Pronunciamento do presidente Lula sobre o Acordo do Rio Doce
Uma coisa que eu quero fazer antes de começar a falar é o seguinte.
Hoje é um dia especial. Hoje é o dia de cada companheiro dar uma flor ou um beijo na sua companheira, cada companheira dar um beijo no seu companheiro, dar uma flor, é o dia da gente abraçar quem a gente gosta, quem a gente ama.
Então eu queria, Janja [primeira-dama do Brasil], te dar uma flor aqui. É singela, foi comprada, eu estou sem dinheiro, mas é com muito amor que eu te dou essa flor aqui em homenagem ao Dia dos Namorados.
A segunda coisa que quero falar para vocês… Eu preciso pedir desculpas a vocês. Não é possível a gente fazer um ato que já dura três horas, já é uma hora, vocês estão com fome. Eu tinha um almoço aqui, eu suspendi o almoço porque eu tenho outro compromisso em Contagem, portanto a gente não vai almoçar, vai direto.
E hoje, com os meios de comunicação modernos, não precisa mais, Rui [Costa, ministro da Casa Civil], fazer tanta atividade tão demorada assim. É preciso a gente ser mais preciso e fazer as coisas mais rápido.
Então, eu quero começar pedindo desculpas a vocês.
Ninguém tem culpa aqui, a não ser eu, que sou o chefe da turma aqui, eu poderia ter tomado outras decisões para ir mais rápido.
A terceira coisa que eu quero falar é que tem duas pessoas ouvindo a gente.
Uma está no céu, que é o Dom Luciano.
Certamente ele está nos assistindo, ele está feliz, ele sabe que, possivelmente, a gente não tenha conseguido tudo que era possível conseguir, mas conseguimos aquilo que estava nos limites da nossa capacidade de negociação e que chegamos a um acordo.
E outra pessoa que eu quero dar os parabéns porque é de Mariana, está nos assistindo em São Paulo pela internet, é o grande escritor Fernando Morais, que escreveu a minha biografia, e ele está lá nos assistindo aqui, então vocês levantem a mão assim que o Fernando de Morais vai cumprimentar vocês lá de São Paulo.
E por último, vou dizer para vocês uma coisa, um quarto pedido de desculpas. Eu, quando decidi vir aqui, a gente bolou uma forma de fazer esse encontro aqui para que vocês entendessem o que é que está em jogo. Por isso foi preparado aquele negócio bonito, o Rui Costa falou, o Messias [Jorge, ministro da Advocacia-Geral da União] falou, todo mundo falou, mas às vezes eu fico pensando, o que repercute na nossa cabeça quando você vão falar tantos bilhões, bilhões, bilhões, bilhões, a gente nem sabe o que é tanto bilhão.
A gente nem sabe o que significa o que é tanto bilhão, porque é muito bilhão na cabeça de quem ganha mil reais. É muito bilhão. Então, eu estava falando para o Rui Costa agora, a gente vai ter, primeiro esse material que foi divulgado aqui, Rui, a gente vai ter que fazê-lo da forma mais popular possível, porque nós temos interesse que cada um de vocês saiba, de cor e salteado, o que é que vai acontecer com vocês.
E também nós vamos tentar fazer uma propaganda nas rádios locais de toda a região atingida pelo desastre, para que todo mundo saiba o que é que vai acontecer. Em cada área, cada um saiba o que vai receber, porque senão o boato e a mentira tomam conta da verdade. Então, é preciso que a gente tome cuidado para fazer essas coisas.
A quarta coisa que eu queria falar com vocês, companheiros e companheiras, é que eu tenho cobrado os meus ministros, porque nós trouxemos esse acordo para as nossas costas. Enquanto era a Vale que não cumpria, que não fazia o acordo, era fácil xingar a Vale. Era fácil. Alguém perguntava para mim: “Ô Lula, e o acordo de Mariana?”. Eu falava: “É com a Vale!”. “Vai fazer o acordo?”. “A Vale não quer”.
Era muito fácil. Mas agora eu tenho falado com os meus ministros. Nós fizemos um acordo e trouxemos a responsabilidade de fazer as coisas acontecerem para as costas do governo. E colocamos o dinheiro para ser administrado pelo nosso Banco de Desenvolvimento, o BNDES.
Portanto, agora, nós não temos mais desculpas.
Agora as coisas têm que acontecer no tempo das possibilidades de executar, porque também tem muita burocracia.
Recuperar a bacia não é uma coisa assim “ah, vou plantar mil árvores”. Não. É preciso ter muita tarefa para saber o que é que a gente vai recuperar, o que é que vai plantar. Para criar condições para as pessoas voltarem à normalidade leva um tempo.
Nós estamos há seis meses já com esse pepino nas nossas costas. Há seis meses! Então, nós precisamos agora, eu tenho dito aos meus companheiros: “agora é da nossa responsabilidade”. Agora, quando o povo de Mariana quiser xingar, ele vai falar: “Bom, a Vale é isso. Mas o governo também é aquilo”.
Então, a gente precisa ter consciência que nós assumimos responsabilidade com vocês e quando a gente assume compromisso, a gente cumpre. Porque a única coisa que eu não quero perder é a minha dignidade e o direito de ter coragem de olhar nos olhos de vocês e saber que a gente está falando a verdade. Isso, para mim, é um valor fundamental.
A quinta coisa que eu queria dizer para vocês, companheiros e companheiras, é que nós estamos vivendo um momento muito desagradável no mundo. Há uma certa raiva no ar. Há um certo desconforto entre a Humanidade. Há muita intriga. Há muito ódio. Há muito xingamento. O Pacheco [Rodrigo Pacheco, senador da República] é senador, aqui tem deputado. Mesmo na Câmara, é um clima muito ruim. Tem deputado que não quer falar, ele só quer pegar o celular, olhar na cara dele, falar uma bobagem e passar para a frente.
As pessoas estão aprendendo a viver de mentiras.
Todo mundo aqui sabe: a verdade engatinha, a mentira voa. Todo mundo sabe disso. A gente aprende com o pai da gente, com o avô, tataravô. Então, é muito importante que a gente tenha em conta: nós estamos fazendo um milagre nesse país.
Primeiro, vocês sabem que nós recuperamos várias coisas que tinham acabado. Não tinha mais um Minha Casa, Minha Vida. Nós vamos entregar três milhões de casas até o final do mandato.
Nós encontramos esse país com 87 mil casas do tempo da Dilma [Dilma Rousseff, ex-presidenta da República] paralisadas. Eu duvido que vocês saibam, mesmo aquele que for mais bolsonarista, que diga uma obra que o Bolsonaro [Jair, ex-presidente da República] fez no estado de Minas Gerais.
Eu não estou pedindo duas. Uma! Uma! Uma obra!
Porque, gente, nós ficamos sete anos sem aumento da merenda escolar.
Nós ficamos sete anos sem aumento do salário mínimo.
Nós ficamos sete anos sem reajuste da bolsa dos nossos estudantes.
Ou seja, eu duvido que alguém diga uma universidade que foi feita no governo dele.
Porque, na verdade, era um governo de destruição!
Era um governo de mentira. Só sabia contar mentiras na televisão. E isso foi durante quatro anos. Vocês sabem qual foi a última vez que o PIB brasileiro, a economia brasileira, cresceu acima de 3%? Foi em 2010, quando eu era presidente. Preste atenção. Quando eu era presidente em 2010, a economia cresceu 7,5%.
Eu deixei a Presidência, o país nunca mais cresceu acima de 3%.
Ele só foi crescer acima de 3% quando eu voltei em 2023. Já faz dois anos que a gente cresce acima de 3%. 3,2% e 3,4%.
Vocês sabem quanto era a inflação quando nós pegamos esse governo?
Porque as pessoas precisam saber das coisas. Vocês sabem que o preço do óleo diesel de hoje é 22% mais barato do que o óleo diesel no tempo do Bolsonaro, em dezembro de 2022.
Hoje, o óleo diesel é 22% mais barato. Eu pensei que o ministro [Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia] ia dizer isso. Ele que é o homem de Minas e Energia. 22%. A gasolina hoje tem o mesmo preço. Significa que em dois anos e meio, a gasolina continua no mesmo preço. E nós estamos recuperando esse país porque nós temos o menor desemprego da História do país; o maior crescimento da massa salarial; o maior crescimento do salário mínimo.
E agora nós estamos tentando cobrar alguma coisa dos ricos.
Mandamos para o Congresso Nacional um projeto de lei do imposto de renda para dizer que quem ganha até R$ 5 mil não pagará mais imposto de renda nesse país. E para isso, nós estamos dizendo, para poder quem ganha até cinco não pagar, quem ganha acima de um milhão por ano tem que pagar alguma coisa. Porque não paga. Nós estamos tentando corrigir esse país. E é muito difícil.
