Pronunciamento do presidente Lula durante assinatura de contrato de ampliação da frota da Petrobras e Transpetro
Bem, eu quero começar a minha fala pedindo desculpas a vocês. Já são dez para as 2h, estava prevista a minha chegada em Brasília, de volta, às 3h30 da tarde e, pelo que eu estou vendo, eu vou sair daqui às 3h da tarde. Mas eu queria explicar para vocês uma coisa.
Primeiro, esse ato, para mim, é um ato simbólico. E, segundo, eu fiz questão de pedir para todos os meus ministros falarem, porque eu não governo sozinho. Eu governo com essa turma que está aqui, com outros que não estão aqui e sempre é importante vocês saberem as pessoas que trabalham comigo, porque não é fácil a gente reconstruir. Se algum de vocês já alugou uma casa ou já comprou uma casa e teve que reformar, você aprendeu que fazer uma coisa nova é melhor do que reformar uma coisa velha.
E nós pegamos esse país semidestruído. E um exemplo dessa destruição foi a indústria naval. Um exemplo de destruição foi a cultura, foram os direitos humanos, foi o Ministério das Mulheres. Não tinha Ministério dos Indígenas. Tinha acabado praticamente quase o Ministério do Trabalho. Ou seja, se acabou quase tudo nesse país, porque as pessoas que estavam governando não tinham nenhuma preocupação com o país e nem com o povo brasileiro.
A preocupação era contar 11 mentiras por dia e, muitas vezes, o povo seguia as mentiras que eles contavam. Muitas vezes. Eu, na época, estava na Polícia Federal, no Paraná, e eu fiquei lá 580 dias, e eu assistia vários depoimentos e vários jornalismos. Era impensável a gente viver num país onde o presidente da República fazia questão de contar 11 mentiras por dia, sem levar em conta a qualidade da mentira e sem levar em conta quem estava ouvindo aquelas mentiras.
E vocês aprenderam uma lição, que eu espero que tenham aprendido de verdade, de que é muito mais fácil destruir do que construir. Essa é uma lição que tem que ficar na cabeça de todo mundo, tem que ficar para a gente não permitir que aconteça outra vez. E, quando eles querem destruir uma coisa, a primeira coisa que eles fazem é tentar tornar a história daquela pessoa que eles querem destruir em uma história negativa.
E vocês sabem quantas tentaram destruir a Petrobras. A Petrobras virou símbolo da corrupção. Vocês que estão de jaleco amarelo, muitas vezes, tiveram problema de andar com esse jaleco na rua, de ser provocado. Porque foi jogado em cima das costas dos trabalhadores, também, a responsabilidade de que a Petrobras era um antro de ladrão. Vocês sabem o que vocês passaram.
E, por conta disso, quando criam a imagem negativa contra alguém, fica muito fácil destruir esse alguém. E vocês aqui, neste estado, têm uma história muito verdadeira.
Primeiro, destruíram a imagem do Getúlio Vargas, levaram ele à morte e até hoje não provaram nada contra Getúlio Vargas. É assim que acontecem as coisas na política, quando você tem um inimigo de extrema direita que não tem nenhum problema de ter sido responsável por, pelo menos, pela morte de metade dos 700 mil brasileiros e brasileiras que morreram por conta da Covid, por irresponsabilidade de jogar o povo contra a vacina, de vender remédio falso e de contar mentiras todo santo dia na televisão.
Isso vocês viveram. Isso vocês viveram. E a gente só pode enfrentar isso se a gente estiver de cabeça erguida. No Brasil, muitas vezes, se fala o seguinte: quando tiver uma acusação contra você, submerge-se. A palavra mágica é submerge-se, ou seja, se esconde, não sai de casa, não aparece mais, porque, se você aparecer, eles vão te destruir.
E a pessoa que submerge é covarde, ou a pessoa que submerge é culpada, porque, quem não deve tem que levantar a cabeça e ir para a luta e enfrentar eles em igualdade de condições. É por isso que eu estou aqui de cabeça erguida. E eu vim aqui simbolicamente. Esse ato poderia ter sido feito no Palácio do Planalto, eu não precisaria vir aqui para juntar 500 pessoas ou mil pessoas. Eu vim aqui porque para mim é simbólico, porque eu estive aqui em 2006, eu estive aqui em 2008, eu estive aqui em 2010 e eu estive aqui em 2017, quando eu não era mais presidente, para discutir a quantidade de desemprego que causaram nessa cidade que vocês moram.
