Pronunciamento do presidente Lula durante assinatura da concessão de terminal do Porto de Itaguaí
Queridas companheiras, queridos companheiros. É uma honra, uma alegria e muita emoção estar aqui visitando o Porto de Itaguaí para comemorar a assinatura de um acordo de investimento de R$ 3,6 bilhões neste porto. Muito mais alegria é poder contar com a presença de cada um de vocês, da imprensa brasileira, de pessoas importantes na minha vida, assim como o Mares Guia [Walfrido dos Mares Guia, ex-ministro da Secretaria de Relações Institucionais], como o Brito [Pedro Brito do Nascimento, ex-ministro da Secretaria Nacional dos Portos da Presidência da República]. Esse ministério foi criado, em 2007, para que o companheiro Brito assumisse o ministério.
O nosso querido companheiro Márcio Fortes [ex-ministro das Cidades], que é o embaixador, que foi ministro das Cidades no meu governo. Quero cumprimentar aqui o meu querido companheiro Luiz Marinho, ministro do Trabalho. Quero cumprimentar a Benedita da Silva, nossa deputada federal. O nosso querido companheiro deputado federal Bebeto, a nossa querida enfermeira Rejane [Dias], deputada. O companheiro Daniel Soranz, deputado. O companheiro Lindbergh Faria, deputado. O Luciano Vieira, deputado. O Max Lemos, deputado. E o companheiro Reginaldo Lopes, deputado de Minas Gerais.
Quero cumprimentar o Haroldo Jesus, prefeito de Itaguaí. O almirante de esquadra André Luiz Lima, chefe do Estado-Maior da Armada. O almirante de esquadra Silvio Luiz, diretor-geral de navegação. O nosso querido companheiro André Ceciliano, secretário especial de Assuntos Federativos, que trabalha junto com o companheiro Padilha [Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucionais]. O Alex Ávila, secretário Nacional de Portos do Ministério dos Portos e Aeroportos. O Dino Antunes, secretário Nacional de Hidrovias e Navegação do Ministério dos Portos e Aeroportos. Tomé Franca, secretário Nacional de Aviação Civil do Ministério dos Portos e Aeroportos. Caio Faria, diretor-geral da Agência Nacional de Transporte Aquaviário do Ministério dos Transportes. Jorge Bastos, diretor-presidente da Infra S.A. Andrezinho Ceciliano, prefeito de Paracambi. Nosso querido companheiro Waguinho, ex-prefeito de Belford Roxo. Francisco Martins, diretor-presidente do PortosRio. Thairyne Oliveira, presidente do Conselho do PortosRio. Lucas Kallas, presidente do Conselho de Administração do Cedro Participações. Sérgio Aquino, presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias. Jesualdo da Silva, diretor-presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários. Sérgio Gianneto, presidente da Federação Nacional dos Portuários. Júlia Crisóstomo, superintendente dos Portos de Itaguaí e Angra dos Reis. Guilherme Peixoto, superintendente de licitações da B3.
Queridos companheiros e companheiras. Eu acho que tudo que tinha que ser falado sobre os portos de Itaguaí já foi falado. Eu queria começar essa minha fala agradecendo ao empresário Lucas, que resolveu fazer investimento aqui. Eu aprendi com a minha mãe que, quando a gente quiser saber se uma pessoa é honesta, é amiga, é trabalhadora, a gente não tem que prestar atenção na boca dele quando ele está falando. A gente tem que prestar atenção nos olhos da pessoa, porque é pelos olhos que as pessoas dizem a verdade. Pode ter isso com a maior certeza absoluta. Se você olhar nos olhos da pessoa quando ela está falando, você vai descobrir se ela está falando a verdade ou a mentira.
E o companheiro Lucas, desde que foi levado na minha sala pelo companheiro Walfrido para dizer que ele queria fazer muitos investimentos na questão mineral no país, na questão de minério de ferro, eu descobri, na hora, que eu estava conversando com um empresário sério, com um empresário com uma visão nacional muito interessante, com um empresário que, antes de tudo, ama o Brasil, acredita no Brasil e torce pelo crescimento do Brasil. Não é todo empresário que pensa assim.
Tem empresário que vai no governo, conversa, pede as coisas e ainda sai falando mal do governo. Tem empresário que recebe bilhões de investimentos e, quando deixa a sala do presidente, a imprensa pergunta: “e daí, tudo bem?”. “Foi insuficiente”. Ou seja, nunca as pessoas agradecem aquilo que receberam.
E o Lucas está anunciando esse investimento hoje aqui. É uma demonstração que ele começou como pequeno, mas com vontade de ser grande. E eu acho, Lucas, que com o caráter que você tem, com a dedicação que você tem e com o compromisso com o Brasil que você tem, eu não tenho dúvida nenhuma que você será logo, logo, um dos grandes empresários brasileiros na área da mineração. Eu, como presidente, estarei torcendo para que você possa conquistar tudo que você almeja conquistar na sua empresa e nas parcerias que você faz com os outros.
E quero parabenizar o companheiro Silvio Costa [Filho, ministro de Portos e Aeroportos], que é um menino, um pernambucano, sabe, que eu escolhi para ministro do Portos Aeroportos e ele tem, sinceramente, dado um show no trabalho dele. É um menino que não tem preconceito, é um menino que não persegue absolutamente ninguém, é um menino que não tem discórdia com ninguém e é um companheiro que só trabalha para fazer as coisas acontecerem.
E isso me deixa muito, muito orgulhoso, de saber que de vez em quando a gente erra, mas, na maioria das vezes, a gente acerta quando a gente escolhe um ministro de qualidade. Eu já era amigo do pai do Silvinho e agora eu sou amigo do pai e do filho. E logo, logo, talvez eu seja amigo do neto dele, do filho dele, porque eu quero viver 120 anos.
É importante vocês saberem que eu tenho uma conversa, todo dia, com Deus. Eu não quero ir para o Céu. Eu quero ficar aqui na Terra, porque tem muita coisa para a gente fazer e eu preciso provar, a cada dia, eu tenho que provar, a cada hora, eu tenho que provar para as pessoas que inteligência não está ligada à quantidade de anos de escolaridade que você tem. A quantidade de anos de escolaridade demonstra conhecimento que você tem, mas não demonstra inteligência. Inteligência é a capacidade criativa que tem uma pessoa. É a capacidade de saber decidir. É a capacidade de escolher bem as coisas. É a capacidade de você fazer aquilo que é a vontade da maioria das pessoas. E eu tenho muito orgulho, muito orgulho. Não é orgulho por não ter um diploma universitário, que eu tenho inveja de quem tem, eu gostaria de ter tido um diploma universitário. Mas eu tenho muito orgulho e eu faço questão de dizer isso aqui para vocês: muito orgulho de ser o único presidente da República desse país que não teve um diploma universitário, mas sou o presidente que mais fez universidade na história desse país, que mais fez Institutos Federais e que mais investiu na educação desse país.
E hoje o que me dá orgulho é o programa Pé-de-Meia. O Programa Pé-de-Meia é uma revolução. E o Walfrido entende o que eu estou falando, porque o Walfrido já foi dono da maior escola de formação nesse país, que era a universidade dele. Primeiro chamava Pitágora, depois chamava Kroton e agora não sei o que chama, porque agora ele também é empresário de fabricação de insulina. Não é pouca coisa esse homem, não. Ele já teve a mais importante universidade desse país, a maior, pelo menos no meu governo, ela cresceu muito, porque nós criamos o Fies, nós criamos o ProUni, nós criamos o ReUni.
E nós queríamos que os filhos dos pobres, os filhos dos trabalhadores, a empregada doméstica, pudessem ter orgulho de ter o seu filho fazendo uma universidade e se transformar em doutor nesse país, porque isso não pode ser privilégio para rico. Também tenho orgulho.
Agora, Walfrido, esse mês, a partir de segunda-feira, nós vamos depositar, na conta de 4 milhões de meninas e meninos que estão fazendo o Ensino Médio, R$1 mil. Já pagamos R$200 desde janeiro. Agora vamos depositar R$1 mil. É uma poupança. Esses R$1 mil, ele não pode tirar. Ele vai ter que guardar, porque quando ele terminar o ensino médio, ele pode ter R$9 mil na conta dele para ele começar a estudar e fazer o que ele quiser, a partir do Ensino Médio.
E nós estamos a fazer isso, porque nós descobrimos que meio milhão de meninos e meninas desistiram do ensino médio, porque tinha que ajudar a família no orçamento familiar, porque tinha que trabalhar para comer. E eu tomei a decisão, a gente não vai permitir que um jovem, uma jovem, uma menina ou menino com 14, 15, 16 anos, desista da escola para poder trabalhar para comer. O Estado brasileiro vai ter que cuidar, porque, se a gente não cuidar agora, na escola, a gente vai ter que cuidar na cadeia depois, vai ter que cuidar quando ele tiver sido ganho pelo crime organizado. Não venham me dizer que é gasto, não. É investimento.
