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Publicado em 24/11/2013 09h00 Atualizado em 17/12/2025 13h25

49º Aniversário do Bloco afro Ilê Aiyê

Publicado em 01/11/2023 03h05 Atualizado em 01/11/2023 11h38

O Ilê Aiyê celebra o aniversário de 49 anos com show especial no dia 1º de novembro, na Senzala do Barro Preto, no bairro da Liberdade. Considerado o primeiro bloco afro do Brasil, o Ilê Aiyê completa 49 anos de história e promete celebrar a data em grande estilo, com uma festa especial em Salvador. 

A celebração terá início às 19h30, com a tradicional caminhada do Plano Inclinado até a Senzala do Barro Preto ao som da Band’ Aiyê. A partir das 21h, o grupo anfitrião receberá a participação de convidados especiais que prometem agitar o público. 

Conheça a origem do Ilê

A história do Ilê Aiyê mistura-se à história do terreiro Ilê Axé Jitolu e sua responsável, a Ialorixá Mãe Hilda. A expressão em língua iorubá,  Ilê significa casa, e Aiyê, significa terra.  Por isso, a tradução do nome pode ser entendida como “nossa casa” ou “nossa Terra”, indicando a ligação do bloco com as heranças dos orixás e com os costumes sociais e culturais da mãe África.

Fundado em 1° de novembro de 1974 por Antonio Carlos dos Santos Vovô, conhecido como o Vovô do Ilê, o surgimento do grupo evidenciou a fragilidade do conceito de democracia racial, provocando críticas como as vinculadas na mídia na época.

A data de sua criação coincide com um momento histórico e  importante para a sociedade negra mundial, como o surgimento do movimento Négritude, da prisão de Angela Davis (EUA), da criação do Dia da África (ONU) e da independência de vários países africanos, como Cabo Verde, Angola e Moçambique, entre outros eventos.

O objetivo da entidade é preservar, valorizar e expandir a cultura afro-brasileira. Para isso, desde que foi fundado, vem homenageando os países, nações e culturas africanos e as revoltas negras brasileiras que contribuíram fortemente para o processo de fortalecimento da identidade étnica e da autoestima do negro brasileiro, tornando populares os temas da história africana vinculando-os com a história do negro no Brasil, construindo um mesmo passado, uma linha histórica da negritude.

Perfil Azeviche
Perfil Azeviche
Foi nesse contexto que surgiu o bloco Ilê Ayê, que chegou com uma proposta até então inédita no país: um bloco formado exclusivamente por negros. Na época, a ideia desagradou vários setores da sociedade, mas não houve desistência e o projeto seguiu em frente. 

Em 1975, o bloco saiu às ruas da capital baiana pela primeira vez, como o Vovô do Ilê tocando timbal. Aliás, o nome que ele tinha pensado para o bloco era bem diferente do que ganhou fama nacional e internacional. 

Em 1978, o artista Jota Cunha criou a identidade visual do bloco: uma máscaraA máscara africana com quatro búzios abertos na testa e que formam uma cruz foi batizada de Perfil Azeviche.

E a escolha desse objeto revela um simbolismo poderoso. Afinal, a máscara, que pode receber outros nomes dependendo de cada etnia, é um objeto ritualístico importante em diversas culturas africanas, representando a natureza, a humanidade, a coletividade e a transcendência espiritual.

Além da máscara em si, suas cores também carregam diversos significados. O azeviche, por exemplo, é um tipo de mineral negro que é associado ao barro preto das terras de Liberdade e, ao mesmo tempo, à pele negra.

Já os traços brancos representam a paz; o amarelo faz referência à beleza e riqueza cultural; enquanto o vermelho lembra o sangue do povo negro que foi derramado durante as lutas por libertação.

Se inspirando nessas cores, Dete Lima, estilista do Ilê Aiyê, desenvolveu os turbantes com amarração e as fantasias com tecidos estampados que destacam os integrantes e se tornaram a marca registrada do bloco.

Além disso, o Ilê também resgatou o uso de enfeites de palha, contas e búzios em suas roupas e adereços, permitindo a formação de um visual rico de cores, texturas e sensações. 

42ª Noite da Beleza Negra
42ª Noite da Beleza Negra
Em 1979, foi criada a Noite da Beleza Negra, que é realizada até hoje. Através desse evento, que costuma ser realizado cerca de 20 dias antes do Carnaval, a beleza da mulher negra do Brasil é exaltada.

Apesar do sucesso na década de 1970, o primeiro disco do bloco só foi gravado em 1984 e recebeu o nome de Canto Negro I. Desse disco, as músicas “Que bloco é esse?”, “Mãe Preta” e “Depois que o Ilê passar” são alguns dos destaques.

Em 1989, o segundo disco do bloco, Canto Negro II, foi lançado. Mas foi somente na década de 1990 que as músicas do Ilê Ayê e de outros blocos afros da Bahia, como Araketu e Olodum, ganharam espaço no show business e começaram a fazer grande sucesso entre o público.

Em 1996 é realizada a gravação do terceiro disco do bloco: o Canto Negro III. E em 1998, o que muita gente não imaginava aconteceu: a gravação do disco Ilê Aiyê 25 Anos, um marco na história do bloco.

O tempo passou e o Ilê continuou sua trajetória de sucesso. Por isso, em 2015 foi realizada a gravação do CD e DVD, intitulado Bonito de se ver, em comemoração aos 40 anos do Ilê Ayê.

Por isso, diferentemente de outros blocos, o Ilê não se limita a canções de militância tocadas apenas durante os dias de folia. Trata-se de um projeto amplo que defende questões éticas, de educação e transformação social, oferecendo educação e arte aos jovens do bairro.

Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê inaugurou a série Caderno de Educação, idealizado pelo poeta, professor e então diretor do bloco Jônatas Conceição, e pela pesquisadora, professora e diretora do bloco Maria de Lourdes Siqueira.

Por meio dessa ação, além da cultura negra, os participantes do projeto também recebem aulas de percussão, literatura, dança, canto, coral, entre outros assuntos que contribuem para sua formação pessoal, social, cultural e profissional.

Fonte: https://ileaiyeoficial.com/

Cultura, Artes, História e Esportes

Maranhão e Minas Gerais têm novas comunidades certificadas

Publicado em 29/04/2016 09h00 Atualizado em 01/11/2023 14h06

O Diário Oficial da União publicou, nesta sexta-feira (29), a Portaria nº 64, de 28 de abril de 2016, que certifica, conforme a declaração de auto-definição, quatro comunidades quilombolas. Até a presente data, a Fundação Cultural Palmares (FCP) reconheceu 2.678 comunidades como remanescente de quilombo, por meio da emissão de 2.279 certidões.

Duas das comunidades hoje certificadas estão situadas no estado do Maranhão: a Comunidade Chapada Grande, localizada no município de São João Batista, e a Comunidade Preguiça Velha, localizada no município de Matinha. As outras duas ficam em Minas Gerais: a Comunidade Salto do Borrachudo, localizada no município de Bonito de Minas, e a Comunidade Cabeceira do Salto, localizada no município de Bonito de Minas.

Cultura, Artes, História e Esportes

Resultado final da Comissão de Avaliação e Seleção do Edital de Chamada Pública nº 01/2015

Publicado em 28/04/2016 09h00 Atualizado em 01/11/2023 14h10

A PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES, no uso de suas atribuições que lhe confere o inciso III do art. 18 – Anexo I do Estatuto aprovado pelo Decreto n.º 6.853, de 15 de maio de2009, publicado no Diário Oficial da União de 18 de maio de 2009, considerando o disposto no item 6 do Edital de Chamada Pública nº 01/2015 – Fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura – Cultura Afro Brasileira, publicado no D.O.U. de 20/08/2015, seção 3 pág. 15, resolve:

Divulgar o resultado final da Comissão de Avaliação e Seleção do Edital de Chamada Pública nº 01/2015 – SNC/Fundação Cultural Palmares.

