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(re)CONEXÕES 2025 chega ao Amazonas e amplia debate sobre políticas públicas para museus
Nos dias 29 e 30 de julho, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) realizou, em parceria com o Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, mais uma etapa do programa (re)CONEXÕES, desta vez, com sede em Manaus. O encontro, sediado no Palacete Provincial, reuniu representantes do campo museal, artistas, comunidades tradicionais, gestores e trabalhadoras e trabalhadores da cultura em uma ampla escuta pública sobre os rumos das políticas culturais voltadas à memória e ao patrimônio.
A atividade integra a fase preparatória do novo Plano Nacional Setorial de Museus (PNSM) 2025–2035 e promoveu, ao longo dos dois dias, debates fundamentais sobre três grandes eixos de atuação do Ibram: o Sistema Brasileiro de Museus (SBM), o Sistema de Participação Social (SPAS) e o Fórum Nacional de Museus — que terá sua próxima edição sediada no Amazonas, em 2026.
Com atividades culturais e metodologias participativas, o evento foi marcado por trocas intensas entre diferentes atores sociais. Pela manhã, a presidente da Associação Crioulas, Keilah Fonseca, abriu a programação com a palestra “Resistência do Matriarcado no Quilombo Urbano do Barranco de São Benedito”, evidenciando a potência das mulheres negras na construção de territórios de memória. Na parte da tarde, o protagonismo foi dos Grupos de Trabalho (GTs), espaço central da escuta do programa, com contribuições locais sobre os desafios e propostas para o fortalecimento dos museus brasileiros.
Para Michel Correia, assessor da Assessoria de Relações Institucionais do Ibram, representando a presidenta durante o evento, a realização da etapa em Manaus tem caráter estratégico:
“A realização deste evento é estratégica para o Instituto Brasileiro de Museus, especialmente por ocorrer no estado que sediará o 9º Fórum Nacional de Museus. Trata-se, mais uma vez, de uma oportunidade central para o fortalecimento das políticas públicas para o setor, ao dar continuidade ao diálogo com a sociedade, com os profissionais da área e com as diversas representações do campo museal. Estamos debatendo temas fundamentais, como a normatização do Fórum Nacional de Museus, a reativação do Comitê Gestor do Sistema Brasileiro de Museus e a criação do Sistema de Participação Social. Ou seja, estamos construindo, de forma participativa, os horizontes do campo museal brasileiro. Como deve ser toda política pública comprometida com a democracia.”
A coordenadora de Participação Social do Ibram, Vera Mangas, também reforçou o caráter nacional da iniciativa:
“O (re)CONEXÕES é um espaço de diálogo e de reconstrução de políticas públicas. Estamos aqui hoje para debater três eixos importantes: o sistema brasileiro de museus, o sistema de participação social e o Fórum Nacional de Museus. O objetivo é ouvir cada região do país, sistematizar essas contribuições e devolvê-las ao campo para a formulação de políticas mais representativas.”
Representando o Ministério da Cultura, Ruan Octávio destacou a relevância do momento para os trabalhadores da cultura da região:
“Essa retomada significa também reconectar os fazedores de cultura, os trabalhadores e trabalhadoras dos museus. Estamos aqui para pensar políticas efetivas para os museus no Brasil, e sobretudo para encontrar caminhos que levem essas políticas até os municípios do interior, onde o acesso ainda é limitado.”
Com o compromisso de garantir escuta ativa e construção conjunta, o (re)CONEXÕES Amazonas se consolida como mais um passo rumo a uma política museal conectada com os territórios e suas realidades, especialmente em uma região que reúne saberes ancestrais, culturas diversas e enorme relevância para o futuro das políticas públicas no Brasil.