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EVENTO
Presidente da CEP Participa da Celebração dos 10 Anos da Comissão de Ética do Ibama
O Presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP), Bruno Espiñeira Lemos, participou, em 10 de dezembro de 2025, da solenidade que marcou os 10 anos de criação da Comissão de Ética do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Em sua palestra, Bruno abordou o tema central do entrelaçamento entre ética, meio ambiente e justiça social, destacando a urgência da proteção ambiental sob a ótica da dignidade humana e da responsabilidade para com as futuras gerações.
O Papel Estratégico das Comissões de Ética
O Presidente da CEP parabenizou os integrantes da Comissão de Ética do Ibama pelo trabalho de elevada relevância pública, como colaboradores do sistema de gestão da ética e da integridade no âmbito do Governo Federal. Ressaltou que discutir ética na gestão pública vai além de códigos e normas, constituindo, sobretudo, uma questão de valores que orientam condutas mesmo na ausência de regras escritas.
Segundo Bruno Espiñeira, as Comissões de Ética desempenham um papel estratégico e estruturante, atuando como instrumentos institucionais para a promoção da cultura ética, prevenção de conflitos e fortalecimento da confiança interna e externa. Destacou que a ética deve estar presente no cotidiano da gestão, nas decisões complexas e na forma como o poder e a autoridade pública são exercidos.
Ética Ambiental: Guardiã da Dignidade e da Ecologia
Durante sua exposição, o Presidente da CEP convidou o público à reflexão, afirmando que vivemos uma “encruzilhada civilizatória”, na qual a crise ambiental profunda gera impactos desiguais, recaindo com maior severidade sobre os mais vulneráveis. Bruno enfatizou que a crise ambiental é também uma crise moral, revelando a perda do sentido de responsabilidade com a “casa comum”. Pontuou que o Estado deve atuar não apenas como gestor de recursos, mas como guardião da dignidade humana e da integridade ecológica.
O palestrante mencionou a visão ecocêntrica, que reconhece valor intrínseco em todas as formas de vida, e fez referência à “Ética da Terra”, de Aldo Leopold, e ao Princípio Responsabilidade, de Hans Jonas, que impõe que os efeitos das ações presentes sejam compatíveis com a permanência de uma vida humana
autêntica na Terra. Em suas palavras: “A ética ambiental é uma ética da responsabilidade pelo futuro.”
Integridade Pública e Justiça Ambiental
Bruno Espiñeira sublinhou que ética ambiental e justiça social são indissociáveis. No Brasil, os problemas ambientais têm “rosto e endereço”, afetando mais duramente os pobres, que vivem em áreas de risco e carecem de recursos básicos. Essa realidade configura injustiça ambiental, na qual os custos recaem sobre a maioria, enquanto os benefícios do desenvolvimento são apropriados por poucos.
O Presidente lembrou que a Constituição Federal de 1988 consagra o meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundam
ental, originando o princípio da justiça intergeracional, que impõe que esse direito não se esgote no presente. Assim, o gestor público assume dupla responsabilidade: agir no presente e pensar no futuro. No âmbito do Ibama, essa responsabilidade se traduz em atos de probidade, pois a corrupção ambiental — como flexibilização indevida de licenças ou desconsideração de estudos de impacto — é uma das formas mais silenciosas de injustiça. Bruno concluiu afirmando que sustentabilidade é ética aplicada, e defender o meio ambiente é um ato de justiça e probidade.
“O Ibama é mais do que um órgão ambiental: é a expressão viva do compromisso do Estado brasileiro com a sustentabilidade, a justiça ambiental e a dignidade das presentes e futuras gerações.”
Outros Destaques do Evento
O evento contou também com a presença do Presidente do Ibama, Rodrigo Antonio de Agostinho Mendonça, da Diretora de Biodiversidade e Florestas, Lívia Karina Passos Martins, e de outros palestrantes que reforçaram a importância da ética para o futuro da autarquia e do serviço público brasileiro.