E, naquele tempo, eu fiquei frustrado, porque eu imaginava que muito mais trabalhadores fossem participar do ato que nós convocamos. E muitas vezes as pessoas não participam, ou porque estão com medo, ou porque não compreendem, ou porque, quem sabe, acreditaram que o Lula era ladrão mesmo. Quem sabe? E eu não fico magoado com isso, porque eu acho que muitas vezes a gente não tem capacidade de falar o que as pessoas precisam ouvir. E muitas vezes a gente é o próprio culpado do que as pessoas acreditam da gente.
E vocês sabem o que aconteceu com a Petrobras. Vocês sabem como a Petrobras foi demonizada, porque ele tinha objetivo de desmanchar a Petrobras. Aliás, eles querem isso desde 1950. Desde quando ela foi criada, eles trabalham contra a Petrobras e já tentaram destruí-la muitas vezes.
E eles perceberam que, não podendo destruir a Petrobras, porque ela está na alma do povo brasileiro, eles resolveram fatiar, resolveram vender pedaços da Petrobras. E começaram vendendo um grande pedaço, chamado BR, nossa distribuidora. E queriam vender muito mais, desmontar a África, a Petrobras na África, desmontar sonda. Eu fui ao Rio de Janeiro, estava vendendo sonda praticamente pronta para ser vendida como ferro velho para o Gerdau transformar em outro produto qualquer.
E, muitas vezes, a gente não levantou a cabeça para defender as coisas que a gente acredita. Muitas coisas a gente não levantou a cabeça. E eu lembro, quando eu estava preso, que vieram me propor um acordo. “Lula, vamos fazer um acordo: você vai para casa com tornozeleira eletrônica e está tudo resolvido”. Eu falo: não, comigo não está resolvido. Eu sou filho de uma pernambucana que nasceu e morreu alfabeta. E ela me disse: “meu filho, nunca abaixa a cabeça, nunca abaixa a cabeça. Você sabe se uma pessoa está falando a verdade, é pelos olhos das pessoas”.
E eu disse aos proponentes da proposta que eu não ia para casa: eu não vou para casa, só vou para casa inocente. E quero que vocês saibam que eu não troco a minha dignidade pela minha liberdade. Que eu não vou colocar a tornozeleira, porque eu não sou pombo-correio e não vou para casa porque a minha casa não é prisão. Quem me prendeu, que me solte. E eu quero sair daqui de cabeça erguida.
E cá estou eu, de cabeça erguida, presidente da República, pela terceira vez neste país, por conta de vocês. E resolvi recuperar a Petrobras e recuperar a indústria naval, porque também construir a indústria naval não foi uma tarefa fácil. Vocês sabem que, desde 2002, a gente tem brigado pela indústria naval.
Esse país tem 8 mil quilômetros de costa marítima. Esse país jamais poderia ter prescindido de uma indústria de cabotagem, jamais. Jamais. Porque o que é ideal para um país como o Brasil é o sistema de transporte, sabe, que você usa trem, que você utiliza navio, que você utiliza, sabe, caminhão. Um caminhão não precisa andar, sabe, 2 mil quilômetros com o carro em cima, ele pode andar 300 quilômetros.
Então, o Brasil, 95% do nosso transporte de exportação vai de navio. O Brasil é o maior país da América do Sul. Por que a gente não tem uma indústria naval poderosa? Por que a gente tem que comprar navio da Coreia, de Singapura, da China? Eu lembro, Magda [Chambriard, presidenta da Petrobras], eu lembro que um presidente da Petrobras chegou a dizer para mim, em Salvador, eu estava vindo do estaleiro, sabe, lá de Pernambuco, ele falou: “presidente, a gente vai comprar sonda, sabe, da Coreia”. Eu falei: não vai comprar, não vai comprar. Se você comprar, a mesma caneta que te colocou na presidência vai te tirar da presidência. Nós vamos ter que fazer aqui.
