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Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência: desafios e avanços na busca por equidade
Em razão do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro, o programa Ciência no Rádio, parceria entre o Observatório Nacional e a Rádio MEC, apresenta uma entrevista especial sobre a contribuição feminina na pesquisa científica
Para falar sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na pesquisa científica, o programa Ciência no Rádio, parceria entre o ON e a Rádio MEC, conversa com a astrônoma do Observatório Nacional, Dra. Simone Daflon.
Coordenadora de Astronomia e Astrofísica do ON, Simone possui graduação em Astronomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestrado e doutorado em Astronomia pelo Observatório Nacional. É pesquisadora e docente no Programa de Pós-graduação em Astronomia do ON e atualmente é gestora da Coordenação de Astronomia e Astrofísica do Observatório Nacional.
Conforme destaca Simone, o objetivo do Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência é fortalecer o compromisso global com a igualdade de direitos entre homens e mulheres, principalmente do ponto de vista da educação e da ciência.
A igualdade de gênero é uma pauta essencial para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, incluindo o ODS 5: “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”.
No Brasil, a responsabilidade de garantir esse avanço inclui também as instituições de pesquisa, como o Observatório Nacional.
Nesse sentido, o ON desenvolve diversos programas e projetos para fomentar a participação feminina na Ciência, como o Meninas no MAST e o Garotas do ON. O ON também promove o Projeto "Mulheres e Meninas na Ciência”, em parceria com a Coordenação Nacional de Divulgação da Astronomia (NOC).
Para Simone, encorajar a participação de mulheres em ciência e tecnologia é fundamental para promover diversidade, inovação e equidade. A presença feminina nessas áreas traz diferentes perspectivas, tornando as equipes mais criativas e eficazes na resolução de problemas.
Além disso, ampliar a participação feminina ajuda a reduzir desigualdades históricas, eliminando barreiras culturais que afastam as mulheres dessas carreiras. Quando mais mulheres entram no campo científico e tecnológico, há um aumento na produção de conhecimento e no desenvolvimento de novas soluções, acelerando o avanço global nessas áreas.
Mulheres em posições de destaque nessas áreas servem como referência para futuras gerações, incentivando mais meninas a seguirem carreiras científicas e tecnológicas.
Sobre sua paixão pela Astronomia, Simone conta que desde pequena sempre se interessou por ciências em geral:
“Eu morava em uma cidade do interior de Minas Gerais, com um céu muito bonito. Um dia um amigo do meu pai nos convidou para observar o céu com uma pequena luneta que ele tinha. Eu observei Saturno pela primeira vez e fiquei fascinada. Para completar, na TV estava passando a série Cosmos, apresentada por Carl Sagan, e eu não perdia um episódio. E finalmente, eu ganhei de presente uma pequena luneta e podia me dedicar a observar o céu. Vários fatores foram contribuindo para que escolhesse a astronomia como carreira.”
Sobre os maiores desafios que encontrou como cientista e como mulher na ciência, a astrônoma destaca:
“Eu devo dizer que sempre fui muito bem acolhida desde o meu curso de graduação na UFRJ, minha pós-graduação no Observatório até o meu trabalho como pesquisadora no Observatório Nacional. Felizmente, eu não identifico na minha trajetória um momento que eu tenha sido subestimada ou desrespeitada pelo fato de ser mulher. O maior desafio da minha carreira foi conciliar a maternidade (tenho dois filhos hoje adolescentes) com as atividades de docência e pesquisa. Mas hoje eu noto que somente na graduação foi que eu conheci as primeiras astrônomas, que eram as minhas professoras no Observatório do Valongo da UFRJ. Todas as referências de pesquisadores que tinha quando era criança e adolescente eram de homens pesquisadores. Então acho que ainda temos um problema de representatividade e que as mulheres pesquisadoras ainda precisam mostrar que a pesquisa científica é uma carreira possível para quem quiser e tiver interesse.”
Sobre o Programa Ciência no Rádio
O programa Ciência no Rádio é resultado de uma parceria do Observatório Nacional (ON) com a Rádio MEC, criada em 2015 para levar ao público informações científicas ligadas às três áreas de atuação do ON: astronomia e astrofísica, geofísica, metrologia em tempo e frequência. São mais de 400 programas ao longo desses anos! E todos estão disponíveis em nosso site e em nosso Spotify.
Em maio de 2021, o "Ciência no Rádio" passou a ser transmitido também por outras frequências, alcançando São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Brasília, além do Rio de Janeiro. Além disso, passou a ser disponibilizado um contato de WhatsApp para que o ouvinte possa interagir com sugestões de temas para o programa: (21) 99710-0537.
Em outubro de 2023, o "Ciência no Rádio" foi indicado na categoria "Rádio" ao Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar. A indicação reconhece o compromisso e a excelência do programa na divulgação científica.
Não perca! Na 4ª feira, dia 05 de Fevereiro, às 7h10min!
Programa Rádio Sociedade, quadro Ciência no Rádio, Rádio MEC AM.