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Tremor sentido em Ponta Grossa (PR) não teve origem natural, esclarece RSBR
O Observatório Nacional (ON/MCTI), por meio da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), informa que a vibração sentida por moradores de Ponta Grossa, no Paraná, às 15h24 de sexta-feira, dia 15 de agosto, não foi oriunda de um abalo sísmico natural e sim de um desmonte.
Inicialmente, o evento foi classificado como tremor de terra (natural) com magnitude estimada em 2.6 mR tanto pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) quanto pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (OBSIS/UnB) - instituições que integram a RSBR. No entanto, após revisão dos dados, houve a reclassificação para evento antrópico (relativo à ação humana).
Bruno Collaço, sismólogo do Centro de Sismologia da USP, explicou que não é incomum ocorrer esse tipo de reclassificação. Ou seja, um evento parecer natural inicialmente, mas após análise mais minuciosa ser reclassificado como evento antrópico (desmonte, neste caso). Isso ocorre porque, nesse caso, a estação mais próxima ao local da detonação está a mais de 170 quilômetros de distância, o que dificulta a análise.
“O papel da RSBR é justamente monitorar e analisar os eventos sísmicos que ocorrem no país, com o objetivo de esclarecer à sociedade a sua real natureza. No caso de Ponta Grossa, a análise inicial indicou um tremor natural, mas a revisão dos registros, aliada às informações locais, confirmou tratar-se de um evento de origem antrópica. Esse processo de revisão ou reclassificação faz parte do monitoramento sísmico”, completou o Dr. Gilberto Leite, sismólogo do Observatório Nacional.
O Corpo de Bombeiros contatou as empresas mineradoras que ficam na região do município e uma delas confirmou que, próximo ao horário do evento sentido pela população, realizou operações de detonação na mina Bocaina - Sagrado Coração. O local fica a cerca de 22 quilômetros de distância do Centro do município. A empresa em questão informou ao Corpo de Bombeiros que a detonação foi acompanhada pelo Exército Brasileiro e que a ação é feita, em média, a cada dois meses.
Sobre a RSBR
Coordenada pelo Observatório Nacional (ON/MCTI), com apoio do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) é a organização pública responsável por monitorar a sismicidade do território nacional através de suas quase 100 estações sismográficas espalhadas pelo país, fornecendo dados essenciais para a compreensão da atividade sísmica e da estrutura interna da Terra.
As estações são operadas pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis/UnB), Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) e Observatório Nacional (ON). Saiba mais.
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