Porque esse país teve, depois do governo da Dilma, depois que impicharam a Dilma, esse país entrou num processo de decadência e de destruição. E tudo o que a gente faz é para tentar consertar. Todo dia vocês veem o pessoal falar “não, é preciso separar o salário mínimo, não pode ser aumentado quem está aposentado. Quem está aposentado não precisa ganhar aumento, aumenta só para quem está trabalhando”.
Ô gente do céu, o mínimo é o mínimo.
É tão pouco. E o que a gente faz. Quando a gente dá [aumento baseado na] inflação, a gente não está dando aumento. A gente está apenas fazendo uma recomposição do salário. Agora, quando é que a gente dá aumento? Quando o PIB cresce 3%, é o resultado da riqueza produzida por todos vocês. O PIB, quando você vê na televisão “o PIB cresceu, o PIB caiu” é o resultado daquilo que a gente teve capacidade de produzir.
Ora, se o PIB cresceu 3%, 4%, o que é que eu tenho que fazer? Distribuir esse crescimento para quem? Para o povo brasileiro, que é o responsável pelo crescimento!
Aí, vocês vejam os empresários brigando, vocês vejam os banqueiros. É só dizendo: “o governo está gastando demais, esse governo dá Bolsa Família demais, esse governo dá benefício previdenciário demais, esse governo dá Pé-de-Meia demais, esse governo gasta muito com o pobre”. E vai por aí fora.
Vocês sabem quanto que nós gastamos com os ricos? Vocês sabem quantos bilhões a gente dá de isenção para os ricos desse país que não pagam imposto?
860 bilhões de reais!
É quatro vezes o Bolsa Família! Agora, o que a gente dá para eles é investimento, o que a gente dá para vocês é gasto. Ou seja, me parece que há uma sina desgraçada nesse país, que pobre tem que nascer pobre e morrer pobre.
Tem uma sina nesse país que a gente não pode querer sonhar em se vestir bem; que a gente não pode querer sonhar em comer bem; que a gente não pode querer sonhar em estudar bem, que a gente não pode querer sonhar em morar bem; tudo para nós tem que ser o resto. Não é possível!
Isso que é prazeroso ouvir: uma menina, mãe solteira, se virou [e se formou] advogada.
Isso por conta do ProUni, isso por conta do Fies, isso por conta do que nós fizemos na educação.
Porque a verdade, companheiros, é que a gente não pode esquecer a história para a gente não acreditar em qualquer mentira que nos contam.
Esse país nunca quis que o seu povo estudasse!
Eu acabei de falar isso na Academia Francesa em que eu fui homenageado.
Esse país foi o último país da América do Sul a ter uma universidade. Porque, pobre, vocês não foram feitos para estudar, vocês foram feitos para trabalhar.
Trabalhar de empregada, trabalhar cortando cana, trabalhar na Vale, trabalhar de empregada doméstica, quando, na verdade, a gente tem orgulho de trabalhar. Mas a gente quer estudar, porque a gente também quer ser doutor e quer ser doutora.
E é isso que muita gente não se conforma com a minha passagem pela Presidência da República. E eu voltei a governar esse país, porque eu quero provar outra vez que é um torneiro mecânico, sem diploma universitário, que vai consertar outra vez esse país.
E fazer esse nosso povo voltar a sorrir, fazer o povo voltar a ser feliz, fazer vocês terem certeza de que o filho de vocês vai ser bem tratado, que vai ter uma boa educação, é isso que nós precisamos garantir. E é por isso que eu não abro mão!
Eu quero que todo mundo saiba: eu governo para todos os brasileiros, mas eu tenho preferência e obrigação moral, ética e política de gostar de administrar e cuidar do povo que mais precisa, do povo mais pobre, do povo trabalhador, da classe média.
Eu não fui eleito para fazer benefício para ricos. Eu quero que eles ganhem o que eles têm direito.
Eu não quero impedir, da mesma forma que eu gosto das pessoas mais pobres na escola, porque eu não tive escola, eu não tive oportunidade.
Mas eu quero garantir que o filho de uma empregada doméstica aqui em Mariana possa disputar a mesma vaga na universidade que o filho da patroa dela e que vença o melhor!
E que vença o melhor. Por isso, companheiros e companheiras, é que nós fizemos esse acordo de Mariana. Não foi fácil fazer, porque vocês já estavam esperando há quase 10 anos quando eu cheguei na Presidência.
E está aí um companheiro que contou a história.
