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Você está aqui: Página Inicial Acompanhe o Planalto Discursos e pronunciamentos 2025 06 Pronunciamento do presidente Lula na Universidade Paris 8, em Paris
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Pronunciamento do presidente Lula na Universidade Paris 8, em Paris

Pronunciamento do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao ser homenageado com o título de Doutor Honoris Causa em Paris, pela Universidade Paris8, durante visita de Estado à França
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Publicado em 06/06/2025 18h19

Quero cumprimentar a doutora Arnaud Laimé, presidente da Universidade de Paris 8, as professoras da Universidade de Paris 8, Annick Allaigre, Delphine Leroy e Armelle Anders, em nome de quem cumprimento todos os professores, alunos e alunas e profissionais desta universidade.

Quero cumprimentar a minha querida companheira Janja [Lula da Silva, primeira-dama do Brasil] e quero cumprimentar os meus ministros e ministras que estão aqui. E, cumprimentando o meu chanceler Mauro Vieira, cumprimento todos os ministros.

E, antes de ler o meu pequeno discurso, eu queria dizer uma coisa para vocês.

O Brasil é um país que poderia ser muito melhor, muito mais desenvolvido, se, na época necessária, a elite política que governava o país, a elite econômica, tivesse feito as coisas que tinha que fazer.

Como vocês sabem, nós somos um país que foi o último a abolir a escravidão, nós fomos o último a fazer independência na América do Sul, fomos o último a ter o direito de voto da mulher e fomos o último a ter uma universidade federal.

Enquanto o Peru teve a sua primeira universidade em 1554, o Brasil só foi ter a sua primeira universidade em 1920. Que foi uma junção de várias faculdades e criada a Universidade de Brasil para dar um prêmio de Doutor Honoris Causa ao Rei da Bélgica que ia visitar o país, em 1920.

Uma demonstração clara de que a elite daquela época não tinha nenhum interesse que o povo brasileiro pudesse estudar. Os filhos dos ricos tinham algumas poucas faculdades e tinham dinheiro para viajar para a Europa para estudar. Os filhos dos pobres iam trabalhar ou cortando cana, ou plantando café, ou trabalhando na fábrica, sem nenhuma perspectiva de estudar.

Esta era uma coisa muito grave porque, em 1918, a Argentina já tinha feito a sua primeira reforma universitária. Então eu fico imaginando que tipo de elite que tinha o Brasil que não levava em conta a necessidade da formação do seu povo — até para que o Brasil se transformasse num país competitivo do ponto de vista industrial, do ponto de vista acadêmico, do ponto de vista de competitividade, do ponto de vista de comércio.

Mas não se pensava nisso.

Quando, em 1932, São Paulo se rebelou contra o Estado Nacional e tentou fazer o que chamamos de Revolução de 1932, Revolução Constitucionalista, e perdeu para o Governo Federal, os paulistas resolveram criar a USP. De uma forma genial.

Eles tinham perdido a guerra e resolveram dizer que, mesmo perdendo a guerra, eles iam governar o Brasil pela inteligência. E fizeram a USP que é, até hoje, a mais importante universidade brasileira. De muito valor, ela é a única que está entre as 100 mais importantes do mundo.

E eu tenho orgulho de estar comigo aqui, meu ministro da Justiça, o Ricardo Lewandowski, que acaba de ser nomeado professor emérito da USP. E uma coisa importante que o professor Ricardo Lewandowski pode dizer é que até 15 anos atrás, a USP era uma universidade de brancos.

Tinha muito pouca gente da periferia estudando na USP. Depois das cotas, depois do FIES, depois do Prouni e depois também da contribuição do governador de São Paulo, que hoje é meu vice [Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços], a periferia começou a frequentar a USP. E, hoje, nós temos 50%, ou mais, de estudantes da USP da periferia e muitos negros e pardos.

Ou seja, a universidade brasileira, aos poucos vai ganhando a cara da diversidade do nosso país e vai tendo a cara do Brasil verdadeiro.

O Brasil da miscigenação, de mistura de indígenas, negros, europeus que transformou o Brasil nessa raça bonita que nós somos hoje. Alegres e otimistas.

Isso é um pouco da história do Brasil.

Eu não tenho curso universitário e eu tinha uma obsessão de que era necessário criar condições para que as pessoas mais humildes pudessem entrar numa universidade. E, toda vez que a gente ia discutir o orçamento da União, a gente percebia que o dinheiro já estava comprometido.

