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Fundação Cultural Palmares promove mesa-redonda sobre ancestralidade e salvaguarda entre Mbanza Kongo e Cais do Valongo
Mbanza Kongo e Cais do Valongo
A Fundação Cultural Palmares (FCP) avança em uma articulação estratégica para o fortalecimento da memória afro-brasileira ao promover, em parceria com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), a mesa-redonda “Ancestralidade, salvaguarda e acordo bilateral entre Mbanza Kongo e Cais do Valongo”. O encontro será realizado na próxima quinta-feira (28), às 9h (horário do Brasil) e 13h (horário de Angola), em formato on-line. Antes da abertura da mesa, o público assistirá ao lançamento do curta-metragem “Do Kongo ao Valongo”, obra que reforça os vínculos históricos entre os dois territórios.
A iniciativa integra as celebrações dos 50 anos de independência de Angola e do mês da Consciência Negra no Brasil, reafirmando o compromisso da Fundação Cultural Palmares com a preservação, difusão e valorização das memórias que estruturam a formação da sociedade brasileira. Ao promover esse reencontro simbólico entre Brasil e Angola, a FCP destaca a profundidade dos laços tecidos na longa travessia atlântica, apontando para a importância da cooperação contemporânea entre os dois países.
Salvaguarda de dois patrimônios mundiais
O evento reforça a relevância histórica de Mbanza Kongo, na Província do Zaire, em Angola, e do Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, ambos reconhecidos pela UNESCO como sítios de valor universal excepcional. Essas localidades sintetizam trajetórias de resistência, espiritualidade e ancestralidade que marcaram profundamente a história da diáspora africana e o processo de formação do Brasil.
A Fundação Cultural Palmares desempenha papel decisivo nesse movimento ao conduzir as primeiras tratativas para um acordo bilateral de salvaguarda entre os dois patrimônios. A parceria pretende fortalecer ações de preservação, pesquisa, intercâmbio acadêmico e circulação de saberes, ampliando a cooperação entre instituições angolanas e brasileiras dedicadas à memória afrodescendente.
A importância da reaproximação
Para Eliel Moura, representante da Fundação Cultural Palmares no Rio de Janeiro, o momento é histórico e aponta para um novo ciclo de cooperação:
“Reaproximar Mbanza Kongo e o Cais do Valongo aprofunda nossa leitura sobre quem somos e valoriza a influência Bantu na formação cultural carioca. Essa troca com nossos irmãos angolanos fortalece a preservação da memória e amplia a compreensão do nosso legado comum.”
Inscrições abertas
A mesa-redonda integra o projeto de pesquisa “Diáspora Africana no Brasil – Do Kongo ao Valongo”, realizado pela FCP em diálogo com a UNIRIO. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo formulário eletrônico disponível em: