Notícias
SÉTIMA MARCHA DAS MARGARIDAS TEM COMO LEMA A RECONSTRUÇÃO DO BRASIL PELO BEM VIVER
Com o lema “Pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver”, a sétima Marcha das Margaridas considerada uma das maiores mobilizações de rua do mundo, ocorrerá entre 15 e 16 de agosto, em Brasília.
Conforme informa o site CONTRAF CUT, a abertura política da marcha está marcada para as 17h de terça-feira (15), no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília. Mas as atividades da marcha começam logo cedo, a partir das 8h, com plenárias, oficinas, rodas de conversa, espaço de saúde (com práticas integrativas) e a Mostra Nacional da Produção das Margaridas, uma feira com exposição de produtos de todos os estados brasileiros.
Em sua sétima edição, o evento estima que mais de 100 mil mulheres participem desta edição na capital federal. A Marcha reúne mulheres do campo, da cidade, da floresta e das águas com busca de visibilidade, reconhecimento social e político e cidadania plena.
A marcha é feita a cada quatro anos em agosto, mês da morte da sindicalista Margarida Alves, assassinada em 1983. A estimativa é que a marcha mais recente, em 2019, reuniu cerca de 100 mil mulheres em Brasília, conforme afirma o site do Senado.
Entre as programações, o Senado vai promover na quarta-feira (15), às 9h, uma sessão especial para homenagear a Marcha das Margaridas. O requerimento para a homenagem (RQS 383/2023), de autoria do senador Beto Faro (PT-PA) e de outros senadores, foi aprovado no final do mês de junho. A marcha integra a agenda nacional dos movimentos sociais do campo.
Confira a programação completa do evento
https://fasubra.org.br/geral/programacao-marcha-das-margaridas-2023/
Palmares terá estande em festivais e bienais literários de 2020
A Fundação Cultural Palmares (FCP) estará presente em todas as dez edições dos festivais e bienais literários contemplados pelo Edital Feiras e Ações Literárias, realizado pelo Ministério da Cidadania. Para tratar do assunto reuniram-se nesta quinta-feira (30), Katia Cilene Martins, coordenadora-geral do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC/FCP), e Ana Cristina Araruna, diretora do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB).
A proposta é que a Palmares tenha um estande instalado em cada feira com o objetivo de distribuir, gratuitamente, obras literárias contempladas pelo I e II Prêmios Oliveira Silveira. “Os brasileiros em geral não têm acessibilidade a leitura, e essa iniciativa vem para mudar este cenário, oportunizando o acesso a bons livros e as possibilidades que eles trazem”, afirmou Katia.
Ana Cristina enfatizou a integração entre os órgãos com a finalidade de que se efetivem políticas públicas voltadas à oportunidade da literatura e das cadeias criativa e produtiva em torno do livro e da leitura. “Há uma grande sensibilidade por parte das instituições em se promover este nicho, com o entendimento de que é o melhor caminho para termos cidadãos mais preparados e mais seguros”, completa Katia.
FCP nas Feiras – Carolina Petitinga, coordenadora de Estudos e Pesquisa do CNIRC, conta que pelas experiências anteriores, é importante que a Palmares se mantenha presente nos espaços de festivais e bienais. “Fazemos parte de um processo de reeducação social e precisamos dar mais visibilidade aos autores e as obras de temáticas negras”, diz. Ela cita que somente em 2019, cinco autores promovidos pela Fundação participaram de eventos no Brasil e em outros países.
Nos seus estandes, a Fundação sempre disponibiliza materiais gratuitamente. Além disso, promove sessões de autógrafos dos autores premiados nos editais institucionais, a exposição da obra do fotógrafo Januário Garcia – referência em registro da cultura afro-brasileira –, promove palestras, oficinas e também mostras de filmes com temáticas direcionadas. “É nossa missão difundir informação, promover o conhecimento”, defende Carolina.
No último ano, a Fundação distribuiu aproximadamente 7.500 livros, se fazendo presente na 35ª Feira do Livro de Brasília, na 47ª Feira do Livro de Pelotas, na 9ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas e na 7ª edição da Festa do Conhecimento, Literatura e Cultura Negra (FlinkSampa). Participou ainda da Feira do Livro de Frankfurt e, agora, estudas outras possibilidades de acordos institucionais na área.
Participaram da reunião, as servidoras do Ministério, Ana Maria da Costa Souza, coordenadora-geral do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, e, Mariângela Andrade, técnica administrativa.
Inscrições para quarta edição do Micsul seguem até 26 de fevereiro
Estão abertas até o dia 26 de fevereiro as inscrições para o edital que vai selecionar empreendedores culturais e artistas para representarem o Brasil na edição de 2020 do Mercado das Indústrias Criativas e Culturais do Sul (Micsul). O megaevento que visa incentivar e debater o consumo e a circulação de bens e serviços culturais na América do Sul, bem como fomentar a realização de acordos de venda e comercialização de bens e serviços entre os países do continente, será realizado de 26 a 29 de maio em Montevidéu, no Uruguai.
Serão selecionados pela Secretaria Especial da Cultura cerca de 90 empreendedores culturais de todo o Brasil, que receberão apoio para participar do Micsul. O objetivo do edital, publicado no Diário Oficial da União de 9 de janeiro, é apoiar a internacionalização do produto cultural brasileiro, ampliando as oportunidades de negócios, a troca de experiências e a integração com empreendedores dos demais países da América do Sul.
A seleção é voltada a iniciativas de nove setores criativos: artes cênicas; audiovisual e animação; artesanato; artes visuais e museus; design; moda; editorial; jogos eletrônicos; e música. Além disso, serão selecionados um grupo de música e um grupo de artes cênicas para se apresentarem durante o Micsul 2020 e um estilista para promover um desfile de moda.
No total, a pasta deve investir R$ 671 mil na iniciativa. Cada selecionado receberá apoio financeiro para as despesas com transporte (aéreo ou terrestre) e diárias (hospedagem, alimentação e transporte local). Para grupos de teatro e música, serão destinados cerca de R$ 7 mil para cada integrante. Para o restante dos empreendedores, cerca de R$ 6 mil.
O secretário da Economia Criativa, Reynaldo Campanatti, ressalta a relevância de participar das oficinas, exposições e rodadas de negócios do Micsul. “Vai ser muito importante e com certeza vai abrir uma série de espaços para os negócios da economia criativa, para que cada um possa participar efetivamente, ganhando o seu dinheiro e gerando renda, para que possa haver essa inclusão no mercado internacional”, avalia.