ANEXO I

Na fase de habilitação, foram habilitados 44 (Quarenta e quatro) projetos nas categorias A, B e C, sendo desclassificados 23 (Vinte e três) projetos, e classificados com pontuação 21 (Vinte e um) projetos.

O resultado preliminar foi divulgado no Site da Fundação Cultural Palmares e no Site do Ministério da Cultural em 20/04/2016, com as informações para interposição de recursos conforme Edital 01/2015- SNC/ Fundação Cultural Palmares.

Na categoria A foram selecionados com pontuação 04 (Quatro) projetos, sendo todos contemplados, ficando os demais desclassificados conforme Resultado Preliminar divulgado no Site da Fundação Cultural Palmares em 20/04/2016;

Na categoria B foram selecionados com pontuação 10 (Dez) projetos, sendo contemplados os 06 (Seis) primeiros classificados, ficando os demais na composição da lista de reserva, os quais poderão ser contemplados de acordo com a disponibilidade de recursos e/ou o não conveniamento dentre aqueles que foram contemplados entre os primeiros classificados.

Na categoria C foram selecionados com pontuação 07 (Sete) projetos, sendo contemplados os 04 (Quatro) primeiros classificados, ficando os demais na composição da lista de reserva, os quais poderão ser contemplados de acordo com a disponibilidade de recursos e/ou o não conveniamento dentre aqueles que foram contemplados entre os primeiros classificados.

As decisões e respostas dos recursos interpostos foram encaminhados para o e-mail das prefeituras que entraram com os recursos.

CONFIRA AQUI RESULTADO FINAL – PÓS RECURSOS.

Cultura, Artes, História e Esportes

Resultado Preliminar da Comissão de Avaliação e Seleção do Edital Fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura

Publicado em 20/04/2016 09h00 Atualizado em 01/11/2023 14h15

Resultado  Preliminar  da Comissão de Avaliação e Seleção do Edital de Chamada Pública nº 01/2015 – Fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura – Cultura Afro Brasileira

Divulgamos abaixo o resultado preliminar da Avaliação e Seleção da Comissão de Seleção de que trata o Edital de Chamada Pública nº 01/2015 – Fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura – Cultura Afro Brasileira, designada pela Portaria nº 18, de 17 de fevereiro de 2016, publicada no Diário Oficial da União nº 32, de 18 de fevereiro de 2016, Seção 2, página 05, para proceder as análises dos documentos de habilitação, seleção, eliminação e classificação das propostas inscritas no SALICWEB.

A reunião contou com a presença do Senhor Sandro Rafael Martins dos Santos – Presidente da Comissão, Senhora Simoni Andrade Hastenreiter – da Coordenação Geral de Gestão Estratégica, Senhor João Rubens dos Santos Júnior, da Coordenação Geral de Gestão Interna, Senhora Márcia Arantes – da Coordenação Geral de Gestão Interna, , Senhor Iraci Pereira – do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro Brasileira, Senhor André Felipe da Abadia – do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro Brasileira, Senhor Ivaldo Ananias Machado da Paixão – do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro Brasileiro, Senhor Igor Correia dos Prazeres – do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro Brasileiro, Senhor Vanderlei Lourenço Francisco – do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra e da Senhora Conceição de Maria Evangelista Barbosa – do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra, membros Titulares e Suplentes da Comissão. Após análise minuciosa de cada projeto, considerada pelos critérios estabelecidos do Edital supracitado, com ampla discussão e baseadas na pontuação geral das propostas.

Assim, chegou-se a seguinte classificação: Serão conveniados os 04 primeiros colocados da categoria A, os 05 primeiros colocados da categoria B e os 04 primeiros colocados da categoria C, ficando os outros a serem conveniados de acordo com a desistência e/ou inviabilidade de celebração de conveniamento dos primeiros seguindo a ordem de classificação da lista de espera.

 Acesse aqui a relação de classificados e desclassificados

Da necessidade de recursos da decisão preliminar; segue as orientações abaixo descritas conforme Edital de chamamento 01/2015 – SNC.

 7.10 – Caberá recurso da decisão preliminar da fase de avaliação e seleção, a ser encaminhado exclusivamente para o correio eletrônico: palmares.snc@cultura.gov.br , no prazo máximo de 2 (dois) dias úteis, por meio de formulário próprio (ANEXO II), a contar do dia subsequente à divulgação do resultado preliminar da fase de avaliação e seleção.

Não serão analisados recursos enviados de correio eletrônico (email) diferente daquele cadastrado na candidatura (SalicWeb).

 7.10.2 – Os recursos deverão ser dirigidos à Comissão de Avaliação e Seleção do Edital de Fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura, a quem cabe sua análise.

 7.11 – O resultado final da fase de avaliação e seleção será publicado no Diário Oficial da União e divulgado no sítio eletrônico do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br) e no sítio eletrônico da FCP (www.palmares.gov.br).

Cultura, Artes, História e Esportes

Fundação Cultural Palmares participa de ato contra a intolerância religiosa

Publicado em 18/04/2016 15h00 Atualizado em 01/11/2023 14h35

Na última sexta-feira (15), foi realizado, na Praça dos Orixás, o Grande ato de louvor a Oxalá, como resposta ao incêndio criminoso motivado por intolerância religiosa que destruiu a estátua de Oxalá. O evento foi organizado pela Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e do Entorno e pelo Fórum Permanente das Religiões de Matrizes Africanas de Brasília e Entorno (Foafro-DF).

Vestidos de branco, simbolizando a paz e a cor do orixá da criação, adeptos e diversas lideranças das religiões de matriz africana, de outras segmentos religiosos, representantes de diversas entidades representativas do povo de santo e representantes do GovernoFederal e do Distrito Federal participaram do ato. A presidenta da Fundação Cultural Palmares (FCP), Cida Abreu, juntamente com o diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira, Anderson Quack, e a chefe de divisão do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro, Mãe Baiana, também se fez presente.

O ato contou com o apoio do movimento Poetas pela Democracia, que é composto por membros de vários coletivos, de diversos estados. Para o coordenador, Joãozinho da Vila, a arte “tem a missão de conscientizar, fazer as pessoas mudarem o pensamento. A arte é política.” Já para Jorge Amâncio, a participação do coletivo no ato se faz natural pois, segundo ele, “a intolerância e a não democracia estão interligadas.”

O coordenador do Foafro-DF, Ògan Luiz Alves, um dos organizadores do ato, denunciou o fato de que, nos últimos anos, devido aos recorrentes ataques às casas de umbanda e candomblé, Brasília tenha se transformado na “Meca da intolerância religiosa”. De acordo com ele, “crianças estão sendo cerceadas nas escolas por portarem fios de conta. Muitas pessoas não se sentem à vontade e seguras para portar os símbolos de sua religião no ambiente de trabalho. Porém, o povo de santo, que foi forjado na luta, não pode ser omisso perante demonstrações de intolerância religiosa!”

Também esteve integrando o Grande ato de louvor a Oxalá Stéffanie Oliveira. Foi ela quem, no último dia 10, viu a estátua em chamas, acionou os bombeiros e comunicou a algumas lideranças o que estava ocorrendo. A cena foi presenciada por acaso, quando cruzava a Ponte Honestino Guimarães. Segundo Stéffanie, lá já haviam pessoas que, de dentro de seus carros, estavam tirando fotos do incêndio, porém ninguém havia tomando a iniciativa de acionar a Polícia ou o Corpo de Bombeiros, talvez por medo ou preconceito, “porque quem não vive a religião tem medo das manifestações afro.” – conclui.

