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49ª Mostra: confira a programação do Cine Segall
Cine Segall na Mostra de SP
O Cine Segall integra o circuito da 49ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, pela primeira vez. A sala de cinema do Museu Lasar Segall (Ibram/MinC) recebe, de 17 a 30 de outubro, 37 longas-metragens de 19 países, que foram exibidos e premiados em festivais de destaque — Berlim, Cannes, Sundance, Moscou, Veneza, Toronto, Busan, SXSW, Roterdã, Shangai, Lisboa, Locarno, Tóquio.
Parte da seleção integra a Competição Novos Diretores, que apresenta trabalhos de cineastas em seus primeiros ou segundos longas. Eles concorrem ao Troféu Bandeira Paulista, com os mais votados pelo público ao fim da primeira semana da Mostra sendo avaliados pelo júri para a premiação final.
Outra parte compõe a Perspectiva Internacional, que destaca a produção cinematográfica recente ao redor do mundo, novos trabalhos de diretores consagrados e filmes de revelações do cinema. Na seção, estão representadas tanto cinematografias tradicionais como outras que dificilmente chegam ao Brasil.
Também serão exibidos dois títulos da categoria Apresentações Especiais. “Marble Ass” (1995), de Želimir Žilnik, cineasta sérvio com mais de 50 títulos ao longo de sete décadas, mistura documentário e ficção para retratar o mal-estar social em Belgrado e as violências contra personagens marginalizadas. Recebeu o Teddy Award no Festival de Berlim de 1995 e é um exemplo de cinema pioneiro em temática LGBTQIA+. “Queen Kelly” (1929), de Erich von Stroheim, filme mudo estrelado por Gloria Swanson, retorna à Mostra em versão restaurada.
No período, o Cine Segall segue os valores de ingresso estipulados pela Mostra. Segundas, terças, quartas e quintas: R$ 26 (inteira) e R$ 13 (meia). Sextas, sábados e domingos: R$ 32 (inteira) e R$ 16 (meia).
Os ingressos avulsos estão disponíveis para compra quatro dias antes de cada sessão pelo app do evento e pelo site da Velox, sempre a partir das 9h. No dia da sessão, uma pequena cota (10%) fica disponível diretamente na bilheteria do Museu.
Para mais informações e a programação completa da 49ª Mostra, consulte o site oficial.

- Cine Segall na Mostra de SP
17 de outubro — Sexta-feira
14h | O TRÍPTICO DO NAUFRÁGIO (The Shipwrecked Triptych)
De Deniz Eroglu (93’). Países Baixos, Alemanha.
Legendas em inglês (queimadas) e eletrônicas em português.
A antologia utiliza a metáfora universal do naufrágio para examinar, ao longo de três episódios, a fragilidade humana e a linha tênue entre a existência e a não existência. No primeiro, ambientado em um asilo rural na Alemanha, às vésperas do Ano-Novo de 1982, a equipe de funcionários se entrega a uma celebração clandestina. Situado em meados da década de 1990, o segundo acompanha uma família de refugiados abalada pela súbita chegada de um funcionário municipal cuja presença intrusiva ameaça seu frágil senso de segurança. Por fim, somos transportados a vários séculos atrás, quando um grupo de desajustados percorre paisagens medievais e um deles precisa enfrentar não apenas o ambiente hostil, mas também as fronteiras cambiantes de sua própria consciência. Cada parte desse tríptico tem seu próprio estilo e gênero, ao mesmo tempo em que motivos visuais e correntes temáticas conectam esses diferentes mundos, nos desafiando a confrontar os delicados laços que nos prendem à vida.
Exibido no Festival de Roterdã.
Competição Novos Diretores
16h10 | VENTO, FALE COMIGO (Wind, Talk to Me)
De Stefan Djordjevic (100’). Sérvia, Croácia, Eslovênia.
Falado em sérvio. Legendas eletrônicas em português.
Indicado para: 16 anos.
Stefan se reúne com sua família para celebrar o aniversário de sua avó pela primeira vez após o recente falecimento de sua mãe. Esse retorno à casa, motivado pelo desejo de concluir um filme sobre a mãe enquanto tenta se redimir ao resgatar um cachorro abandonado, desencadeia uma jornada introspectiva para Stefan. Inspirado nas experiências do diretor — e com sua família em uma missão de concluir uma casa de veraneio e um filme — “Vento, Fale Comigo” é uma exploração cinematográfica particular da relação atemporal entre mãe e filho.
