Notícias

Publicado em 24/11/2013 09h00 Atualizado em 09/12/2025 17h19

Ernesto Carneiro

Publicado em 01/01/2015 12h00 Atualizado em 21/08/2025 11h48

Ernesto Carneiro Ribeiro (Itaparica, BA, 1839 – 1920) foi médico, educador e um dos mais importantes gramáticos brasileiros. Negro baiano, destacou-se por elaborar uma gramática que valorizava as particularidades da língua portuguesa falada no Brasil, contrapondo-se à tradição normativa europeia. Embora formado em Medicina, dedicou sua vida ao magistério e à reflexão sobre a linguagem. Tornou-se figura central em uma célebre polêmica com Rui Barbosa, ao defender a linguagem do projeto do Código Civil de 1902. Suas obras "A redação do projeto do código civil" (1902) e "A réplica do dr. Rui Barbosa" (1905) marcaram um momento decisivo na afirmação de uma gramática brasileira. Morreu em sua terra natal aos 81 anos.

Cultura, Artes, História e Esportes

Elza Soares

Publicado em 08/01/2016 09h00 Atualizado em 21/08/2025 11h49

Elza Soares nasceu em 1937, na favela da Moça Bonita, no Rio de Janeiro, e desde cedo enfrentou a dureza da vida. Casada aos 12 anos e mãe aos 13, encontrou na música sua forma de sobrevivência e afirmação. Aos 13, encantou o Brasil no programa de Ary Barroso com a célebre resposta “Do Planeta Fome”. Lançou seu primeiro disco em 1960 e tornou-se pioneira ao fundir samba e jazz com potência e autenticidade. Viveu um conturbado relacionamento com Garrincha e, apesar das perdas e do racismo, nunca parou de cantar. Seu renascimento artístico veio nos anos 2000, com obras como Do Cóccix até o Pescoço e A Mulher do Fim do Mundo. Morreu em 2022, deixando um legado corajoso e revolucionário para a música brasileira.

Cultura, Artes, História e Esportes

Emanoel Araújo

Publicado em 01/01/2015 12h00 Atualizado em 21/08/2025 11h51

Emanoel Araújo nasceu em 15 de novembro de 1940, em Santo Amaro da Purificação (BA), e tornou-se um dos mais importantes artistas e intelectuais do Brasil. Escultor, gravador, curador, cenógrafo e museólogo, destacou-se pela produção artística sofisticada e pela defesa da cultura afro-brasileira. Estudou na Escola de Belas Artes da UFBA e realizou sua primeira exposição individual aos 19 anos. Premiado na Bienal de Florença, viajou aos Estados Unidos, onde aprofundou seu olhar museológico. Dirigiu o Museu de Arte da Bahia e a Pinacoteca de São Paulo, transformando-a em referência nacional. Fundou e dirigiu o Museu Afro Brasil, onde sua visão estética e política se materializa em um acervo singular. Morreu em 2022, deixando uma contribuição monumental à cultura brasileira.

Cultura, Artes, História e Esportes

FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES PARTICIPA DE EVENTO SOBRE ENSINO RACIAL

Publicado em 11/07/2023 12h22

Na manhã desta terça-feira, 11 de julho de 2023, o presidente da Fundação Cultural Palmares João Jorge Rodrigues participou cerimônia de Abertura do Plano de implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico Racial e Ensino da História e Cultura Afro-brasileira, na Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi).

O projeto visa fortalecer os Marcos Legais; a Política de formação para gestores, educadores e demais servidores da educação; a Política de material pedagógico, orientador, didático e paradidático; a Gestão Democrática e mecanismos de participação social; o Monitoramento e Avaliação, bem como Condições Institucionais.

Por Fundação Cultural Palmares.

Mestre Pastinha - Vicente Ferreira Pastinha

Publicado em 07/04/2016 09h00 Atualizado em 21/08/2025 13h04

Mestre Pastinha dedicou a vida à Capoeira Angola com profundidade, método e respeito à tradição. Criou a primeira escola voltada exclusivamente para esse estilo e formou uma geração de mestres que levaram seus ensinamentos adiante. Enfrentou o preconceito institucional, resistiu à repressão e elevou a capoeira ao patamar de filosofia de vida. Defendia o jogo sem violência, com corpo contido, inteligência e mandinga. Viveu com dignidade e morreu em abandono, mas jamais se afastou daquilo que mais amava. Sua presença permanece em cada roda que respeita o ritual, o toque e o espírito ancestral da capoeira.

Cultura, Artes, História e Esportes

Ganga Zumba

Publicado em 23/12/2020 09h00 Atualizado em 21/08/2025 11h54

Ganga Zumba, nascido no Reino do Congo por volta de 1630, foi o primeiro líder unificador do Quilombo dos Palmares, governando até 1678. Filho da princesa Aqualtune, foi escravizado e trazido ao Brasil, onde escapou do cativeiro e assumiu papel central na organização dos mocambos. Com inteligência política e habilidade de liderança, consolidou a estrutura palmarina, tornando-se rei do maior quilombo das Américas. Em 1678, após anos de resistência armada, aceitou um tratado de paz com os portugueses, que dividiu os quilombolas. Sua morte, envolta em mistério, marca o fim de uma era, mas seu papel como estrategista, diplomata e construtor de um projeto de liberdade permanece incontestável.

Cultura, Artes, História e Esportes

Geraldo Filme

Publicado em 01/01/2015 12h00 Atualizado em 21/08/2025 11h55

Geraldo Filme de Souza nasceu em São Paulo, em 18 de outubro de 1927, e tornou-se uma das vozes mais marcantes do samba paulista. Filho de pais do interior, cresceu sob a influência dos cantos ancestrais ensinados pela avó, que o conectaram às raízes negras e à resistência cultural. Ainda menino, compôs seu primeiro samba para afirmar a força do samba paulistano frente ao carioca. Viveu o racismo desde cedo, ao ser impedido de participar de uma procissão por ser negro, canalizou a dor em música. Atuou como compositor, cantor e militante, denunciando a repressão às culturas afro-brasileiras em São Paulo. Mesmo com poucos discos lançados, tornou-se referência no carnaval, sendo celebrado pela Escola de Samba Vai-Vai, cuja música “Vai no Bexiga pra Ver” ecoa seu legado.

Cultura, Artes, História e Esportes

Grande Otelo

Publicado em 23/10/2015 09h00 Atualizado em 21/08/2025 11h57

Sebastião Bernardes de Souza Prata, o Grande Otelo, nasceu em Uberlândia em 1915 e transformou-se em um dos maiores nomes das artes brasileiras. Estreou no teatro ainda criança e, ao longo da vida, brilhou como ator, cantor, compositor e escritor. Sua presença carismática e talento ímpar destacaram-se no cinema, sobretudo nas chanchadas com Oscarito, e em filmes como Macunaíma, onde foi consagrado como ator dramático. Na televisão, integrou elencos de novelas e programas de humor, sempre com autenticidade. Apesar do sucesso, enfrentou o racismo estrutural, mas jamais deixou de abrir caminhos. Morreu em 1993, pouco antes de ser homenageado na França, já consagrado como ícone do cinema nacional.

Cultura, Artes, História e Esportes

Gilberto Gil

Publicado em 30/06/2016 09h00 Atualizado em 21/08/2025 12h01

Gilberto Gil nasceu em Salvador em 1942, cresceu no interior da Bahia e desde cedo se encantou com os sons da música popular, do rádio aos cordéis. Deixou a administração de empresas para mergulhar na criação artística e, ao lado de nomes como Caetano Veloso e Gal Costa, fundou o Tropicalismo, movimento que revolucionou a cultura brasileira. Preso e exilado pela ditadura, passou por Londres, onde incorporou novas influências, como o reggae. De volta ao Brasil, gravou álbuns marcantes, fundiu ritmos, e tornou-se símbolo da diversidade musical. Ministro da Cultura entre 2003 e 2008, Gil criou políticas como os Pontos de Cultura e elevou o Brasil a protagonista internacional no debate cultural. Multipremiado, com carreira internacional, dezenas de álbuns e milhões de fãs, Gil é um dos nomes mais relevantes da música e da cultura brasileira contemporânea.

Cultura, Artes, História e Esportes

Givânia Maria da Silva

Publicado em 01/01/2015 12h00 Atualizado em 21/08/2025 12h02

Givânia Silva nasceu no quilombo Conceição das Crioulas, em Salgueiro (PE), onde cresceu entre mulheres negras que, desde o século XVIII, sustentam suas famílias com o cultivo e a fiação do algodão. Primeira de sua comunidade a entrar na universidade, formou-se em Letras e tornou-se mestre em Políticas Públicas pela UnB, com foco nas relações raciais. Foi a primeira diretora da escola quilombola da região e fundou a Conaq, articulação que representa comunidades negras rurais em todo o país. Também assumiu a Secretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais, no Governo Lula, fortalecendo ações de igualdade racial. Sua trajetória une educação, ancestralidade e política como instrumentos de transformação coletiva.

Cultura, Artes, História e Esportes

FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES EXPRESSA PESAR PELA MORTE DE SOLIMAR CARNEIRO, FUNDADORA DO GELEDÉS

Publicado em 12/07/2023 18h07 Atualizado em 12/07/2023 18h10

A Fundação Cultural Palmares expressa profundo pesar pela morte de Solimar Carneiro, uma das fundadoras de Geledés Instituto da Mulher Negra. Solimar morreu nesta quarta-feira, 12 de julho de 2023, aos 66 anos.

A informação foi divulgada pelo próprio instituto que em nota, lembrou do legado de Solimar. “Lamentamos profundamente a partida de Solimar Carneiro, fundadora e diretora de Geledés Instituto da Mulher Negra. Durante seus dois mandatos como presidente do Geledés, Solimar impulsionou projetos notáveis, como o Projeto Grio e o Projeto Rappers, concedendo voz e espaço ao Hip Hop como uma expressão cultural importante para a juventude negra”, ressalta a nota.

A Geledés foi fundada em 1988, ajudando a partir de então na luta contra o racismo e discriminação. Solimar foi presidente do instituto por dois mandatos, entre 2003 e 2009, e também foi responsável por projetos como Projeto Grio e Projeto Rappers, com o objetivo de transformar o Hip Hop em uma manifestação cultural e voz expressiva da juventude negra, conforme informa o site Mundo Negro.

Por Fundação Cultural Palmares.

Jair Rodrigues

Publicado em 01/01/2015 12h00 Atualizado em 21/08/2025 12h05

Jair Rodrigues de Oliveira nasceu em Igarapava (SP), em 6 de fevereiro de 1939, e marcou a história da música brasileira com irreverência, carisma e voz potente. Iniciou sua trajetória nos anos 1960 e lançou sucessos como “Deixa isso pra lá”, considerado um precursor do rap nacional. Ganhou destaque ao lado de Elis Regina no disco “Dois na Bossa” (1965), eternizando a parceria. Ao longo de 57 anos de carreira, transitou por gêneros e gerações, encantando com interpretações como “Disparada” e “Majestade o Sabiá”. Pai dos músicos Jair Oliveira e Luciana Mello, dedicou-se à música até sua morte em 2014, aos 75 anos, em Cotia (SP).

Cultura, Artes, História e Esportes

Janete Rocha Pietá

Publicado em 01/01/2015 12h00 Atualizado em 21/08/2025 12h06

Janete Rocha Pietá nasceu no Rio de Janeiro, em 3 de novembro de 1946, e construiu uma trajetória marcada pela resistência e pioneirismo. Primeira mulher formada pelo SENAI em sua área, também atuou como professora, arquiteta e urbanista antes de se destacar como parlamentar. Tornou-se a primeira deputada federal negra eleita pelo PT paulista, com papel decisivo na aprovação do Estatuto da Igualdade Racial. Militante desde a infância, teve forte atuação em Guarulhos, onde coordenou políticas sociais. No Congresso, integrou comissões estratégicas e defendeu os direitos humanos com firmeza e sensibilidade política.

Cultura, Artes, História e Esportes

Jacira de Almeida Sampaio – Tia Nastácia

Publicado em 04/12/2020 09h00 Atualizado em 21/08/2025 12h07

Jacira Sampaio, nascida em 28 de agosto de 1922, em Santa Cruz do Rio Pardo (SP), destacou-se como uma das grandes atrizes negras do Brasil. Ingressou no Teatro Experimental do Negro e conquistou reconhecimento no teatro com a peça Quarto de Empregada. Atuou em filmes como Zé do Periquito e A Primeira Missa e participou de diversas novelas nas TVs Excelsior, Tupi e Globo. Ganhou projeção nacional ao interpretar Tia Nastácia no Sítio do Picapau Amarelo entre 1977 e 1986. Morreu em 1998, deixando um importante legado na luta por representatividade negra nas artes cênicas.

Cultura, Artes, História e Esportes

22 DE NOVEMBRO: Centenário da Revolta da Chibata

Publicado em 29/11/2010 09h00 Atualizado em 13/07/2023 13h22

No dia 22 de novembro de 1910, tiros de canhão abalaram a cidade do Rio de Janeiro. Liderados por João Cândido Felisberto, conhecido como “Almirante Negro”, marinheiros deram início à Revolta da Chibata, que reivindicava o fim dos castigos físicos na Marinha.

A Revolta contra os maus-tratos paralisou o coração do Brasil por quatro dias e custou a vida de dezenas de pessoas, entre civis e militares. A punição pela chibata, até então, era um hábito herdado da Marinha portuguesa. Os castigos tinham a função de educar na marra os supostos maus elementos que compunham os quadros inferiores.

Os marinheiros não suportavam mais aquela situação e logo organizaram, sob a liderança do “Almirante Negro”, a manifestação. Dezenas de oficiais foram mortos, outros, detidos ou ainda desembarcados. Todo aquele que tentasse impedir o levante ou não se apresentasse a favor era considerado inimigo e tinha a embarcação tomada. Uma após outra, quase todas as embarcações foram sendo assumidas pelos marujos, e João Cândido, juntamente com outros líderes, assumiu o comando de toda a Armada. Pela primeira vez na história da humanidade um marinheiro foi comandante de toda uma esquadra. E um marinheiro negro.

O ministro da marinha e demais setores militares se opunham à rendição diante de tripulações de marujos, majoritariamente, negros, analfabetos e descalços. Contudo, não havia outra maneira. O governo então, cedeu, e afirmou aceitar as condições da negociação e anistiar os participantes da revolta.

A anistia não durou dois dias. Traídos, presos e torturados, os revoltosos foram expulsos da Marinha. João Cândido, o líder da Revolta, foi um dos que mais sofreram perseguições, vindo a morrer muito pobre e doente. A sua prisão na Ilha das Cobras foi marcada por atrocidades e barbaridades. Após ser preso e torturado, o “Almirante Negro” foi internado num manicômio. Nos anos seguintes, enfrentou uma série de mazelas pessoais e familiares, sempre discriminado pela Marinha.

Imortalizado no samba “O mestre-sala dos mares”, ele foi anistiado postumamente em julho de 2008. Hoje, a Revolta da chibata completa 100 anos, e João Cândido, um símbolo da luta contra a opressão no Brasil, merece destaque.

JOÃO CÂNDIDO

Durante a infância, João Cândido viveu em Rio Pardo, no interior do Rio Grande do Sul. Filho de ex-escravizados, ele deixa cedo a vida na fazenda e alista-se na Marinha. Ali, ganha experiência viajando pelo Brasil e pelo mundo. Com bom trânsito entre os oficiais e admirado pelos companheiros, o jovem acaba liderando uma das mais importantes rebeliões populares do Brasil.

O “Almirante Negro” chegou a levar fama de “perigoso”, no entanto pessoas que acompanharam sua vida após o fim da revolta afirmam que sua postura não condizia com isto. Mesmo assim, sua vida foi marcada pela perseguição política, pela penúria e pelas tragédias pessoais.

Problemas financeiros, a dura rotina de trabalho descarregando peixe durante a noite e de madrugada, no entreposto da Praça XV, no Rio de Janeiro, as perdas trágicas da mulher e da filha e as recaídas constantes da tuberculose mascaram os últimos anos de vida de João Cândido.

O “Almirante Negro” passou de marinheiro a trabalhador braçal, recluso e doente. Teve a polícia em seu encalço até mesmo durante seu enterro. O líder da Revolta da Chibata faleceu no Rio de Janeiro, em 1969, aos 89 anos.

Fontes: Afrobrasnews e PCO (com adaptações)

João Cândido (Almirante Negro)

Publicado em 01/01/2015 12h00 Atualizado em 21/08/2025 12h09

João Cândido Felisberto, o Almirante Negro, nasceu em 24 de junho de 1880, em Encruzilhada, no Rio Grande do Sul, filho de ex-escravizados. Ingressou na Marinha aos 14 anos e testemunhou castigos violentos contra marinheiros, mesmo após a abolição legal da chibata em 1890. Em 1910, liderou a Revolta da Chibata, ao lado de companheiros do encouraçado Minas Gerais, exigindo o fim das punições corporais, melhores condições de trabalho e anistia aos revoltosos. Embora a repressão tenha sido dura, a revolta forçou o governo a comprometer-se com o fim da chibata. João Cândido foi expulso da Marinha e morreu no Rio de Janeiro aos 89 anos.

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João Carlos de Oliveira - “João do Pulo”

Publicado em 07/12/2020 09h00 Atualizado em 21/08/2025 12h10

João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, nasceu em 1954, em Pindamonhangaba, interior paulista. De origem humilde, começou no atletismo aos 17 anos e, em 1975, quebrou o recorde mundial do salto triplo nos Jogos Pan-Americanos do México, com 17,89 metros. Também brilhou no salto em distância e nos 100 metros rasos. Sofreu um grave acidente de carro em 1981, que resultou na amputação da perna direita e encerrou sua carreira esportiva. Ingressou na política e foi eleito deputado estadual por São Paulo. Morreu em 1999, aos 45 anos, e foi incluído no Hall da Fama do COB em 2019.

Cultura, Artes, História e Esportes

João da Baiana

Publicado em 12/01/2016 09h00 Atualizado em 21/08/2025 12h12

João da Baiana, nascido em 17 de maio de 1887, foi um dos fundadores do samba carioca urbano, filho de Tia Prisciliana, uma das Tias Baianas que fizeram história na Pequena África, região da Praça Onze. Introduziu o pandeiro no samba e marcou sua trajetória com batuques aprendidos nos terreiros e festas populares. Apesar da dedicação à música, trabalhou como estivador e fiscal da Marinha, recusando convites por medo de perder o emprego. Gravou sucessos como “Batuque na Cozinha” e participou do disco histórico “Native Brazilian Music” com Villa-Lobos e Stokowski. Além de compositor e ritmista, também pintava cenas do carnaval carioca. Faleceu em 1974, aos 87 anos.

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Personalidades Negras – José Carlos do Patrocínio

Publicado em 29/01/2021 09h00 Atualizado em 13/07/2023 14h00

O que podemos dizer de um farmacêutico, escritor, jornalista e ativista político? Podemos dizer… José do Patrocínio. Este fluminense dos Campos dos Goitacazes, destacado defensor da libertação dos negros, viveu junto ao suplicio de seu povo.

Filho natural do Vigário Paroquial de Campos dos Goitacazes e orador da Capela Imperial, Padre João Carlos Monteiro, com uma jovem escrava mina (originários de Gana) de quinze anos, Justina do Espírito Santo, a quitandeira “Tia” Justina, desde cedo foi levado para morar na fazenda da Lagoa de Cima de propriedade de seu pai. Mesmo sem sofrer nenhuns maus tratos, pode observar a situação dos escravos e os castigos por eles sofridos e isso deu ao Jovem Patrocínio um desejo de abolição em seu ser.

Aos 14 anos foi levado para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar na Santa Casa de Misericórdia e retomou os estudos no Externato João Pedro de Aquino. Ali a paixão pela Farmácia levou-o ao preparatório e o ingresso na Faculdade de Medicina como aluno do curso de Farmácia, que concluiu em 1874. Iniciava-se ali a vida de um dos maiores expoentes do Abolicionismo do Brasil, trabalhando e montando jornais, Associações Abolicionistas com Joaquim Nabuco e Confederação Abolicionista com André Rebouças. Participou ativamente do primeiro processo de abolição total na Provincia do Ceará, e teve como inspiração defender a monarquia e principalmente S.A.I. a princesa Isabel.

Este expoente negro lutador incansável da libertação do seu povo, ainda teve a força para criar um jornal no Rio de Janeiro – A Cidade do Rio – e estender suas lutas abolicionistas como Vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Tais dados, e outros mais, captei nos escritos que tenho acesso para poder honrar esse valoroso lutador da causa negra, visto que me foi pedido tal trabalho pela Fundação Palmares, para que o mesmo fosse incluído na Lista de Personalidades Negras, algo que até hoje me pergunto por que as antigas gestões nunca tiveram esse olhar pelos reais Heróis negros do Brasil, preferindo sugerir alguns nomes que este jornalista prefere não entrar no mérito da coisa, mas que brota em mim um questionamento de tendencialismo nas edições anteriores de tal lista, que agora pelo visto caminha para honrar nomes negros já mortos como manda as homenagens de grandes vultos, que eles o são.

Porém um fato chamou a atenção o dia da morte de José do Patrocínio – dia 29/01/1905 – e por curiosidade hoje, dia 28/01, me é pedido tal trabalho histórico. Para quem gosta de sinais, este para mim foi um dos maiores e mais fortes sinais de que nossos negros honrados estão felizes com tais homenagens, e nos devolvem em forma deste sinal, de que este trabalho singelo, porém, para esse pardo que escreve, fundamentalmente importante para que possamos mostrar que Negro de valor não é só Zumbi e Dandara, mas muitos outros esquecidos por quem deveria de valoriza-los – o Movimento Negro – nem foi incluído em tempos anteriores esse portentoso herói de nossa abolição.

Dia 29/01/2021, fazem 116 anos da morte desses que a meu ver está no panteão da abolição com André Rebouças, Machado de Assis, Castro Alves, Luís Gama, Tobias Barreto, Joaquim Nabuco, Princesa Isabel e tantos outros não citados aqui.

Emociona-me essa homenagem que a Fundação Palmares fará a este grande Jornalista e Abolicionista José do Patrocínio, e que me coube a honra de fazer a sua biografia, que eternizará seu nome nessa lista de Personalidades Negras.

Salve José do Patrocínio – O Grande Jornalista da Abolição.

José Correia Leite

Publicado em 01/01/2015 12h00 Atualizado em 21/08/2025 12h14

José Correia Leite nasceu em 23 de agosto de 1900, em São Paulo, e construiu sua trajetória como um dos maiores nomes da imprensa negra no Brasil. De origem humilde, trabalhou desde cedo como cocheiro e entregador de marmitas, antes de se tornar ativista e jornalista. Aos 24 anos, fundou O Clarim d’Alvorada, jornal feito por negros para negros, com papel decisivo na luta contra o racismo. Participou da Frente Negra Brasileira, fundou associações culturais e escreveu para diversas publicações do movimento negro. Foi presidente do Conselho da Associação Cultural do Negro. Após se aposentar, dedicou-se à pintura. Faleceu em 1989.

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