Stéffanie disse que sentira medo de, ao descer até a praça para tirar as fotos do ataque à imagem de Oxalá, se deparar, no exato momento em que tentava defender sua crença e denunciar o atentado a um símbolo de sua religião, com a pessoa que ateou fogo à estátua. Para ela, o problema é que, além da Praça [dos Orixás] sempre ter sido muito abandonada, há hoje crescentes manifestações de fanatismo e fundamentalismo em nossa sociedade, que faz com que as pessoas se tornem intolerantes e sejam incapazes de “enxergar a beleza da diversidade”, principalmente quando ela envolve pessoas ou elementos da cultura negra, o que revela que atos de intolerância contra religiões de matriz africana são, na verdade, expressões de racismo.

Assim como Stéffanie Oliveira, o coordenador-geral do Coletivo de Entidades Negras (CEN), Marcos Rezende, entende que atos de intolerância religiosa como o que ocorreu na Praça do Orixás são expressões de racismo religioso, pois os alvos são, em sua grande parte, “as religiões de negros. É isso que faz também com que a sociedade não se comova, ao contrário do que aconteceria se uma cruz fosse queimada.”

A presidenta Cida Abreu, por sua vez, destacou que a intolerância religiosa “ataca os filhos do Brasil, independente de quem seja. Os intolerantes têm que entender que nossa terra, nosso país, não compactua e não admite manifestações de ódio.” Ela ainda registrou que, há poucos dias, a FCP, a Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal e outros órgão distritais e federais reuniram-se com a Administração Regional do Plano Piloto para retomar o projeto de revitalização da Praça dos Orixás, visando reformar suas estruturas, melhorar a iluminação, garantir a segurança e torná-la um espaço convidativo para convivência, contemplação, celebração e louvor.

Cultura, Artes, História e Esportes

Superliga do Carnaval do Rio Grande do Sul retoma atividades

Publicado em 14/04/2016 09h00 Atualizado em 01/11/2023 14h42

A Representante da Regional Sul da Fundação Cultural Palmares, Renata Lopes, participou da reunião de retomada das atividades para o próximo período da Superliga do Rio Grande do Sul (SULIRGS), entidade representativa das ligas e associações do carnaval gaúcho, no último sábado, 9 de abril, no município de Santa Cruz do Sul.

O Encontro contou com a presença significativa das ligas e associações carnavalescas de 09 (nove) municípios, com a presença do músico Sandro Ferraz e dos produtores Carlos Ferreira e Júlio Marques, ambos consultores e produtores culturais da SULIRGS.

O coordenador e anfitrião do encontro, Edinei Martins, afirmou que o “principal objetivo da reunião foi reorganizar e reestruturar a SULIRGS para que as organizações, principalmente do interior, acessem os recursos necessários para qualificar as ações voltadas para o espetáculo Carnaval”. Já a Representante Renata Lopes falou sobre a importância deste momento de união e fortalecimento das entidades carnavalescas: “É fundamental a organização e a autonomia financeira das escolas para que tenham condições de apresentar um espetáculo de qualidade”.

A discussão sobre a Cadeia Produtiva do Carnaval iniciou em 2013 durante audiência pública realizada pela Comissão de Cultura da Câmara de Deputados. A FCP incentiva a comunidade carnavalesca a participar e contribuir com o processo de elaboração do Plano Nacional da Cadeia Produtiva do Carnaval que irá estabelecer as diretrizes de programas específicos voltados para a cultura popular.

Durante a atividade foram abordados temas como as dificuldades das escolas em acessar recursos e da necessidade de qualificação para acessar os editais públicos. “As escolas de samba desenvolvem trabalho social durante o ano inteiro contribuindo com a formação de jovens das comunidades e isso deve ser valorizado e incentivado”, destacou Sandro Ferraz. Carlos Ferreira falou sobre a economia que gira em torno do carnaval que contribui com a geração de emprego e renda: “Existem muitos empresários envolvidos com o carnaval e seria interessante promover um momento de rodada de negócios, por meio de uma feira envolvendo as prefeituras, os empresários e os carnavalescos”.

A SUPERLIGA no ano de 2014 articulou recursos por meio de Emenda Parlamentar do, então, deputado federal Paulo Ferreira para a realização de ações voltadas para a qualificação e estimulo à Cadeia Produtiva do Carnaval. Foram contempladas à época 13 entidades representativas.

O próximo encontro da SULIRGS está previsto para o dia 14 de maio, em Venâncio Aires, onde será realizada a eleição da nova diretoria executiva e definidas diretrizes para a elaboração do planejamento estratégico da entidade.



Cultura, Artes, História e Esportes

Presidenta Cida Abreu recebe representantes da embaixada dos EUA

Publicado em 13/04/2016 15h00 Atualizado em 01/11/2023 14h44

Nesta quarta-feira (13), a presidenta da Fundação Cultural Palmares (FCP), Cida Abreu, recebeu uma representação da Embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) no Brasil. A visita de cortesia sinalizou uma retomada de parceria entre as partes, visando formalizar um protocolo de intenções para apoiar ações na perspectiva dos direitos humanos, inclusão social, empoderamento da mulher, juventude, LGBT, indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais de matriz africana.

Para Cida, “este intercâmbio com outros países, territórios e culturas é estratégico para transformar a Cultura Afro-brasileira em uma matriz cultural reconhecida mundialmente”, destacou.

Segundo Megan Ellis, “temos muito interesse nessa parceria, em apoiar o audiovisual para afrodescendentes”, reforçou Megan.

Participaram da reunião Megan Ellis, Adida para Assuntos de Educação e Cultura, Márcia Mizuno, assessora sênior para Assuntos Culturais, Oscar Baez, Adido Político, Leonardo K. Nardon, assessor cultural sênior da Embaixada dos EUA, Anderson Quack, diretor do Departamento de Promoção da Cultura Afro-brasileira, Sandro Gomes, diretor de Gestão Estratégica, Márcia Fernandes, chefe de gabinete da FCP e Vasco M. Van Roosmalen, diretor Executivo da Equipe de Conservação da Amazonia, Google Earth Solidário.

Ficou definido uma próxima reunião para planejar um calendário de agendas em comum de intercâmbio entre o governo brasileiro, através do Ministério da Cultura e da Fundação Cultural Palmares, com os Estados Unidos.

Cultura, Artes, História e Esportes

Representantes do GDF e do Governo Federal reúnem-se para discutir a revitalização da Prainha

Publicado em 13/04/2016 14h30 Atualizado em 01/11/2023 14h52

Reuniram-se, nessa terça-feira (12), na sede da Administração Regional do Plano Piloto, Arnaldo Guedes, chefe de gabinete do referido órgão, Josmar Fernandes da Costa, chefe do Núcleo de Manutenção e Conservação, da Gerência de Obras, Jaqueline Fernandes, subsecretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Vitor Nunes Gonçalves, subsecretário de Igualdade Racial, ambos do Governo do Distrito Federal (GDF), Renata Melo, chefe de gabinete da Secretaria de Comunidades Tradicionais, Desirée Tozi, coordenadora-geral de Políticas para Povos Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiros e Povos Ciganos, ambas do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos, e Adna Santos (Mãe Baiana), chefe de divisão do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Cultural Palmares (DPA/FCP).

O motivo do encontro foi a retomada do projeto de revitalização da Praça dos Orixás, também conhecida como Prainha, ação que ganhou ainda mais urgência após novo ataque ao espaço sagrado do povo de santo, desta vez à estátua de Oxalá, que foi queimada.

De acordo com Vitor Nunes, o projeto, cuja origem data de 2009, “prevê uma série de intervenções de revitalização do espaço: construção de quiosques, instalação de câmeras para fazer monitoramento, enfim, reforma da área como um todo.”

Segundo Jaqueline Fernandes, foram, “em menos de um ano, três ataques. O primeiro na estátua de Logum Edé, de onde tiraram a ferramenta e o braço; em dezembro a gente teve um outro com Oxalá; e agora eles finalizaram o que tinham começado.”

Os ataques às casas tradicionais de matriz africana se tornaram sistemáticos no DF e no Entorno. Ao atingir as representações dos orixás existentes na Prainha, contudo, esses atos intolerância religiosa representam uma dupla agressão, pois maculam tanto o patrimônio material, já que se tratam de obras, no caso concebidas pelo escultor Tati Moreno, quanto ferem e desrespeitam a fé das pessoas, o que está no âmbito do intangível e imensurável.

Além das condições estruturais, a situação da Praça dos Orixás exige que se planeje ações continuadas, que atraiam as pessoas a circular e vivenciar o espaço. “À organização da ocupação deve-se acrescentar a preservação do simbolismo que a área possui. Esse projeto serve como uma resposta à comunidade e aos grupos organizados que estão nos cobrando. E nós, como entes do governo, precisamos dar essa resposta de forma imediata”, disse Renata Melo.

Conforme a subsecretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Jaqueline Fernandes, no processo, que atualmente se encontra na Secult-DF, existem duas propostas: uma sugere a construção de um memorial da cultura afro-brasileira, enquanto outra, feita pela Federação de Umbanda e Candomblé do Distrito Federal e Entorno (FOAFRO-DF), defende que a gestão do espaço seja concedida a uma Organização Social (OS), o que está amparado pela legislação.

O representante da Administração Regional do Plano Piloto, Arnaldo Guedes apontou as melhorias que podem ser realizadas de imediato: roçagem, poda, limpeza e uma ação conjunta com a Novacap para reforma do calçamento e passeios. Além disso, comprometeu-se a contatar formalmente a Companhia Energética de Brasília (CEB) para que a iluminação da área seja normalizada, bem como o comando da Polícia Militar para a manutenção de uma viatura no local, garantindo a segurança dos frequentadores e a preservação do patrimônio.

Por fim, deliberou-se que o grupo de trabalho que ficará responsável por planejar a revitalização da Prainha seja formalizado por meio da publicação de portaria.

Ação Imediata

Como desdobramento desta reunião, no período da tarde, esteve na Praça dos Orixás, o chefe do Núcleo de Manutenção e Conservação Josmar Fernandes da Costa, acompanhado por Mãe Baiana, representando a Fundação Cultural Palmares, com o objetivo de averiguar a situação concreta do espaço para que as devidas providências possam ser executadas.

Cultura, Artes, História e Esportes

Dia da Escola de Samba

Publicado em 11/04/2016 09h00 Atualizado em 01/11/2023 14h55

O dia 11 de abril é considerado o Dia da Escola de Samba. A data foi escolhida por remeter ao dia da fundação do bloco carnavalesco Ouro sobre azul, criado, em 1923, por Paulo Benjamin de Oliveira, popularmente conhecido como Paulo da Portela, apelido que recebeu devido à Estrada do Portela, via que corta os bairros de Madureira e Oswaldo Cruz.

Pouco tempo depois, passou a se chamar Conjunto Carnavalesco Oswaldo Cruz, em referência ao bairro do subúrbio carioca onde o bloco havia sido fundado. Quem nos faz é o capricho foi outro nome que recebeu. Em 1930, o grupo passa por nova mudança em sua nomenclatura. Devido às grandes dificuldades que a agremiação teve para desfilar naquele ano foi rebatizada como Vai como pode. Nesse mesmo ano, os integrantes do bloco definiram o azul e o branco como suas cores oficiais.

Só no ano de 1935 é que foi escolhido o nome definitivo para a, agora, escola de samba Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela.

As escolas de samba e o carnaval

Na última década do século XIX, a cidade do Rio de Janeiro, que tinha herdado o status de capital da Colônia desde 1763 e que agora era a capital da recém-nascida República brasileira, tinha uma população de meio milhão de pessoas das quais metade era constituída de migrantes, a grande maioria vinda da Bahia, dentre os quais destacava-se o número de negros, escravos libertos e alforriados.

Esse grande contingente de negros que se fixaram entre o Morro da Conceição, a região da Pedra do Sal, da Praça Mauá, da Praça Onze, a Cidade Nova, o bairro da Saúde e a Zona Portuária da cidade, perímetro esse que ficou conhecido como pequena África, trouxe consigo seus hábitos, costumes, festejos, culinária, enfim, os elementos de sua cultura, dentre os quais destacavam-se o candomblé e os batuques.

Dos batuques realizados nas casas das Tias Baianas originou-se o samba, cujo primeiro registro fonográfico se deu em 1917 com a música Pelo telefone, composição de Donga e Mauro de Almeida.

O carnaval carioca, nos primeiros anos da década de 1920, ainda desconhecia as escolas de samba. A brincadeira ficava por conta dos ranchos e dos blocos carnavalescos.

Contudo, na segunda metade desse decênio, a chamada Turma do Estácio, que fez parte da segunda geração de sambistas, deu os contornos modernos do samba urbano carioca ao imprimir um ritmo mais cadenciado, marchado, ao mesmo tempo em que fundou a primeira escola de samba, Deixa Falar, em 1928.

A Deixa Falar, que funcionava realmente como uma escola, onde seus componentes ensinavam e difundiam o samba, bem como realizavam “embaixadas” (visitas) a outros redutos de samba como Mangueira, Oswaldo Cruz e Madureira, que no embalo do grupo do bairro de Estácio de Sá também tinham criado suas próprias Escolas, todavia, durou muito pouco tempo. Desfilou na Praça Onze nos carnavais de 1929, 1930 e 1931, não chegando a participar do primeiro concurso oficial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, organizado em 1932 pelo jornal Mundo Esportivo e vencido pela Estação Primeira de Mangueira.

Em 1929, a Vai Quem Pode (embrião da Portela) venceu um concurso, porém este não foi nos moldes dos desfiles das escolas de samba, mas uma disputa entre grupos de sambistas, realizada em período pré-carnavalesco, organizado por Zé Espinguela.

Juntamente com as escolas de samba que ao longo dos anos 1930 saíram de uma condição de relativa aceitação para a subvenção paternalista, o samba-enredo tornou-se um dos símbolos nacionais. Os sambas dos desfiles das escolas passaram a ser constituídos por um enredo quando o Estado Novo de Getúlio Vargas assumiu a organização dos desfiles e obrigou que os sambas-enredo tratassem da história oficial do Brasil.

Com o passar das décadas os temas debatidos pelas escolas de samba se diversificaram, abordando questões de cunho social, cultural e econômico da sociedade brasileira e de outros povos e nações. As escolas de samba espalharam-se por todo o país e ainda hoje dominam o carnaval carioca, transformando-o em um grande negócio com forte impacto turístico e midiático.

Em tempo

Foi também no décimo primeiro dia de abril que nasceu Aniceto de Menezes e Silva Júnior, o Aniceto do Império, no ano de 1912. Ingressou no mundo do samba e do carnaval por conta da mãe, Dona Crispiana, que formou em sua residência a Escola de Samba Capricho do Engenho Novo, da qual Aniceto era diretor de harmonia.