Da mesma forma que nós criamos uma bolsa para professor. Hoje, quase ninguém quer ser professor. Às vezes, o pior aluno do Enem quer ser professor. E nós queremos que o melhor aluno do Enem, aqueles que tiverem acima de 650 pontos, decidam ser professor, porque nós não queremos o pior. Nós queremos o melhor para ser professor, para cuidar dos nossos filhos, para cuidar das nossas filhas, para cuidar dos nossos netos. E, por isso, nós resolvemos criar uma bolsa. Até ele se formar, ele vai ganhar uma bolsa para ele poder ter tranquilidade de ser um bom professor ou uma boa professora.
Da mesma forma, Walfrido, nós fizemos um convênio com todos os prefeitos deste país para que, até 2030, a gente alfabetize todas as crianças brasileiras até o segundo ano de escolaridade. Porque, se a criança não aprender até o segundo ano, ela vai ter possibilidade de ser um aluno sempre atrasado até a sua ida para a universidade.
Essas coisas permitem a gente acreditar que este país tem futuro, que a gente pode garantir que este país nunca seja eternamente exportador de soja, exportador de milho, exportador de minério, exportador de manga, exportador de qualquer coisa. Esse país tem que ser exportador de inteligência, de conhecimento. É isso que dá valor agregado a um país.
Pois bem, se não bastasse isso, a gente também já tem um milhão de alunos na Escola de Tempo Integral. E queremos chegar a mais de 3 milhões. E a escola integral não é apenas para a criança ficar o dia inteiro protegida dentro de uma sala de aula, aprendendo história, geografia, matemática, mas também aprendendo teatro, aprendendo música, aprendendo artes, porque é isso que faz uma nação ser desenvolvida. E isso é uma garantia para as mulheres, as mães, que, muitas vezes, precisam trabalhar fora e não têm com quem deixar o filho. Porque, no governo passado, a Dilma [Rousseff, ex-presidenta da República] tinha começado a fazer 6 mil creches e eles tiveram a desfaçatez de construir as creches. Muitas delas estão paralisadas.
Então, nós voltamos para reconstruir coisas que a Dilma tinha começado e que os golpistas e, depois, aquela loucura que governou este país não ligaram, porque o governo passado só sabia mentir. Ele e a família dele. Mentiu, mentiu, mentiu. E eles eram tão aloprados que carregam nas costas pelo menos metade das mortes das 700 mil pessoas que morreram do Covid, por incompetência, por mentir, por dizer que vacina fazia as pessoas virarem homossexuais, que a vacina fazia as pessoas virarem jacaré, que a vacina fazia a pessoa virar onça. Quando, na verdade, o mundo inteiro provou que a vacina é a garantia que a gente tem de que vai salvar a humanidade de doenças que, muitas vezes, a gente pega em uma simples água que bebe.
É por isso, companheiros, que olhando na cara das mulheres, olhando na cara dos homens, olhando na cara das pessoas que estão neste evento, eu posso dizer para vocês: este país teve a República proclamada, em 1889, com o Marechal Deodoro da Fonseca. Mas, este país só teve dois momentos em que governos fizeram política social.
O primeiro foi o Jânio Quadros, com a aprovação do salário… Jânio Quadros, não, Getúlio Vargas. Com aprovação do salário mínimo, em 1939, e, depois, com aprovação da CLT, em 1943. Muita gente, hoje, não dá valor à CLT. Mas a CLT tirou o povo brasileiro da escravidão. Não tinha jornada de trabalho, não tinha férias e as pessoas não tinham uma semana de seis dias, não. A semana era direta e as crianças trabalhavam a partir de 10 anos de idade.
Só para você ter ideia, na Constituição de 1946, os empresários de São Paulo diziam que não era importante dar 30 dias de férias para o trabalhador, só tinha que dar 10 dias, porque 30 dias levava os trabalhadores ao ócio. E o ócio levava os trabalhadores à bebida, a bebida levava à violência. Então, os trabalhadores não tinham que ter férias. E foi o Getúlio que garantiu isso. E, depois do Getúlio, foi no nosso governo de 2003 que criamos todas as políticas sociais. Todas. Só para você ter ideia, nós triplicamos o número de médicos aqui no estado do Rio de Janeiro.