E toda vez aparecia alguém que dizia assim: “Custa muito, custa muito.” Ou seja, nunca tinha dinheiro, tudo custava muito. E eu comecei a me perguntar quanto custou a gente não fazer as coisas no tempo que era necessário fazer. Quanto custou a gente não investir no fim do analfabetismo no Brasil? Quanto custou a gente não ter feito a reforma agrária na década de 1950? Quanto custou a gente não ter feito mais universidades?

E aí nós resolvemos então criar duas coisas importantes:

O Prouni é uma mágica, porque nós pegamos as dívidas que as universidades privadas tinham com o governo e resolvemos transformar essa dívida em bolsa de estudos para que as pessoas da periferia, pessoas que tinham estudado em escolas públicas, pudessem, através dessa bolsa, ir para a escola.

E foi uma revolução extraordinária porque, em menos de dois anos e meio, a gente já tinha mais de dois milhões de jovens da periferia nas universidades brasileiras.

E aí tinha um outro problema. Nós tínhamos uma coisa chamada Fies, que era um fundo de financiamento de bolsa de estudos financiado por um banco brasileiro, que é a Caixa Econômica, um grande banco que cuida muito de habitação, saneamento básico. Mas quando o jovem ia precisar de dinheiro do Fies para poder pagar o seu estudo, o banco exigia um fiador, um avalista.

Olha, todos vocês sabem que nem pai quer ser fiador do filho que é estudante, porque ele não sabe se vai pagar e o nome dele é que vai entrar no processo. Então, o que nós fizemos foi uma coisa simples. O Estado assumiu a responsabilidade de ser fiador dos estudantes e com isso nós colocamos mais dois milhões de jovens nas universidades brasileiras.

Eu não sei se é motivo de orgulho, ou motivo de tristeza, eu dizer para todo mundo que eu sou o único presidente da história do Brasil que não teve diploma universitário e sou o presidente da história do Brasil que mais fez universidade no meu país e que mais fez Institutos Federais.

Eu vejo isso como um pouco de orgulho pessoal mas, ao mesmo tempo, com um pouco de tristeza de saber que o Brasil poderia estar em um outro patamar se a gente tivesse feito as coisas corretas no tempo certo.

Dito isso, eu quero dizer para vocês que recebo com imensa alegria o título de Doutor Honoris Causa concedido pela Universidade de Paris 8. É uma honra ser o segundo brasileiro laureado colocado ao lado de uma grande pensadora e filosofa amiga petista, a minha querida Marilena Chauí. A homenagem de hoje, eu tenho certeza que não é apenas um reconhecimento pessoal.

Eu tenho certeza que é um encontro com valores que moldaram minha vida, a justiça social, a educação como ferramenta de emancipação e o compromisso com os que sempre tiveram de lutar por voz e por espaço. Eu tenho certeza que esse prêmio e esse título de Doutor Honoris Causa é muito mais uma homenagem à capacidade de resistência do povo brasileiro a qualquer outra coisa que eu tenha feito no meu país. Por isso, muito obrigado a vocês por esse reconhecimento.

Forjei minha trajetória na defesa dos direitos dos mais vulneráveis – e é importante lembrar que hoje a luta das pessoas que são solidárias, das pessoas que têm sentido de humanismo, das pessoas que têm sentido de fraternidade, é uma luta muito ampla. Porque nós vamos lutar hoje contra a desigualdade, a desigualdade em toda a sua dimensão, não é apenas a desigualdade econômica, a desigualdade social, mas a desigualdade da educação, a desigualdade de raça, a desigualdade de gênero, a desigualdade nas profissões, nas oportunidades, ou seja, porque nós temos no mundo muita gente que escolhe o curso que quer fazer e faz.

E nós temos outras milhões de pessoas que jamais poderão fazer um curso porque nasceram para ser pobres. E não é normal que a gente aceite a ideia de que as pessoas nasceram para ser pobres.

Como nem todo mundo pode ser jogador de futebol, nem todo mundo pode ser o Cristiano Ronaldo, um Mbappé, um Messi, um Ronaldo, Ronaldinho, nós temos que acreditar na educação como forma de dar oportunidade a todas as pessoas. Então, o que me deixa muito feliz, mas muito feliz, é saber que no meu país, uma filha de uma empregada doméstica pode disputar um banco da universidade com a filha da sua patroa.

Nós não queremos prejudicar ninguém, o que nós queremos é apenas oportunidade e dar a eles o direito de disputar as vagas em igualdade de condições.

