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Ministro de Minas e Energia inaugura cascata de enriquecimento de urânio na INB
Ministro de Minas e Energia inaugura cascata de enriquecimento de urânio na INB - Foto: Bruno Spada/MME
O Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, inaugurou nesta sexta-feira (26/11) a nona cascata de enriquecimento Isotópico de Urânio. Com a ampliação, a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) reduz o seu grau de dependência na contratação do serviço de enriquecimento isotópico no exterior para a produção de combustível das usinas nucleares nacionais. O evento foi realizado na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende (RJ)
A nona cascata da Usina de Enriquecimento possibilitará o alcance da capacidade de produção para atendimento de 65% da demanda das recargas anuais de Angra 1, correspondendo a um acréscimo de cerca de 5% em relação à capacidade atual. O investimento para a construção dessa cascata foi de R$ 54 milhões.
Representantes da Ministério de Minas e Energia (MME), Marinha do Brasil, da Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Poder Executivo e Legislativo de Resende, entre outras instituições, acompanharam uma demonstração do processo de enriquecimento e participaram da inauguração da cascata.
Bento Albuquerque destacou a importância do desenvolvimento da tecnologia de ultracentrífugas, que garante ao Brasil o domínio do ciclo do combustível nuclear. “Nós brasileiros deveríamos praticar mais a nossa autoestima. É um belo exemplo a inauguração da nossa cascata. Recentemente, superamos a maior escassez hídrica que o País já vivenciou. Superamos porque temos competência, sabemos estabelecer a correta governança e também estamos dando continuidade a todos estes programas. Se não tivéssemos a nossa energia nuclear, com a nossa matriz hoje composta por basicamente nove fontes, nós não teríamos superado esse desafio”, disse o ministro.
Na ocasião, o presidente da INB, Carlos Freire, destacou a superação para descrever o processo de implantação da cascata de enriquecimento que, segundo ele, está sendo possível mesmo com a pandemia e restrições orçamentárias sofridas pela estatal. “Essa é mais uma conquista para a INB que reflete a sinergia entre a empresa, o Governo Federal, o Ministério de Minas e Energia, a Marinha do Brasil, os órgãos licenciadores e as instituições do setor nuclear brasileiro”, disse.
Carlos Freire destacou que a tecnologia de enriquecimento isotópico do urânio pelo processo da ultracentrifugação tem importância estratégica para o Brasil, por ser uma tecnologia de ponta, dominada por poucos países. “A nossa expectativa é concluir a primeira fase da Usina até o início de 2023. Em seguida, partiremos para a implantação da segunda fase, que prevê a instalação de 30 cascatas de ultracentrífugas. Quando todas estiverem em funcionamento, seremos autossuficientes na produção de urânio enriquecido. Ou seja, a INB será capaz de suprir, com produção nacional, a demanda das usinas nucleares de Angra 1, 2 e 3”, finalizou.
OPERAÇÃO
A inauguração faz parte da primeira fase da implantação da Usina de Enriquecimento de Urânio Isotópico, um projeto em parceria com a Marinha do Brasil, que busca a instalação de dez cascatas de ultracentrífugas na FCN. A conclusão está prevista 2023, com a entrada em operação da décima cascata, quando será atingida a capacidade de 70% da demanda anual necessária ao abastecimento de Angra 1.
A tecnologia de enriquecimento do urânio pelo processo da ultracentrifugação foi desenvolvida no Brasil pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). De acordo com a World Nuclear Association , o Brasil faz parte de um seleto grupo de 13 países reconhecidos internacionalmente pelo setor nuclear como detentores de instalações para enriquecimento de urânio com diferentes capacidades industriais de produção.
AMPLIAÇÃO
A implantação da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio da FCN será realizada, de forma modular, em duas fases, sendo a segunda composta por trinta cascatas.
Quando estiver concluída, o Brasil passará à condição de autossuficiência de enriquecimento de urânio. A previsão é que, até 2033, a INB seja capaz de atender, com produção totalmente nacional, as necessidades das usinas nucleares de Angra 1 e 2 e, em 2037, a demanda de Angra 3.
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