Sobre o Micsul – O Micsul é uma iniciativa dos órgãos nacionais de cultura dos países sul-americanos e reúne, bienalmente, pequenos e médios empreendedores culturais. A expectativa da organização é que sejam gerados, na edição deste ano, mais de US$ 54 milhões em negócios e acordos. O evento vai contar com a participação de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e México, que passou a integrar o programa a convite do país anfitrião. A primeira edição do Micsul ocorreu em Mar del Plata, na Argentina, em 2014, e a segunda, em Bogotá, na Colômbia, em 2016. A última, em 2018, foi realizada em São Paulo, no Brasil, e contou com a participação de oito países da América do Sul.
Critérios de seleção – A pontuação será concedida de acordo com os critérios: aderência da proposta ao evento, representatividade, criatividade e sustentabilidade, além de experiência e maturidade de negócios do empreendedor ou do empreendimento representado.
Dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail: micsul@cidadania.gov.br.
Fonte: Assessoria de Comunicação/Secretaria Especial da Cultura
Bolsa Família e BPC são antecipados para municípios em situação de emergência e calamidade
As famílias atendidas pelos Programas Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada (BPC) residentes nos municípios atingidos pelas fortes chuvas em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro já podem sacar a parcela correspondente ao mês de janeiro. O ministro da Cidadania, Osmar Terra, anunciou nesta segunda-feira (27) que a mesma será antecipada devido a situação de calamidade declarada pelos três estados. Neles, 85 munícipios se encontram em situação de emergência, entre eles 10 têm 28 comunidades quilombolas certificadas.
As fortes chuvas derivam do fenômeno conhecido como Zona de Convergência do Atlântico Sul, um sistema meteorológico que conduz umidade da Amazônia até o Oceano Atlântico, passando pelo Centro-Oeste até chegar à costa da região Sudeste do país. Trata-se de um fenômeno comum durante o verão, mas, que neste ano por outros fatores tornou o período chuvoso mais forte que o normal. Devido às catástrofes, em fevereiro o saque da parcela de cada um dos benefícios estará disponível a partir do dia 12, desconsiderando o calendário oficial.
Outra medida do Ministério da Cidadania em amortecimento aos impactos das chuvas será contribuir com investimentos para a manutenção de abrigos de acolhimento às famílias atingidas. A pasta irá disponibilizar aos municípios o valor de R$ 20 mil para cada grupo de 50 pessoas desabrigadas ou desalojadas. “Com o tempo, será cada vez mais necessária nossa atuação para não deixar que essas famílias fiquem numa situação pior do que já estavam. É um trabalho contínuo, que vai garantir cidadania para todos”, garantiu Terra.
Confira a lista de municípios contemplados pelas ações do Ministério da Cidadania:
Com informações : Ministério da Cidadania
Portal Palmares reformula página principal para facilitar acesso público
A Fundação Cultural Palmares (FCP) concluiu nesta sexta-feira a reformulação da página principal do portal da instituição. A proposta é que com uma apresentação mais leve e objetiva, informações como dados técnicos e os espaços de solicitações de serviços sejam facilmente localizados no espaço virtual.
O novo formato dividido entre Menu Principal, Principais Notícias, Agenda da Presidência, Notícias, Botões de Acesso Rápido e de Transparência Pública, o frequentador do site encontre a maior parte dos seus interesses com apenas um ou com poucos cliques.
No primeiro espaço é possível ter acesso a informações institucionais, de comunicação, sobre os departamentos, editais, documentos comprobatórios previstos da Lei de Acesso à Informação e contatos. No segundo, a garantia é de que o leitor esteja a par das principais articulações da FCP no cumprimento de sua missão institucional.
A mudança não retirou qualquer conteúdo do site. A prioridade da FCP é por meio dos Botões de Acesso Rápido facilitar acesso aos serviços e a disponibilização de dados técnicos. Eles constam dos temas Projetos, Editais, Serra da Barriga, Agenda Institucional, Informações Quilombolas e Acervo de Fotos. Para conhecer as propostas de cada um, basta clicar no banner de interesse.
Por fim, os botões em cinza possibilitam conhecer o funcionamento os vínculos governamentais e éticos da Fundação Cultural Palmares. Mas as mudanças não param por aí: os setores de Comunicação Social e Tecnologia da Informação da instituição continuam os trabalhos para que, em breve, o Portal esteja ainda melhor.
Mais informações:
ascom@palmares.gov.br – (61) 3424 0162 e 3424 0334
IBGE vai incluir informações quilombola no censo de 2020
As comunidades quilombolas do Brasil vão integrar a base de dados do Censo Demográfico promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020. Essa é uma iniciativa inédita, que contou com o apoio da Fundação Cultural Palmares (FCP), interessada em fortalecer a identidade desse segmento e obter informações atualizadas sobre essas comunidades.
A cada dez anos, o IBGE realiza o recenseamento, produzindo informações que atualizam o retrato do país. O recenseamento acontecerá entre os meses de agosto e outubro. Até lá, o IBGE trabalha com dados do Cadastro Geral de Informações Quilombolas realizado pela FCP. As informações servirão de base ao planejamento do instituto para a execução do Censo que vai permitir avanços inéditos, como a auto identificação da população quilombola em relação ao pertencimento étnico.
De acordo com Tiago Cantalice, coordenador de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da FCP, a inclusão dos quilombolas no censo é um passo importante à construção e execução de metodologias voltadas à proteção dessas comunidades. “Pela primeira vez, saberemos exatamente quantos são e o seu perfil no que diz respeito a gênero, faixa etária, real condição socioeconômica, entre outras informações relevantes para a formulação de políticas que venham a atender essas famílias e garantir os seus direitos constitucionais”, detalha o gestor.
Para a responsável pelo Grupo de Trabalho de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes, o Cadastro terá um papel relevante. “Vai fornecer a localização dessas comunidades permitindo a agilidade e a qualidade de trabalho dos recenseadores”, explica. “Também vai nos ajudar informando qual o tipo de infraestrutura que existe nessas comunidades para planejarmos a operação censitária”, completa. A Fundação Cultural Palmares já certificou 3427 comunidades quilombolas e a expectativa é que todas elas preencham o cadastro pela internet.
Cadastro Geral de Informações Quilombolas – Trata-se de um termo de colaboração entre o IBGE e a Fundação Cultural Palmares para a realização do Censo 2020. O IBGE já vem fazendo uma primeira análise dos dados levantados pelo Cadastro. “É algo importante para podermos abordar as lideranças comunitárias, para entrarmos nesses espaços com segurança para nosso recenseador, sem nenhum tipo de mal-entendido”, explica Marta.
Nesse sentido, a Fundação mantém como recomendação que o informante seja uma liderança comunitária com o objetivo de garantir que a fonte tenha conhecimento profundo sobre a realidade da comunidade. Caso a liderança não tenha familiaridade com computadores ou smartphones, poderá solicitar auxílio para o preenchimento do formulário.
Toda a elaboração do questionário do Censo Demográfico 2020 foi feita com o auxílio da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) em parceria com Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), o Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, além da FCP. A publicação dos primeiros resultados pelo IBGE, como população dos municípios, está prevista para meados de 2021. Já os resultados sobre povos e comunidades tradicionais deverão ser disponibilizados em 2022.
Palmares tem força-tarefa para dar vazão a processos de Licenciamento Ambiental
A Fundação Cultural Palmares (FCP) criou um Grupo de Trabalho (GT) para dar vazão ao passivo de processos de Licenciamento Ambiental (L.A.) que aguardam manifestação inicial. A força-tarefa terá a duração de 30 dias e fará o encaminhamento de cerca de 150 processos que serão analisados por oito servidores alocados temporariamente de outras funções da entidade, sendo seis da sede e dois representantes regionais.
De acordo com o presidente substituto da entidade, Sionei Leão, a medida se faz necessária para que os processos de Licenciamento não fiquem parados pelo tempo em que se define a transição de competências entre a FCP e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). “O objetivo é dar uma resposta aos empreendedores que desejam ver seus projetos instalados e operando, e também às comunidades que precisam ter garantidos os seus direitos”, afirma.
A iniciativa impedirá, ainda, que os processos não fiquem se acumulando ao longo do tempo, considerando que as consequências da morosidade podem ter custos elevados para os empreendedores e as comunidades quilombolas. “Executando-as e as acompanhando podemos evitar eventuais contestações em virtude do não-cumprimento dos ritos de L.A.s”, explica Tiago Cantalice, coordenador de Proteção do Patrimônio Afro-brasileiro.
Cristian Farias Martins, chefe de divisão de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro, complementa afirmando que “os prejuízos tanto podem ser financeiros para os empreendedores, quanto a pausa dos processos de titulação das comunidades, que normalmente já são longos”.
Em abril de 2019 teve início a migração de competência para que o Incra assuma a normativa sobre as ações de Licenciamento Ambiental de empreendimentos, obras e atividades que afetam ou possam afetar comunidades quilombolas e seus territórios. Os trâmites dependem, no momento, de decreto da Casa Civil e não há previsão para que o processo seja finalizado.
NOTA DE PESAR: Wanderley Faustino Ferreira
É com pesar que a Fundação Cultural Palmares (FCP) informa o falecimento de Wanderley Faustino (Deley), referência nos estados de Minas Gerais e Goiás, onde nasceu e viveu.
Muito querido em sua comunidade e também em Goiânia, Deley estava com 62 anos. Foi conselheiro tutelar e coordenador na Prefeitura goiana, vereador suplente no mesmo estado e estava e fazendo o segundo ano de Direito.
Sua morte ocorreu na noite desta terça-feira (14) no Hospital e Maternidade Municipal Dr. Odelmo Leão Carneiro, de Uberlândia, e o corpo será velado ainda nesta quarta-feira (15) na Paz Universal, no mesmo município.
A família ainda acerta detalhes e o horário do sepultamento.
Afrolatinas terá apoio da Palmares para o 13º Festival Latinidades
A Fundação Cultural Palmares (FCP) apoiará o Afrolatinas, instituto de mulheres negras da América Latina, na realização da 13ª edição do Festival Latinidades que acontecerá no período entre 22 de 26 de julho de 2020. Para alinhar a participação da entidade no Festival, Jaqueline Fernandes, coordenadora-geral do evento, foi recebida na última quarta-feira (08) pelo presidente substituto da FCP, Sionei Leão.
Durante a reunião Katia Cilene Martins, coordenadora-geral do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC/FCP), Clovis André Silva da Silva, diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira (DEP/FCP), Lorena Marques, coordenadora substituta de Estudos e Pesquisas da FCP e Lúcia Helena Martins, coordenadora de Promoção da Cultura Afro-brasileira da FCP, falaram sobre a importância do Festival para a população negra. “É uma parceria que dá voz à mulher negra em todos os segmentos nos quais ela se propõe a estar”, afirma Katia.
De acordo com Jaqueline trata-se de parceria que merece ser resgatada, pois é resultado de uma relação antiga entre instituições de empoderamento da cultura negra e que já trabalharam juntas em outras edições. O 13º Festival executará atividades em três localidades do país que em breve serão divulgadas.
Festival Latinidades – Criado em 2008 se consolidou como o maior festival de mulheres negras da América Latina. O projeto tem sido uma plataforma de impulsionamento de trajetórias dessas mulheres nos mais diversos campos de atuação. Única do gênero, a iniciativa pauta fortalecimento de identidades, formação técnica e política, empreendedorismo, arte, cultura, comunicação, geração de emprego e renda e estímulo à tecnologia e à pesquisa científica.
A concentração de atividades ocorre na semana de 25 de julho, data que se estabeleceu como o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha desde de 1992, quando foi realizado o I Encontro de Mulheres Negras da América Latina e Caribe, na República Dominicana. No Brasil, no dia 02 de junho de 2014, foi sancionada a Lei que institui o Dia da Mulher Negra, em homenagem à grande líder quilombola Tereza de Bengela – fruto de intensa mobilização, na qual o projeto Latinidades teve grande participação.
Segundo o Afrolatinas, as mulheres negras na América Latina e Caribe corresponde a mais de 80 milhões. “O nosso legado para a humanidade é inquestionável, enquanto sujeitas históricas, com produção de memória e patrimônio científico, artístico, material e imaterial incomparáveis”, afirma o coletivo em sua página oficial: afrolatinas.com.br
Ainda segundo a instituição o Festival é, ao mesmo tempo, uma vitrine e um trabalho continuado de formação para mulheres negras. Em doze anos, atingiu mais de 300.000 pessoas como público direto, realizou mais de 200 formativas, mais de 200 apresentações artísticas, quatro publicações e oito milhões de valoração de mídia (sendo a maior parte mídia espontânea).
Palmares e IPHAN farão parcerias de valorização dos Clubes Sociais Negros
A Fundação Cultural Palmares (FCP) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) farão parcerias com o objetivo de valorizar os Clubes Sociais Negros do Brasil. O assunto foi debatido na tarde desta quinta-feira (09) em reunião entre os presidentes substitutos de ambos os órgãos, Sionei Ricardo Leão e Robson Antônio de Almeida, na sede do IPHAN em Brasília.
Situados nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, São Paulo e Minas Gerais, os Clubes Sociais Negros são considerados espaços de memória e cultura, razão pela qual têm enorme potencial a tornarem-se patrimônios materiais e imateriais do povo brasileiro.
De acordo com Sionei Leão, o IPHAN chegou a realizar o mapeamento e estudos aprofundados sobre os Clubes e a Palmares tem interesse em trabalhar a promoção da cultura nos estados por meio dos espaços e dos dados mapeados. “Enquanto Governo Federal temos uma riqueza de informações, motivo pelo qual queremos estar cada vez mais próximos transformando-os em resultados interessantes à sociedade”, disse.
Almeida sugeriu que o próximo passo seja uma reunião entre os setores competentes de cada uma das instituições – Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC/FCP) e Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI/IPHAN) – para definir de que maneira as parcerias poderão ser feitas.
CAIS DO VALONGO – A segunda pauta do encontro girou em torno da responsabilização da Fundação Cultural Palmares sobre o galpão Docas Dom Pedro II que abrigará o Centro Cultural da Herança Africana no Rio de Janeiro e será fortalecido como parte do Centro Histórico, onde está situado também o Cais do Valongo, Patrimônio da Humanidade declarado pela Unesco em 2017.
Na ocasião, Almeida afirmou que o IPHAN já realizou edital de contratação do projeto executivo necessário à garantia do restauro e adequação das Docas Dom Pedro II e que este se encontra em fase de licitação. A previsão é que até o fim do mês de janeiro esta etapa do processo seja superada.
Após a conclusão do processo o local vai abrigar, ainda, o Laboratório Aberto de Arqueologia Urbana (LAAU), centro de referência ligado a Prefeitura do Rio de Janeiro e que abriga mais de 1,5 milhão artefatos encontrados durante as escavações do sítio arqueológico em 2011.
Participaram da reunião a coordenadora do CNIRC, Katia Cilene, e o diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira (DEP) Clovis André Silva da Silva.
Resultado definitivo – Circuito de Formação de Jovens Agentes da Cultura Negra
A Fundação Cultural Palmares divulga, por meio da Portaria Nº 225 de 27 de dezembro de 2019 , o resultado definitivo do Edital de Chamada Pública Nº 04/2019 – Circuito de Formação de Jovens Agentes da Cultura Negra que tem como foco qualificar profissionalmente a juventude negra para que ela atue nas diversas esferas da cadeia produtiva da cultura e tenha acesso à formação continuada, sendo assim reconhecida como cidadãos ativos no mercado de trabalho, exercendo plenamente seus direitos.
Confira o resultado final:
A partir de agora, a FCP dá prosseguimento ao processo já tendo sido convocada a instituição selecionada para celebrar o termo de fomento.
Resultado FINAL do II Prêmio Oliveira Silveira – Infantojuvenil
A Fundação Cultural Palmares divulga, por meio da Portaria Nº 217 de 11 de dezembro de 2019, o resultado final do Edital de Chamada Pública Nº 01/2019 – II Prêmio Oliveira Silveira – Infantojuvenil que tem como selecionar e premiar obras literárias das cinco regiões do país, em português do Brasil, ilustradas, do gênero ficção, infantojuvenil que sejam inéditas e incorporem elementos da cultura afro-brasileira.
Confira o resultado:
Autor: José Walter Moreira dos Santos
Obra: Alé Odara – Afroadivinhas de brincar
Autora: Sandra Maria Job
Obra: A História do Urubu
Autora: Eliana Alves dos Santos Cruz
Obra: O Machado Mágico
Autor: Leandro Alves da Silva
Obra: A Carta da Esperança
Autora: Nará Souza Oliveira
Obra: Entre Araucárias e panela de ouro perdida
Autor: Andrey do Amaral dos Santos
Obra: Maria Conga, Filó e as aventuras com o Pastel de Angu
Autor: Daniel Stael Conceição dos Santos
Obra: uma viagem Além Mar
Iphan lança edital para projeto de restauração do galpão Docas Pedro II, no Cais do Valongo
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) publicou na quinta-feira (21) o edital de licitação para a contratação do projeto executivo de arquitetura de restauração do galpão Docas Pedro II, no Cais do Valongo, Rio de Janeiro. A construção vai abrigar o centro de interpretação do Cais do Valongo, um centro cultural dedicado à herança africana sob gestão da Fundação Cultural Palmares (FCP) e o Laboratório Aberto de Arqueologia Urbana, da prefeitura municipal, cujo acervo está guardado temporariamente no Galpão da Gamboa. CLIQUE AQUI E CONFIRA O EDITAL.
Segundo o superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, Manoel Vieira, esta é a primeira fase das licitações, e as obras ainda não têm data para começar. “O que estamos contratando agora é um projeto que permita a adequação do espaço e a preservação do prédio que é tombado”, diz.
O valor do edital é estimado em R$ 2 milhões. A obra completa deve custar, de acordo com o superintendente, no mínimo R$ 50 milhões. A fonte dos recursos também não foi definida ainda, e o órgão deve captar os valores posteriormente.
Parceria – A FCP e o IPHAN se organizam ainda para a realização e pesquisas sobre cenas africanas encontradas em uma residência de Ouro Preto, cidade histórica de Minas Gerais. Vanderlei Lourenço, presidente da FCP, fará viagem no início de dezembro para conhecer o local.
Os desenhos foram entalhados na parede de um porão que, no século XVIII, foi senzala do casarão. Os estudos terão como finalidade comprovar e formalizar o período em que os desenhos foram feitos trazendo uma possibilidade de quem os teria produzido, embora se acredite que tenham sido feitos por um escravizado em um momento de banzo, ou seja, saudades de sua terra natal. Além disso, contribuirão à identificação da origem étnica dessa ou dessas pessoas, muito provavelmente trazidas de Guiné, Congo, Gana, Camarões e/ou Nigéria.
