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Espetáculo de dança-teatro ‘Doce²’ se apresenta no Teatro Cacilda Becker, da Funarte
"Doce²". Foto: Annelize Tozzeto
A Fundação Nacional de Artes – Funarte recebe do espetáculo de dança-teatro Doce², no Teatro Cacilda Becker, espaço cultural da entidade, no Catete, De 20 a 31 de agosto, da Cia KÀ de Teatro, de Curitiba (PR). Na temporada de estreia do grupo no Rio de Janeiro, a montagem inédita mergulha nos labirintos da mente humana, explorando estados de angústia, confusão e fuga. Com patrocínio da Fundação de Asseio e Conservação do Estado do Paraná (Facop) e apoio do Programa Funarte Aberta, o projeto conta, ainda, com oficinas, bate-papos com o público, e sessões com legendas.
Com atuação de Caio Frankiu e direção e dramaturgia de Kelvin Millarch, Doce² convida o público a atravessar, por meio da linguagem do corpo do artista, experiências emocionais intensas, que oscilam entre a euforia e o pânico, em uma linha suave entre a realidade e a alucinação. “A proposta do espetáculo é utilizar a expressão corporal “potente e simbólica” do intérprete para se aprofundar em temas como o descontrole psíquico, os estados de colapso e o desejo por alívio”, definem Caio e Kelvin.
Em cena, Caio Frankiu interpreta quatro personagens – A Escuridão, A Primavera, a Euforia e A Tempestade, além de Logun Edé, um Psicólogo, e sua conexão com a infância do ser –, caracterizados por máscaras, criadas pelo próprio performer. O texto dialoga com cartas reais, de um chamado “amigo secreto”, um quinto personagem. Ele que as escreveu durante períodos de “instabilidade mental”. “As cartas criam atmosferas, as quais são base de pesquisa corporal para desenvolvimento das cenas”, explica o diretor Kelvin Millarch. “Nossa proposta é provocar reflexões sobre a fragilidade humana frente às próprias emoções e à pressão do mundo exterior, sem recorrer a narrativas lineares, mas sim a um fluxo poético de imagens e movimentos”, completa.
Os prêmios e a inspiração
“Doce²” recebeu os prêmios Melhor Espetáculo e Melhor Técnica no Festival de Teatro de Pinhais, Região metropolitana de Curitiba, além de uma homenagem especial no Festival de Pontal (PR), em reconhecimento à sua contribuição artística. O espetáculo também abriu oficialmente o Festival de Teatro de Paranaguá, no mesmo estado. “Assim, tem marcado sua presença como uma das principais produções da cena contemporânea paranaense e se destacado no circuito teatral”.
Inspirada no curta-metragem Doce (desilusão), gravado pelos artistas em 2020, durante a pandemia de covid 19, a peça ganhou novos contornos cênicos e estéticos ao ser adaptada. “Isso resultou em uma obra expandida, sensorial e impactante”, comenta a dupla.
As sessões de Doce² são de quarta-feira a sábado, às 19h, e domingo, às 18h. Os espetáculos de sexta e sábado contam com legenda descritiva. A realização do projeto é da Lumen Audiovisual.
Os debates e os workshops
Durante a temporada carioca de Doce², além das encenações, a Cia. KÀ de Teatro promove bate-papos com o público, após os espetáculos dos dias 22, 23 e 29/8 e dois workshops gratuitos, para artistas, estudantes e interessados nas artes cênicas. O primeiro é a Oficina de criação de iluminação para teatro, com Ike Rocha, no dia 20, quarta-feira, das 10h às 18h – pela manhã será a etapa teórica e, à tarde, a prática. Já a Oficina de Imersão em dança-teatro, com Caio Frankiu, será no dia 29, sexta-feira, das 9h às 13h, e nos dias 30 e 31/8, das 10h às 14h. Acesse link sobre os workshops abaixo.
Sobre a KÀ
“Fundada em 2019 na capital paranaense, a Cia. KÀ de Teatro tem-se consolidado como uma força criativa que mescla teatro, dança e performance em criações autorais, reafirmando seu compromisso com a arte como ferramenta de transformação”, informa o coletivo. “O termo ‘kà’ origina-se na antiga concepção egípcia de uma força vital única, um princípio que não se traduz plenamente em palavras, mas que se aproxima da ideia de ‘alma’ ou ‘começo’. Mais do que uma essência, o ‘kà’ é o que dá vida ao ser, o movimento interno que o impulsiona a existir, criar e transformar. Na Cia KÀ de Teatro, esse conceito é ressignificado, como potência criativa e artística. O “kà” representa a força que move seus integrantes a explorar o desconhecido, a construir universos próprios e a transformar o interior em expressão viva. É o reflexo de uma arte que nasce do íntimo, mas que se projeta para tocar o outro, desafiando limites e provocando mudanças”, comenta a companhia. Para ela, ‘kà’ é um símbolo de movimento constante, de uma arte própria que é única, visceral e profundamente conectada à essência dos seus integrantes. Ele é “o começo, o meio e o que os mantém em movimento”. A cada espetáculo, oficina e projeto, o grupo busca honrar esse significado, trazendo ao público algo que “nasce do interior para ecoar no coletivo”; e conclui: “Kà é potência, transformação e arte”.
Sobre Kelvin Millarch – Diretor de teatro, com passagem pela Casa de Artes de Laranjeiras (CAL), no Rio de Janeiro, em Direção Teatral, é também ator, e produtor. Sua carreira nas artes cênicas tem muitas facetas – com destaque para sua atuação na área de clowns, tragicomédia e dramaturgia autoral – além de ser gestor de recursos humanos, com MBA executivo em Gestão Estratégica de Pessoas. Já participou de mais de dez produções, entre elas Odelair: Uma Peça Teatral (2022) e Pandora (2025). Como diretor, soma trabalhos como Atendimento Encantado, uma peça corporativa, em parceria com O Boticário (2015), e História dos Orixás (2012), de cunho acadêmico. Sua trajetória como dramaturgo inclui peças como Eu sou Paraná (2016), em parceria com Carlos Millarch, e Doce (desilusão), em 2020. Millarch também dirigiu e assinou a codireção de projetos com propostas inovadoras, como Um Prólogo para Odelair Rodrigues e Marias, além de protagonizar e codirigir Fade-in. Atualmente, Kelvin se propõe a expandir os limites da cena contemporânea, com projetos como Pilar de Fogo – peça que une teatro e holografia, um reforço da sua busca por inovação e acoplamento entre arte e tecnologia. Seu trabalho é atravessado por uma estética que valoriza a crítica social e o envolvimento do público, consolidando-se no teatro brasileiro na pesquisa e na criação
Sobre Caio Frankiu – Ator, diretor, coreógrafo e cenógrafo, é formado em Arte Dramática pelo Colégio Estadual do Paraná. Com mais de 40 projetos culturais no currículo, hoje é diretor e coreógrafo da Cia KÀ de Teatro. Frankiu tem explorado o teatro físico e a dança-teatro em produções aplaudidas, como Eco – releitura do mito grego –, e Kraken, que mescla danças urbanas, música eletrônica e butoh. Também dirigiu Archigram! e estreou Noget’s de Sobremesa, projeto inovador, com tecnologia e interatividade. Entre seus trabalhos premiados, destacam-se Ode aos Ratos, vencedor de cinco prêmios no Festival de Teatro do Colégio Estadual do Paraná (FETECEP) – entre eles Melhor Direção e Melhor Peça –, e Prometeu, pelo qual foi contemplado como melhor ator, no Festival de Teatro de Pontal do Paraná (Festpon). Sua atuação no espetáculo internacional Leminski levou o grupo Dancep a festivais em Portugal e na Espanha. Como coreógrafo, trabalhou no musical Vão, com o coro da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A trajetória de Caio une arte, arquitetura e tecnologia, em uma busca constante por inovação, crítica política e uma estética provocadora para “redefinir os limites da cena contemporânea”. Concluiu cursos e workshops, como Atuação para Cinema e TV, com Adriana Sottomaior; Tela e Presença, com Fátima Ortiz; Oficina do Ator Tragicômico, por Ike Veiga; e uma imersão no método do Théâtre du Soleil, com Vincent Mangado. É também formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), com especialização em Sistemas BIM (Modelagem de Informações para a Construção).
Serviço:
Artes integradas
Espetáculo de dança-teatro
“Doce²”
20 a 31 de agosto de 2025
Horários: de quarta a sábado, 19h, e domingo, às 18h
Classificação etária: 14 anos
Ingressos: R$ 50 | Meia-entrada: R$ 25 | Vendas: pelo site Sympla ou na bilheteria do teatro ou
Duração: 55 min.
Acessibilidade: as sessões de sexta e sábado contam com legenda descritiva
Bate-papo com o público: dias 22, 23 e 29 de agosto, após as apresentações
Oficinas
Entrada gratuita
“Iluminação Cênica” – com Ike Rocha
20/8 (qua.), das 10h às 18h. Entrada franca.
“Imersão em dança-teatro” – com Caio Frankiu
29/8 (sex.), das 9h às 13h | 30 e 31/8 (sáb. e dom.), das 10h às 14h
Mais informações sobre essas ações aqui, neste link
Teatro Cacilda Becker
Rua do Catete, 338, Catete, Rio de Janeiro (RJ) | Próximo ao Metrô Largo do Machado
Espaço cultural da Fundação Nacional de Artes – Funarte
Ficha Técnica
Patrocínio: Fundação de Asseio e Conservação do Estado do Paraná (Facop) | Apoio: Programa Funarte Aberta | Realização: Lumen Audiovisual | Encenação, idealização e elenco – Cia. Kà de Teatro: Direção – Kelvin Millarch | Criação performática, Performance e Direção de Arte gráfica – Caio Frankiu | Iluminação: Ike Rocha e Beatriz Marçal Agradecimentos: Guaia Knoll - Diretor da Lumen Audiovisual | Beatriz Marçal - Produtora e Apoio luminotécnico
Mais informações
Sobre o projeto e a Cia. Kà: Site – ciakadeteatro.com.br | Instagram – @ciakadeteatro | Facebook – ciakadeteatro | YouTube – @ciakadeteatro
Sobre o Programa Funarte Aberta: aqui, neste link
Sobre os espaços culturais da fundação no Rio de Janeiro: coec@funarte.gov.br