E fiz uma carta para a indústria naval brasileira, perguntando se eles tinham ou não capacidade de fazer aqui. Eles disseram que não tinham, pediram para eu comprar 12 fora e o restante fazer aqui no Brasil. E nós compramos as 12 fora, Alckmin [Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços], e depois começamos a fazer aqui. Agora a gente aprendeu uma lição. Eu precisava contratar engenheiro, sabe, ferroviário, e não tinha mais engenheiro. Esse país tinha parado de produzir, sabe o que? Trilho. Esse país tinha parado de produzir dormente.
Eu aprendi que, quando a gente começou a construir navio, a gente não tinha mais soldador especializado, porque não é uma solda qualquer para soldar um casco de navio. E tivemos que trazer companheiros nossos, brasileiros, que estavam no Japão. O primeiro navio que a gente fez, a gente colocou na água, a gente descobriu que tinha problema na solda. Tivemos que recolher esse navio e formar melhor os nossos soldadores, para que a gente pudesse competir a nível internacional.
Por que esse país tem que ser pequeno? Por que esse país não pode pensar grande? Por que esse país não pode competir, em igualdade de condições, com qualquer país do mundo? Nós já temos uma empresa como a Petrobras, que não perde para ninguém em inteligência de prospecção de petróleo em águas profundas. Uma empresa que não tem quase nenhum incidente, uma empresa que não tem experiência de incidente.
Por que a gente não aproveita essa tecnologia para a gente se transformar na maior empresa de petróleo do mundo? “Ah, mas agora a gente está discutindo a transição energética, a gente não precisa mais de petróleo, agora é eólica, agora…” Tudo bem, eu sou contra o combustível fóssil, quando a gente puder, precise dele. Enquanto a gente não puder, a gente tem que ter, porque é o dinheiro da Petrobras que vai ajudar a gente a fazer a revolução da transição energética. É com o dinheiro do petróleo que a gente vai conseguir fazer o biocombustível, o etanol e que a gente vai poder fazer o hidrogênio verde e outras coisas mais.
Então, companheiros e companheiras, esse país será do tamanho que a gente quiser. Vamos pensar um pouco maior, vamos acreditar em nós mesmos, vamos parar de acreditar naqueles que negam o Estado. “O Estado não presta nada, o Estado é corrupto, o Estado não sei das quantas”. Eles só sabem vender isso, como se os bons serviços fossem prestados por eles. Se não fosse o Estado brasileiro, a Covid tinha matado muito mais gente do que matou, graças ao SUS, que foi tripudiado a vida inteira e que, durante a Covid o SUS se recuperou.
Se não fosse a Petrobras, o Brasil era importador de petróleo. Nós vendemos a BR e o que facilitou a vida do povo brasileiro? O que mudou? O que melhorou? O que baixou o preço da gasolina? Uma empresa de qualidade, orgulho nacional da distribuição de gasolina e óleo diesel. Mas eles sempre estão vendendo a ideia de que é melhor se desfazer. E, muitas vezes, nós acreditamos.
E, quando a gente acredita, eles vão empurrando a gente para o abismo. E esse país não é um paisinho qualquer, esse país é muito grande. E eu sou teimoso, eu sou teimoso, eu digo todo mundo: eu sou de um lugar que eu escapei da morte até 5 anos de idade. Na minha terra, quem não morrer de fome até 5 anos, vai durar 120 anos, como eu quero durar. Pode ficar certo.
Eu passei a vida, eu passei a vida explicando um partido que eu criei, porque a bandeira era vermelha, porque tinha uma estrela branca, porque eu tinha barba. Sabe, tudo, passei a vida inteira explicando. Porque eu quero construir indústria naval, porque eu quero recuperar, eu quero recuperar, porque um país que tem uma bela indústria naval se torna competitivo no comércio internacional, que tem 90% de coisa feita por transporte marítimo.