“Essas gravuras são, por si, um achado histórico. Cenas de África feitas por pessoas que foram sequestradas e escravizadas. Agora, nosso objetivo é preservar essa descoberta”, disse o presidente da FCP, Vanderlei Lourenço, lembrando que é missão do órgão proteger e promover o legado afro-brasileiro.
Hieroglifos – As cenas mostram o cotidiano de sociedades que viviam do outro lado do Atlântico. Os desenhos remetem a mulheres trabalhando em um pilão, uma cena de festa em uma aldeia, pessoas em um navio e animais que não fazem parte da fauna brasileira, entre eles possivelmente um guepardo. Segundo especialistas, só desenharia a cena do navio naquela época, alguém que tenha passado pelo mar.
Sidnéa dos Santos, historiadora, pesquisadora da cultura africana e diretora de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de Ouro Preto, diz que o tipo de embarcação registrado é similar aos usados no Rio Níger, que atravessa territórios que hoje são Guiné e Nigéria. Para Marcelo Hypólito, historiador e interprete, os desenhos são um documento importante, pois se trata do registro de uma ou mais presenças em um determinado espaço e tempo. “É uma grande marca da história. Nunca tivemos nada igual da cultura africana na América”, avalia.
Em entrevista ao repórter Gustavo Werneck, do jornal Estado de Minas, o artista plástico Jorge dos Anjos também fez sua avaliação. “Aquele é um registro feito para não esquecer, para deixar para quem está chegando, a memória daquela realidade. Esse conhecimento e a valorização da origem é o que nos estrutura hoje como cidadãos a buscar uma sociedade mais justa e que se conheça de fato”, explica Anjos.
Legado – O achado ocorreu durante a reforma do casarão, situado na Região Central da cidade, em 2017. “O rapaz que trabalhava lá perguntou se eu já tinha visto os desenhos na parede”, disse o empresário Philipe Passos, cuja família é proprietária da residência. Segundo ele, algum tempo depois, a antiga dona da casa lhe disse que as imagens sempre existiram lá. “Foi uma surpresa encontrar essa riqueza”, exclamou.
O que hoje serve de porão, foi uma senzala no período colonial. Vila Rica, como era chamado Ouro Preto, tinha 40 mil pessoas escravizadas trabalhando com a mineração. Cerca de 10% da população africana que foi sequestrada e desembarcou nas Américas veio trabalhar nessas minas.
A antiga capital de Minas Gerais conservou grande parte de seus monumentos coloniais e por essa razão foi elevada a Patrimônio Estadual em 1933, a Monumento Nacional em 1938 e a Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1980. A previsão é que, com as pesquisas comprovando a veracidade de todas as informações com relação ao porão, o casarão venha a compor formalmente mais uma atração do Centro Histórico de Ouro Preto.
Centenas de pessoas visitam a Serra da Barriga no 20 de novembro
O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, 20 de novembro, foi marcado pela visitação de centenas de pessoas à Serra da Barriga, legado da população negra tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1986, e, reconhecido como Patrimônio Cultural do MERCOSUL em 2017.
Ao longo do dia o espaço garantiu, por meio de parceria entre a Fundação Cultural Palmares (FCP), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Governo de Alagoas e a Prefeitura de União dos Palmares, homenagens e atividades gratuitas à população. Participaram da solenidade oficial Vanderlei Lourenço, presidente da FCP, Luciano Barbosa, governador em exercício do Estado de Alagoas, e Areski de Freitas, prefeito do município.
As atividades tiveram início às 5h da manhã na entrada da Serra. “Este é um momento importante para toda a população negra brasileira porque quando fazemos o trajeto de subir a Serra é o momento em que trabalhamos uma palavra que sempre foi muito cara para a nossa gente: liberdade”, afirmou Lourenço. “É um trabalho contínuo, pois ainda lutamos por liberdade só que em outros campos para que a nossa gente possa deixar de fazer parte dos piores índices da nossa sociedade”, completou.
Já Barbosa, afirmou que o Brasil tem uma dívida imensa com a comunidade negra e que o país, como nação, precisa fazer essa reparação ponto a ponto. “Se você parar pra pensar, isso tudo aqui aconteceu antes mesmo da Revolução Francesa, antes da libertação dos Estados Unidos, então aqui ecoou o primeiro grito de liberdade de um povo para dizer não à escravidão, um grito de resistência”, disse, ao se referir a Palmares, o maior quilombo das Américas, cuja sede ficava na Serra da Barriga.
Durante a cerimônia, o governador em exercício, o prefeito de União e o presidente da Fundação Cultural Palmares depositaram coroas de flores no Memorial a Zumbi. Reconhecido em 1997 como herói nacional, o líder negro, que comandou a resistência no Quilombo dos Palmares, recebeu honras militares, saudado com salva de tiros.Acesso ao legado – Barbosa falou da importância da obra de pavimentação do acesso à Serra da Barriga, estrada inaugurada na quinta-feira (14) pelo governador Renan Filho. “A pavimentação vai tornar a Serra uma rota turística mais frequente, fazendo um trabalho com a rede hoteleira do Estado, de tal modo que o Brasil inteiro poderá conhecer onde existiu o Quilombo dos Palmares, que resistiu bravamente, sob o comando de Zumbi”, enfatizou.
A estrada possui 7,5 quilômetros de extensão, constituída de asfalto (5 km) e paralelepípedo (2,5 km). A obra contou com investimento de R$ 8,4 milhões do Governo do Estado. Foram instalados, ainda, drenantes, passeios e pórticos, além da sinalização horizontal, vertical e turística.O vendedor ambulante Adriano Farias, 28 anos, morador de União dos Palmares, acredita que com a estrada pavimentada o fluxo de visitantes vai aumentar e, consequentemente, as vendas.
“A movimentação de turistas vai crescer porque a facilidade de se chegar até a Serra tá maior. O trajeto que se fazia de carro ou de moto era de meia hora, agora é feito em 10 minutos”, comparou o vendedor. “Antes era estrada de chão, então tinha muita poeira nessa época do ano. Isso desmotivava as pessoas, agora não; agora as vans podem subir e com certeza vão trazer mais turistas”, acrescentou o tecnólogo em Redes de Computadores, Klesty Andrada, 35. Ele mora em Maceió e subiu a Serra caminhando.
