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Eclipse Parcial do Sol ocorre na manhã de 29 de março
Eclipses do Sol e da Lua acontecem em pares ou até mesmo em ternos.. O plano de órbita da Lua em torno da Terra é inclinado de cerca de 5 graus em relação ao plano de órbita da Terra em torno do Sol. Se não houvesse essa inclinação, em todas as Luas Novas teríamos um eclipse do Sol e em todas as Luas cheias teríamos um eclipse da Lua.
Por causa dessa inclinação o alinhamento ou quase alinhamento necessário para que ocorram os eclipses vão acontecer somente de vez em quando, em geral, 2 eclipses da Lua e 2 do Sol por ano. Assim, quando ocorre um alinhamento ou quase alinhamento na Lua Cheia, temos um eclipse da Lua e certamente na Lua Nova anterior ou na seguinte ainda ocorre o alinhamento ou quase alinhamento ocasionando um eclipse do Sol.
Como houve um eclipse total da Lua na madrugada de 14 de março (Lua Cheia passada) haverá agora na próxima Lua Nova um eclipse do Sol, no sábado dia 29 de março, entre 5h 51min e 9h 44min, Hora Legal de Brasília.
Mas, ao contrário do Eclipse Total da Lua de 14 de março que foi visto em todo o Brasil, o eclipse do Sol do próximo sábado será:
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somente um eclipse parcial
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não será visto do Brasil
Um Eclipse do Sol ocorre porque a sombra da Lua percorre um caminho sobre a Terra. Quem está neste caminho vê o eclipse, mas quem não está neste caminho não vê o eclipse.
Todo eclipse acontece porque um corpo entra na sombra de outro. E todo corpo extenso, ou seja, que não é um ponto, ao ser iluminado por outro corpo extenso define duas regiões de sombra. No caso do sistema solar, o único corpo que ilumina é o Sol. Assim, qualquer corpo do sistema solar que é iluminado pelo sol vai produzir duas regiões de sombra:
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umbra: sombra escura que não recebe nenhuma luminosidade do Sol
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penumbra: sombra mais clara que ainda recebe alguma luminosidade do Sol
Assim quando acontece um Eclipse do Sol a sombra da Lua vai atingir a Terra:
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a parte da sombra mais clara (penumbra) produz o eclipse parcial e
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a parte da sombra mais escura (umbra) produz o eclipse total.
À medida que a Terra vai girando e a Lua também vai se deslocando no espaço, essas sombras vão percorrendo um caminho sobre a Terra. O caminho do eclipse total é chamado de caminho do eclipse. Esse caminho forma uma faixa que não tem mais de 270 km de largura. Assim, ao contrário do eclipse total da Lua, somente poucas pessoas vêem o Eclipse Total do Sol, pois para ver o Eclipse Total do Sol é preciso estar naquela faixa, no caminho do eclipse.
Em algumas vezes o alinhamento Sol, Lua, Terra é tão pouco que a sombra mais escura (umbra) já não atinge a Terra e aí teremos apenas um eclipse parcial, que é o que vai acontecer no próximo sábado, dia 29 de março.
Durante o eclipse parcial do Sol, vemos o astro rei ficando cada vez mais escuro. Essa parte mais escura tem o formato circular e parece que o sol vai levando uma “mordidinha”. Aqui vale lembrar que não se pode olhar para o sol diretamente sem o uso de filtros apropriados para isso. O vidro de soldador número 14 é recomendado e é o mais fácil e barato, mas há outros específicos para a observação do Sol. Entretanto, mesmo com o uso de filtros só se pode olhar por alguns 30 segundos e depois repousar a vista para então tornar a olhar.
O eclipse parcial do dia 29 de março será visto somente na Europa, Norte da Ásia, Norte/Oeste da África, Grande parte da América do Norte, Norte da América do Sul, Atlântico, Ártico.
Uma outra coisa que é importante ressaltar é que a quantidade de obscurecimento do Sol no eclipse parcial depende da localidade. Por exemplo, neste sábado, em uma parte do leste do Canadá as pessoas verão 92% do sol obscurecido, mas por exemplo, na Espanha, França, Alemanha, só verão cerca de 17% do Sol obscurecido.
texto: Dra.Josina Nascimento