobagem, e acha que está sendo deputado ou senador.
Não é possível, gente. Então é o seguinte, olha, eu tenho uma obsessão na vida. Eu digo sempre o seguinte: quem tem uma causa não fica velho. O que move a gente é uma causa. A gente não pode achar, “ah, eu tô velho, eu não sei das quantas”. Eu não tenho pra isso. Não tem tempo ruim pra mim. Não tem tempo ruim. E é o seguinte, eu tenho uma causa. A causa é fazer o povo brasileiro sair da situação que ele vive.
Prestem atenção numa coisa. Eu tenho dito uma frase: muito dinheiro na mão de poucos significa pobreza, miséria, analfabetismo, prostituição, desnutrição. Agora, ao contrário, pouco dinheiro na mão de muitos significa exatamente o contrário. Significa prosperidade, significa distribuição de renda, significa riqueza, significa todo mundo ter acesso às coisas.
É esse país que eu quero construir. Um país com mulher e homem formados. Um país com gente bem formada, sobretudo as mulheres. Eu tenho obsessão pela formação profissional das mulheres. A violência contra a mulher é muito grande nesse país. A violência é muito grande.
Então, uma mulher, ela tem que ter uma profissão. Porque se ela tiver uma profissão, ela conquista sua independência. Se ela conquista sua independência, ela não vai morar com ninguém a troco do aluguel ou a troco de um prato de comida.
Ela vai morar com quem ela gosta. Se a pessoa que ela está morando não prestar, ela manda embora e troca. É assim que é a vida.
A minha mãe, com oito filhos pequenos, largou do meu pai. E criou oito filhos. E o caçulinha dela já é três vezes presidente da República desse país.
Então, acredite. Acredite que é possível fazer tudo aquilo que a gente quiser. E é por isso que eu quero terminar dizendo para vocês: Acre, tenha certeza. Eu disse ao governador. Se tiver projeto, mande. Se algum prefeito tiver projeto, mande. O que não pode é prefeito mentir. Dizer que não foi convidado. E a gente provar que a gente tem um convite. Não tem. Eu quero que vocês saibam. Não tem como eu não convidar. Em qualquer cidade que eu vou, em qualquer estado que eu vou, o governador é convidado, o prefeito é convidado. E com direito a palavra. Com direito a palavra. É assim que eu faço. Não tem hipótese de eu não convidar. Se vocês ouvirem o prefeito dizer: “o Lula foi na minha cidade e não me convidou”, eu digo: “é mentira”. É mentira.
Pode ter certeza que ele é convidado. Ele é convidado pelo ministro da área que vai lá. Ele é convidado pelo meu chefe de gabinete. Porque eu quero que ele esteja presente.
Eu não sou daqueles que falam por trás, não. Eu gosto de falar para as pessoas que gostam de me ouvir. E para quem não gosta, também ouvir. Porque eu não tenho meias palavras. Eu não falo mal de ninguém. Eu não xingo ninguém. Eu não ofendo ninguém. Eu quero tratar todo mundo com respeito.
E, assim, eu quero cuidar do meu querido Acre. É isso, meus companheiros. Um abraço. Que Deus abençoe o povo do Acre.