FCP fecha ciclo de participação em três feiras literárias de 2019
Os escritores Eliana Alves Cruz e Welis Couto participaram nesta segunda-feira (18) da 7ª edição da Festa do Conhecimento, Literatura e Cultura Negra (FlinkSampa) que acontece em São Paulo até 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Eles participam no estande da Fundação Cultural Palmares (FCP) fechando um ciclo de apresentações que passou por três grandes eventos literários brasileiros: a 47ª Feira do Livro de Pelotas, a 9ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas e, agora, a FlinkSampa, realizado pela Faculdade Zumbi dos Palmares.
“Uma festa literária é sempre uma forma de aumentar conhecimento, e nosso objetivo maior é ampliar nossos horizontes”, enfatiza o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, presidente da FlinkSampa. Segundo ele, o evento é uma maneira de oferecer oportunidade nunca vista aos escritores negros, aos que escrevem sobre o negro e aos jovens talentos.
Tom Farias, curador do evento, diz que a integração entre autores e público tem sido o mote das feiras literárias nacionais e destaca a ocasião proporcionada pelo FlinkSampa para conectar autores e leitores negros. “É uma missão especial que vem para ampliar possibilidades e também parcerias”, diz. “É muito simbólico que a Faculdade Zumbi dos Palmares, com a FlinkSampa, tenha essa relação tão estreita de colaboração com uma instituição histórica como é a Fundação Palmares”, completa.
De acordo com Vanderlei Lourenço, presidente da FCP, as participações nas feiras são garantia de visibilidade a uma série de questões que precisam ser solucionadas nas relações de mercado editorial. “São problemáticas que vão dos tratos ético e linguístico à representatividade negra”, pontua.
Duas referências que crescem no cenário editorial brasileiro, Eliana e Couto cumpriram a programação do evento no estande da FCP, onde estão expostos seus trabalhos, atendendo ao público com sessões de autógrafos. Jornalista e pós-graduada em comunicação empresarial, Eliana foi contemplada no I Prêmio Oliveira Silveira, realizado pela FCP em 2015, pelo livro Água de Barrela. Nele, Eliana reconta uma história social tendo como referência a sua própria família, sob a ótica de um protagonismo negro e feminino.
Já Couto, graduado em Letras pertence à Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, ao Grêmio de Estudos Literários João Monlevade (MG) e à Casa do Escritor, de São Roque (SP). Publicou diversos livros de contos e de romances, além de ter participado em antologias. Possui trabalhos literários publicados em vários órgãos da Imprensa Nacional e obteve boas classificações em concursos em diversas cidades brasileiras, tendo recebido nove prêmios literários.
Por sua atuação, Couto participou da Comissão de Seleção do II Prêmio Oliveira Silveira que se encontra em fase de recurso ao resultado preliminar, divulgado na última quinta-feira (14). Em sua primeira participação na FlinkSampa ele levou a obra O Corpo. A história fala de um corpo sem vida que assiste ao próprio funeral observando os visitantes que chegam para a cerimônia de despedida e que tem a oportunidade de rever a própria vida.
“Estou aqui com o apoio da Fundação Palmares e esse apoio que tem sido dado aos autores negros ou de tendência em literatura afro-brasileira é de suma importância, pois, esses livros são difíceis de serem escritos, editados e divulgados e só conseguimos transpor essas barreiras com apoio e incentivo”, disse.
Além das sessões de autógrafos, a FCP realiza a distribuição gratuita de exemplares das cinco obras vencedoras do I Prêmio Oliveira Silveira: Água de Barrela; Haussá 1815: Comarca das Alagoas; Sobre as Vitórias Que a História Não Conta; Sessenta e Seis Selos e Sina Traçada.
Estrada da Serra da Barriga é entregue às vésperas do 20 de Novembro
O governador do Estado de Alagoas, Renan Filho, entregou oficialmente a estrada que dá acesso ao platô principal da Serra da Barriga, em União dos Palmares, onde está situado o Parque Memorial Quilombo dos Palmares. O caminho que tem 7.4 km liga a comunidade de União ao histórico espaço onde existiu o Quilombo dos Palmares, sociedade liderada pelo Herói Nacional Zumbi, nos anos 1600.
A inauguração aconteceu na manhã do dia 14/11 e contou com a presença do presidente-substituto da Fundação Cultural Palmares (FCP), Marco Antonio Evangelista. A obra de pavimentação foi promovida e custeada pelo Governo do Estado de Alagoas e representa não só o impulsionamento do turismo na região, mas um encontro com o legado cultural e a história de resistência do povo negro.
“A pavimentação asfáltica é parte de um investimento com o objetivo de garantir a preservação da Serra da Barriga como patrimônio internacional”, disse Evangelista, referindo que o território foi reconhecido em 2017 como Patrimônio Cultural do Mercosul. De acordo com ele, a pavimentação da estrada representa uma antiga reivindicação do movimento negro e a obra foi extremamente necessária, ainda, para garantir a melhor acessibilidade de turistas e frequentadores. “A Serra recebe a cada ano, mais de 5mil visitantes nacionais e estrangeiros, número que vem aumentando a cada ano”, afirma.
A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas confirma o dado e informa que, somente no primeiro semestre de 2019, mais de 7.500 pessoas passaram pelo local. Mais de 10mil visitam apenas no mês de novembro, o Mês da Consciência Negra. A previsão para este ano é a de que esse número seja ainda ultrapassado.
Entre os estrangeiros que visitam o espaço estão registrados argentinos, italianos e espanhóis, seguidos por alemães, canadenses, paraguaios e franceses. Já no que se refere ao fluxo nacional, se destacam turistas de Alagoas e de Pernambuco, porém, o 20 de Novembro costuma ser marcado pela presença de pessoas de quase todos os estados do país.
Serra da Barriga se prepara para receber turistas nacionais e estrangeiros no 20 de novembro
A Serra da Barriga, localizada em União dos Palmares, em Alagoas, se prepara para receber representantes da comunidade negra brasileira e internacional no 20 de novembro, data em que se celebra o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Com uma agenda repleta de atrações, o Parque Memorial Quilombo dos Palmares será movido pelo Projeto Sou Serra, Sou Palmares por meio do qual a Fundação Cultural Palmares (FCP) vai promover uma agenda repleta de atrações e homenagens.
A programação terá início às 5h da manhã na entrada da Serra, onde acontecerá uma cerimônia em homenagem a ancestralidade negra e seguirá com pronunciamentos oficiais, apresentações culturais e homenagem a Zumbi dos Palmares. Entre as atrações estará a Orquestra de Tambores de Alagoas, grupo de percussionistas experientes e de alunos de oficinas de percussão e de confecção de instrumentos artesanais que trabalham com ritmos de influência afro-brasileira.
