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Humberto de Maracanã
Humberto Barbosa Mendes, conhecido como Humberto de Maracanã ou Guriatã (1939-2015), foi mestre emblemático do bumba-meu-boi maranhense. Desde os 12 anos compôs e interpretou toadas, integrando o Boi de Maracanã em 1973 e assumindo o posto principal de cantador-amo em 1981. Reconhecido pela excelência artística e inclusão de mulheres e crianças no grupo, ampliou a expressão comunitária e cultural do boi. Recebeu o título de Mestre da Cultura Brasileira pelo Ministério da Cultura, deixando um legado duradouro na tradição popular maranhense, reverenciado por sua contribuição ao folclore nacional.
Ice Blue
Paulo Eduardo Salvador, o Ice Blue dos Racionais MC’s, nasceu em 1969 no Capão Redondo, São Paulo. Formou o grupo em 1988 com Mano Brown, Edi Rock e KL Jay, tornando-se referência no rap nacional ao abordar questões como racismo, violência policial e desigualdade social. Álbuns como Sobrevivendo no Inferno e Nada Como um Dia Após o Outro Dia transformaram-no em voz central da negritude urbana. Também empresário, gerencia logística e merchandising do grupo, mantendo projetos sociais voltados à juventude periférica paulistana. Ice Blue segue influenciando gerações e fortalecendo o hip-hop como instrumento de denúncia social.
Irmão Lázaro
Antônio Lázaro Silva (Salvador, 1966–2021) atravessou fronteiras artísticas e espirituais ao transitar do sucesso com o Olodum, onde interpretou o hit "I Miss Her", para tornar-se um dos maiores expoentes da música gospel brasileira. Ganhou notoriedade com álbuns como Deus é Fiel (2000) e Testemunho e Louvor (2008), que lhe rendeu inúmeros prêmios e reconhecimento nacional ao mesclar ritmos como axé, forró e reggae em canções devocionais. Sua trajetória estendeu-se à política como vereador e deputado federal pela Bahia, sempre pautado pela defesa de valores sociais e comunitários. Autor de livros inspiradores como Virando a Página, Lázaro faleceu em 2021 vítima de Covid-19, deixando legado artístico e espiritual significativo no país.
Ivete Alves do Sacramento
Ivete Alves do Sacramento é escritora, política e etnolinguista, e uma destacada defensora dos direitos raciais dos negros brasileiros, com ênfase nas mulheres negras. Ela foi a primeira reitora negra do país, e implantou as cotas para ingresso de negros e negras na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) em 2002. Ivete é fundadora do Movimento Negro Unificado da Bahia, e sua atuação acadêmica e política a torna um ícone na luta por equidade e inclusão. Sua coragem em enfrentar o racismo e sua dedicação à educação transformaram a realidade de muitos estudantes.
Iza
Isabela Cristina Correia de Lima Lima, a cantora IZA, nasceu em 1990, no Rio de Janeiro, e despontou rapidamente como uma das vozes mais potentes e influentes do pop e R&B brasileiros. Desde seu sucesso inicial com "Pesadão" em 2017 até o álbum indicado ao Grammy Latino Dona de Mim (2018), construiu uma carreira marcada por letras que destacam o empoderamento feminino e a identidade negra. Como jurada e apresentadora do The Voice Brasil (2019–2023), tornou-se referência midiática pela coerência artística e postura combativa em questões sociais. Figura icônica no Carnaval carioca, como rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense, segue amplificando discursos essenciais sobre representatividade e autoestima negra.
Jair Oliveira
Jair Oliveira, também conhecido como Jairzinho, nasceu em São Paulo, em 1975, e destaca-se pela versatilidade musical e legado artístico familiar herdado do pai, Jair Rodrigues. Começou cedo com a Turma do Balão Mágico e consolidou sua trajetória em carreira solo marcada por álbuns inovadores como Outro, 3.1 e Simples, além da indicação ao Grammy Latino por Selfie (2019). Compositor, produtor e multi-instrumentista, sua música dialoga com samba, soul e pop, mantendo sempre respeito às raízes. Empresário, criou o selo independente S de Samba, demonstrando espírito empreendedor e valorização da cultura brasileira.
