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Começa hoje (08) o 9º Congresso Pan-Africano de Lomé.
9º Congresso Pan-Africano: Raízes Africanas e da Diáspora Africana A abertura do 9º Congresso Pan-Africano, em Lomé, marca um momento estratégico para a diáspora africana e para o fortalecimento dos laços entre a África e seus descendentes em todo o mundo.
Nesta edição, o Brasil participa como país convidado, com destaque para a presença da Fundação Cultural Palmares, representada por seu presidente, João Jorge Rodrigues, que também foi designado para representar a Ministra da Cultura no evento, à frente de uma delegação da instituição.
O congresso é um desdobramento direto da Década das Raízes Africanas e da Diáspora Africana (2021–2031), instituída pela União Africana (UA) como uma plataforma política e simbólica para consolidar vínculos históricos, culturais, econômicos e políticos entre o continente e as populações afrodescendentes.
A iniciativa busca reconhecer e fortalecer as múltiplas contribuições dos afrodescendentes para o desenvolvimento sustentável da África, em sintonia com a Agenda 2063, e apoiar projetos, ações e eventos protagonizados por pessoas de ascendência africana. Ao participar do 9º Congresso Pan-Africano, a missão do Ministério da Cultura e Fundação Cultural Palmares é reafirmar o lugar central da população afro-brasileira nesse diálogo global.
O Brasil abriga a maior população negra fora do continente africano, e a presença da Fundação, por meio de seu presidente, insere institucionalmente o país nas discussões sobre um pan-africanismo renovado, em um mundo policêntrico, marcado por transições e crises, no qual a soberania dos povos e a reforma da governança internacional voltam ao centro do debate.
O congresso também se conecta a temas estratégicos que vêm ganhando força nos últimos anos, como justiça climática, integração econômica africana, liberdade econômica e reparações históricas. A Década das Raízes Africanas e da Diáspora articula-se com iniciativas como a Zona de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA), o debate sobre reformas em organismos multilaterais e conferências sobre reparações e justiça climática, refletindo um movimento de ressurgimento do pan-africanismo em escala global.
Nesse contexto, a participação da Fundação Cultural Palmares cumpre o papel de aproximar ainda mais o Brasil das agendas da União Africana e das organizações da diáspora, fortalecendo pontes políticas, culturais e institucionais.
A presença de João Jorge Rodrigues e da delegação da Fundação no 9º Congresso Pan-Africano simboliza o compromisso do Brasil – e, em especial, dos afro-brasileiros – com a construção de um futuro comum entre África e sua diáspora, baseado em dignidade, desenvolvimento, reparação histórica e valorização das identidades negras em todo o mundo.