Também haverá a degustação de alimentos afro-brasileiros, o cardápio será marcado por alimentos como o Amalá à Moda do Rei, Moqueca de Ovos e Wassu Cocal. O primeiro, feito a base de peito de boi, azeite de dendê com quiabo e ervas verdes, era servido ao rei de Oyó na África. A Moqueca também fazia parte dos pratos reais, era acompanhado por camarão seco, ervas verdes e azeite de dendê. Já o terceiro, trata-se de um alimento sagrado indígena, feito com peixe e ervas verdes embalado na palha de bananeira. Confira a programação.
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1986, e reconhecida como Patrimônio Cultural do MERCOSUL, em 2017, a Serra foi um dos pontos estratégicos onde, no período da grande migração proporcionada pela escravidão, ocorreu a reorganização social africana e afrodescendente no território brasileiro.
De acordo com Valéria Cunha Gonçalves Monteiro, coordenadora de Preservação do Patrimônio Afro-brasileiro da FCP, a visitação da Serra, para além da data emblemática, deve ser vista como mundialmente relevante. “É um marco geográfico e histórico importante. Foi onde existiu o Quilombo dos Palmares, território negro onde viveu o herói nacional Zumbi dos Palmares na segunda metade do século XVII”, afirma.
Visitação turística – Anualmente, durante todo o mês de novembro, o município de União dos Palmares, que fica a 76,4 quilômetros da capital alagoana, recebe um contingente acima de 10.000 pessoas do Brasil e do exterior – a maioria, interessada em conhecer o Parque Memorial Quilombo dos Palmares.
De acordo com a secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas, o segmento mais forte na região é o turismo pedagógico, onde estudantes, pesquisadores e intelectuais dos mais variados níveis de graduação realizam visitas técnicas à região.
Entre turistas nacionais e internacionais, mais de 7.500 pessoas passaram pelo Parque Memorial Quilombo dos Palmares no período de janeiro a junho de 2019. Número superior ao de visitantes de todo o ano anterior. Dentre os estrangeiros, argentinos, italianos e espanhóis são os que mais visitam o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, localizado na Serra, seguidos por alemães, canadenses, paraguaios e franceses.
Já no que se refere ao fluxo nacional, se destacam turistas de Alagoas e de Pernambuco. Nos primeiros seis meses do ano foram registrados mais de sete mil visitantes de apenas de 77 dos 102 municípios alagoanos. A previsão é que o número duplique até o 20 de novembro de 2019.
SERVIÇO
O quê: Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra
Quando: 20 de novembro
Onde: Parque Memorial Quilombo dos Palmares – Serra da Barriga
Endereço: Município de União dos Palmares – Alagoas
PROGRAMAÇÃO:
05h – Cerimônia em homenagem aos ancestrais na Lagoa Encantada dos Negros
08h – Degustação da Culinária Afro-brasileira no Restaurante Kúuku Náana
10h – Apresentação da Orquestra de Tambores de Alagoas no Espaço Batucajé
10h15 – Homenagem a Zumbi dos Palmares
10h30 – Fala das autoridades no Espaço Batucajé
12h – Degustação da Culinária Afro-Brasileira no Restaurante Kúuku Náana
12h10 – 1º SLAM NA SERRA no Espaço Batucajé
13h10 – Apresentação de Grupos culturais locais no Espaço Batucajé
Palmares anuncia resultado preliminar do II Prêmio Oliveira Silveira
A Fundação Cultural Palmares (FCP) já tem as obras selecionadas preliminarmente do II Prêmio Oliveira Silveira. A banca composta por referências nas áreas de Literatura, Cultura Negra e por autores literários, apreciou obras habilitadas para a categoria Infantojuvenil. O resultado está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (14) CLIQUE AQUI E VEJA O RESULTADO e os interessados poderão protocolar recursos entre os dias 14 a 21 de novembro. ACESSE AQUI O FORMULÁRIO DE RECURSO.
Os textos foram avaliados sob os critérios de criatividade, comunicabilidade, originalidade, estímulo, escrita, ilustração e autodeclaração por cor/etnia. De acordo com Kátia Cilene Martins, Coordenadora do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC) da FCP, os critérios foram estabelecidos levando em consideração a categoria do concurso. “Quando falamos por meio da escrita com esse público tão específico, precisamos trabalhar aspectos que despertam a curiosidade e o interesse à leitura para esse leitor”, afirmou. “As obras selecionadas do II Prêmio Oliveira Silveira, também mostraram um olhar sensível para o debate das relações étnico-racial que é o foco principal da nossa ação, buscando promover a igualdade racial através da Literatura”, completou.
Zair Henrique Santos, especialista em Literatura Infantojuvenil, professor titular da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e membro da Comissão de Seleção do II Prêmio afirmou que das obras a que teve acesso, todas atenderam com boa linguagem literária apresentando aspectos importantes do infanto como a ficção, o fantasiar, entre outros. “Mas, o que chamou a atenção foi a fuga dos estereótipos e do pragmático. É uma literatura que não vem para ensinar moral e sim para fazer com que a criança tenha uma liberdade plena no imaginar”, disse Santos. De acordo com ele, ler pode e deve ser um exercício capaz de promover a imaginação. “Fantasiar contribui à autonomia dentro do pensar, à formação de diferentes linhas de raciocínio, a capacidade de analisar e de comparar, desenvolvendo um ser humano mais seguro em suas reflexões e críticas”, completa.
De acordo com a banca, o resultado do Prêmio vai possibilitar a difusão da linha literária que surge dos registros das experiências de autores negros contemporâneos. Mariangela Ferreira Andrade, da Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cidadania, comentou sobre duas obras que abordam o mesmo saber tradicional: “São óticas diferentes e interessantes, porém, uma é meramente informativa, a outra poeticamente insere elementos que interferem na estética da leitura, trazendo o leitor à realidade apresentada”, diz.
Doutoranda em Literatura pela Universidade de Brasília (UnB), ela se sentiu feliz pelos concorrentes terem compreendido o que foi solicitado pelo edital, mas ressaltou que o que fez toda a diferença para os que ficaram melhor classificados foi o cuidado estético, tanto de linguagem, quanto ilustrativo. Perspectivas no mercado editorial – Antônio Marcos Moreira da Silva, teórico da área de Literatura, ampliou o debate à necessidade da literatura como ponte para que se resolvam questões sociais. “A literatura fomenta o imaginário e as atitudes que se refletem a partir dele”, disse. Para ele, o Prêmio veio para resolver questões maiores que a inclusão de autores negros no mercado.
