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SEGURANÇA ALIMENTAR
Brasil sai do Mapa da Fome da ONU: conquista histórica reflete políticas públicas eficazes
Sergio Amaral/MDS
Brasil não está mais no Mapa da Fome. O anúncio foi feito pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) nesta segunda-feira (28.07) em Adis Abeba, Etiópia. O resultado reflete a média trienal 2022/2023/2024, que colocou o país abaixo do patamar de 2,5% da população em risco de subnutrição ou de falta de acesso à alimentação suficiente. A conquista foi alcançada em apenas dois anos, tendo em vista que 2022 foi um período considerado crítico para a fome no Brasil.
"Sair do Mapa da Fome era o objetivo primeiro do presidente Lula ao iniciar o seu mandato em janeiro de 2023. A meta era fazer isso até o fim de 2026”, lembrou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. “Mostramos que, com o Plano Brasil Sem Fome, muito trabalho duro e políticas públicas robustas, foi possível alcançar esse objetivo em apenas dois anos. Não há soberania sem justiça alimentar. E não há justiça social sem democracia", completou.
Os dados constam no Relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025 – SOFI 2025 – lançado pela FAO durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4). O encontro ocorre até 29 de julho na capital da Etiópia.
Nesse contexto, o pagamento mensal dos benefícios da Previdência Social também impacta diretamente a economia dos municípios brasileiros, reduzindo a pobreza e combatendo a fome. Em 2023, os repasses feitos com benefícios previdenciários e assistenciais (BPC/LOAS) retiraram da pobreza 30,2 milhões de indivíduos. As transferências reduziram a proporção de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza – aquelas com renda familiar per capita inferior a meio salário-mínimo. O Regime Geral de Previdência Social paga, mensalmente, mais de 40 milhões de benefícios no país.
"É com grande orgulho e imensa alegria que informo: O Brasil está fora do mapa da fome, mais uma vez. O anúncio foi feito hoje (28/07) pela FAO/ONU. Isso significa que reduzimos a insegurança alimentar grave e a subnutrição para menos de 2,5% da população. Uma conquista histórica que mostra que com políticas públicas sérias e compromisso com o povo, é possível combater a fome e construir um país mais justo e solidário", afirmou o presidente Lula.
“Costumo dizer que o Ministério da Previdência Social tem nome e sobrenome. Este nome ‘social’ é o caráter principal do órgão. Eu não quero nunca me afastar desta função social. Nós temos uma responsabilidade com os milhões de brasileiros que recebem hoje 41 milhões de benefícios por mês e temos a responsabilidade com mais de 60 milhões de pessoas que contribuem e que esperam se aposentar. Nosso sistema previdenciário é centenário, espelho para muitos países do mundo e o maior sistema de proteção social do mundo. Devemos nos orgulhar muito dele”, afirma o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz.
Políticas públicas e ações integradas
A meta do governo federal era atingir esse patamar até o fim de 2026 e figurava como objetivo principal do presidente Lula para o atual mandato. Para tanto, um conjunto robusto de políticas públicas e ações interministeriais foi colocado em prática e possibilitou que a conquista se desse em dois anos.
Com ênfase para o Plano Brasil Sem Fome, estratégia central do Governo Federal para combater a fome e a pobreza, foram articulados programas como Bolsa Família, Cozinha Solidária, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), tirando 24 milhões de pessoas da insegurança alimentar até o fim de 2023.
Além disso, no mesmo ano, o país reduziu a pobreza extrema a 4,4%, um mínimo histórico, refletindo a saída de quase 10 milhões de pessoas dessa condição em relação a 2021. Em 2024, a taxa de desemprego chegou a 6,6%, a menor desde 2012, o rendimento mensal domiciliar per capita bateu recorde, chegando a R$ 2.020, e o índice de Gini, que mede a desigualdade, recuou para 0,506 – menor resultado da série histórica.
A renda do trabalho dos 10% mais pobres do Brasil cresceu 10,7% em 2024. E o ritmo desse crescimento foi 50% maior do que o verificado entre os 10% mais ricos. De acordo com informações do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), das 1,7 milhão de vagas com carteira assinada criadas no Brasil no ano passado, 98,8% foram ocupadas por pessoas inscritas no Cadastro Único do Governo Federal (CadÚnico). Entre os contratados, 1,27 milhão (75,5%) eram beneficiários do Bolsa Família. O cenário se reflete em algo ainda mais concreto: em julho de 2025, cerca de 1 milhão de pessoas deixaram de precisar do programa.
Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza
Proposta pelo Governo do Brasil durante a presidência do G20, em 2024, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza tem o objetivo de unir esforços de países, organizações internacionais e instituições financeiras para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com foco na erradicação da fome e da pobreza até 2030. Atualmente, a Aliança conta com mais de 100 países membros, além de diversas fundações, instituições e organizações.
A ideia é fortalecer a cooperação internacional e atrair recursos e conhecimentos para implementação de políticas públicas e tecnologias sociais eficazes na redução da fome e pobreza por todo o mundo.
*Com informações do portal do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.