Exibido no Festival de Roterdã, IndieLisboa e FIDMarseille.
Competição Novos Diretores
18h30 | SEEDS (Seeds)
De Brittany Shyne (123’). Estados Unidos.
Falado em inglês. Legendas em inglês (vf) e eletrônicas em português.
Indicado para: 14 anos.
Acompanhando as histórias de três gerações de fazendeiros negros, o filme constrói um retrato coletivo e particular da agricultura no sul dos EUA, enquanto vemos suas vidas, alegrias e lutas, assim como a fragilidade do legado e da posse da terra. O longa documenta seu cotidiano — a colheita de algodão, o cuidado com o gado, as máquinas quebradas e as dificuldades financeiras —, assim como a ligação das famílias com a terra e entre si. Mas a realidade reforça a urgência da história: em 1910, fazendeiros negros possuíam 16 milhões de acres de terra; hoje, restam apenas fragmentos disso. Essa comunidade luta para ter acesso a financiamentos que fazendeiros brancos da região conseguem sem esforço algum. Através dessas narrativas intergeracionais, vemos os ciclos de desigualdade e racismo estrutural que persistem até hoje, mas também os sinais de esperança e renovação entre as novas gerações de agricultores.
Vencedor do grande prêmio do júri na seção U.S. Documentary do Festival de Sundance.
Competição Novos Diretores — MULHERES NA DIREÇÃO
18 de outubro — Sábado
14h | UMA HISTÓRIA SOBRE O FOGO (A Story About Fire)
De Li Wenyu (85’). China.
Falado em mandarim. Legendas em inglês (queimadas) e eletrônicas em português.
Inspirado em uma antiga lenda do povo Qiang, minoria étnica que habita as montanhas do sudoeste da China, o filme acompanha a trajetória de um macaco criado entre humanos. Seguindo os passos de sua mãe, Awubaji, ele parte rumo à Montanha Sagrada em busca do “segredo do calor”. Depois de enfrentar inúmeros desafios e perigos, o macaco consegue conquistar a pedra de fogo e, ao ter o pelo consumido pelas chamas, se transforma finalmente em um ser humano.
Exibido no Festival de Berlim.
Competição Novos Diretores — Animação
15h40 | WILMA OU OS FANTASMAS DA LIBERDADE (Wilma or the Ghosts of Freedom)
De Maren-Kea Freese (112’). Alemanha.
Falado em alemão. Legendas em inglês (vf).
Indicado para: livre.
Wilma é uma ex-operária de uma usina de energia que sobreviveu a dois regimes políticos diferentes e agora precisa lidar com um novo começo. Depois de passar a vida inteira em uma região de mineração de linhito na antiga Alemanha Oriental, ela deixa a pequena cidade em que morava quando o mundo que conhecia desmorona no fim dos anos 1990. Ela foge para Viena, onde busca reconstruir a própria vida. Antigos sonhos de uma sociedade melhor ressurgem e ela os abraça com entusiasmo, determinada a traçar novos caminhos para si mesma.
Perspectiva Internacional — MULHERES NA DIREÇÃO
18h05 | SAUNA (Sauna)
De Mathias Broe (103’). Dinamarca.
Falado em dinamarquês. Legendas em inglês (vf).
Indicado para: 16 anos.
Johan é um jovem comum que mantém todas as portas abertas quando se trata de amor e sexo. Ele consegue um emprego como recepcionista na Adonis, a única sauna gay de Copenhague, onde não apenas trabalha, mas também vive experiências e encontros com os outros frequentadores. Para Johan, a cidade é como um paraíso sem limites de oportunidades, com bares, festas e casos de uma noite, mas é só quando conhece William, um homem trans, que ele vivencia o amor. O relacionamento entre os dois é colocado à prova, como costuma acontecer em uma sociedade com conceitos rígidos sobre gênero, amor e identidade.
Exibido no Festival de Sundance.
Competição Novos Diretores — LGBTQIA+
19 de outubro — Domingo
14h | VAINILLA (Vanilla)
De Mayra Hermosillo (96’). México.
Falado em espanhol. Indicado para: 12 anos.