E o que a Magda veio anunciar aqui é apenas o começo. Eu fui ao Rio de Janeiro, na semana passada, estou aqui hoje, na próxima semana nós vamos para o Espírito Santo, na outra semana vamos para Santa Catarina, na outra vamos para a Bahia. Ou seja, porque daqui para frente eu vou visitar até fábrica de palito de fósforo. Eu quero mostrar, eu quero mostrar que esse país não tem volta, esse país não tem volta e não acredite nessa bobagem da macroeconomia. “A economia não vai crescer, a economia não vai crescer”. Deixe, sabe, deixe a bola rolar. Nós entramos no governo e a economia ia crescer 0,8%, cresceu 3,2%. O ano passado, ia crescer 1,5%, vai crescer 3,8%. E pode se preparar que vai crescer mais agora. Pode se preparar.
É importante lembrar que, quando eu deixei a Presidência, a economia crescia 7,5%. De lá para cá, ela nunca mais cresceu acima de 3%. Precisou nós voltarmos para crescer acima de 3% e gerar mais emprego.
Porque o que faz a economia girar não é apenas o dinheiro que a gente empresta para os empresários, não é apenas a quantidade de bilhões que a gente anuncia. É a quantidade de milhões que roda junto ao povo mais humilde. O que roda, o dinheiro que circula na mão do povo. O povo quando pega R$1 mil, ele não vai comprar dólar, ele não vai depositar no banco. Ele vai comprar o que comer, vai comprar o que vestir, vai comprar o que calçar, ele vai melhorar a vida da sua família, o dinheiro começa a circular, o comércio cresce, o comércio compra, a indústria produz mais, gera mais emprego, mais comércio, mais salário. É esse país que nós vamos construir.
Olhe para a microeconomia desse país, sem desprezar a macro, mas é na microeconomia que a gente vai salvar esse país. Eu quero pouco dinheiro na mão de muitos e não muito dinheiro na mão de poucos. É isso que eu quero para esse país. É isso que nós precisamos nesse país. Eu quero o dinheiro rodando na mão do povo, seja R$5 mil, R$10 mil, R$11 mil, R$2 mil, R$500. Eu quero o dinheiro circulando na mão do povo. E você pode ter certeza que não é milagre, não. Não é que eu tenho sorte, é que eu tenho juízo.
Eu vim lá de baixo, eu sei o que são R$100 na mão do pobre e sei o que é um R$1 milhão na mão do rico. O do pobre vai produzir muito mais. Então é isso que nós temos que entender, sabe. Eu sou de uma época em que eu não pude estudar, eu não tinha condição de estudar, eu precisei trabalhar com 11 anos de idade. Hoje eu não quero que um moleque de 11 anos trabalhe, eu quero garantir que ele estude. Porque esse país, como disse o Rui Costa [ministro da Casa Civil], tem que ser exportador de inteligência, de conhecimento e não só de soja ou de minério de ferro.
É por isso que eu, mesmo não tendo diploma universitário, sou o presidente que mais investiu em universidade, mais investiu em escola técnica. Porque, para nós, a educação é a essência do crescimento desse país. E, para nós, não é só o trabalho de carteira assinada, não. Porque, hoje, nós temos muita gente nesse país que não quer carteira assinada. Nós temos muita gente que quer ser empreendedor. Nós temos muita mulher que quer ser empreendedora. Nós temos muitos jovens que andam de bicicleta, de motocicleta, que não querem ir para dentro de uma fábrica ganhar R$1,6 mil para trabalhar das 6h da manhã às 6h da tarde. Não. Ele prefere trabalhar em outra coisa e nós precisamos garantir crédito para essas pessoas poderem ser empreendedores, trabalhar por conta própria e viver a sua vida dignamente.
Ninguém quer ser mais escravo, as pessoas querem mais liberdade, as pessoas querem mais tranquilidade e cabe ao Estado brasileiro garantir oportunidade e, ao mesmo tempo, discutir segurança. Porque também a pessoa acha: “eu vou trabalhar por conta, eu não preciso do Estado”. Mas, quando tem uma dor de barriga, é o Estado que vai socorrê-lo. Então é importante as pessoas compreenderem muito bem isso.
Por isso, companheiros e companheiras, eu quero que vocês saibam de uma coisa: eu tenho mais dois anos de mandato e eu quero, sinceramente, eu quero que vocês comecem a fazer uma comparação entre tudo o que nós estamos fazendo e tudo o que foi feito no governo depois do golpe contra a companheira Dilma [Rousseff, ex-presidenta da República]. Eu quero que vocês analisem.