Jamelão
José Bispo Clementino dos Santos, conhecido artisticamente como Jamelão (1913–2008), foi uma das vozes mais emblemáticas da história do samba brasileiro. Carioca e nascido na Mangueira, tornou-se o intérprete oficial da escola de samba por quase seis décadas, eternizando sambas-enredo e sambas-canção com uma interpretação incomparável. Notabilizou-se também como intérprete das composições de Lupicínio Rodrigues, consagrando-se como um dos maiores cantores da música popular brasileira. Reconhecido com a Medalha do Mérito Cultural, Jamelão deixou um legado de paixão e resistência que permanece na memória cultural do país.
Januário Garcia Filho
Januário Garcia Filho (1943–2021), fotógrafo e ativista mineiro, construiu uma obra essencial sobre a cultura afro-brasileira e o movimento negro nacional. Após servir como paraquedista no Exército, formou-se fotógrafo e trabalhou em veículos como O Globo e Folha de S.Paulo, documentando momentos decisivos do Movimento Negro Unificado. Além disso, sua fotografia musical, assinando capas para nomes como Caetano Veloso e Chico Buarque, abriu caminhos em mercados antes restritos. Sua coleção de boinas nas cores pan-africanas simbolizou seu compromisso com a resistência racial, deixando um acervo que segue influenciando novas gerações.
João do Vale
João Batista do Vale (1934–1996), o poeta das estradas, nasceu em Pedreiras (MA) e transformou a experiência árida do sertão em clássicos eternizados como "Carcará", "Pisa na Fulô" e "Peba na Pimenta". De vendedor ambulante e ajudante de pedreiro tornou-se compositor respeitado e voz potente na música nordestina e brasileira. No espetáculo histórico Opinião, sua presença reafirmou a força da música como denúncia social. João do Vale continua sendo símbolo popular de resistência e criatividade no país, ecoando na voz de grandes intérpretes como Maria Bethânia e Luiz Gonzaga.
João Marcos Aurore Romão
João Marcos Aurore Romão é sociólogo, jornalista e ativista brasileiro com atuação internacional em defesa dos direitos humanos e valorização quilombola. Formado pela UFF, desenvolveu projetos como "A Voz dos Quilombos" e "QuiGeral", articulando-se também em iniciativas culturais e educativas na Alemanha. Sua plataforma digital "SOS Racismo Brasil" consolida seu engajamento global contra a discriminação racial, mediando conflitos e promovendo justiça social. João Marcos mantém-se como referência essencial ao unir pesquisa, mídia e ativismo social em favor das comunidades negras e indígenas.
João Nogueira
João Nogueira (1941–2000), compositor e cantor carioca, marcou gerações com sambas narrativos e melodias marcantes, como "Das 200 Pra Lá". Criado nos blocos carnavalescos do Méier, fundou o Clube do Samba, ponto de encontro artístico que revitalizou a cena cultural carioca nos anos 1980. Suas composições, gravadas por intérpretes como Clara Nunes e Elis Regina, reafirmam sua genialidade criativa. Pai do também sambista Diogo Nogueira, seu legado artístico atravessa gerações, mantendo-se vivo na cultura popular brasileira.
Joãozinho da Gomeia
João Alves de Torres Filho (1914–1971), conhecido como Joãozinho da Gomeia, tornou-se um dos mais célebres sacerdotes do candomblé de Angola no Brasil. Nascido na Bahia, fundou o Terreiro da Gomeia, ponto de encontro cultural e religioso frequentado por intelectuais e políticos. Sua atuação pública, carisma e defesa aberta das religiões afro-brasileiras romperam barreiras sociais e religiosas. Homenageado pela Acadêmicos do Grande Rio em 2020, Joãozinho permanece como símbolo essencial da resistência religiosa e cultural no país.
Jorge Aragão
Jorge Aragão da Cruz (1949), sambista carioca nascido em Padre Miguel, é considerado um dos grandes compositores e intérpretes do samba. Autodidata, iniciou sua carreira nos tradicionais espaços do Cacique de Ramos, criando sucessos gravados por Alcione, Zeca Pagodinho e Martinho da Vila. Compositor da vinheta Globeleza, mantém-se ativo em shows pelo país, representando a tradição e renovação do samba brasileiro. Sua obra reflete a identidade cultural carioca e continua influenciando gerações de sambistas pelo Brasil afora.
