Discurso do presidente Lula no encerramento da 66ª Cúpula do MERCOSUL
Quero agradecer à presidência argentina pelo trabalho desenvolvido ao longo desses meses.
O próximo semestre será um período de muito trabalho.
O Brasil assumiu a responsabilidade de sediar a COP30 em um momento de graves turbulências para o multilateralismo.
O apoio dos companheiros do MERCOSUL e de toda a América do Sul será imprescindível.
Já tive a oportunidade de apresentar, em minha intervenção, as cinco prioridades da presidência brasileira.
Vamos trabalhar para:
1) Fortalecer o comércio intrabloco e com parceiros externos. Eu estou convencido que haveremos de assinar o acordo com a União Europeia antes que termine o mandato brasileiro;
2) Avançar no enfrentamento à mudança do clima e na transição energética;
3) Promover o desenvolvimento tecnológico da região;
4) Combater o crime organizado transnacional; e
5) Fortalecer os direitos dos nossos cidadãos, com participação social.
Foram adotadas aqui em Buenos Aires declarações importantes, que a presidência brasileira se compromete a retomar e aprofundar.
Estudaremos com afinco a possibilidade de criar uma agência contra a criminalidade organizada transnacional, como proposto pela Argentina.
Também daremos seguimento à Declaração sobre Integração e Segurança Energética.
A exploração unilateral de recursos naturais nas Malvinas, que condenamos hoje, sinaliza que a América do Sul não permanecerá à parte na corrida global por fontes de energia.
Precisamos enfrentá-la unidos.
Como disse na reunião do Foro CELAC-China, em Pequim, cabe somente a nós mesmos decidir se seremos grandes ou pequenos.
Temos tudo para desempenhar um grande papel na construção de um mundo mais justo e sustentável.
Companheiros e companheiras, neste momento em que assumo a presidência do MERCOSUL pelo próximo semestre, gostaria de dizer a vocês, que ouvi com muita atenção as angústias que cada presidente trouxe quando falou.
A falta de rapidez em nossas decisões. A falta de execução rápida naquilo que muitas vezes decidimos, mas demoram para acontecer.
Ouvindo meu companheiro Santiago Peña, presidente do Paraguai, tenho mais um compromisso internacional nesta semana, que é o BRICS, e me comprometo com vocês a me dedicar para que a gente possa avançar nesses próximos seis meses o máximo que pudermos para que o MERCOSUL em um grande bloco econômico, político, cultural, científico e tecnológico.
Temos todas as condições. Temos um povo generoso. Temos o conhecimento científico. Sabemos como fazer política. Portanto, só depende de nós mesmos.
Prometo a vocês que farei a minha parte.
Muito obrigado.