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Chuva de meteoros Perseidas rende belas imagens apesar de Lua brilhante reduzir visibilidade
Conforme previsto, a aguardada chuva de meteoros Perseidas atingiu sua máxima atividade na madrugada de terça-feira (12), oferecendo condições de visualização razoáveis para quem estava principalmente no Norte e no Nordeste do Brasil. No Hemisfério Sul, a visibilidade foi reduzida devido à Lua, brilhante.
Crédito: Thiago de Melo Santigo. Estação Exoss "O Céu Tá On" do Centro de Ciências e Tecnologia Universidade Federal do Cariri. Campus Juazeiro do Norte (CE).
“As previsões se concretizaram. Houve uma taxa zenital horária (TMZ) de 100 meteoros por hora. Isso foi calculado no Hemisfério Norte, pois no Hemisfério Sul as taxas são muito baixas”, afirmou o astrônomo Dr. Marcelo De Cicco, coordenador do Projeto Exoss, parceiro do Observatório Nacional (ON/MCTI).
A TMZ é uma medida padronizada da intensidade de uma chuva de meteoros. Representa o número de meteoros que um observador veria em uma hora, nas condições ideais: céu perfeitamente escuro, radiante diretamente acima (ao zênite) e sem obstáculos atrapalhando a visibilidade.

- Crédito: Thiago de Melo Santigo. Estação Exoss O Céu Tá On do Centro de Ciências e Tecnologia Universidade Federal do Cariri. Campus Juazeiro do Norte (CE).
Crédito: Thiago de Melo Santigo. Estação Exoss "O Céu Tá On" do Centro de Ciências e Tecnologia Universidade Federal do Cariri. Campus Juazeiro do Norte (CE).
A chuva de meteoros Perseidas é visível anualmente de meados de julho até o final de agosto, com duração de 17 de julho a 23 de agosto.
Na noite do pico da chuva, a Lua, brilhante, comprometeu a observação da chuva no momento da atividade máxima. Assim, apenas os meteoros mais brilhantes foram vistos.
Segundo De Cicco, a chuva de meteoros Perseidas é talvez a mais popular devido à sua atividade durante os meses de verão no hemisfério norte, quando as condições climáticas são mais favoráveis para a observação das "estrelas cadentes".
Feitas de pequenos detritos espaciais do cometa Swift-Tuttle, as Perseidas são amplamente procuradas por astrônomos e observadores.
Cometa Swift-Tuttle
As Perseidas resultam da passagem da Terra através dos detritos deixados pelo cometa Swift-Tuttle, que passou perto da Terra pela última vez em 1992. A chuva atinge seu pico em meados de agosto, quando a Terra atravessa a parte mais densa e empoeirada desses detritos.
O cometa Swift-Tuttle, responsável pelos detritos que originam as Perseidas, foi descoberto independentemente pelos astrônomos Lewis Swift e Horace Tuttle em 1862. Quando passou pela Terra pela última vez em 1992, era muito fraco para ser visto a olho nu. A próxima passagem, prevista para 2126, poderá torná-lo visível a olho nu.
O radiante (local de onde os meteoros parecem surgir) das Perseidas está localizado na constelação de Perseu. Embora a chuva de meteoros leve o nome da constelação de onde parece irradiar, a constelação não é a fonte dos meteoros.
O que são chuvas de meteoros?
As chuvas de meteoros são fenômenos dos mais apreciados pelos amantes da Astronomia. Os meteoros são fenômenos luminosos atmosféricos devido a entrada de meteoroides em altíssima velocidade na atmosfera da Terra. Os meteoroides são fragmentos de cometas ou de asteroides que ficam à deriva no espaço.
Conforme a rocha espacial cai em direção à Terra, a resistência do ar, atuando no meteoroide, ocasiona a ablação (“queima”), formando um “rastro” brilhante.
Quando a Terra encontra muitos meteoroides ao mesmo tempo, temos uma chuva de meteoros. Esse fenômeno acontece quando nosso planeta passa pelas zonas de detritos deixadas pelos cometas.
Os meteoroides são geralmente pequenos, desde partículas de poeira até pedregulhos. Eles quase sempre são pequenos o suficiente para queimar rapidamente na atmosfera.
Do ponto de vista científico, o estudo das chuvas de meteoros permite estimar a quantidade e período de maior penetração de detritos na Terra. A partir disso, as missões espaciais e centros de controle de satélites podem elaborar meios de proteção de suas naves e equipamentos. Outro ponto a considerar tem relação com o estudo da formação do Sistema Solar. Afinal, através da pesquisa das propriedades dos meteoros, pode-se aferir as características dos cometas.