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Publicado em 24/11/2013 09h00 Atualizado em 17/12/2025 13h25

Lançada a IV Edição do Prêmio Palmares de Arte!

As inscrições serão abertas nesta quinta (22), e seguem até 20 de setembro
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Publicado em 22/08/2024 08h07 Atualizado em 27/12/2024 07h57

A Fundação Cultural Palmares, órgão vinculado ao Ministério da Cultura, lança nesta quinta-feira, 22 de agosto de 2024, a IV Edição do Prêmio Palmares de Arte.

A IV edição do Prêmio Palmares de Arte tem como objeto selecionar e premiar 100 (cem) iniciativas culturais de artistas afro-brasileiros, autodeclarados negros (pretos ou pardos) e/ou membros de Comunidades Remanescentes de Quilombos certificadas pela FCP, praticantes das diversas expressões culturais afro-brasileiras, nas áreas de artesanato, artes cênicas, literatura, fotografia, música e gastronomia quilombola, conforme distribuição contida no regulamento.

A premiação tem como objetivo:

  1. Fortalecer as expressões culturais quilombolas e afro-brasileiras;
  2. Identificar, valorizar e dar visibilidade às atividades culturais protagonizadas por negros e às estratégias de preservação de suas identidades culturais afro-brasileiras; e
  3. Incentivar a participação plena e efetiva da população negra e quilombola na elaboração, execução e avaliação de projetos, atividades, ações e iniciativas que envolvam a cultura afro-brasileira por eles cultivada.


QUEM PODE PARTICIPAR

- Pessoas físicas, brasileiros natos ou naturalizados, maiores de idade, residentes no Brasil e autodeclaradas negras (pretas ou pardas); e/ou

- Pessoas físicas, brasileiros natos ou naturalizados, maiores de idade, residentes no Brasil e membros de Comunidades Remanescentes de Quilombo - CRQ, devidamente certificadas pela Fundação Cultural Palmares.

INSCRIÇÕES

As inscrições são gratuitas e estarão abertas pelo prazo de 30 (trinta) dias corridos, iniciando-se às 09h01min, horário de Brasília, a partir do dia 22 de agosto de 2024, conforme Anexo I – Cronograma do Edital.

As inscrições deverão ser feitas exclusivamente pela internet, mediante o preenchimento e envio definitivo do formulário de inscrição, cujo link de acesso está disponível na página eletrônica do edital na plataforma Prosas: https://fundacaoculturalpalmares.prosas.com.br.

No último dia – 20/09/2024, as inscrições se encerrarão às 18h00min, horário de Brasília. Serão desconsideradas as inscrições feitas após a data e o horário de encerramento.

O prazo de inscrição poderá ser prorrogado, caso a Fundação Cultural Palmares julgue necessário, a bem do interesse público.

O Edital e seus anexos estarão à disposição dos interessados, em sua íntegra, na plataforma Prosas (https://fundacaoculturalpalmares.prosas.com.br).

Leia abaixo o edital (regulamento) e seus anexos na íntegra:

- RESULTADO FINAL - CATEGORIA ARTESANATO
- RESULTADO FINAL - CATEGORIA ARTES CÊNICAS 
- RESULTADO FINAL - CATEGORIA FOTOGRAFIA
- RESULTADO FINAL - CATEGORIA LITERATURA
- RESULTADO FINAL - CATEGORIA MÚSICA
- RESULTADO FINAL - CATEGORIA GASTRONOMIA QUILOMBOLA - Região Norte
- RESULTADO FINAL - CATEGORIA GASTRONOMIA QUILOMBOLA - Região Nordeste
- RESULTADO FINAL - CATEGORIA GASTRONOMIA QUILOMBOLA - Região Centro Oeste
- RESULTADO FINAL - CATEGORIA GASTRONOMIA QUILOMBOLA - Região Sudeste
- RESULTADO FINAL - CATEGORIA GASTRONOMIA QUILOMBOLA - Região Sul

- RESULTADO PRELIMINAR DE HABILITAÇÃO - Categoria Artesanato

- RESULTADO PRELIMINAR DE HABILITAÇÃO - Categoria Artes Cênicas

- RESULTADO PRELIMINAR DE HABILITAÇÃO - Categoria Fotografia

- RESULTADO PRELIMINAR DE HABILITAÇÃO - Categoria Literatura 

- RESULTADO PRELIMINAR DE HABILITAÇÃO - Categoria Música 

- RESULTADO PRELIMINAR DE HABILITAÇÃO - Categoria Gastronomia Quilombola - Região Norte 