Esses dias um filho de um coveiro de um cemitério famoso em São Paulo estava fazendo o [Instituto] Rio Branco para ser diplomata. Nós temos visto ajudante de pedreiro que já não quer mais ser pedreiro. Aquela história que no Brasil tinha muito “olha, nós vamos trazer as pessoas mais pobres do Nordeste para trabalhar de pedreiro, em São Paulo, para fazer ponte, para fazer viaduto.”

Eles nem percebem que nós não queremos ser só pedreiro, só ajudante, que são profissões dignificantes ao ser humano, mas nós queremos ter o direito de ser engenheiros, nós queremos ter o direito de ser médicos, nós queremos ter o direito de ser doutores também.

O filho de um camponês, que tem dez hectares, ele tem o direito de ter o filho dele estudando na mesma universidade do cidadão que tem 50 mil hectares. E quem pode oferecer isso é o Estado. Somente o Estado pode garantir esse senso de oportunidade para todo mundo. E é isso que permeou, e permeia, a minha vida. E vocês sabem que esta universidade nasceu da esperança e da coragem do povo francês no calor das ruas, de 1968.

Construiu-se como resposta à diligência de uma juventude que sonhava com um mundo mais igualitário e um ensino mais acessível, crítico e conectado às realidades sociais.

Acolheu estudantes de todas as origens como parte central do seu projeto. Paris 8 foi pioneira ao abrir as portas para os filhos da classe trabalhadora, os imigrantes, os que não tinham sobrenome famoso.

Mostrou que o saber não é privilégio, é um direito.

Eu queria lembrar vocês que eu também sonhava em ter dois tipos de universidade no Brasil. Eu sonhava que a gente deveria ter uma universidade latino-americana, uma universidade que discutisse a cultura latino-americana, com professores latino-americanos, com estudantes latino-americanos, com funcionários latino-americanos.

E criamos a Unila [Universidade Latino-americana], na cidade de Foz de Iguaçu, no estado do Paraná, que, se Deus quiser, estará pronta em 2026.

Ela ficou parada durante todo o período do golpe contra a Dilma [Rousseff, ex-presidenta do Brasil] e durante o golpe anterior, mas nós agora estamos investindo R$ 800 milhões para que a gente possa terminar de construir uma universidade que é um sonho meu; de estabelecer uma cultura latino-americana para dirigentes latino-americanos. E somente com a juventude é que a gente pode começar isso.

Também sonhei em criar uma universidade afro-brasileira. O Brasil tem um problema sério: durante 350 anos, a gente teve milhões e milhões de pessoas escravizadas que ajudaram a construir o Brasil, ajudaram a construir a espécie humana brasileira, ajudaram a construir a nossa cultura, o nosso jeito de dançar, o nosso jeito de jogar bola, o nosso jeito de sorrir, e a dívida que o Brasil tem com o continente africano jamais poderá ser paga em dinheiro. Ela tem que ser paga em solidariedade, ela tem que ser paga em transferência de tecnologia.

E eu então resolvi criar uma universidade no Brasil e ela foi criada na cidade de Redenção, no estado do Ceará, que foi a primeira cidade a libertar os escravos no Brasil; e também tem um campo avançado em São Francisco do Conde, na Bahia, e eu tive muita emoção de participar da primeira formatura desses funcionários da Unilab [Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira].

Eu, na verdade, queria uma universidade para todo o continente africano, mas, depois, ela foi feita para os países de língua portuguesa. A ideia é formar gente, estudando um tempo no Brasil, voltando para a África, depois voltando para o Brasil, depois voltando para a África, para que um jovem não vá para o Brasil e nunca mais queira voltar para a África porque arrumou uma namorada, porque casou. A nossa ideia é criar essa escola para ele ajudar no desenvolvimento do continente africano. E eu acho que essa universidade também vai crescer, porque eu quero ver se eu estendo ela para todos os países africanos.

E eu fico pensando sempre, Sócrates, como é que Cuba, um país pobre, pequeno, que sofre um bloqueio há 80 anos, consegue ter universidade para todos os meninos pobres da América Latina, da África. Curso de medicina.

Eu fico imaginando por que outros países não podem? Por que o Brasil não pode? E nós provamos que o Brasil pode e por isso nós vamos fazer.

Agora eu tenho dois projetos: um é criar uma universidade para os indígenas e a outra é criar uma universidade de esporte. Ou seja, para a gente fazer com que as coisas evoluam.

