Clementina de Jesus da Silva (Valença, 7 de fevereiro de 1901 – Rio de Janeiro, 19 de julho de 1987) foi cantora e símbolo da resistência cultural afro-brasileira. Trabalhou por décadas como empregada doméstica até ser descoberta, aos 62 anos, por Hermínio Bello de Carvalho, que a apresentou à cena musical carioca. Filha de pais escravizados, transformou sua voz em ponte viva entre o Brasil e a África. Foi aclamada como Rainha do Partido Alto e Quelé, seu apelido carinhoso. Gravou jongos, corimás, cantos de trabalho e o LP “Gente da Antiga”, ao lado de Pixinguinha e João da Baiana. Sua força ancestral reverbera até hoje.
Notícias
Antonieta de Barros
Antonieta de Barros (Florianópolis, 11 de julho de 1901 – 1952) foi educadora, jornalista e política pioneira em Santa Catarina. Na década de 1920 fundou e dirigiu os jornais A Semana e Vida Ilhoa, além de criar o Curso Antonieta de Barros, onde formou gerações de alunos. Em 1934, filiada ao Partido Liberal Catarinense, tornou‑se a primeira mulher negra eleita para a Assembleia Legislativa de Santa Catarina, dedicando‑se à defesa dos direitos das mulheres e à ampliação do acesso à educação pública.
Antônio Carlos Bernardes Gomes – Mussum
Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum (Rio de Janeiro, 7 de abril de 1941 – São Paulo, 29 de julho de 1994), foi humorista, ator, saxofonista e cantor. Integrou Os Originais do Samba como percussionista e vocalista (Carlinhos da Mangueira/Reco‑Reco), registrou 13 álbuns e levou o samba carioca ao exterior. Em 1972, ingressou em Os Trapalhões, eternizou os bordões “Mé” e “Forévis” e tornou‑se um dos poucos artistas negros em destaque na TV. Lançou discos solo e apoiou as campanhas Criança Esperança e SOS Nordeste. Sua comicidade, carisma e atuação como diretor de harmonia da Mangueira renderam‑lhe homenagens póstumas em ruas e no afeto do público.
Arthur Bispo do Rosário
Arthur Bispo do Rosário (Japaratuba‑SE, 1909 – Rio de Janeiro, 1989) foi marinheiro, boxeador, segurança e borracheiro antes de relatar em 1938 uma visão de sete anjos que o levaram dos céus à Terra. Internado a partir de 1939 na Colônia Juliano Moreira, produziu mais de 800 obras ao transformar uniformes e materiais descartados em objetos e instalações que desafiam estigmas psiquiátricos. Seu acervo foi tombado pelo INEPAC em 1994 e hoje integra o Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea. Considerado um dos maiores artistas autodidatas do Brasil, Bispo do Rosário simboliza resistência e reinvenção pela arte.
Alaíde Costa
Alaíde Costa (Florianópolis, 1939): voz sublime e ícone da Bossa Nova e MPB. Revelada na era de ouro do rádio, gravou clássicos como Alaíde canta suavemente (1959). Ary Barroso e João Gilberto a elogiaram, firmando sua referência pela voz suave e arranjos minimalistas. Alaíde enfrentou o racismo estrutural, reivindicou entrada no Copacabana Palace e gravou "Preconceito" (1960). Parceria com Oscar Castro-Neves, álbum autoral e DVD consolidaram seu legado de elegância, resistência e inovação na música brasileira.
FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES FORTALECE DIÁLOGO EM EVENTO NO QUILOMBO DO CAMBURI, EM SÃO PAULO
A Fundação Cultural Palmares teve o privilégio de participar ativamente do Fórum de Comunidades Tradicionais, realizado no emblemático Quilombo do Camburi, em Ubatuba-SP dos dias 28 a 30 de junho. Como uma instituição dedicada à preservação e valorização do patrimônio cultural afro-brasileiro, essa participação significou um passo importante na missão da entidade de aproximar e atender às necessidades das comunidades tradicionais.
O evento, organizado pela rede popular que une comunidades quilombolas, povos indígenas e caiçaras, foi um espaço de diálogo franco e construtivo. A FCP teve o compromisso de ouvir atentamente as lideranças e articular ações em sintonia com as demandas apresentadas, sempre respeitando as atribuições da Fundação Cultural Palmares.
No primeiro dia do fórum, tivemos a honra de ser recebidos calorosamente pela comunidade do Quilombo do Camburi, onde conhecemos líderes locais e de outras regiões, além dos organizadores do evento e representantes da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ). Foi um momento de trocas valiosas, em que dialogamos sobre as necessidades das comunidades e esclarecemos nosso papel como Fundação Cultural Palmares. Na ocasião, compartilhamos a cartilha de Proteção Quilombola, uma ferramenta desenvolvida em parceria com a Procuradoria Federal junto à FCP, visando oferecer informações relevantes para a defesa dos direitos quilombolas. Ainda no primeiro dia visitamos a comunidade Quilombo da Fazenda, na qual conhecemos a história e os sabores da culinária quilombola.

- Escuta no Quilombo do Camburi
Escuta no Quilombo do Camburi

- Escuta no Quilombo da Fazenda
Escuta no Quilombo da Fazenda
Dona Joceli - Quilombo da Fazenda
No segundo dia, visitamos a comunidade Quilombo do Campinho da Independência, onde tivemos a oportunidade de ouvir as vozes dos moradores e das lideranças, entendendo mais profundamente suas demandas específicas.
Dona Dilma - Quilombo do Campinho da Independência
Artesanato do Quilombo do Campinho da Independência
No terceiro e último dia, retornamos ao Quilombo do Camburi para participar do encontro com as entidades convidadas pelo Fórum de Comunidades Tradicionais. Após apreciarmos as ricas manifestações culturais apresentadas, cada comunidade teve a oportunidade de expor suas principais demandas, direcionadas a cada entidade presente. Dentre elas, destacaram-se a Secretaria Nacional de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiro e Ciganos do Ministério da Igualdade Racial, o ICMBio, a Fundação Floresta, o Ministério Público e a CONAQ.
Danças Tradicionais no Quilombo do Camburi
Apresentação musical com Contos Tradicionais
Quilombo da Fazenda apresentando suas demandas
Nesse dia de integração e construção coletiva, a Fundação Cultural Palmares teve a oportunidade de expressar sua determinação em retomar plenamente seu papel institucional.
Representada pela Diretora do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro (DPA), Flávia Costa, reforçamos nosso compromisso de escutar as demandas das comunidades e de realizar entregas condizentes com nossas atribuições, sempre dentro dos prazos mais adequados.
Salientamos, também, a importância de aprimorar a comunicação para melhor orientar as comunidades sobre o papel de cada instituição envolvida e suas respectivas responsabilidades. Buscamos resgatar o símbolo de justiça que nos representa, o Machado de Xangô, como marca identitária da Fundação. Além disso, destacamos o trabalho realizado pelo Ministério da Cultura e pelo Governo Federal no sentido de ampliar as políticas públicas voltadas às comunidades tradicionais.
Por fim, ressaltamos a relevância de nos aproximarmos das comunidades, de conhecermos de perto suas realidades, de ouvirmos suas angústias diante do poder público. Muitas vezes, as soluções podem ser simples, e é por isso que continuaremos a fortalecer o diálogo e a agir em parceria com as comunidades tradicionais.
Acompanhe as atividades da Fundação Cultural Palmares em nosso site oficial, www.palmares.gov.br, e em nossas redes sociais (
https://linktr.ee/fundacaopalmares
), para ficar por dentro das ações em defesa do patrimônio cultural afro-brasileiro.
Por Fundação Cultural Palmares.
FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES RECEBE SECRETÁRIO DA CULTURA DA BAHIA
NOTA DE PESAR
FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES PROMOVE EVENTO SOBRE DIÁLOGOS INTER-RELIGIOSOS
O Professor Doutor Babalaô Ivanir dos Santos será o responsável por trazer informações do segundo Relatório sobre Intolerância Religiosa no Brasil. A roda de conversa ouvirá também os depoimentos especiais da Mãe Baiana e da Pastora Protestante Wall Moraes.
Para a Diretora do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira Edna Thomaz Rodrigues o evento representa um momento especial para a Fundação, uma vez que a FCP é um espaço de diálogos. “Estamos aqui para alavancar a cultura Afro-Brasileira e fazer a Fundação Cultural Palmares um lugar de conversas e acolhimento. Estamos no caminho certo, inciativas como esses serão cada vez mais frequentes nessa casa.” Destacou a Diretora.
PARTICIPE
PROGRAMAÇÃO
Por Fundação Cultural Palmares.
MINISTRA DA CULTURA MARGARETH MENEZES VISITA SEDE DA FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES
A Ministra da Cultura Margareth Menezes foi recebida pelo presidente João Jorge Rodrigues na manhã desta sexta-feira, 07 de julho de 2023, na sede da Fundação Cultural Palmares. No encontro, as autoridades discutiram vários assuntos, dentre eles, a nova reestruturação da entidade que tem como missão levar a cultura Afro-Brasileira para todo o país.
A pauta teve como principal objetivo, dialogar a necessidade de construir estratégias efetivas para atividades de fomento à cultura, a concessão de bolsas de estudos, a publicação de obras literárias, ao áudio visual e a preservação de patrimônios culturais. Além de ser um ambiente que proporciona o acolhimento a povos tradicionais e ao saberes, por meio de políticas públicas, que visam combater a discriminação racial, religiosa e cultural do povo negro.
Nesse contexto, a Fundação Cultural Palmares compreende que a cultura negra não é homogênea, pois abre uma diversidade de experiências e expressões dentro das comunidades afrodescendentes em todo o mundo. Pensando nisso, a reconstrução institucional, dentro do contexto mais amplo da cultura negra, veem a necessidade de priorizar cada região e país, pois nela carrega suas próprias tradições e particularidades culturais.
A entidade que tem por finalidade, assistir os preceitos constitucionais de reforços à cidadania, à identidade, à ação e à memória dos segmentos étnicos dos grupos formadores da sociedade brasileira, por intermédio ao direito fundamental na preservação das manifestações afro-brasileiras.
Por Fundação Cultural Palmares.
Carolina de Jesus
Carolina Maria de Jesus (1914–1977), catadora de materiais recicláveis e escritora mineira, tornou-se referência da literatura de denúncia ao retratar com força e precisão o cotidiano das favelas. Autora de Quarto de despejo, sucesso internacional publicado em 1960, Carolina revelou, com linguagem própria, os dramas da pobreza, do racismo e da fome em São Paulo. Seus cadernos, encontrados pelo jornalista Audálio Dantas, expunham o dia a dia de uma mulher negra periférica que lutava para alimentar os filhos e preservar a dignidade. Ignorada pelas elites, enfrentou o ostracismo, mas sua obra segue viva, estudada por universidades e homenageada por instituições como o Museu Afro Brasil, cuja biblioteca leva seu nome. Carolina escreveu para não desaparecer. E não desapareceu.
Cartola
Cartola, nascido Angenor de Oliveira (1908–1980), foi um dos maiores nomes da música popular brasileira. Cresceu no morro da Mangueira, onde fundou, com outros sambistas, a Estação Primeira, batizando-a com as cores verde e rosa. Seu apelido veio do chapéu-coco que usava como servente de obras. Compositor refinado, criou sambas antológicos e o primeiro samba-enredo da escola, “Chega de Demanda”. Após anos esquecido, foi redescoberto lavando carros em Ipanema, em 1956, pelo jornalista Sérgio Porto. Reconhecido tardiamente, tornou-se ícone do samba e referência estética incontornável da música brasileira.
Cruz e Sousa
João da Cruz e Sousa (Florianópolis, 24 de novembro de 1861 – Antônio Carlos, 19 de março de 1898) foi poeta, jornalista e um dos fundadores do Simbolismo no Brasil. Filho de pais negros alforriados, recebeu educação esmerada dos antigos senhores de seus pais, aprendendo francês, latim, grego e ciências com o naturalista Fritz Müller. Mesmo com sua formação, enfrentou o racismo estrutural da sociedade: em 1883, foi impedido de assumir o cargo de promotor público por ser negro. Publicou os livros “Missal” e “Broquéis” em 1893, que marcaram a introdução do Simbolismo no país. Sua poesia, profundamente musical e introspectiva, emana espiritualidade, sofrimento e luta. Morreu jovem, aos 36 anos, vítima de tuberculose, mas permanece como símbolo de resistência intelectual negra e refinamento estético.
Conceição Evaristo
Conceição Evaristo (Belo Horizonte, 29 de dezembro de 1946) é uma das vozes mais importantes da literatura brasileira contemporânea. Nascida numa favela da zona sul da capital mineira, cresceu sob a influência de palavras: sua mãe lavadeira mantinha um diário, e Conceição, desde cedo, também escrevia. Conciliou estudos e trabalho como empregada doméstica até concluir o curso Normal, aos 25 anos. Seu primeiro poema foi publicado em 1990 nos Cadernos Negros, do grupo Quilombhoje. Desde então, consolidou-se como referência na literatura afro-brasileira, com obras traduzidas internacionalmente. Sua escrita denuncia o racismo, afirma a ancestralidade negra e inscreve experiências femininas marcadas por dor, memória e resistência. Criadora do conceito de "escrevivência", Conceição abre caminhos para outras mulheres negras nas letras e na vida.
Dandara
Dandara dos Palmares (Brasil, século XVII – 6 de fevereiro de 1694) foi uma das principais líderes negras do período colonial, reconhecida por sua bravura na resistência ao regime escravocrata. Companheira de Zumbi e mãe de três filhos, Motumbo, Harmódio e Aristogíton, integrou a linha de frente da defesa e da estratégia militar do Quilombo dos Palmares. Não há registros precisos sobre sua origem, mas relatos apontam que tenha nascido no Brasil e crescido no quilombo. Ativista, agricultora, caçadora, capoeirista e dirigente das falanges femininas do exército palmarino. Ousou contestar acordos com a coroa portuguesa que ameaçavam a soberania quilombola e preferiu a morte à reescravização, lançando-se ao suicídio após ser capturada. Sua trajetória inspira a luta por liberdade e reafirma a presença das mulheres negras como protagonistas na história da resistência.
