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Dona Teté do Cacuriá
Dona Teté do Cacuriá, nascida Almerice da Silva Santos em São Luís (MA), em 1924, foi cantora, compositora e percussionista essencial para a cultura popular maranhense. Iniciou sua carreira artística aos 50 anos, destacando-se nas festas dedicadas ao Divino Espírito Santo. Em 1986, fundou o grupo Cacuriá de Dona Teté, reinventando o ritmo tradicional com percussões vibrantes e coreografias inovadoras, levando-o do Maranhão a outros estados. Reverenciada como dama da cultura popular, inspirou gerações e garantiu a preservação e renovação da tradição afro-cabocla até seu falecimento, em 2011.
Donna Summer
Donna Summer, nascida LaDonna Adrian Gaines em Boston em 1948, tornou-se a "Rainha da Disco Music". De origem gospel, alcançou fama global com sucessos como "I Feel Love" e "Hot Stuff", vendendo mais de 200 milhões de discos e vencendo cinco prêmios Grammy. Sua carreira atravessou estilos como R&B, rock e música eletrônica, influenciando gerações de artistas e DJs. Summer transcendeu o declínio do movimento disco, permanecendo relevante até sua morte, em 2012. Sua voz poderosa e estilo inovador continuam inspirando músicos e animando pistas ao redor do mundo.
Dulcinéia Novaes
Dulcinéia Novaes, jornalista paranaense nascida em 1955, formou-se pela Universidade Estadual de Londrina, com especialização em Marketing e mestrado em Comunicação e Linguagens. Com longa trajetória profissional, integra desde 1981 a Rede Paranaense de Comunicação, onde se destacou como repórter e apresentadora do programa Meu Paraná, além de colaboradora do Globo Repórter. Professora universitária, pesquisa cibercultura e webjornalismo, recebendo prêmios importantes como o Troféu Raça Negra e Mulher Destaque. Sua carreira é referência em comunicação, ensino e representatividade negra no jornalismo.
Edenice Sant’Ana
Edenice Sant’Ana é professora, sindicalista e liderança histórica do Movimento Negro brasileiro. Nascida em Salvador em 1944, formou-se em Pedagogia pela UFBA, liderando importantes entidades sindicais e sociais, como a APLB-Sindicato e a Rede Afro-Latina de Mulheres Negras. Como deputada estadual, enfrentou o racismo religioso e denunciou o genocídio da juventude negra. Sua militância atravessa fronteiras, com participação em eventos internacionais. Recebeu a Medalha Zumbi dos Palmares em 2019, permanecendo ativa na organização das marchas Zumbi e Dandara, fundamentais na luta pela igualdade racial.
Edson Papo Furado
Edson Rodrigues Nascimento, conhecido como Edson Papo Furado ou Papito, nasceu em 1939 na Serra (ES) e é figura lendária do samba capixaba. Cofundador da Unidos da Piedade em 1955, marcou gerações como intérprete e compositor, gravando nove álbuns e popularizando o bordão "arrupiou o pêlo". Levou o samba do Espírito Santo a outros estados e Portugal, sendo retratado no filme Anjo Preto (2007). Sua trajetória recebeu diversas homenagens e será tema do enredo da escola em 2026, confirmando sua importância para o carnaval e a cultura popular.
Elisa Lucinda
Elisa Lucinda, nascida no Espírito Santo em 1958, é uma artista plural que transita com igual maestria pela literatura, teatro, música e ativismo social. Formada em Jornalismo, iniciou como repórter antes de consagrar-se nas artes cênicas no Rio de Janeiro. Poeta premiada e autora reconhecida, fundou a Casa Poema, promovendo a arte como ferramenta de transformação social. Recebeu prêmios, como o Kikito de Melhor Atriz no Festival de Gramado, e sua obra é marcada pela força da palavra. Lucinda é figura luminosa, onde arte, educação e militância se entrelaçam.
Emílio Santiago
Emílio Santiago (1946–2013) foi um dos mais refinados intérpretes da música brasileira, conhecido pela voz de barítono singular. Natural de João Pessoa, formado em Direito pela UFF, iniciou sua carreira como crooner e alcançou fama com a série de álbuns Aquarela Brasileira, sucesso de público e crítica nos anos 1980. Premiado em festivais como o MPB Shell e reconhecido por sucessos como "Saigon" e "Verdade Chinesa", Emílio tornou-se referência entre cantores negros, deixando um legado sofisticado e inesquecível na música popular brasileira.
Fundação Cultural Palmares celebra 37 anos com programação em Brasília
A Fundação Cultural Palmares completa, no dia 22 de agosto, 37 anos de história como guardiã e promotora da cultura afro-brasileira. A celebração acontecerá às 15h, no Teatro Cultural da Caixa Econômica Federal, em Brasília, com uma programação que une atos institucionais, homenagens, lançamentos literários e apresentações artísticas.