Eu não quero que vocês acreditem em mim, eu não quero que vocês acreditem em nenhuma palavra minha. Estudem, estudem, estudem a história do Brasil. Vocês que são gaúchos, isso aqui faz parte de uma parte da história desse país, como pessoas como Getúlio e como Brizola. Estudem a história desse país e vocês vão perceber que têm dois momentos na história desse país que o povo pobre foi tratado com decência.
Primeiro, com Getúlio, com a CLT e com o salário mínimo e com a Petrobras. Segundo, no meu governo, colocando o pobre no Orçamento da União para que ele tivesse direito de tomar café, almoçar e jantar, de colocar o pobre para fazer universidade, seja através do ProUni, seja através do Fies. Nós queremos que a filha da empregada doméstica, a filha de uma trabalhadora do estaleiro, a filha de uma diarista, que ela tenha a mesma oportunidade de disputar uma vaga com o filho da patroa dela. E que vença o melhor.
A gente não quer protecionismo para que o rico tenha tudo e o pobre não tenha nada. Nós queremos é garantir oportunidade. No mesmo banco da escola, que a gente vai ver que não é o dinheiro que faz a pessoa inteligente, o que faz a pessoa inteligente é ela comer as calorias e as proteínas necessárias, tomar um bom café e ter uma família que viva em paz, uma família mesmo. É esse país, companheiros, que eu estou proposto a construir. É esse país que é o meu compromisso de construir: um país em que todos têm o direito a evoluir.
Eles pensam: “o Lula só gosta de pobres”. Não, eu gosto de fazer o pobre deixar de ser pobre, é isso que eu gosto. Eu gosto de fazer o pobre deixar de ser pobre. Porque tem gente que pensa que nós gostamos de comer mal, só gostamos de carne de segunda, que a gente vai na feira, depois do meio-dia porque é mais barato, na xepa, tudo amassado, até ovo é apertado antes da gente chegar. Não, a gente quer comer bem. A gente quer estudar bem. A gente quer morar bem. A gente quer trabalhar e ter um salário digno. A gente quer educar o filho da gente numa escola de qualidade. É por isso que nós estamos fazendo a escola de tempo integral, é por isso que nós vamos alfabetizar as crianças até o segundo ano do Ensino Fundamental para que ele possa progredir na vida.
É por isso que nós criamos o Pé-de-Meia, vai ser a poupança para 4 milhões de jovens que desistiram da escola para poder trabalhar. Não, você não vai trabalhar, você vai estudar, porque você tem o direito de ser doutor também, você tem o direito de se formar naquilo que você quiser. E é por isso que a gente criou o Pé-de-Meia e criamos um Pé-de-Meia para professor também, porque ninguém quer ser mais professor. Então, a gente está estudando os melhores alunos do Enem, aqueles que tiveram acima de 650 pontos, que quiserem ser professores, também vão ter uma bolsa para que eles possam ser professores e a gente melhorar a qualidade da educação.
Depois que tudo isso acontecer, eu posso morrer tranquilo. Como eu tenho um pacto com Deus, eu falo com Deus todo dia: eu não quero ir para o céu agora, deixa a minha vaga lá, eu gosto aqui na Terra, eu gosto de fazer as coisas que nós estamos fazendo.
E eu sei da nossa responsabilidade, companheiros. Eu sei. Esse estaleiro vai voltar a funcionar, esses empregos não são amanhã, não. Vai demorar uns meses para esse emprego começar, porque tem que estruturar tudo para começar a montar outra vez as coisas, porque isso aqui foi semidestruído.
Mas eu quero que vocês saibam: o que nós estamos fazendo aqui é de verdade, o que a Magda falou é de verdade, o que os ministros falaram é de verdade. Porque, para nós, a verdade vai ter que destruir a mentira, porque senão a gente não sabe a qualidade dos nossos filhos e eu não quero que o meu filho seja algoritmo. É por isso que nós proibimos o celular na escola. Eu quero que o meu filho seja humanista e não algoritmo. E é por isso que nós vamos consertar esse país. Um abraço, gente, e até a nossa volta aqui, se Deus quiser.