Unanimidade entre os participantes da banca, a FCP dá um grande passo ao promover o Prêmio. “Traz a literatura como elemento a ser trabalhado em diferentes dimensões, com repercussão e com impactos culturais e sociais”, afirma Santos. “Isso, considerando como ela é fundamental à construção da visão de mundo e das imagens que são constituídas sobre as personagens”, complementa Inocencio.
Conheça as obras preliminarmente selecionadas por região
Nordeste: Alé Odara – Afroadvinhas de Brincar
Norte: A História do Urubu
Sul: Entre araucárias e panela de ouro perdida – A princesa negra Benedita
Sudeste: O Machado Mágico
Centro-Oeste: Maria Conga, Filó e as aventuras com o Pastel de Angu
Conheça a Comissão de Seleção do II Prêmio Oliveira Silveira
Antônio Marcos Moreira da Silva (lattes)
Mariangela Ferreira Andrade (lattes)
Maria Batista Lima (lattes)
Nelson Fernando Inocencio da Silva (lattes)
Sonia Maria Gomes Sampaio (lattes)
Vagner Amaro Rosa (lattes)
Welis Soares Couto é escritor com várias obras literárias publicadas, pertence à Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, com sede em Belo Horizonte (MG), ao GEL – Grêmio de Estudos Literários de João Monlevade e à Casa do Escritor, São Roque (SP).
Zair Henrique Santos (lattes)
Resultado Final de Classificação – Edital 03/09 Festival Alagoas 2019
O PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES, nomeado por meio do Decreto de 29 de março de 2019/PR, publicado no Diário Oficial da União de 01 de abril de 2019, seção 02, no uso de suas atribuições conferidas pelo Decreto n.º 6.853/2009, de 15 de maio de 2009 e, considerando as disposições previstas no item 12 do Edital de Seleção Pública n° 03/2019, publicado na Seção 3, no Diário Oficial da União – DOU de 13 de setembro de 2019, resolve:
Tornar público a homologação do resultado final do concurso, obedecida a ordem de classificação das notas obtidas pelos candidatos.
A Fundação Cultural Palmares entrará em contato com os candidatos para tratar de mais informações referentes às apresentações artísticas. Aguarde contato!
Palmares avalia obras do II Prêmio Oliveira Silveira
A Fundação Cultural Palmares (FCP) avaliou na última semana, por meio da Comissão de Seleção, as obras habilitadas do II Prêmio Oliveira Silveira. A banca composta por oito profissionais que são referências nas áreas de Educação, Literatura, Cultura Negra, por autores literários de temáticas negras e representante do mercado editorial considerou os critérios de criatividade, comunicabilidade, originalidade, estímulo, escrita, ilustração e autodeclaração por cor/etnia. O resultado será divulgado até o final de novembro, durante as festividades do Mês da Consciência Negra.
De acordo com Lorena Marques, coordenadora técnica do gabinete da FCP, a FCP selecionou cada componente da Comissão considerando o seu currículo acadêmico comprovando competência para a avaliação de temáticas negras e específicas da literatura infantojuvenil. A banca foi composta por representantes da Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania e por representantes da sociedade civil com reconhecida competência na área de Humanidades, com ênfase em Literatura Infantojuvenil e em Cultura Afro-brasileira. Todos os participantes são autodeclarados negros.
Da banca, participaram Zair Henrique Santos, Sonia Maria Gomes Sampaio, Mariangela Ferreira Andrade, Maria Batista Lima, Welis Soares Couto, Vagner Amaro Rosa, Nelson Fernando Inocencio da Silva e Antônio Marcos Moreira da Silva. Lorena explica que tudo foi trabalhado da melhor maneira para que as obras fossem avaliadas sob diferentes aspectos garantido a qualidade do material que será publicado por meio do Prêmio.
“Do mesmo modo que fomos rigorosos em nossas exigências no edital, providenciamos que o resultado da segunda edição, a partir de uma avaliação também rigorosa esteja à altura do nosso público”, disse. Ela se refere a dedicação dos autores quanto à estética dos textos, das ilustrações, do conteúdo, aspectos que despertam o interesse dos leitores para a diversidade que precisa ser conhecida e valorizada.
Impressões técnicas – Para Maria Batista, doutora na área de Educação e docente da Universidade Federal de Sergipe (UFS) participar da Comissão foi uma experiência enriquecedora. “Tivemos bons trabalhos inscritos e seus autores nos trouxeram diferentes olhares sobre a questão étnico-racial. Inclusive, despertando para a necessidade que existe, de apoio, para que suas realidades sejam cada vez mais registradas por meio da literatura”, afirma.
A doutora chama a atenção, ainda, para o cuidado tido pela Fundação no sentido de garantir a representatividade regional de autores e de obras. “Uma importante ação garantindo espaço aos distintos cenários brasileiros e fortalecendo a literatura como instrumento de combate ao racismo”, disse Maria, destacando que as mudanças sociais são fortemente influenciadas pelo acesso à informação.
Outros olhares – Já Antônio Marcos Moreira da Silva, teórico da área de Literatura, complementa destacando que vários olhares podem ser dados às obras e ao que elas representam no espaço de avaliação. “Muitos dos autores que participam do processo seletivo, não fosse essa oportunidade, não teriam outros meios de publicar suas obras”, disse, recordando que além da questão racial, há ainda a realidade financeira e outras questões.
Em um debate maior, Mariangela Ferreira Andrade, da Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cidadania, faz uma reflexão com relação ao que ainda precisa ser feito no âmbito das políticas públicas e das ações afirmativas para que o racismo possa, um dia, ser superado.
Conheça a Comissão de Seleção do II Prêmio Oliveira Silveira
Antônio Marcos Moreira da Silva (lattes)
Mariangela Ferreira Andrade (lattes)
Maria Batista Lima (lattes)
Nelson Fernando Inocencio da Silva (lattes)
Sonia Maria Gomes Sampaio (lattes)
Vagner Amaro Rosa (lattes)
Welis Soares Couto é escritor com várias obras literárias publicadas, pertence à Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, com sede em Belo Horizonte (MG), ao GEL – Grêmio de Estudos Literários de João Monlevade e à Casa do Escritor, São Roque (SP).
Zair Henrique Santos (lattes)