A mesa de abertura contará com a presença da Ministra da Cultura, Margareth Menezes, do presidente da Fundação, João Jorge Santos Rodrigues, além de representantes do Ministério da Igualdade Racial, Ministério das Relações Exteriores, Fundação Banco do Brasil, parlamentares e lideranças religiosas e comunitárias.
Entre os destaques, está a assinatura de acordos de cooperação com a Fundação Banco do Brasil e com a Universidade de Brasília para a implantação do Sistema Nacional de Informações Quilombolas e de Povos de Terreiro. Também serão abertas novas inscrições do Eixo AfroDigital, iniciativa que fortalece a inclusão digital em comunidades tradicionais, além da entrega de certificados a quilombos do Amazonas e de Goiás.
O evento marcará ainda o relançamento da Lista de Personalidades Negras, com homenagens póstumas que reafirmam o compromisso da instituição em reconhecer trajetórias que transformaram a vida cultural e política do Brasil. Na sequência, acontecerá mais uma edição dos Diálogos Palmarinos, com o tema “Participação Feminina na Cultura Afro-Brasileira”, reunindo a socióloga Vilma Reis, pesquisadoras, lideranças religiosas e representantes de comunidades quilombolas e periféricas.
No foyer, o público terá acesso a lançamentos literários como a Cartilha de denúncia, racismo e propostas antirracistas na educação (em parceria com a UNIFESP), Pombagira – A Entidade Silenciada, de Ana Mametto, Nos Caminhos de Odé, de Babá Aurélio de Odé, e Comunicação Antirracista, de Mídia Noelle.
As comemorações se estenderão até a noite, com apresentações do Grupo Cultural Obará, da cantora Ana Mametto e da Banda Adão Negro, em um grande encontro que exalta a força da música afro-brasileira.
“Chegar aos 37 anos significa reafirmar a importância da Fundação Cultural Palmares na defesa da cultura afro-brasileira, na valorização das comunidades quilombolas e na luta contra o racismo. É um momento de memória e de futuro”, declara o presidente João Jorge Rodrigues.
Serviço
37 anos da Fundação Cultural Palmares
📅 22 de agosto, às 15h
📍 Teatro Cultural da Caixa Econômica Federal – Brasília (DF)
🎶 Atrações: Grupo Cultural Obará, Ana Mametto e Banda Adão Negro
Erika Hilton
Símbolo de resistência e transformação, Erika Hilton nasceu em 1992, em Franco da Rocha (SP). Enfrentou violência, exclusão social e vivências na rua antes de se tornar a primeira mulher trans e negra eleita deputada federal no Brasil, pelo PSOL, em 2022. Como vereadora em São Paulo, foi a mais votada do país em 2020. Sua atuação parlamentar defende os direitos da população LGBTQIA+, negra e periférica, destacando-se no cenário político nacional. Em 2021, a BBC a elegeu entre as 100 mulheres mais influentes do mundo, reconhecendo seu papel fundamental na luta por inclusão e justiça social.
Erika Januza
A atriz Erika Januza, mineira nascida em 1985 em Contagem, tornou-se uma referência na representatividade negra da televisão brasileira. Vítima de racismo desde a infância, canalizou essas dores para construir uma carreira sólida e inspiradora, destacando-se como protagonista da minissérie Suburbia (2012). Seu papel como a juíza Raquel em O Outro Lado do Paraíso reforçou sua imagem como símbolo de resistência feminina e negra. Com voz ativa no debate contra o racismo estrutural, Erika defende autoestima e valorização da identidade afro-brasileira, projetando sua luta para além das telas.
Esperança Garcia
Esperança Garcia nasceu por volta de 1751, na Fazenda Algodões, Piauí, onde viveu sob escravidão. Em 1770, escreveu ao presidente da capitania uma carta histórica denunciando abusos sofridos por ela e outras mulheres escravizadas, reconhecida pela OAB como a primeira petição jurídica feita por uma mulher no Brasil. Após fugir, constituiu família e manteve a resistência. Seu legado inspirou o Dia Estadual da Consciência Negra no Piauí, nomeia o Memorial Esperança Garcia em Teresina, e foi homenageado em escolas de samba. Permanece símbolo da luta histórica por justiça e direitos humanos.
Fabrício Boliveira
Genisson Fabrício Boliveira Pereira nasceu em Salvador (BA), em 26 de abril de 1982, e consolidou-se como um dos atores mais expressivos da dramaturgia nacional. Criado no bairro Vila Laura, descobriu cedo o teatro, influenciado pela mãe e pelo ambiente artístico do Solar Boa Vista. Após atuações em festivais de cinema, ganhou projeção com papéis marcantes em produções como Ó Paí, Ó, Faroeste Caboclo e Quilombo. Com performances premiadas, é reconhecido por dar voz e profundidade a personagens afro-brasileiros, destacando-se como referência fundamental na promoção da diversidade cultural brasileira.