No México, no final da década de 1980, Roberta, uma garota de oito anos, observa sua família de sete mulheres tentar salvar a casa das dívidas que não param de crescer. Esse enfrentamento transforma a forma como ela se vê e como enxerga as pessoas ao seu redor.
Seleção oficial de Veneza.
Competição Novos Diretores — MULHERES NA DIREÇÃO
16h | TESE SOBRE UMA DOMESTICAÇÃO (Thesis on a Domestication)
De Javier Van de Couter (113’). Argentina, México.
Falado em espanhol. Legendas em inglês (vf). Indicado para: 16 anos.
Baseado no romance homônimo da autora e roteirista trans Camila Sosa Villada, que também protagoniza o filme, “Tese sobre uma Domesticação” acompanha uma atriz trans argentina de sucesso que reivindica com orgulho o espaço que conquistou no mundo. Ela se aproveita do prestígio de sua brilhante carreira e se aproxima de um advogado, com quem começa um relacionamento. À medida que o amor entre eles floresce e se transforma em casamento, os dois constroem juntos um lar e uma família. A personagem de Sosa Villada enfrenta os desafios inesperados de sua vida iconoclasta, reformulando a narrativa trans tradicional. Ao traçar o curso de sua trajetória, ela tece uma narrativa que reivindica o direito à ambição, ao desejo, ao glamour, à segurança e à liberdade de abraçar tanto as falhas quanto as contradições. Quando o casal resolve adotar uma criança, eles desafiam as normas conservadoras da sociedade argentina. Mas a busca pela felicidade doméstica é abalada durante uma visita à cidade natal da atriz.
Exibido no Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires (BAFICI).
Perspectiva Internacional — LGBTQIA+
18h15 | O CAMPO ELÍSIO (The Elysian Field)
De Pradip Kurbah (123’). Índia.
Falado em khasi. Legendas em inglês (vf). Indicado para: livre.
Ambientado nas Colinas Khasi Orientais em 2047, o filme acompanha Livingstone e outros cinco moradores remanescentes que lidam com suas vidas em uma aldeia quase abandonada — deixada para trás pela onda de migração urbana. Enquanto o mundo fora dali atrai os mais jovens, aqueles que ficam encontram alguma força uns nos outros. A jornada de Livingstone a bordo de um velho ônibus torna-se uma homenagem à sua falecida esposa, Belinda, e um lembrete dos laços que ainda os unem. Através de momentos de luto, afeto e uma perseverança silenciosa, o filme reflete sobre a conexão entre pessoas diante de mudanças, em um retrato comovente de uma comunidade que se apega à esperança enquanto o mundo segue em frente.
Vencedor dos prêmios de melhor filme e direção no Festival de Moscou.
Perspectiva Internacional
20 de outubro — Segunda-feira
14h | LAVAGANTE (Lavagante)
De Mário Barroso (92’). Portugal.
Falado em português europeu. Legendas em inglês (queimadas).
Uma história de amor e enganos, num cenário marcado pela ação da polícia política da ditadura salazarista, a censura, as perseguições, as prisões e a revolta estudantil do início dos anos 1960. O último argumento de António-Pedro Vasconcelos, adaptado da última obra de José Cardoso Pires.
Perspectiva Internacional
16h | AQUELE VERÃO EM PARIS (That Summer in Paris)
De Valentine Cadic (77’). França.
Falado em francês. Legendas em português.
Paris, Jogos Olímpicos de 2024. Blandine é uma mulher de 30 anos que chega da Normandia para assistir às competições de natação. Desorientada pelo caos e agitação da cidade, onde nada parece sair do jeito que ela espera, Blandine inesperadamente se reaproxima de sua meia-irmã, de quem estava afastada, e de sua sobrinha.
Exibido nos festivais de Berlim, Busan e BAFICI.
Competição Novos Diretores — MULHERES NA DIREÇÃO
17h40 | DEPOIS DE UM BOM DIA (Después de un Buen Día)
De Néstor Frenkel (86’). Argentina.
Falado em espanhol.
Existe um ditado que diz que, quando um artista conclui uma obra, ela não lhe pertence mais. A partir desse momento, ela ganha vida própria, se torna parte do mundo e, só então, encontra seu verdadeiro significado. Esta é a história de uma bem-sucedida família de artistas e de uma improvável família de laços afetivos, contada através do que alguns consideram o pior filme argentino da história e que, para outros, é um objeto de devoção. Um documentário sobre prazeres culposos, consumo irônico e amor à arte.
Perspectiva Internacional — Documentário
19h30 | MARBLE ASS (Marble Ass)
De Zelimir Zilnik (83’). Sérvia.
Falado em sérvio e inglês.
Merlyn tem atuado como uma força pacificadora nos Bálcãs, encontrando uma forma de acalmar inúmeros homens sérvios em seus encontros. Agindo como um para-raios de Belgrado, Merlyn absorve a energia instável de boêmios violentos, esbanjadores extravagantes, solitários miseráveis e jovens sedentos de desejo, desviando uma pulsão que recairia sobre jovens indefesas, mães desprotegidas e idosas vulneráveis. Sem essa válvula de escape, essa energia descontrolada, combinada com uma população armada, inevitavelmente levaria a um banho de sangue. Merlyn, então, esfria as veias ferventes desses homens de temperamento forte e os alimenta com amor. É nesse cenário que Johnny retorna a Belgrado depois de voltar da guerra. Ele também deseja arrefecer esse desejo em ebulição. No entanto, Johnny faz isso através de orifícios que ele mesmo cria no corpo humano.
Vencedor do Teddy Award no Festival de Berlim de 1995.
Apresentação especial
22 de outubro — Quarta-feira
14h | ÁGUIAS DA REPÚBLICA (Eagles of the Republic)
De Tarik Saleh (129’). Suécia, França, Dinamarca.
Falado em árabe. Legendas em português.
George Fahmy, o ator mais adorado do Egito, é forçado a aceitar um papel em um filme encomendado pelas mais altas autoridades do país. Ele se vê mergulhado no círculo restrito do poder e, como uma mariposa atraída pela luz, inicia um caso com a misteriosa esposa do general que supervisiona a produção.
Exibido nos festivais de Cannes e Toronto.
Perspectiva Internacional
17h | VERÃO GLORIOSO (Glorious Summer)
De Helena Ganjalyan e Bartosz Szpak (89’). Polônia.
Falado em polonês, italiano, árabe, sueco e francês.
Indicado para: 10 anos.
Em um palácio renascentista banhado pela luz do sol, três mulheres vivem em um estado etéreo de suspensão, uma bolha liminar livre de qualquer responsabilidade, onde o verão nunca termina. Um sistema enigmático supre todas as suas necessidades — oferecendo comida, entretenimento e uma rotina diária marcada por afirmações de bem-estar. Há apenas uma regra: é proibido atravessar o muro que as cerca. Mas logo surgem rachaduras nessa imagem aparentemente perfeita: o uso de uma “linguagem do toque”, já que certas coisas não podem ser ditas em voz alta, e a prática secreta de como morrer corretamente, que garantiria a passagem para “outro lugar”. Não demora para que a raiva, sufocada por tanto tempo, e o desejo desesperado de escapar venham à tona. Criadas em um estado de imaturidade perpétua, essas garotas conseguirão romper os limites impostos pelo sistema?
Exibido no festival South by Southwest (SXSW).
Competição Novos Diretores — MULHERES NA DIREÇÃO
19h | A MULTIDÃO (The Crowd)
De Sahand Kabiri (70’). Irã.
Falado em farsi. Legendas em inglês (vf).
Indicado para: 14 anos.
Hamed vem de uma família abastada e religiosa, mas divide um apartamento de classe média com Raman. Prestes a emigrar do Irã, Raman se vê incomodado por não conseguir passar seus últimos dias com os amigos, já que não têm um espaço adequado para se reunir com eles. Para ajudá-lo, Hamed decide organizar uma festa em um galpão vazio da família, sem avisar os outros proprietários. Ao mesmo tempo, ele também precisa lidar com a morte de Tondar, um amigo próximo recém-falecido em um acidente sobre o qual não pode falar publicamente.
Exibido no Festival de Roterdã.
Competição Novos Diretores
23 de outubro — Quinta-feira
14h | INK WASH (Ink Wash)
De Sarra Tsorakidis (90’). Romênia, Dinamarca, Grécia.
Falado em romeno, inglês, alemão e dinamarquês. Legendas em inglês (vf). Indicado para: livre.
Enquanto busca refúgio em seu trabalho após o fim de um relacionamento, Lena, uma pintora em vias de completar 40 anos, é contratada para decorar um hotel brutalista escondido em uma floresta na Romênia. Lá, onde o rio Danúbio termina seu curso em nascentes aparentemente milagrosas, Lena vê suas convicções morais serem confrontadas por uma comunidade totalmente corrompida.
Vencedor do Prêmio da Crítica no Festival de Varsóvia. Também foi exibido no Festival de Toronto.
Perspectiva Internacional — MULHERES NA DIREÇÃO
16h | REBELIÃO SILENCIOSA (Silent Rebellion)
De Marie-Elsa Sgualdo (97’). Suíça, Bélgica, França.
Falado em francês. Legendas em inglês (vf).
Emma é uma jovem de 15 anos que engravidou após um estupro. Ela desafia a repressiva comunidade rural protestante em que vive na Suíça, para traçar um caminho de autodeterminação, transformando esse trauma em um evento catalisador de emancipação. Em meio a tudo isso, Emma precisa lidar com a hipocrisia moral desse lugar e com as sombras da Segunda Guerra Mundial ao seu redor.
Exibido no Festival de Veneza.
Competição Novos Diretores — MULHERES NA DIREÇÃO
18h | DEMOCRACIA SOB CERCO (Democracy Under Siege)
De Laura Nix (89’). Bélgica, Luxemburgo, Estados Unidos.
Falado em inglês.
Pontuado pelos comentários políticos afiados e bem-humorados da cartunista Ann Telnaes, a partir de sua visão privilegiada de Washington, D.C., o documentário expõe a complexa história e os desafios do sistema político mais influente do mundo, em um dos momentos mais extremos e decisivos da democracia americana em seus quase 250 anos de existência. Observadores políticos renomados analisam o abuso do poder executivo, a crise de ética no Judiciário e um ambiente midiático saturado de desinformação, enquanto o país enfrenta desafios que transcendem governos individuais. A narrativa examina como a promessa de uma democracia multirracial americana enfrenta uma nova onda de resistência, culminando no temor de uma guinada autoritária.
Perspectiva Internacional — ANIMAÇÃO/DOCUMENTÁRIO
24 de outubro — Sexta-feira
14h | WOMAN AND CHILD (Woman and Child)
De Saeed Roustaee (131’). Irã.
Falado em persa.
Mahnaz, uma enfermeira viúva de 40 anos, luta com seu filho rebelde, Aliyar, que foi suspenso da escola. As tensões familiares atingem o auge durante a cerimônia de noivado com seu novo namorado, Hamid, e um trágico acidente ocorre. Como consequência, Mahnaz será forçada a confrontar a traição e a perda, e a embarcar em uma busca por justiça.
Exibido no Festival de Cannes.
Perspectiva Internacional
16h30 | A GAROTA DA ÚLTIMA PARADA (The Girl at the End of the Line)
De Kota Yoshida (125’). Japão.
Falado em japonês. Legendas em inglês (queimadas) e eletrônicas em português. Indicado para: livre.
Kiyoko Tachibana, estudante de uma escola feminina em Tóquio, conheceu Akari Okusawa, uma jovem que usava um vestido azul vibrante, em seu primeiro ano do ensino médio. Em contraste com as outras alunas, Akari interage livremente com todos e rapidamente se torna popular, despertando a atração de Kiyoko. Os sentimentos recém-aflorados por ela acabam envolvendo toda a turma e fazendo a situação evoluir para um enorme tumulto.
Exibido no Festival de Xangai.
Perspectiva Internacional — LGBTQIA+
19h | LIBERTEM LEONARD PELTIER (Free Leonard Peltier)
De Jesse Short Bull e David France (110’). Estados Unidos.
Falado em inglês.
O documentário revisita uma das condenações mais contestadas da história recente dos EUA para narrar a campanha de cinco décadas pela libertação do mais célebre ativista indígena ainda vivo. Com imagens de arquivo e recriações em IA, o filme revive a turbulência dos anos 1970, quando o governo norte-americano reprimiu o American Indian Movement, que denunciava séculos de injustiça e opressão contra os povos originários. Leonard Peltier tornou-se a vítima mais emblemática em 1975, quando o FBI cercou a Reserva de Pine Ridge, onde ele e outros militantes estavam. O confronto terminou com a morte de um indígena e de dois agentes do FBI, mergulhando Peltier em um pesadelo kafkiano que, em meio século, nenhum advogado conseguiu desfazer.
Exibido no Festival de Sundance. Vencedor de três prêmios no Thessaloniki Documentary Festival.
Perspectiva Internacional — DOCUMENTÁRIO/TEMÁTICA INDÍGENA
25 de outubro — Sábado
14h | ONTEM À NOITE CONQUISTEI TEBAS (Last Night I Conquered the City of Thebes)
De Gabriel Azorín (111’). Espanha, Portugal.
Falado em português europeu, latim e galego. Legendas em inglês (queimadas). Indicado para: 12 anos.
Numa fria tarde de inverno, António e Jota retornam do front de batalha com seus amigos em busca de uma antiga terma romana. No caminho de pântanos e brincadeiras, eles relembram glórias táticas do passado. As termas ressurgiram após um longo tempo submersas pelas águas de uma represa, atraindo pessoas de todas as idades, curiosas com a descoberta. Mas há algo misterioso nessas águas termais — como se influenciassem o ânimo dos homens, lhes dando coragem para dizer coisas nunca reveladas a ninguém.
Vencedor dos prêmios de melhor roteiro e melhor fotografia na Jornada dos Autores no Festival de Veneza.
Competição Novos Diretores
16h10 | ALMAS MORTAS (Dead Souls)
De Alex Cox (88’). Espanha, Estados Unidos.
Indicado para: 16 anos.
Em 1890 — ano do censo dos EUA — o caos irrompe quando um estranho chamado Strindler chega a uma pequena cidade do Arizona e pede dinheiro em troca de fornecer os nomes de trabalhadores mexicanos mortos. Baseado no livro homônimo de Nikolai Gogol.
Perspectiva Internacional
18h10 | OLIVIA (Olivia)
De Sofía Petersen (126’). Argentina, Reino Unido, Espanha.
Falado em espanhol. Legendas em inglês (vf). Indicado para: 16 anos.
Sozinhos nas montanhas: Olivia, o Pai e a casa deles. Nos sopés da região, há um matadouro, onde ele trabalha. Ela sonha durante o dia e vive à noite; eles compartilham apenas o crepúsculo e o amanhecer, antes que o sol nascente embale seu sono. Quando o Pai desaparece, Olivia desce as montanhas à sua procura.
Exibido no Festival de Locarno.
Competição Novos Diretores
26 de outubro — Domingo
14h | ACORDO NA FRONTEIRA (Deal at the Border)
De Dastan Zhapar Ryskeldi (95’). Quirguistão.
Falado em kyrgyz. Legendas em inglês. Indicado para: 12 anos.
Aza e Samat, dois traficantes que percorrem rotas secretas nas montanhas da Ásia Central, encontram Nazik, uma jovem que está fugindo da escravidão. Quando Nazik é recapturada por um criminoso local e se vê diante do sombrio retorno ao cativeiro, Aza decide resgatá-la, custe o que custar.
Exibido no Festival de Busan.
Perspectiva Internacional
16h30 | NO CAMINHO (On the Road)
De David Pablos (93’). México.
Legendas eletrônicas em português.
Veneno, um jovem errante e rebelde, costuma frequentar lanchonetes de beira de estrada, onde se envolve com caminhoneiros. Precisando urgentemente de uma carona, ele conhece Muñeco, um motorista de temperamento duro e reservado. Ele consegue convencer Muñeco a levá-lo para dentro do universo hiper-masculino das longas rotas de caminhão pelo norte do México. Porém, conforme a viagem avança e uma intimidade inesperada surge entre eles, questões do passado de Veneno reaparecem, colocando a vida dos dois em risco.
Vencedor do prêmio de melhor filme da seção Horizontes e do Leão Queer no Festival de Veneza.
Perspectiva Internacional — LGBTQIA+
19h | CIGARRAS (Cicadas)
De Ina Weisse (100’). Alemanha, França.
Falado em alemão e francês. Legendas em inglês (vf) e eletrônicas em português.
A vida de Isabell sofre uma reviravolta quando fica claro que seus pais idosos não conseguem mais viver de forma independente. Enquanto busca cuidadores e tenta lidar com seu complicado casamento com Philippe, ela se divide entre Berlim e a casa de campo dos pais — uma impressionante construção modernista. Lá, Isabell encontra com frequência a enigmática Anja, uma mãe solo tentando sobreviver. Anja e sua filha pequena, Greta, se aproximam cada vez mais de Isabell, criando um vínculo inesperado entre elas. No entanto, Isabell se sente cada vez mais insegura sobre a vida que imaginava conhecer.