Passou por inúmeras escolas de samba, como a Unidos de Rocha Miranda, a Na Hora é Que Se Vê, a Rainha das Pretas, a União do Sampaio e a Unidos do Riachuelo. Em torno de 1935, ingressou na Escola de Samba Prazer da Serrinha.

Juntamente com Silas de Oliveira, Tia Eulália, Mestre Fuleiro, Mano Décio da Viola, Tia Maria de Lourdes Mendes (Tia Maria do Jongo da Serrinha), dentre outros, ajudou a fundar a Escola de Samba Império Serrano, em 1947, e ganhou o cargo de orador oficial.

Dividia sua vida entre o samba e o Cais do Porto, onde era estivador e o líder do Sindicato dos Arrumadores. Somente em 1977, aos 65 anos, gravou o seu primeiro disco, Quem samba fica. Ainda em 1977, gravou com Nilton Campolino, seu companheiro no Império Serrano. Um ano depois, participou do LP Os bambas do partido- alto. No ano de 1984, lançou o disco Partido- alto nota 10, contando com as participações especial de João Nogueira, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Martinho da Vila, dentre outros sambistas de renome.

Aniceto era considerado um partideiro imbatível e mentalmente ágil. Inspirado nos pontos de demanda do jongo, desenvolveu um tipo peculiar de partido-alto, até então não praticado. Seu método consistia em diálogo entre o solista e a roda, chamadas e respostas – provocações de quem sabia improvisar com elegância e genialidade.

Morreu em 19 de julho de 1993.

Fontes:

http://goo.gl/eqB64r
https://goo.gl/xRfvsd
https://goo.gl/fZYDE3
http://goo.gl/4NqYZY
https://goo.gl/VYlyOs
http://goo.gl/x6YgPM
http://goo.gl/1qm69G
https://goo.gl/6XXTKC

Cultura, Artes, História e Esportes

Políticas públicas para as Juventudes com foco central

Publicado em 11/04/2016 15h00 Atualizado em 01/11/2023 14h57

Na manhã desta segunda-feira, 11, a presidenta da Fundação Cultural Palmares Cida Abreu, recebeu a visita de cortesia do secretário Nacional de Juventude, Jefferson Lima, da secretaria das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.

Na ocasião, ambos trataram de breves parcerias com vistas a fomentar programas e apoiar manifestações artísticos-culturais contemporâneas, com intervenção no campo, na floresta, territórios urbanos e periferias do Brasil. Tendo como foco central, fortalecer o protagonismo das juventudes negras entre 15 e 29 anos em situação de vulnerabilidade social.

Cultura, Artes, História e Esportes

Intolerância religiosa atinge novamente a Praça dos Orixás

Publicado em 11/04/2016 15h00 Atualizado em 01/11/2023 15h01

Há menos de um mês, após um ato de desagravo aos casos de violência contra casas de umbanda e terreiros de candomblé do Distrito Federal e Entorno, onde contou com a presença do ministro da Cultura, Juca Ferreira, da presidenta da Fundação Cultural Palmares, Cida Abreu, o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), TT Catalão e de diversas lideranças das religiões de matriz africana. Na madrugada deste domingo, 10, por volta das 23h30, uma testemunha ao passar nas proximidades viu um clarão, ao aproximar-se presenciou a imagem de Oxalá em chamas.

Segundo Cida Abreu, “o Grupo de Trabalho composto pelo IPHAN, Secretaria de Cultura e Seppir GDF, retomará o processo de revitalização da Prainha” reforçou.

A testemunha acionou o Ògan Luiz Alves, enviando fotos do ocorrido, em seguida ligou para o Corpo de Bombeiro e ao presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e do Entorno, Rafael Moreira, que se dirigiu ao local e, em seguida, registrou ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia Civil.

Na manhã desta segunda-feira (11), Mãe Baiana, representante do Departamento de Proteção do Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Cultural Palmares (DPA), acompanhou a Delegada Chefe da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, Orientação Sexual, contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), Gláucia Cristina da Silva, em visita ao local, considerado espaço tradicional e de referência dos povos de comunidades tradicionais de matrizes africanas do DF e Entorno.

A Praça dos Orixás está localizada no Lago Paranoá, na margem Lago Sul. Em 2006 foi atacada por vândalos, tendo quatro estátuas arrancadas de seus pedestais. Restaurada e reinaugurada em 2009 exibindo 16 estátuas de orixás. O desejo do artista plástico Tatti Moreno, autor das esculturas, “espero que as autoridades se sensibilizem para que até este ano, as imagens sejam restauradas e devolvam os Orixás no lugar onde eles merecem estar”, enfatizou Moreno.

Criada em janeiro do presente ano, a DECRIN é a quarta delegacia do país voltada ao combate dos crimes de discriminação religiosa, que violam o inciso VI do art. 5º da Constituição Federal, o qual garante a liberdade de crença e assegura o livre exercício dos cultos religiosos, garantindo a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.

Conforme a procuradora Lígia Nogueira, o procedimento esperado é que a delegada Gláucia Cristina avoque o inquérito, apure os fatos, incluindo a oitiva de testemunhas, para tentar identificar a autoria e, se for o caso, baixar portaria enquadrando o caso como intolerância religiosa, portanto crime que se enquadra no que dispõe o art. 1º da Lei nº 9.459/1997.

Cultura, Artes, História e Esportes

Projetos habilitados para a 2ª fase do Edital de Chamada Pública nº 01/2015

Publicado em 08/04/2016 09h00 Atualizado em 01/11/2023 15h06

Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (8) o resultado dos projetos habilitados para a 2ª fase de avaliação e seleção, obedecendo o cronograma de execução do edital de Chamada Pública nº 01/2015 – Fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura – Cultura Afro-Brasileira. Com vistas à celebração de convênio com a Fundação Cultural Palmares nas áreas de Artes Cênicas, Música, Manifestações Tradicionais, Cultura Urbana e de Periferia.

Destinado aos municípios com até 50.000 habitantes; até 200.000 e com mais de 200.000 habitantes. Dividido entre 6 projetos no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), três de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) e três R$ 320.000,00 (trezentos e vinte mil reais). Perfazendo um montante de pouco mais de R$ 3 milhões.

Para a presidenta da Fundação Cultural Palmares Cida Abreu “a iniciativa, visa difundir os costumes de uma sociedade e suas tradições, como o samba de roda, a congada, o afoxé, a capoeira, o maracatu, matriz africana, quilombola, indígena, territórios urbanos, fortalecendo as culturas contemporâneas de periferia; a exemplo do hip hop e do funk”, reforçou.

O presente edital, visa estimular a economia solidária, a participação e o protagonismo dos atores locais. Para a seleção, foram considerados os critérios: contribuição à proteção, à promoção da diversidade de manifestações culturais; contribuição à equiparação dos direitos e ao fortalecimento de garantias de proteção e promoção da igualdade. E também promoção do conhecimento; impacto territorial; sustentabilidade; acesso; participação social; incentivo à economia criativa e solidária.

Confira aqui a lista dos projetos habilitados:
Diário Oficial Seção 3 página 09
Diário Oficial Seção 3 página 10

Confira aqui o Cronograma de Avaliação e Execução.

Cultura, Artes, História e Esportes

Jovens da CRQ Pé do Morro ingressam no ensino superior

Publicado em 08/04/2016 10h00 Atualizado em 01/11/2023 15h09

A Comunidade Remanescente de Quilombo (CRQ) Pé do Morro, localizada em Aragominas – TO, nos dois últimos anos viu 20 de seus membros ingressarem na Universidade Federal de Tocantins (UFT), no campus de Araguaína. Quem nos contou esse fato foi o Sr. Francisco Edimar de Oliveira, representante da comunidade.