Franciéle Carneiro Garcês da Silva
Franciéle Carneiro Garcês da Silva é nome fundamental na Biblioteconomia Negra brasileira contemporânea. Natural de Dom Pedrito (RS), superou desafios sociais para tornar-se referência nos Estudos Negros, Africanos e Afrodiaspóricos na Ciência da Informação. Professora na UDESC e na UNIR, desenvolve pesquisas voltadas à justiça epistêmica e ao acesso equitativo à informação. Idealizadora do projeto Quilombo Intelectual e cofundadora do Selo Nyota, atua contra o epistemicídio acadêmico e promove ações reparatórias. Sua trajetória entrelaça ensino, pesquisa e militância, transformando a informação em ferramenta poderosa para a emancipação negra.
Fred Ferreira
Fred Ferreira é jornalista e apresentador da TV Globo Brasília, onde ingressou em 2008 após passagens pela Radiobrás, TV Justiça e SBT. Com uma carreira marcada por coberturas históricas, como o Mensalão, a Operação Caixa de Pandora e as manifestações de 2013, destaca-se pela agilidade e proximidade com o público. Indicado ao Troféu Raça Negra e ao Prêmio Engenho de Comunicação, ficou conhecido pela série investigativa Vida em Risco, que revelou fraudes em hospitais públicos. Ferreira mantém um compromisso firme com jornalismo cidadão, associando rigor investigativo a pautas sociais relevantes.
Gaby Amarantos
Gaby Amarantos, cantora paraense nascida em Belém, revolucionou a cena musical ao popularizar o tecnobrega em todo o Brasil. Inicialmente conhecida na Banda Tecno Show, alcançou fama nacional com a versão "Hoje Eu Tô Solteira", apelidada carinhosamente de "Beyoncé do Pará". Com carreira solo desde 2012, lançou os álbuns Treme e Purakê, consolidando seu estilo autêntico que une tradição amazônica à sonoridade pop contemporânea. Figura expressiva da diversidade cultural brasileira, Gaby conquistou amplo reconhecimento pela ousadia artística e pela valorização das raízes amazônicas em sua música.
Gilberto Leal
Gilberto Leal, baiano de Salvador, nascido em 1945, é liderança histórica do movimento negro brasileiro. Coordenador-geral do Núcleo Cultural Níger Okàn e integrante da executiva nacional da CONEN, teve papel fundamental nos Encontros de Negros do Norte e Nordeste (1981-1991) e na criação da SEPPIR. Participou da Conferência Mundial contra o Racismo em Durban e coordenou visitas históricas como as de Nelson Mandela e Desmond Tutu à Bahia. Premiado com honrarias como a Comenda 2 de Julho e o Doutorado Honoris Causa da Faculdade Febraica, Leal destaca-se pela luta incansável pelos direitos humanos e quilombolas.
Glória Maria
Glória Maria (1949-2023) foi uma das jornalistas mais marcantes do Brasil, reconhecida pela carreira pioneira na Rede Globo, onde ingressou em 1970. Primeira repórter a fazer entradas ao vivo e a cores na TV brasileira, em 1977, passou por programas como RJTV, Jornal Hoje, Fantástico e Globo Repórter. Viajou por mais de cem países, cobriu a Guerra das Malvinas e entrevistou personalidades como Michael Jackson e Madonna. Ao romper barreiras sociais e raciais, abriu caminhos para novos profissionais negros. Sua morte deixou um legado de excelência e pioneirismo no jornalismo brasileiro.
Gustavo Forde
Gustavo Henrique Araújo Forde, capixaba de Vitória, nascido em 1970, é professor doutor da UFES e uma voz destacada do movimento negro no Espírito Santo. Pesquisador das relações étnico-raciais, teve papel central na criação de núcleos de estudos afro-brasileiros na UFES e no IFES, além de atuar pela implantação de ações afirmativas. Pró-reitor e atual diretor de Ações Afirmativas da universidade, combina pesquisa acadêmica e ativismo social em prol da valorização da cultura afro-brasileira. Sua trajetória reflete compromisso constante com a educação antirracista e inclusão social.
Haile Selassie
Imperador da Etiópia (1930-1974), Haile Selassie foi um defensor da modernização e da unidade africana, e é reconhecido como figura messiânica pelo movimento rastafári. Um dos fundadores da Organização da Unidade Africana, seu discurso na ONU em 1963 inspirou a música "War", de Bob Marley. Sua visão de uma África unida e soberana continua a ser um ideal para o continente, e seu papel na história é inegável. Selassie personifica a resiliência e a dignidade de uma nação que resistiu à colonização.