Esses dias, eu vim recuperar o hospital de Bonsucesso, que tinha 300 leitos fechados, que tinha cinco UTIs fechadas, que não tinha [equipamento para fazer exame de] imagem, não tinha [equipamento] para fazer [exame de] câncer de mama, não tinha [equipamento] para fazer [exame de] câncer de útero, não tinha [equipamento] para fazer nada. E nós vamos fazer aquele hospital ser um hospital de excelência no Brasil, para, quando uma pessoa passar lá, ter orgulho de dizer: “o Rio de Janeiro tem seis hospitais federais”. E os hospitais federais serão os melhores que o Rio de Janeiro já teve.
Porque tem muita gente que acha que cuidar do povo com a doença é gasto. E [tratar] doença é investimento, porque uma pessoa sã, uma pessoa sem doença, ela trabalha mais, ela produz mais, ela cria melhor os seus filhos e ela rende muito mais para o Brasil. Uma pessoa doente não produz nada, é uma pessoa amarga, é uma pessoa que custa ao Estado. Por isso, investir em educação, para nós, em saúde, é investimento. Da mesma forma que investir em educação.
Agora, companheiros e companheiras, uma outra coisa que eu tenho orgulho. Vocês são todos inteligentes, possivelmente muito mais do que eu. Vocês podem pegar um pouco a história econômica. Pega um professor de economia e pergunte para ele qual foi a vez que o Brasil cresceu mais de 7,5%. Quando eu deixei a Presidência da República, a economia brasileira crescia 7,5%. A massa salarial era maior, o salário mínimo era maior.
Você, meu companheiro Walfrido, quando eu deixei a presidência, a gente vendia 3,8 milhões de carros por ano. Quando eu voltei, 15 anos depois, a gente só vendia 1,6 milhão. Metade do que a gente produzia há 15 anos. E já voltamos a 2,8 milhões. E, se Deus quiser, vamos chegar a 3,8 milhões, porque o que eu quero é o dinheiro circulando no meio do povo.
O pobre é que faz a economia crescer. Quando ele tem um pouco de recurso, ele não deposita no banco, ele vai comprar coisas para a sua família, vai comprar comida, vai comprar roupa. Porque tem gente que acha que pobre não gosta de coisa boa. Tem gente que acha que a gente gosta de comer coisa estragada, que a gente gosta de ir na xepa, ir lá, 12h, 13h, na feira, para pegar o tomate que já foi esmagado, para pegar o ovo que já foi balançado muitas vezes, para pegar a banana que já esmagaram. Não. A gente gosta de comer do melhor, o melhor prato de comida, a melhor salada, a melhor laranja, a melhor roupa. Pensam que a gente gosta de coisa de segunda. “Pobre pode comer em cocho, que não tem problema”. Não, a gente quer comer bem. A gente quer comer carne, quem gosta. A gente quer comer frango, quem gosta. A gente quer comer peixe.
Por isso, eu tenho obsessão de fazer o alimento barato, barato, barato, para que vocês possam comprar. Eu já vivi com inflação a 80% ao mês. Eu recebia o salário, eu corria no atacadista, eu comprava mais papel higiênico do que eu iria utilizar. E comprava por quê? Para o meu salário não ser corroído. E é isso que eu quero evitar. Por isso, eu tenho orgulho de dizer para vocês, depois que eu deixei a Presidência da República, em 2010 - pode perguntar para economista, a imprensa pode pesquisar -, a economia nunca mais tinha crescido acima de 3%. Pois eu tenho sorte, eles dizem que eu tenho sorte. Eu voltei, já crescemos a 3,5%, vamos crescer a 3,8% e vamos continuar crescendo.
E, mais importante do que é crescer: distribuir o crescimento para que o povo possa melhorar de vida, para que o povo possa comer melhor, para que o povo possa comer mais. É esse o país que nós queremos fazer.
E aí, Marinho [Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego], não é só emprego com carteira assinada. Nós precisamos cuidar de pôr emprego com carteira assinada, mas nós temos que levar em conta uma coisa importante: nem todo mundo, hoje, quer assinar carteira. Tem gente que quer ser empreendedor. Tem mulher que quer fazer alguma coisa em casa, quer fazer costura, quer fazer bolo, quer fazer doce. E ela quer vender. E hoje, com a internet, ela tem chance de ser empreendedora. O Sebrae pode ajudar, o Ministério da Pequena e Média Empresa pode ajudar. E ela não quer uma jornada de trabalho para ficar em uma fábrica das 6h da manhã às 20h da noite. Ela não quer trabalhar de doméstica para ficar limpando a sujeira dos outros, limpando o banheiro dos outros. Ela quer ser empreendedora.
E nós, do governo, precisamos criar condições para que tenha financiamento para as mulheres e para os homens que querem ser empreendedores nesse país. A molecada de hoje não quer mais trabalhar em uma fábrica para ganhar R$ 1,6 mil. Muitas vezes, prefere trabalhar por conta própria, porque quer trabalhar só meio dia. Quer ter o prazer de ser mais livre. Não como eu era quando tinha 14 anos. E o que é que nós temos que fazer? Obrigar esse jovem a ir para dentro de uma fábrica? Não, nós temos que criar condições para que ele possa fazer o trabalho dele com prazer e com alegria.
E os empresários nunca vão ter de compreender que nós temos que fazer muitos acordos com os trabalhadores para que a gente possa atender às novas necessidades do povo brasileiro. Nem todo mundo quer trabalhar dentro de uma fábrica. Tem gente que quer ser empreendedor, tem gente que quer trabalhar em casa, tem gente que quer trabalhar com carro, tem gente que quer trabalhar com motocicleta, tem gente que quer trabalhar com bicicleta, tem gente que quer vender as coisas em carrinho. E qual é o papel do Estado? É ajudar essas pessoas a ter direito, porque é bom trabalhar livre. Mas, quando tiver uma desgraça, essas pessoas não têm proteção, e nós precisamos garantir a proteção para essas pessoas.
Por isso, companheiros, hoje é um dia de muita alegria. Muita alegria. Primeiro, porque estou aqui no investimento no Porto de Itaguaí. Segundo, porque estou perto do Porto do Estaleiro da Marinha Brasileira, que é o estaleiro mais modelo do mundo. Nem a França, nem os Estados Unidos têm um estaleiro da qualidade do nosso, que está produzindo submarino.
Então, companheiros, eu estou alegre. Primeiro por isso. Segundo, porque estou perto de vocês. Terceiro, porque, em setembro, eu estava cortando a minha unha, sentado, e caí, bati a cabeça. E foi uma batida muito forte. Eu, sinceramente, pensei que tinha chegado a minha hora. Fui para o médico, fiz um tratamento, meu cérebro mexeu um pouco e eu comecei, inclusive, a tomar remédio contra a possibilidade de convulsão. Aí passaram dois meses. Quando eu pensei que estava bom, eu voltei ao médico para fazer uma tomografia. E aí tinha piorado. Meu cérebro estava com muito líquido dentro e eu com muita dor de cabeça.
Eu fui para São Paulo, fiz uma cirurgia para retirar o excesso de líquido e muita gente pensou que eu ia morrer. Como eu sou amigo de Deus, eu falei: Deus, ainda não é minha hora, eu quero viver mais uns 40 anos, deixa eu aqui. Eu vou lhe ajudar, deixa eu aqui. Eu não sou do mal, eu sou do bem. Eu só gosto de fazer coisas boas. Eu sou seu representante aqui, vai por mim.
E eu estou aqui. Ontem, eu fui fazer um check-up. Cinco horas e meia dentro do hospital. Fiz tudo o que um ser humano tem que fazer. Exame de tudo. Exame da cabeça, exame do coração, exame de tudo que eu posso imaginar. E, sinceramente, quando eu terminei os exames, 23h30 da noite, os médicos falaram: “Lulinha, você tem 70 anos, com saúde de 30 anos e com vontade política de 20 anos”.
Então, se alguém pensava como o aloprado, que fez um plano para me matar, se alguém pensava que eu ia parar de fazer política por causa da cabeça, eu quero dizer: se prepare que o Lulinha está melhor aos 79 anos do que quando ele tinha 50 anos. E vou trabalhar para esse país crescer. E vou trabalhar para aumentar o salário. E vou trabalhar para melhorar a qualidade de vida de vocês. E vou trabalhar para provar que um metalúrgico sem diploma universitário pode não ter entendimento dos livros que ele lê, mas ninguém entende a alma do trabalhador, da trabalhadora, de homens e mulheres deste Brasil como eu entendo, porque eu nasci no meio de vocês, me criei no meio de vocês e eu vivo no meio de vocês. Eu entendo a alma de cada mulher e de cada homem. E é isso que me faz trabalhar para beneficiar este povo.
Por isso, gente, é o seguinte: a partir de agora, quem quiser disputar comigo, tem que ir para a rua, tem que me enfrentar na rua, na porta de fábrica, na porta do estaleiro, na porta da Petrobras, na porta do Banco do Brasil, nas ruas, conversando com o povo. Porque é para isso que eu fui eleito: para melhorar a vida do povo brasileiro.
Um beijo no coração, que Deus abençoe todos vocês e até outro dia, se Deus quiser.