E essa de investir em esporte é muito séria. Não sei se vocês sabem, da delegação brasileira que participou da Olimpíada aqui em Paris, [eram] 285 atletas, 275 [deles] eram bolsistas do governo, porque o governo tem uma Bolsa Atleta que a gente paga para os esportistas que estão começando. Porque financiar um artista famoso é muito fácil, financiar um atleta campeão é muito fácil. Os bancos querem financiar, as empresas.

Mas quando ele é pobre e está precisando comprar um tênis, ninguém quer financiar.

Só para você ter ideia, aquela menina brasileira, aquela Rebeca [Andrade, medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de 2024] aquela que faz ginástica artística, ela é medalhista e nós temos uma [premiação] medalha/pódio, que eu acho que agora está por volta de R$ 15 mil. E 85% [da delegação], 275, [desses atletas] eram bolsistas. Então é um motivo de orgulho muito grande, porque se a gente criar uma universidade a gente vai poder fomentar mais e quem sabe fazer do esporte também um chamariz para que a criança não seja mais levada ao narcotráfico.

E também nós estamos investindo muito no ensino na Escola de Tempo Integral. Não existe outra saída para a gente cuidar das nossas crianças se a gente não fizer a escola de tempo integral, porque o currículo escolar também vai ter que mudar. Vocês que são os professores, nos ajudem.

No século XXI, com a diversidade dos problemas que a humanidade tem, com as coisas novas que aconteceram na nossa vida, nós precisamos aumentar o currículo escolar para que as crianças possam levar para casa um aprendizado e ensinar a pais e mães que não tiveram [essa] oportunidade.

Como é que a gente cuida da questão climática se as crianças não aprenderem na universidade o que é o cuidado com a floresta, o que é o cuidado com o lixo seletivo, o que é o cuidado com os oceanos. Como é que a gente limpa a casa para combater os mosquitos que no Brasil tem muitos.

Ou seja, se a gente não ensinar as crianças, onde elas vão aprender? E é por isso que eu acho que o currículo escolar tem que sair daquela mesmice de tantos séculos e colocar coisas novas, além de colocar cultura, além de colocar esporte, além de colocar arte.

Mas a gente também [tem que] colocar mais ensinamento sobre a vida real das pessoas para que as pessoas aprendam a tomar conta do seu próprio meio ambiente. E isso é uma coisa que nós temos um compromisso muito sério.

E nós fizemos também um compromisso com prefeitos e governadores: até 2030, a gente quer ter 80% de todas as crianças do ensino fundamental alfabetizadas até o segundo ano escolar, que é o melhor período para a gente alfabetizar.

Nós também criamos uma bolsa de estudo, uma poupança para o Ensino Médio.

Nós descobrimos, no ano passado, que 480 mil jovens do Ensino Médio brasileiro desistiram para ajudar no orçamento familiar. Então, nós tomamos uma decisão muito ousada: nós criamos uma poupança.

Nós damos R$ 200 por mês para cada jovem, depositado no banco, no nome dele, e no final do ano, se ele teve 80% de comparecimento e ele passou para o ano seguinte, ele recebe R$ 1 mil. No ano seguinte, outra vez a gente vai dando. Quando chegar no final do curso, ele tem R$ 9 mil, que é o começo da vida dele para, quem sabe, caminhar para o estudo superior.

Tem muita gente que acha que a gente está gastando dinheiro desnecessário. É muito mais barato a gente cuidar de um menino para ficar na escola do que cuidar de um menino na cadeia. Então, o que nós estamos fazendo, é cuidar do povo brasileiro.

Aqui, grandes pensadores como Foucault, Deleuze, o cientista social brasileiro Josué de Castro e meu querido amigo Marco Aurélio Garcia ajudaram a formar um pensamento crítico, que não aceita injustiça como destino e que está comprometido com a transformação social.

Carrego comigo a convicção de que o papel da política não é administrar a desigualdade, mas enfrentá-la. No Brasil, que fundou suas primeiras universidades somente no início do século 20, o ensino superior sempre foi pensado e reservado para uma pequena elite.

Foi preciso que um metalúrgico sem diploma universitário chegasse ao poder pelo voto popular para mudar essa situação. Nos governos do Partido dos Trabalhadores consolidamos um modelo de ensino mais aberto e inclusivo. Com a presidenta Dilma Rousseff, aprovamos a lei de ação afirmativa que mudou a cara dos egressos das universidades brasileiras.

Em consulta com nossos povos originários, vamos criar a primeira Universidade Indígena até 2026.

