CMSE avalia preparação do setor elétrico para as Eleições 2022 e perspectivas de atendimento

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) reuniu-se nesta quinta-feira (08/09), em caráter ordinário, e avaliou, dentre outros assuntos, as condições de suprimento eletroenergético ao Sistema Elétrico Brasileiro.

Conforme destacado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em agosto de 2022, manteve-se a predominância de ausência de chuvas no País, conforme comportamento típico para o período seco, com exceção do ocorrido na região Sul, que finalizou o mês com afluências superiores à média histórica. Em termos de armazenamentos equivalentes, todos os subsistemas do Sistema Interligado Nacional (SIN) finalizaram o mês com valores superiores aos de 2021, o que fortalece a segurança do atendimento nos próximos meses, mesmo frente à permanência da condição seca no País e o esperado aumento da carga.

O Operador destacou também que, fruto das condições de atendimento, aliadas à política operativa adotada, o armazenamento equivalente do SIN finalizou o mês de agosto de 2022 com cerca de 2,5 pontos percentuais acima do previsto no estudo prospectivo apresentado ao CMSE em agosto, considerando o cenário mais favorável. Assim, foi destacado o aumento da geração eólica no Nordeste e a melhora das afluências no Sul, que contribuíram, ao longo do mês, para retornar à política de preservação dos armazenamentos da bacia do Paraná.

Relativo às perspectivas de atendimento para os próximos meses, o ONS registrou que os estudos prospectivos, que contemplam avaliações estendidas até o final de fevereiro de 2023, indicam o pleno atendimento tanto em termos de energia quanto de potência em todo o período, com perspectivas de níveis de armazenamento superiores aos verificados no último ano. Foi também mencionado o programa de Resposta da Demanda, aprovado em caráter estrutural pela Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 30 de agosto de 2022, e com vigência prevista para iniciar em 1º de outubro de 2022, o que poderá dar suporte ao atendimento à ponta de carga.

Adicionalmente, foi realizada apresentação sobre os preparativos, sob a ótica da operação do setor elétrico brasileiro, para as Eleições 2022. As iniciativas abrangem estratégias relacionadas à comunicação, de forma a garantir o devido fluxo de informações entre as instituições, inclusive os Tribunais Eleitorais, e os agentes de distribuição. Além disso, foram informadas as diretrizes especiais a serem observadas, em consonância com a Resolução nº 1/2005 do CMSE, que determina que o ONS deverá propor medidas especiais de segurança a fim de garantir o suprimento de energia elétrica em situações decorrentes de eventos de grande relevância. Dentre as medidas especiais estão abrangidas, entre outras, o bloqueio de intervenções programadas, bem como o despacho das usinas termelétricas Termorio, no Rio de Janeiro, e Mauá III, em Manaus.

O CMSE avaliou também os resultados da 2ª Revisão Quadrimestral das Previsões de Carga para o Planejamento Anual da Operação Energética 2022-2026, conforme estudo elaborado conjuntamente pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), pelo ONS e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Conforme mencionado pela EPE, a projeção para 2022 é de crescimento de 2,3% do consumo de energia elétrica, representando aumento em relação à expectativa anterior de 1,7%. Já para o período 2022-2026, o crescimento médio projetado foi mantido em 3,4% ao ano.

Por fim, dentre outros assuntos, a Aneel apresentou avaliação sobre a execução de contratos firmados e operação das usinas vencedoras do Leilão nº 1/2019 para atendimento ao sistema de Boa Vista (Roraima), em atendimento à deliberação do CMSE. O tema permanece sendo acompanhado pelas instituições do setor elétrico brasileiro, conforme competências próprias, com vistas a garantir o adequado fornecimento de energia elétrica aos consumidores da localidade, com menores custos.

O CMSE reafirmou seu compromisso com a garantia da segurança e da confiabilidade no fornecimento de energia elétrica no País no cenário atual e futuro, por meio da continuidade do monitoramento permanente realizado, respaldado pelos estudos elaborados sob as diversas óticas do setor elétrico brasileiro, e com a ação das instituições que compõem o Comitê, fortalecendo a governança e ampliando a transparência e a segurança jurídica e regulatória do setor.

Informações Técnicas:

Condições Hidrometeorológicas: em agosto, os maiores totais de precipitação ocorreram nas bacias dos rios Iguaçu, Paranapanema e no trecho incremental à UHE Itaipu, que apresentaram valores superiores à média histórica, e na bacia do rio Uruguai, que apresentou valor próximo à média. Em relação à Energia Natural Afluente (ENA), foram verificados valores abaixo da média histórica em agosto em todos os subsistemas, com exceção do subsistema Sul. Considerando a ENA agregada do Sistema Interligado Nacional (SIN), foi verificado valor próximo de 90% da Média de Longo Termo (MLT). Para setembro, e conforme estudos prospectivos apresentados na reunião, há a expectativa de valores de ENA para o SIN entre 56% e 76% da da MLT, a depender do cenário considerado.

Energia Armazenada: ao final de agosto, foram verificados armazenamentos equivalentes de 56,0%, 86,1%, 73,1% e 84,9% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente. Para o SIN, o armazenamento foi de 62,7%. A previsão para setembro nos subsistemas, conforme estudos prospectivos apresentados, é de 47,0%, 68,1%, 63,4% e 76,4% da EARmáx, considerando o cenário desfavorável, enquanto que para o cenário favorável tem-se previsão de 48,3%, 84,7%, 67,4% e 76,6% da EARmáx. Para o SIN, a previsão varia entre 52,8% e 55,6% da EARmáx.

Expansão da Geração e Transmissão: a expansão verificada em agosto de 2022 foi de aproximadamente 650 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica, 139 km de linhas de transmissão e 910 MVA de capacidade de transformação. Assim, em 2022, a expansão totalizou[1] 3.722 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 6.171 km de linhas de transmissão e 18.671 MVA de capacidade de transformação. Sobre geração distribuída, a expansão verificada em 2022 foi de 4.407 MW, atingindo o total de aproximadamente 12,9 GW instalados no país.

O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País, adotando as medidas para a garantia do suprimento de energia elétrica. As definições finais sobre a reunião do CMSE de hoje, bem como as demais deliberações do Colegiado, serão consolidadas em ata devidamente aprovada por todos os participantes do colegiado e divulgada conforme o regimento.

Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico