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Assédio no trabalho: A corregedora Aline Reis defende cultura institucional de respeito durante palestra na SIPAT do CAS Caxias do Sul
Durante a 5ª Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT) do CAS Caxias do Sul, a Corregedora do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Aline Cavalcante dos Reis, ministrou uma palestra virtual sobre assédio no ambiente de trabalho, a convite da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul – FASE. Com uma abordagem direta e cuidadosa, Aline trouxe dados, exemplos concretos e reflexões sobre os impactos da violência institucional e a importância de construir ambientes saudáveis.
A palestra integrou o eixo de saúde mental e relações interpessoais da SIPAT e foi marcada por momentos de escuta, interação e acolhimento. A corregedora destacou que o assédio não se limita ao espaço físico da repartição. “O assédio pode acontecer em viagens, eventos, seminários”, afirmou.
Aline também compartilhou dados de um estudo do Tribunal de Contas da União (TCU), que analisou 270 processos disciplinares entre 2014 e 2018. “Apenas 20% resultaram em penalidades. E no caso do assédio sexual, dois em cada cinco processos tiveram punição”, destacou.
Segundo ela, o acolhimento é uma ferramenta essencial para lidar com essas situações. “Se o servidor não quiser denunciar, não haverá processo. A gente faz apenas o registro de atendimento e respeita a escolha da pessoa. Porque forçar uma denúncia sem o consentimento da vítima pode ser mais uma violência”, explicou.
A corregedora também defendeu a criação de uma cultura institucional baseada no respeito. “Precisamos criar ambientes onde atitudes desrespeitosas gerem desconforto. Quando isso acontecer, o próprio grupo vai estabelecer um limite. É como a faixa de pedestre em Brasília: os carros param porque virou cultura. O respeito também precisa virar cultura”.
A palestra foi encerrada com um chamado à ação: “A violência no trabalho mata. E não é exagero dizer isso. Por isso, precisamos de políticas sérias de prevenção, acolhimento e responsabilização. Nosso maior patrimônio são as pessoas. Sem elas, não há serviço público”.