O pai dele morreu sem ver a casa concluída. E, assim pode acontecer com muita gente.
Eu fui dirigente sindical, fiz muitas greves. Eu nunca consegui tudo o que eu queria, mas eu conseguia tudo aquilo que era possível no limite da minha força. E posso dizer para vocês uma coisa.
A Vale, se fosse uma pessoa, estava garantida ir para as profundezas não sei do quê.
Mas a Vale era uma empresa muito boa no passado. Depois que ela virou corporation, ela não tem dono. Ela não tem mais dono.
Mas eu queria dizer para vocês, a diretoria passada é responsável. Porque hoje a nova diretoria da Vale está conversando com o governo, quer conversar com o movimento, quer conversar com o sindicato, porque a Vale sabe. Ela é do Brasil, não é o Brasil que é dela.
E a Vale sabe, a Vale sabe que nas administrações passadas no governo Temer [Michel, ex-presidente da República] e no governo Bolsonaro, a Vale que era a primeira ou a segunda empresa mineradora do planeta, hoje ele é a 14ª empresa mineradora.
Ou seja, ela perdeu. Ela era muito forte quando era do Estado. Então, o que eu quero é que a Vale se recupere, que ela volte a ser a primeira.
Eu quero que ela cresça, mas eu acho que a Vale tem que saber – e a nova diretoria sabe – de que a relação com o povo tem que ser respeitosa, civilizada e com muito respeito. É esse o país que eu quero construir. É esse o país que eu quero, que todos vocês possam gozar dele, viver com ele bem, trabalhando, morando, namorando, casando, vendo seus filhos ter uma bela escola, uma bela educação.
E aí vocês precisam aprender também, gente.
É importante ter muito cuidado com o celular!
Eu vou dizer uma coisa para vocês. Hoje, nós proibimos o celular nas escolas. Porque uma criança em uma sala de aula com o celular – o professor dando aula, e ela fazendo o joguinho não dava certo. E o que nós precisamos também é que nós vamos educar uma mãe, quando o filho chora, não dê um tablet para ele, não dê o celular, dê um abraço, um beijo, um carinho, um cafuné.
É isso que, muitas vezes, a criança está pedindo, ela não está pedindo um computador.
Então, companheiros e companheiras, eu vim hoje aqui, e vou voltar outra vez, que eu quero vir aqui com tempo, porque eu quero ir no lugar em que houve a desgraceira aqui.
Eu quero visitar a casa do teu pai, a casa que está sendo construída para o teu pai.
Eu quero que você saiba, antes de terminar o meu mandato, eu vou lá com você para dizer para o teu pai: “Está aqui, está pronto”.
Porque o teu pai não morreu, cara. O teu pai não morreu. Você precisa aprender uma coisa. Nós, que somos cristãos, precisamos acreditar no seguinte: “teu pai está encarnado em você. Você é o teu pai”. Você é o teu pai, como o teu filho vai ser você. Na verdade, a gente não morre.
A gente renasce nos nossos filhos, a gente renasce nos nossos netos. É essa que é a coisa da gente boa, da gente acreditar em Deus. Foi embora uma parte minha, mas é que nem uma árvore, caiu uma semente, nasceu uma nova árvore e está produzindo mais frutos.
É isso que aconteceu, cara. Você é um fruto que o teu pai produziu e você vai continuar germinando outros frutos, com o mesmo sangue, com o mesmo DNA.
Você só tem que se lembrar do teu pai, com as coisas maravilhosas que ele te ensinou, olhar para o céu e saber, ele, nesse instante, está vendo o Lula falar comigo. E eu quero dizer, “pai, obrigado pelo filho que você pôs no mundo”. É isso que vale a pena a gente conversar.
Então, companheiros, eu vou voltar aqui outra vez. E queria dizer para vocês o seguinte: eu tenho mais um ano e seis meses de governo.
Eu vou dizer três coisas que a gente tem que fazer, ainda que tem que fazer.
A primeira, nós anunciamos já que quem ganha, que quem consome até 80 quilowatts, não vai pagar energia, vai ter de graça. E quem ganha uma renda per capita de meio salário mínimo. A renda per capita é quando você soma tudo o que ganha na família, divide pela quantidade de membros. O que dá é a renda per capita.
É mais ou menos assim. Você é sozinho, você ganha 2 mil. Então, a tua renda per capita é 2 mil. Aí, você casa. Sua mulher não trabalha. Aí, tua renda per capita já cai para a metade.