Dona Ivone Lara
Yvone Lara da Costa, a Dona Ivone Lara (Rio de Janeiro, 13 de abril de 1921 – 16 de abril de 2018), foi cantora, compositora e a primeira mulher a integrar a ala de compositores de uma escola de samba. Órfã aos seis anos, foi criada em colégio interno, onde iniciou sua formação musical com professoras ligadas a nomes como Villa-Lobos e Donga. Teve como primeiros parceiros seus primos Fuleiro e Hélio, que a incentivaram a compor ainda menina. Formada em Enfermagem e Terapia Ocupacional, atuou no Instituto de Psiquiatria do Engenho de Dentro até a aposentadoria. Ao lado de Silas de Oliveira e Bacalhau, compôs o antológico samba-enredo “Os cinco bailes da história do Rio”. Tornou-se referência no samba, com parcerias marcantes com Délcio Carvalho e gravações por Gal Costa, Bethânia, Gil, Caetano e Paulinho da Viola. Com sua voz doce, sua poesia e sua força, levou o samba a palcos internacionais e tornou-se símbolo de resistência, talento e ancestralidade na música brasileira.
Donga
Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga (Rio de Janeiro, 5 de abril de 1890 – 25 de agosto de 1974), foi compositor, violonista e figura central na origem do samba urbano carioca. Filho de Tia Amélia, uma das célebres Tias Baianas da Cidade Nova, cresceu imerso nos batuques, terreiros e festas que moldaram o samba como expressão coletiva da cultura negra. Frequentou a casa de Tia Ciata e compôs com Mauro de Almeida, em 1916, o histórico “Pelo Telefone”, primeiro samba registrado em disco. Fundou com Pixinguinha o grupo Os Oito Batutas, que excursionou pela Europa em 1922. Participou da Guarda Velha, dos Diabos do Céu e da gravação do disco Native Brazilian Music, organizado por Villa-Lobos. Em Aldeia Campista, recebeu jovens sambistas e fortaleceu o elo entre mestres e iniciantes. Faleceu quase cego no Retiro dos Artistas, deixando um legado incontornável para o samba e a cultura afro-brasileira.
Dorival Caymmi
Dorival Caymmi (Salvador, 30 de abril de 1914 – Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2008) traduziu a Bahia em música, exaltou suas paisagens, crenças e modos de vida com lirismo e dignidade. Inspirado pelas festas da infância e pelas rodas de pescadores em Itapuã, construiu um estilo próprio, combinando simplicidade melódica com densidade poética. Compôs clássicos como O que é que a baiana tem?, Marina e Oração à Mãe Menininha, que atravessaram gerações. Influenciou a Bossa Nova e o Tropicalismo, atuou ao lado de Carmem Miranda, Tom Jobim e Jorge Amado, e formou uma linhagem musical com seus filhos Nana, Dori e Danilo. Criou canções que se tornaram patrimônio afetivo do país e recebeu homenagens em discos, enredos, livros e estátuas. Caymmi fez da canção um modo de narrar o Brasil, com afeto, precisão e cadência própria. Morreu aos 94 anos, com um legado atemporal que segue pulsando na música brasileira.
Du Bois
William Edward Burghardt Du Bois (1868–1963) foi sociólogo, historiador e referência do pensamento negro internacional. Primeiro afro-americano doutor pela Universidade de Harvard, fundou o Movimento Niágara e ajudou a criar a NAACP, combatendo as Leis de Jim Crow e denunciando linchamentos. Editou revistas fundamentais, como The Crisis, e liderou cinco Congressos Pan-Africanos entre 1919 e 1945, que inspiraram a luta anticolonial no continente africano. Nos últimos anos, viveu em Gana, onde iniciou a Enciclopédia Africana a convite de Kwame Nkrumah. Morreu um dia antes da Marcha de Washington, tornando-se símbolo da continuidade entre gerações da luta negra. Seu legado reverbera nos movimentos por justiça e reparação até hoje.
Enedina Alves Marques
Enedina Alves Marques nasceu em 1913, em Curitiba, e tornou-se a primeira mulher negra engenheira do Brasil em 1945. Filha de uma trabalhadora doméstica, foi criada como parte da família onde sua mãe trabalhava e, mesmo enfrentando limitações sociais, conquistou formação em Engenharia Civil pela Universidade do Paraná. Trabalhou em importantes obras no estado, como a Usina Capivari-Cachoeira, e foi pioneira ao ocupar espaços técnicos tradicionalmente masculinos. Viajou, recebeu homenagens em vida e após a morte, e deixou legado de superação, dignidade e excelência. Morreu em 1981, aos 68 anos, vítima de infarto.