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Conselheiro Georghio Tomelin debate mediação e inteligência artificial em seminário da CVM
O Conselheiro da Comissão de Ética Pública (CEP) Georghio Alessandro Tomelin participou, nesta quinta-feira, 6 de novembro, do seminário “Novos Desafios à Gestão Ética no Serviço Público”, promovido pela Comissão de Ética da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em celebração aos seus 30 anos de existência. O evento, realizado na sede da CVM, no Rio de Janeiro, e com transmissão online pelo canal da Autarquia no YouTube, reuniu especialistas e autoridades para discutir os desafios contemporâneos à integridade pública, em especial os impactos das novas tecnologias e a importância da mediação ética.
Durante sua exposição, Tomelin abordou o tema “A Inteligência Artificial (IA) e a Mediação no SisÉtica”, propondo uma reflexão crítica sobre a aplicação das novas tecnologias na Administração Pública e os riscos de se substituir a visão humana pela lógica algorítmica. Em sua análise, o Conselheiro destacou questões éticas e regulatórias relacionadas ao uso da IA no setor público e privado. Para ele, o momento exige mais regulação, investigação e orientação, com atenção à proteção das informações relevantes.
Outro destaque da apresentação foi a Resolução CEP nº 21/2025, que regulamenta a mediação como etapa facultativa e preventiva no âmbito das comissões de ética. Tomelin enfatizou que a mediação é um instrumento restaurativo e de autocomposição, voltado à solução de conflitos interpessoais antes da instauração de um processo de apuração ética. “A mediação transforma conflitos em oportunidades de aprendizado e fortalece a maturidade institucional”, disse. O Conselheiro também abordou os princípios que regem o procedimento de mediação, como voluntariedade, imparcialidade, confidencialidade e boa-fé, e ressaltou a importância da atuação dos mediadores como “arquitetos de diálogos”, capazes de facilitar soluções consensuais em contextos organizacionais.
A apresentação foi concluída citando o Modelo de Maturidade da Gestão da Ética Pública (MMGE), recentemente aprovado pela CEP durante a 29ª Reunião Extraordinária, realizada em 3 de novembro. O modelo, que agora entra em fase de implementação, busca consolidar a cultura ética no setor público por meio de ferramentas que permitem o diagnóstico da situação atual, a avaliação de padrões de maturidade ética, o estabelecimento de requisitos compatíveis com a natureza, a complexidade e os riscos das operações de cada entidade, além da definição de planos de trabalho para superar lacunas e alcançar o nível de maturidade institucional desejado.
Outras participações
O seminário foi aberto pelo Presidente Interino da CVM, Otto Lobo, e pela Diretora da Instituição, Marina Copola, que destacou a importância de aprimorar continuamente os mecanismos de governança ética. O evento contou, ainda, com apresentações do Procurador Federal Davi Valdetaro Cavalieri, que tratou da mediação como instrumento de pacificação institucional, e da Psicóloga, Consultora e Formadora em justiça restaurativa e procedimentos restaurativos, Monica Mumme, que falou sobre justiça restaurativa e gestão da convivência.
A Presidente da Comissão de Ética da CVM, Vera Lúcia Simões, finalizou o encontro apresentando vídeo produzido em homenagem aos 30 anos da Comissão e uma mensagem de agradecimento, enfatizando que a Comissão está sempre à disposição e que trabalha de forma dedicada e contínua para promover a integridade, orientar condutas e fortalecer uma cultura ética no serviço público.