Essa revolução na educação é uma das ferramentas mais poderosas para romper o ciclo da fome e da pobreza que voltou a assolar o Brasil no governo de meu antecessor.

A fome, como dizia Josué de Castro, “é a expressão biológica dos males sociais”. Quem sente fome tem sua existência aprisionada na dor do presente. Torna-se incapaz de pensar no amanhã.

Tirar o Brasil do Mapa da Fome, como fizemos em 2014, é o compromisso mais urgente do meu governo.

A essência da democracia é governar exatamente para todos.

É assegurar participação popular real, com trabalhadores organizados, com juventude crítica e movimentos sociais respeitados.

Em várias partes do mundo, a extrema direita voltou a atacar as universidades. Seu método é o mesmo do adotado pelas ditaduras que assolaram a América Latina no século passado:

  • afrontar professores e estudantes e coibir o pensamento crítico e a diversidade;
  • calar a ciência, censurar a arte e transformar as salas de aula em instrumento de dominação.

A extrema direita tem medo da educação porque sabe que é onde nasce a consciência.

A França, que acolheu tantos intelectuais brasileiros exilados, sabe que defender as universidades é resguardar a ciência.

Em tempos de desinformação e negacionismo, o saber deve ser protegido como instrumento de um bem comum.

A Inteligência Artificial está revolucionando modos de aprendizado, de vida e de produção.

As oportunidades que se abrem são ilimitadas. Mas os riscos também não são menores.

A ausência de regulação das redes digitais só interessa às grandes corporações.

A Cúpula do BRICS, que sediaremos no Brasil em um mês, vai adotar uma Declaração sobre Governança da Inteligência Artificial – é preciso colocá-la a serviço de todos, e não a serviço de meia dúzia.

A defesa do regime multilateral de clima é outro exemplo de como as soluções para os dilemas da humanidade passam de forma inequívoca pelo Sul Global.

As universidades também têm papel decisivo no enfrentamento da crise climática.

De suas cátedras, emanam os múltiplos alertas sobre os riscos ambientais que ameaçam o planeta.

De suas salas, sairão as jovens lideranças que unirão ciência, inovação e conhecimento tradicional para delinear os caminhos de uma transição ecológica justa.

O pensamento crítico também caminha lado a lado com a luta anticolonial e o combate ao racismo, à misoginia, à xenofobia e todas as formas de discriminação.

As universidades e o movimento estudantil seguirão como vozes da resistência intelectual aos horrores cometidos em todas as guerras.

Não é possível permanecer indiferente ao absurdo da guerra na Ucrânia e do genocídio do povo palestino em Gaza.

A intolerância e o extremismo comprometem os esforços coletivos de diálogo e corroem a confiança nas instituições.

A gravidade do momento exige a defesa firme dos valores que unem a humanidade: a defesa da paz, do multilateralismo e do desenvolvimento sustentável.

Fortalecer a educação emancipadora por meio da cooperação acadêmica é fundamental.

Todos os anos, milhares de estudantes, pesquisadores, artistas e empreendedores circulam entre nossos países.

Trocam ideias, constroem pontes e semeiam inovação.

Quero agradecer os esforços empreendidos pela gestão da reitora Annick Allaigre e de seu sucessor Arnaud Laimé para estreitar os laços entre esta universidade e o Brasil.

Iniciativas como o programa de dupla diplomação em História, com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e o acolhimento generoso aos nossos doutorandos indígenas são ações concretas que reforçam o espírito de inclusão e colaboração conjunta.

O engajamento da Universidade Paris 8 com o Ano Brasil-França 2025 também é exemplo de como esta parceria pode se desdobrar em projetos acadêmicos, científicos e culturais.

Queridas amigas e queridos amigos.

Agradeço à Universidade Paris 8 mais uma vez pela homenagem e pela acolhida. Que o dia de hoje seja mais uma semente lançada para fortalecer os laços humanos entre a França e o Brasil e para inspirar as novas gerações a sonhar, a questionar e a agir.

Que sigamos honrando o legado do mestre brasileiro Paulo Freire e colocando a educação como prática da liberdade, o diálogo como método e a crítica como ferramenta de emancipação.

Só o conhecimento pode romper as correntes da desigualdade e construir uma sociedade mais justa, mais igualitária. Por isso, viva a Universidade Paris 8! Viva a educação como instrumento de transformação!

Obrigado.

Tags: FrançaUniversidade Paris 8`Presidente LulaLuiz Inácio Lula da SilvaDoutor Honoris CausaMarilena Chuaí
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