Exibido no Festival de Berlim.
Perspectiva Internacional
27 de outubro — Segunda-feira
14h | PEIXES ESTRANHOS (Odd Fish)
De Snævar Sölvason (104’). Islândia, Finlândia, Alemanha.
Falado em islandês. Legendas em inglês (vf). Indicado para: livre.
Hjalti e Björn são dois amigos de infância que administram um restaurante de frutos do mar em sua cidade natal, que funciona apenas durante o verão. Eles sonham em manter o local aberto o ano todo e, quando finalmente surge essa oportunidade, Björn revela a Hjalti que é uma mulher trans e que, de agora em diante, será chamada de Birna. Essas mudanças testam a força da amizade entre eles, os obrigando a encarar a vida através de uma nova perspectiva para preservar o que realmente importa.
Perspectiva Internacional — LGBTQIA+
17h | ONDE A NOITE PERMANECE (Where the Night Stands Still)
De Liryc Dela Cruz (75’). Itália, Filipinas.
Falado em tagalog. Legendas em inglês (vf).
Após anos de separação, três irmãos filipinos, todos trabalhadores domésticos na Itália, se reúnem na casa de campo herdada de sua irmã mais velha, Lilia. À medida que a noite avança, o tão esperado reencontro desperta velhas memórias e ressentimentos não ditos. O ar fica denso com o peso do que foi deixado em silêncio ao longo do tempo, enquanto os irmãos tentam lidar com a distância que cresceu entre eles. Na quietude da casa, eles enfrentam uma dor inominável, e sua história compartilhada se revela em fragmentos, expondo as marcas sutis, porém profundas, da ausência, do desejo e de uma conexão estilhaçada.
Exibido no Festival de Berlim, onde concorreu ao prêmio Teddy.
Competição Novos Diretores
19h15 | TUDO O QUE MERECEMOS (All That’s Due)
De Franz Müller (105’). Alemanha.
Falado em alemão. Legendas em inglês (vf).
A vida parece estar seguindo bem para Mira, de 29 anos. Casada com Tarik, mãe de dois filhos, ela acaba de assumir a franquia de um supermercado local, graças a um empréstimo sem juros oferecido por Robert, ex-companheiro de sua mãe. Mas, logo depois de receber o dinheiro, Tarik perde quase tudo em um golpe envolvendo criptomoedas. Incapaz de contar a verdade a Robert, Mira começa a se afundar em meias-verdades e mentiras que transformam sua rotina tranquila em um turbilhão. Sua mãe, de mentalidade burguesa, não lhe dá apoio algum, convencida de que Mira se contentou com pouco ao trabalhar no varejo e se casar com um ex-rapper. E, assim, sua vida passa a ser uma luta constante para evitar que tudo desmorone.
Perspectiva Internacional
29 de outubro — Quarta-feira
14h | AS ESTAÇÕES (The Seasons)
De Maureen Fazendeiro (82’). Portugal, França, Espanha, Áustria.
Falado em português europeu. Legendas em português (queimadas). Indicado para: 12 anos.
Entrelaçando relatos de trabalhadores rurais e anotações de campo de um casal de arqueólogos, imagens amadoras e desenhos científicos, lendas, poemas e canções, “As Estações” é uma jornada pela história real e pelas narrativas de uma região do sul de Portugal, o Alentejo, e um retrato das pessoas que ali viveram.
Exibido nos festivais de Locarno e Toronto.
Competição Novos Diretores
16h | LONGE DA ESTRADA (Off the Beaten Track)
De Hugo Vieira da Silva (105’). Portugal.
Falado em português europeu. Legendas em inglês (queimadas).