A Fundação Cultural Palmares (FCP) tomou conhecimento do caso quando o Sr. Edimar veio solicitar o acesso de 16 pessoas da comunidade de Pé do Morro ao Programa de Bolsa Permanência, ação do governo federal englobada pelo Programa Brasil Quilombola e benefício garantido, dentre outros públicos, aos estudantes pertencentes a comunidades certificadas pela FCP como remanescentes de quilombo que se encontram matriculados em instituições federais de educação superior (IFES).

Somando o número de bolsas permanência já concedidas a membros desta CRQ, certificada desde 2010, ao agora solicitado, a comunidade de Pé do Morro possui 20 de seus filhos/as matriculados em IFES, o que faz dela a CRQ com o maior número de pessoas vinculadas a algum curso de nível superior em instituição federal de ensino.

Para o Sr. Edimar é uma satisfação ver seus conterrâneos estudando em cursos tão variados quanto Turismo, Biologia, Química, Física, História, Logística, Matemática, Letras e Zootecnia.

“Isso é uma coisa que pode trazer benefícios para a comunidade como um todo. Ter pessoas formadas, engenheiros, professores. Coisas que eu não via e me emociona de ver agora.”, confessa.

Segundo o Sr. Edimar, a comunidade não conta com escolas de ensino médio, sendo necessário o deslocamento até a cidade de Aragominas-TO. Existe um ônibus que realiza esse transporte, mas hoje em dia tem mais gente da comunidade cursando o ensino médio do que a capacidade do veículo comporta.

O campus onde são ofertados os cursos nos quais estão matriculadas os 20 membros da CRQ Pé do Morro fica no município de Araguaínas, a 42km de distância da comunidade. A bolsa permanência contribui para que esses alunos não desistam de seus cursos por causa de alguma dificuldade financeira, já que terão que arcar com algumas despesas, como transporte, alimentação e moradia.

Programa de Bolsa Permanência

Trata-se da concessão de auxílio financeiro a estudantes matriculados em instituições federais de ensino superior em situação de vulnerabilidade socioeconômica e para estudantes indígenas e quilombolas. O recurso é pago diretamente ao estudante de graduação por meio de um cartão de benefício.

A Bolsa Permanência é um auxílio financeiro que tem por finalidade minimizar as desigualdades sociais e contribuir para a permanência e a diplomação dos estudantes de graduação em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Seu valor, estabelecido pelo Ministério da Educação, é equivalente ao praticado na política federal de concessão de bolsas de iniciação científica, atualmente de R$ 400,00 (quatrocentos reais). Para os estudantes indígenas e quilombolas, é garantido um valor diferenciado, igual a pelo menos o dobro da bolsa paga aos demais estudantes, em razão de suas especificidades com relação à organização social de suas comunidades, condição geográfica, costumes, línguas, crenças e tradições, amparadas pela Constituição Federal.

Cultura, Artes, História e Esportes

Ato de desagravo aos recorrentes casos de violência contra casas de umbanda e terreiros de candomblé

Publicado em 18/03/2016 14h00 Atualizado em 01/11/2023 15h17

Na manhã desta quinta-feira (17/03), na Caixa Cultural, em Brasília/DF, reuniram-se o ministro da Cultura, Juca Ferreira, a presidenta da Fundação Cultural Palmares (FCP), Cida Abreu, o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), TT Catalão, e lideranças das religiões de matriz africana para ato de desagravo aos recorrentes casos de violência contra casas de umbanda e terreiros de candomblé.

A presidenta Cida ressaltou a relevância do ato e lembrou que, nos últimos anos, 21 terreiros do Distrito Federal e do Entorno foram vítimas de ataques. Algumas autoridades dessas casas compareceram ao ato de ontem, entre elas estavam o Pai Babazinho, Mãe Baiana, Mãe Noeme e Babá Djair.

Segundo Cida Abreu, a reunião dessas casas em evento com a presença do ministro Juca serve, sobretudo, para demonstrar que o povo de santo não está só no combate à intolerância religiosa e na defesa de seus direitos constitucionais.

“Quando o ministro me convidou para assumir a Palmares, ele me deu a missão de não só cuidar de todas as artes que interferem na cultura afro-brasileira, mas me disse com atenção: ‘Cuide das religiões de matriz africana e do patrimônio dos povos tradicionais de terreiro’.”, afirmou a presidenta da FCP.

TT Catalão, por sua vez, declarou que a presença do ministro da Cultura, da presidenta da FCP, associado ao ato de desagravo não é movimento que inaugura um diálogo, mas sim a ratificação de um conjunto de políticas públicas que dão visibilidade a inúmeros aspectos da cultura afro-brasileira, dentre elas a religiosidade.

Quanto à intolerância religiosa, TT Catalão afirmou: “É racismo. É não permitir que o outro seja o outro, diferente e que isso seja a soma. Ninguém quer homogeneização, ninguém quer identidades padronizadas. É a soma dos diferentes o que a gente quer.”

Em sua fala, o ministro Juca Ferreira ressaltou o difícil momento vivido pelo país, em que há um “afloramento de todas as doenças sociais, como a discriminação, a homofobia, discriminação com as mulheres.” E acrescentou: “A doença do fascismo, a doença da intolerância, a doença do racismo não pode prosperar entre a gente. Ver no outro um inferior, sentir a necessidade de destruir o outro porque é diferente de si mesmo, isso tudo são doenças individuais e coletivas que se manifestam em nossa sociedade.”

O ministro da Cultura destacou ainda que a missão do MinC é cuidar das diversas expressões simbólicas que constituem a cultura brasileira e a tornam uma das mais complexas e ricas do mundo. Em seu entender, as manifestações culturais compõem a cosmovisão de setores importantes da sociedade brasileira e, tal como qualquer direito social, devem ser garantidas e preservadas.

As autoridades religiosas presentes, sacerdotes e sacerdotisas, aproveitaram o ato de desagravo à intolerância religiosa contra o povo de santo para fazer denúncias e apresentar demandas que consideram urgentes.

Mãe Railda de Ogum, a mais velha Iyalorixá do Distrito Federal, relatou que teve que se desfazer de seu terreiro, que ficava na área rural de Valparaíso, por causa da constante invasão de sua propriedade por traficantes para a venda drogas, bem como devido ao assédio de fanáticos religiosos.

Para Pai Alan de Ogum, há um agravante que é a discriminação institucional:

“Se a gente for reparar nós fomos expulsos do DF, a gente teve que se acolher no entorno, porque dentro da cidade houve plano de legalização de igreja no Guará, no Núcleo Bandeirante, nisso e naquilo. No DF, não houve nenhum plano de legalização de casas de matriz afro. Então, a gente vê que a discriminação não começa no meio evangélico. A discriminação começa lá de cima. Outro dia Babá Alexandre foi proibido de entrar na Câmara Legislativa do DF porque ele estava caracterizado de sacerdote.”, registrou.

O representante da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, da Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde (RENAFRO) e do FOAFRO-DF, Pai Nino de Oxumaré, destacou que para a Lei nº 10.639/2003 (que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”) ser bem-sucedida é preciso investir na capacitação dos professores.

Por fim, Melillo Dinis do Nascimento, advogado e membro do GT Jurídico Nacional da Casa de Oxumaré, compreende que, embora o povo negro tenha sido criado na luta e seja fruto da resistência histórica, é imprescindível a construção de melhores vias de diálogo com o Estado, que torne possível combater o ódio às diferenças com eficácia.

Exposição celebra patrimônio imaterial brasileiro

A Caixa Cultural foi escolhida para a realização do ato de desagravo, pois desde o dia 27 de janeiro está abrigando a exposição A celebração viva da cultura dos povos, que reúne os 38 bens registrados pelo IPHAN como patrimônios culturais imateriais do Brasil.

Como bem frisou o ministro Juca Ferreira, a força e o papel basilar desempenhado pelas culturas afro-brasileiras e indígenas na constituição de nossa identidade nacional reflete-se na composição do conjunto de bens registrados e reconhecidos como patrimônios.

A exposição permanece até este sábado (19/03).

Cultura, Artes, História e Esportes

Fundação Palmares e SEFAC discutem parceria em torno do Pronatec Cultura

Publicado em 16/03/2016 15h00 Atualizado em 01/11/2023 15h22

A presidenta da Fundação Cultural Palmares (FCP), Cida Abreu, recebeu na tarde desta quarta-feira, 16, a secretária de Educação e Formação Artística e Cultural (SEFAC/MinC), Juana Nunes Pereira. A reunião ocorreu na sede da Fundação e contou também com a presença do diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira, Anderson Quack, e da técnica Micaele Freitas, da SEFAC.

Na ocasião, trataram de parceria visando a integração da FCP ao Pronatec Cultura, a fim de suprir as necessidades de formação inicial e continuada dos produtores, artistas e fazedores da cultura negra e afro-brasileira.

Segundo Cida, existe uma demanda reprimida oriunda do Núcleo de Formação de Agentes de Cultura da Juventude Negra (Nufac) e a ideia possibilitar que essas/es jovens negras/os avancem em sua qualificação profissional, o que vai ao encontro da metodologia adotada pelo Ministério para a 4ª edição do Pronatec Cultura, conhecida como itinerários formativos, a qual permite o aproveitamento de disciplinas já cursadas, em forma de crédito nos diferentes níveis do programa, acelerando a formação e comportando a certificação intermediária para agilizar sua inserção no mercado de trabalho.

A participação da FCP no Pronatec Cultura priorizará o atendimento das demandas formativas dos agentes da cultura afro-brasileira, de um modo geral, mas também de públicos com maior especificidade, como os quilombolas, as populações de religiões de matriz africana e os adolescentes negros egressos de medidas socioeducativas.

Conforme a secretária Juana, a atribuição da SEFAC é exatamente desenvolver políticas intersetoriais na interface entre cultura e desenvolvimento social, ciência e tecnologia e inovação, juventude e infância, principalmente em áreas de vulnerabilidade social.

Cultura, Artes, História e Esportes

Abdias do Nascimento uma vida dedicada à defesa da população negra

Publicado em 14/03/2016 09h00 Atualizado em 01/11/2023 15h24

O jornalista, ativista e ex-senador da República, Abdias Nascimento – falecido em 2011 aos 97 anos – , é referência quando o assunto é igualdade racial. Nascido em 1914 na cidade de Franca, localizada no interior de São Paulo, Abdias teve uma trajetória longa e produtiva: participou do movimento integralista, passou pela Frente Negra Brasileira, foi pioneiro em iniciativas no campo da cultura.

Foi indicado em 2009 ao Prêmio Nobel da Paz em função de sua defesa pelos direitos civis e humanos dos afrodescendentes no Brasil e na diáspora africana.

Bacharel em economia, artista plástico, ator e diretor teatral, criou na década de 1940 o Teatro do Sentenciado, embrião do futuro Teatro Experimental do Negro (TEN), iniciativa pioneira no país. O TEN  revelou alguns dos talentos da dramaturgia nacional como as atrizes Ruth de Souza e Léa Garcia.

Foi professor emérito da Universidade do Estado de Nova York e acumulou títulos de Doutor Honoris Causa nas seguintes instituições de ensino superior: Universidade de Brasília, Universidade Federal da Bahia, Universidade Estadual da Bahia e Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É também Obafemi Awolow na Nigéria.

Na carreira jornalística, foi repórter do Jornal Diário e revisor do Jornal O Radical (1936). Foi também repórter do informativo da Ação Integralista Brasileira. Entre 1946 e 1948, atuou como repórter e colunista do Diário Trabalhista. Em 1947, na época em que o Rio de Janeiro era a capital do país, filiou-se ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (o atual Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro).

Em 1948, fundou com os amigos Sebastião Rodrigues Alves, Ironides Rodrigues e Aguinaldo Camargo o jornal O Quilombo, cuja missão era atrair cada vez mais a comunidade negra na produção. A publicação funcionou como um canal de expressão de grupos sociais que não tinham voz nas fontes tradicionais de informações.

Na sua luta pelos direitos civis e humanos de negros e negras brasileiro/as, Abdias Nascimento organizou eventos históricos como o 1º Congresso do Negro Brasileiro (1950) e a Convenção Nacional do Negro (1945-46), que propôs à Assembléia Nacional Constituinte de 1945 políticas afirmativas e a definição da discriminação racial como crime de Lesa-pátria.

Após a promulgação do Ato Institucional Nº 5 (1968), Abdias foi incluído em diversos inquéritos policiais militares, acusado de fazer a ligação entre o movimento negro e a esquerda comunista. Ao ser convidado para fazer um intercâmbio com o movimento afro-americano, Abdias optou pelo exílio e ficou 13 anos fora do país.

Das inúmeras homenagens recebidas ao longo da sua trajetória, destacamos, em 2006, o a mais alta honraria concedida pelo Governo do Brasil, a Ordem do Rio Branco no grau de Comendador, entregue pelo então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 2008, o Conselho Nacional de Prevenção da Discriminação, do Governo Federal do México, lhe ofereceu um prêmio em reconhecimento à contribuição destacada à prevenção da discriminação racial na América Latina.

O Ministério do Trabalho, em 2009, concedeu-lhe a Grã Cruz da Ordem do Mérito do Trabalho Getúlio Vargas. No mesmo ano, Abdias recebeu o Prêmio de Direitos Humanos da Universidade de São Paulo e o Prêmio de Direitos Humanos na categoria Igualdade Racial da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República do Brasil.

À Abdias Nascimento, nosso Axé!!

Acesse aqui discurso do senador Abdias Nascimento sobre os 110  anos de Lei Áurea, em 13 de maio de 1998.

Cultura, Artes, História e Esportes

Fundação Cultural Palmares certifica mais 19 comunidades remanescentes de quilombo

Publicado em 10/03/2016 11h00 Atualizado em 01/11/2023 15h26

O Diário Oficial da União publicou, nesta segunda-feira (7), a Portaria nº 28, de 3 de março, que certifica, conforme a declaração de auto-definição, dezenove comunidades quilombolas (oito no estado do Pará, quatro no Amapá, seis na Bahia e uma em Minas Gerais), perfazendo  um total de 2.667 comunidades certificadas pela Fundação Cultural Palmares.

As comunidades paraenses são as de Tucumandeua, Rosa de Saron e Nova Betal, localizadas no município de Tomé-Açu; Providência, Mangueira, Salvá e Paixão, em Salvaterra, e Sítio Bosque, em Moju.

Já no estado do Amapá as comunidades foram as do Lago do Papagaio, Rio Pescado, Santo Antonio da Pedreira e Abacate da Pedreira, todas no município de Macapá.

No estado da Bahia, o município de Cafarnaum teve certificadas três comunidades: a de Queimada do Tiano, Erva Cidreira e Lagoa do Gado; a de Presidio, Charel, Curralinho e Roça do Meio; e a de Bandeira, Salaminho e Umbuzeiro. Além dessas, obtiveram a certificação a comunidade de Lagoa Nova, em Irecê, e as de Tereré e Maragojipinho, em Vera Cruz.

Em Minas Gerais, a comunidade certificada foi a de Irmandade do Rosário de Justinópolis, em Ribeirão das Neves.