É só o mil seu e o mil dela. Você tem um filho. A tua renda per capita é dividida por três.
E assim vai. Então, quem ganha uma renda per capita até meio salário mínimo, não vai pagar mais energia, até 80 quilowatts. E quem ganha de meio salário mínimo a um [salário mínimo], e até 120 quilowatts, vai ter um desconto. Por que nós estamos fazendo isso? Porque nós achamos que a energia nesse país está muito cara e os ricos estão pagando menos do que os pobres. Porque os ricos compram no mercado livre. O pobre compra no mercado regulado.
Então, não é humano, não é justo, não é digno o pobre pagar mais do que o rico, na energia.
A outra coisa que eu vou anunciar, eu vou anunciar três coisas e vou parar, porque eu vou querer implantar as três coisas. A outra coisa é a seguinte: nós vamos fazer uma política de financiamento de reforma de casa. Ou seja, o companheiro aqui, ele tem uma casinha, ele não quer comprar uma casa nova, mas ele quer fazer um quartinho para a neta. Ele quer fazer um banheiro novo. Ele quer colocar uma banheira para os namorados tomarem banho na banheira.
Ele quer o direito dele. Porque a gente pensa que essa coisa é só para ricos. Então, veja, ele quer fazer uma garagem, ele quer fazer um banheiro novo, ele tem direito de ir no banco, pegar o empréstimo, para pagar com um bom tempo e fazer a reforma na casa dele. Esse programa vai ser anunciado esse mês.
O outro programa é a questão do gás. É uma roubadeira esse negócio do gás.
A Petrobras, ela entrega o botijão de gás, presta atenção, o botijão de gás de cozinha sai da Petrobras a 37 reais. Quanto é que vocês pagam aqui? Futuro governador, imagina uma coisa. Você acha que é normal a Petrobras entregar o gás a [R$] 37 e ele chegar para esses pobres consumidores a [R$] 140? Alguém está ganhando dinheiro no meio. Então, nós vamos fazer uma política de gás. A ideia... O Alexandre está aqui, pode falar. A ideia é a gente fazer chegar na casa de todas as pessoas do CadÚnico, é isso?
A gente fazer o gás chegar de graça para vocês!
Quanto que é o gás? Quanto vai ser o preço? Não. Porque, na verdade, nós é que vamos pagar. Essa é uma coisa. E a outra coisa que eu quero fazer é uma política de crédito para os coitados que ficam entregando comida neste país em umas motinhas bem velhas, vagabundas. Nós vamos querer fazer uma política de crédito para ter uma motozinha elétrica para gastar pouca energia.
E também vamos discutir outro benefício, porque o coitado que entrega comida, ele não tem um banheiro para utilizar. Ele, às vezes, vai entregar a comida para os outros com o nariz cheirando a comida do outro enquanto o coitado está com fome. Então, é preciso que a gente discuta um vale refeição para esse companheiro. É importante a gente criar algumas condições. Olha, se a gente fizer tudo isso, a gente vai estar dando ao Brasil a dignidade que o povo brasileiro precisa.
Eu quero dizer para vocês uma coisa, gente. Eu quero dizer para vocês uma coisa. Eu me sinto um homem extremamente feliz. Eu, sinceramente, tenho certeza que eu ainda não fiz tudo o que eu quero fazer. Mas se você pegar, desde a Proclamação da República até hoje, eu duvido que tenha um presidente que tenha feito metade do que eu fiz para o povo trabalhador deste país e para o povo do país.
Então, vocês sabem que eu sou um cara agradecido a Deus, porque Deus foi muito generoso comigo. Olha, nascer onde eu nasci, as crianças morrem até cinco anos de idade de fome, lá em Caetés.
Escapar de morrer de fome já foi um milagre para mim!
Depois de ir para São Paulo e não cair na desgraça como muitos caem, também foi um milagre. E depois, um cara, filho da dona Lindu, com diploma primário e um curso técnico, virar presidente da República só pode ser milagre! Só pode ser coisa de Deus, gente!
Não tem outra coisa para explicar. E não é virar presidente, não. É virar presidente uma, duas e três vezes. E se brincar, vai ter a quarta vez.
Se preparem, se preparem, porque é o seguinte, este país não vai cair na mão da extrema direita! Não vai cair! Este país aprendeu a gostar de democracia e nós vamos fazer a democracia prevalecer neste país!
Portanto, Mariana, um beijo no coração, um abraço e que Deus abençoe todos vocês.