Taiti, 1903. O médico e escritor Victor Segalen, chegado da França depois de uma longa viagem, parte rumo a Hiva’Oa para conhecer pessoalmente Paul Gauguin. Ao chegar à ilha, é informado de que o pintor faleceu recentemente. Seguindo os seus passos, Segalen visita o seu ateliê, recolhe os seus objetos pessoais, descobre o diário “Noa Noa” e conhece os que conviveram com o pintor. Por meio das vozes dos habitantes da ilha, Segalen “conhece” Gauguin. Para além dos célebres “Homenagem a Gauguin” e “Gauguin no Seu Último Cenário”, Segalen inicia, então, a escrita do seu famoso e para sempre incompleto “Essai sur L’exotisme”, reflexão atemporal sobre a interculturalidade. Pegando o título da graphic novel “Loin de la Route”, de Christophe Gaultier e Maximilien Le Roy, na qual se inspirou, o filme adapta os escritos de Victor Segalen e constrói uma magnífica visão da obra, vida, excessos, angústias, ambiguidades e contradições do grande artista.
Perspectiva Internacional
18h30 | PRIMEIRA PESSOA DO PLURAL (First Person Plural)
De Sandro Aguilar (119’). Portugal, Itália.
Falado em português europeu. Legendas em inglês (queimadas). Indicado para: 16 anos.
Mateus Lagoa e sua esposa Irene vão comemorar 20 anos de casamento em um resort de luxo em uma ilha tropical, deixando o filho adolescente perigosamente à deriva. Na véspera da viagem, durante uma noite em que repentinamente se veem separados, eles são tomados pelos efeitos colaterais das vacinas que tomaram para o passeio — febre, desmaios, calafrios e alucinações. Uma melancolia se insinua, e o mundo deles parece, de repente, fraturado, aberto a promessas tão inesperadas quanto ameaçadoras.
Exibido no Festival de Roterdã e no IndieLisboa.
Perspectiva Internacional
30 de outubro — Quinta-feira
14h | FLOPHOUSE AMERICA (Flophouse America)
De Monica Stromdahl (78’). Noruega, Holanda, Estados Unidos.
Falado em inglês. Legendas em inglês (vf). Indicado para: 16 anos.
Por conta da crise habitacional que assola os EUA, muitas famílias acabam vivendo em hotéis baratos e decadentes, conhecidos como flophouses. É nesse ambiente que Mikal, de 12 anos, divide um pequeno quarto com os pais e o gato Smokey. A rotina é caótica e marcada pelo alcoolismo, mas também repleta de afeto e guiada pelo desejo de um futuro melhor. A diretora Monica Strømdahl percorreu o país para registrar a vida nesses espaços e, há oito anos, conheceu Mikal, uma entre tantas crianças que crescem nesse contexto. O documentário acompanha sua trajetória ao longo de três anos, revelando tanto as dores de uma infância estilhaçada quanto a complexidade e a ternura que resistem dentro da lógica familiar.
O filme recebeu uma Menção Honrosa no CPH:DOX e foi exibido no Visions du Réel.
Competição Novos Diretores — DOCUMENTÁRIO/MULHERES NA DIREÇÃO
16h | SPIRIT WORLD: UMA JORNADA ESPIRITUAL (Spirit World)
De Eric Khoo (94’). França, Singapura, Japão.
Falado em francês e japonês. Legendas em português.
A lendária cantora Claire Emery viaja até o Japão para uma última e concorrida apresentação, já com os ingressos esgotados. Quando o show termina, a vida de Claire na Terra também se encerra. Mas uma nova e inesperada vida no mundo espiritual — onde ela será guiada por Yuzo, um de seus maiores fãs — a aguarda.
Exibido nos festivais de Busan e Tóquio.
Estrelado por Catherine Deneuve
18h30 | QUEEN KELLY (Queen Kelly)
De Erich von Stroheim (105’). Estados Unidos.
Filme mudo (cartelas em inglês, legendas em português).
No imaginário país europeu de Cobourg-Nassau, em algum momento antes da Primeira Guerra Mundial, a cruel rainha Regina V se torna obcecada por seu noivo irresponsável, o príncipe Wolfram. Quando ele conhece Patricia Kelly, uma jovem inocente e provocante que vive em um convento, acaba se apaixonando por ela. Ansioso para vê-la antes do casamento, Wolfram leva Kelly ao palácio. Ao descobrir os dois juntos, a rainha a açoita e a expulsa. Chamada ao leito de morte de sua tia, Kelly fica chocada ao se ver em um bordel. Em seus últimos momentos, a tia implora que a jovem se case com Jan, o rico e sifilítico dono do lugar.
Filme mudo de 1929, estrelado por Gloria Swanson, em versão restaurada.
Apresentação especial