Cultura, Artes, História e Esportes

O entorno de Brasília registra mais um ataque de intolerância religiosa

Publicado em 09/03/2016 15h00 Atualizado em 01/11/2023 15h28

A Fundação Cultural Palmares nesta quarta-feira (09), recebeu denúncia de mais um ato de intolerância religiosa praticado contra o Centro Espírita Afro-Brasileiro Ilé Axé Iemanjá Ogum Té, de Mãe Noêmia Ferreira, localizado em Valparaíso, Goiás. Segundo a Procuradoria Federal, que atua junto à Fundação Cultural Palmares e representantes do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira que estiveram presentes no local, o terreiro foi invadido e completamente depredado.

A Yalorixá Noêmia relatou que a ação ocorreu na madrugada do dia 08 (terça-feira) deste mês em sua ausência. Árvores sagradas e a flora mantida foram destruídas, bem como os altares, as Casas dos Santos onde os objetos sagrados estavam dispostos. Os autores do delito ainda não foram identificados.

Acompanhados pela Fundação Cultural Palmares, os denunciantes registraram o boletim de ocorrência na 2ª Delegacia de Polícia de Valparaíso/GO. Onde foram prontamente recebidos pelo delegado-chefe e sua equipe. O Ministério Público do Estado de Goiás foi notificado, na pessoa do promotor de justiça do Estado de Goiás, Dr. Daniel Fonseca, que já está dando assistência e apoio ao caso. A perícia foi realizada nesta tarde.

Desde agosto de 2015, casas, barracões e terreiros de matriz africana vêm sendo sistematicamente atacados no Entorno de Brasília, no Estado de Goiás. Em especial nas cidades de Valparaíso, Santo Antônio do Descoberto e Águas Lindas. De acordo com a Yalorixá e zeladora de Santo Mãe Bahiana, repetem-se pela sétima vez nos últimos oito meses ataques como esse que se caracterizam como crime de intolerância religiosa.

Cultura, Artes, História e Esportes

Morreu o genial Naná Vasconcelos, o maior percussionista de todos os tempos

Publicado em 09/03/2016 14h00 Atualizado em 01/11/2023 15h30

A música brasileira e mundial amanheceu hoje órfã do gênio Naná Vasconcelos. Juvenal de Holanda Vasconcelos morreu na mesma cidade que o viu nascer, Recife, aos 71 anos, vítima de uma parada respiratória, consequência de um câncer de pulmão.

Naná foi um verdadeiro revolucionário. A partir dos batuques dos tambores das nações de maracatu e dos toques da capoeira, conferiu erudição a instrumentos de origem popular, chegando a gravar consertos para berimbau e orquestra, ainda na década de 1970. Trouxe para frente dos palcos os instrumentos de percussão e empenhou-se em mostrar ao mundo as inúmeras possibilidades musicais deles.

A música chegou até ele exatamente pelos tambores dos maracatus. Contudo, Naná começou sua vida artística, ainda criança, tocando bateria na noite de Recife. Era autodidata, aprendera tudo sozinho, de ouvido. Segundo ele, quando se aprende música com o corpo, não é preciso consultar livros de teoria, pois é como andar de bicicleta. “Seu corpo lembra”, afirmava.

Mudou-se para o Rio de Janeiro no ano de 1966. Seu modo peculiar de mesclar percussão e voz atraiu a atenção de outros grandes artistas brasileiros, que logo passaram a convidá-lo para gravações e shows, a exemplo de Milton Nascimento, Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Marisa Monte. Outros, consequentemente, tornaram-se seus parceiros, como Nelson Ângelo, Joyce, Egberto Gismonti e Itamar Assumpção.

O teor experimental de suas obras e a expressividade de suas apresentações deixavam entrever, ao mesmo tempo, a influência da música clássica e a energia do rock‘n roll.

A genialidade e a transgressão de Naná Vasconcelos foi notada ao redor de todo o planeta, o que fez com que ele também gravasse com grandes nomes da música internacional, entre os quais BB King, Jean-Luc Ponty, Miles Davis, Talking Heads, Oliver Nelson, Tony Williams e Art Blakey. Entre os anos de 1978 e 1983, formou o grupo de jazz e world music Codona, ao lado do trompetista Don Cherry e do multi-instrumentista Collin Walcott.

O reconhecimento internacional materializou-se não apenas em aclamadas turnês, mas também por meio dos oito prêmios Grammy que conquistou e de sua eleição como o melhor percussionista do mundo em oito ocasiões, todas pela revista americana Down Beat (publicação, especializada em jazz, de maior prestígio no mundo, existente desde 1934).

Naná também produziu trilhas sonoras para filmes, entre os quais se destacam: Procura-se Susan Deseseradamente, estrelado por Madonna, e Down by law, do cultuado diretor Jim Jamursh. Recentemente, participou da trilha sonora do premiado filme brasileiro de animação O menino e o mundo, de Alê Abreu.

Em 2010, Naná Vasconcelos realizou outro grande projeto: o Língua Mãe. Por ocasião do aniversário de 50 anos de fundação de Brasília, ele teve a ideia de reunir crianças de três países, de três continentes diferentes, que tivessem o português como língua mater. O projeto juntou, então, crianças do Brasil, de Portugal e de Angola, que participaram de oficinas com Naná. Ao fim, foi montado um grande espetáculo na Sala Villa Lobos, do Teatro Nacional Cláudio Santoro, com a participação de sua Orquestra, acompanhando o grande mestre e o coral infantil. O projeto foi registrado e lançado em DVD.

Incansável, no ano seguinte, inovou mais uma vez e lançou o disco Sinfonia e Batuques, contendo ritmos tocados na superfície da água. Ao longo da carreira, Naná gravou 21 álbuns solos, além de três com o grupo Codona e vários outros em parceria.

Como um nobre griô, Naná Vasconcelos regeu por 15 anos o encontro de mais de 500 batuqueiros, de 12 nações de maracatu, nas noites de abertura do carnaval da capital pernambucana, tendo sido um de seus homenageados no ano de 2013. Nesse mesmo ano, o músico recebeu a Ordem do Mérito Cultural (OMC), na categoria Grã Cruz, maior condecoração do Ministério da Cultura.

Naná tinha a dimensão de sua obra e de sua contribuição para a música mundial. Certa vez, em entrevista concedida ao jornal Diário de Pernambuco, afirmou: “Minha maneira de pensar a percussão vai continuar viva depois de mim.”

Seu último show foi em Salvador, no dia 27 de fevereiro, quando se apresentou ao lado do violoncelista Lui Coimbra.

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Abertura da programação do Mês da Mulher

Publicado em 08/03/2016 09h00 Atualizado em 01/11/2023 15h34

Na manhã desta terça-feira (8), a presidenta da Fundação Cultural Palmares (FCP/MinC), Cida Abreu, fez a abertura da programação alusiva ao Mês da Mulher. Na sua saudação se dirigiu aos 142 funcionários, saudou carinhosamente as 58 servidoras da instituição, das quais 26 ocupam cargo de chefia.

Segundo Cida, “a data é um marco para celebrar as conquistas e para que nenhum direito conquistado sofra algum retrocesso.”

“Apesar de representarmos mais de 51% da população, somos alvo do machismo, racismo e misoginia, é inegável que o engajamento de milhares de mulheres permitiu que hoje ocupemos espaços e funções até então, só exercidas por homens. Como tudo que fazemos, nos destacamos seja na política, na economia, na mídia, nos esportes, na gestão pública e na cultura”, reforçou.

Ao longo da programação serão exibidos filmes de curta e média-metragem, palestras e exposições. Veja a programação completa e participe!

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