Jorge Ben Jor
Jorge Duílio Lima Menezes, o Jorge Ben Jor, nasceu em Madureira (RJ), em 22 de março de 1945, e logo revelou-se inovador ao unir samba, soul, rock e influências africanas numa musicalidade singular. Desde Samba Esquema Novo (1963), álbum que projetou clássicos como "Chove Chuva" e "Mas, Que Nada", tornou-se referência para a música popular brasileira e mundial. Sua parceria com Sérgio Mendes levou sua obra ao exterior, conquistando audiências internacionais. Com mais de cinco décadas de carreira, composições como "País Tropical" e "Taj Mahal" permanecem atemporais, consolidando Jorge Ben Jor como um dos artistas mais autênticos e criativos da MPB.
Josina Machel
Militante moçambicana e símbolo da luta das mulheres na revolução, Josina Machel foi uma das primeiras a atuar na FRELIMO, e defendeu a igualdade de gênero dentro do movimento. Sua memória é celebrada como exemplo de coragem e protagonismo feminino na luta pela libertação. Ela pavimentou o caminho para a participação feminina em outras esferas da sociedade moçambicana, e se tornou uma inspiração atemporal. Seu legado sublinha a importância da presença feminina em todas as frentes de luta por justiça e liberdade.
Juan Paiva
Juan Paiva, nascido no Rio de Janeiro em 1998, destaca-se entre os atores de sua geração pela capacidade interpretativa profunda e sensível. Formado no Nós do Morro, projeto social que revelou talentos no Vidigal, destacou-se na televisão com personagens marcantes em Malhação: Viva a Diferença e Um Lugar ao Sol. No cinema, participou de produções como M8 - Quando a Morte Socorre a Vida, evidenciando comprometimento com narrativas sociais relevantes. Em paralelo à atuação, dedica-se a projetos culturais que estimulam o desenvolvimento artístico de jovens em comunidades cariocas, firmando-se como referência de talento, responsabilidade social e diversidade nas artes cênicas brasileiras.
Juliana Alves de Oliveira
Juliana Alves, carioca nascida em 1982, transformou a visibilidade conquistada no Big Brother Brasil (2003) em uma carreira artística sólida e multifacetada. Formada em Serviço Social e Psicologia, escolheu as artes cênicas como principal caminho de expressão, marcando presença em novelas, teatro e cinema. Como rainha de bateria em escolas tradicionais do Carnaval carioca e paulista, celebra suas raízes culturais enquanto atua ativamente na luta antirracista e na defesa de maior representatividade negra na mídia. Sua trajetória alia talento, consciência social e empenho pela valorização da cultura afro-brasileira em todas as suas manifestações.
Kátia Tapety
Kátia Tapety é um marco na política brasileira, reconhecida por romper paradigmas sociais e políticos ao ser eleita, em 1992, a primeira travesti a ocupar um cargo público no país. Nascida em 1949, em Colônia do Piauí, trilhou caminhos entre a atuação institucional e o cuidado comunitário, sendo vereadora por três mandatos e vice-prefeita de sua cidade natal. Além da política, destacou-se como parteira e agente de saúde, sempre pautada pela dignidade e inclusão social. Sua história deu origem ao premiado documentário Kátia e hoje inspira projetos educativos voltados ao fortalecimento de mulheres negras, indígenas e LGBTQIA+.
KL Jay
Kleber Gomes, o KL Jay, é figura central da cultura hip-hop brasileira, cofundador do Racionais MC’s, grupo que revolucionou a música urbana desde os anos 1990. Produtor musical e DJ nascido em São Paulo, desenvolveu batidas originais que fundem o hip-hop com ritmos nacionais e internacionais, denunciando a desigualdade social e a violência racial. Reconhecido por trabalhos históricos como Sobrevivendo no Inferno, seu legado transcende a música, fortalecendo projetos sociais que oferecem oportunidades a jovens periféricos. KL Jay permanece como inspiração e referência absoluta da resistência artística e cultural no país.
Kwame Nkrumah
Líder visionário de Gana e um dos fundadores do pan-africanismo, Kwame Nkrumah foi o primeiro presidente do país após sua independência em 1957. Defensor da unidade africana e do fim do neocolonialismo, seu legado político e intelectual influenciou gerações de líderes. Ele é considerado um dos grandes arquitetos da independência africana, cuja visão continua a ecoar em todo o continente. Nkrumah sonhava com uma África unida e próspera, livre de qualquer tipo de dominação externa, e trabalhou incansavelmente para isso.