- RESULTADO PRELIMINAR DE HABILITAÇÃO - Categoria Gastronomia Quilombola - Região Nordeste 

- RESULTADO PRELIMINAR DE HABILITAÇÃO - Categoria Gastronomia Quilombola - Região Centro Oeste 

- RESULTADO PRELIMINAR DE HABILITAÇÃO - Categoria Gastronomia Quilombola - Região Sudeste 

- RESULTADO PRELIMINAR DE HABILITAÇÃO - Categoria Gastronomia Quilombola - Região Sul 

- Resultado Final de Seleção - Categoria Artesanato

- Resultado Final de Seleção - Categoria Artes Cênicas

- Resultado Final de Seleção - Categoria Fotografia

- Resultado Final de Seleção - Categoria Literatura

- Resultado Final de Seleção - Categoria Música

- Resultado Final de Seleção - Categoria Gastronomia Quilombola - Região Norte

- Resultado Final de Seleção - Categoria Gastronomia Quilombola - Região Nordeste

- Resultado Final de Seleção - Categoria Gastronomia Quilombola - Região Centro Oeste

- Resultado Final de Seleção - Categoria Gastronomia Quilombola - Região Sudeste

- Resultado Final de Seleção - Categoria Gastronomia Quilombola - Região Sul

- Resultado Preliminar de Seleção - Categoria Artesanato

- Resultado Preliminar de Seleção - Categoria Artes Cênicas

- Resultado Preliminar de Seleção - Categoria Fotografia

- Resultado Preliminar de Seleção Categoria Gastronomia Quilombola

- Resultado Preliminar de Seleção - Categoria Literatura

- Resultado Preliminar de Seleção - Categoria Música

Retificação do Edital

a) Edital 04/2024 - IV Edição Prêmio Palmares de Arte

b) Anexo Espelho Formulário de Inscrição - Artesanato

c) Anexo Espelho Formulário de Inscrição - Artes Cênicas

d) Anexo Espelho Formulário de Inscrição - Fotografia

e) Anexo Espelho Formulário de Inscrição - Gastronomia Quilombola

f) Anexo Espelho Formulário de Inscrição - Literatura

g) Anexo Espelho Formulário de Inscrição - Música

h) Anexo Tutorial de Inscrição Plataforma Prosas

i) Anexo Material de apoio para inscrição

j) Anexo I - Cronograma

k) Anexo II - Autodeclaração Étnico Racial

l) Anexo III - Declaração de Pertencimento Étnico

m) Anexo IV - Autorização de Uso de Imagem

n) Anexo V - Critérios de Avaliação e Seleção - Artesanato

o) Anexo V - Critérios de Avaliação e Seleção - Artes Cênicas

p) Anexo V - Critérios de Avaliação e Seleção - Fotografia

q) Anexo V - Critérios de Avaliação e Seleção - Gastronomia Quilombola

r) Anexo V - Critérios de Avaliação e Seleção - Literatura

s) Anexo V - Critérios de Avaliação e Seleção - Música

t) Anexo VI - Termo de Premiação Cultural

u) Anexo VII - Orientações e Roteiro para gravação de vídeo

CONTATO

Para mais informações e acesso ao edital completo, visite a página do Edital [https://fundacaoculturalpalmares.prosas.com.br] ou entre em contato através do e-mail [premiopalmaresdearte4@gmail.com].

 

Cultura, Artes, História e Esportes

Diálogos palmarinos celebram (re)nascimento da Palmares

As comemorações pelo aniversário da fundação vão até esta sexta (23) !
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Publicado em 22/08/2024 09h53 Atualizado em 23/08/2024 16h11

Foram muitos diálogos. Diálogos palmarinos. Sob o tema “Afirmação e presença negra na gestão cultural”, o seminário comemorativo dos 36 anos da Fundação Cultural Palmares (FCP) abriu o primeiro dia de trabalho – e festa.

Festa da virada negra.                                         

Na nova casa, o tom foi de análise, reflexão, proposições. Sob mediação de Lindivaldo Júnior, diretor do Sistema Nacional de Cultura (SNC), gestores, servidores, colaboradores, artistas e lideranças quilombolas inauguraram os falares.

Abrem-se algumas aspas:

“A Fundação Cultural Palmares é uma das instituições mais importantes da República, apesar das tentativas de acabar com ela. Não foi possível, né?” (Lindivaldo Oliveira Leite Junior)

“A fundação é vetor de diálogo interestadual muito importante para a defesa das políticas quilombolas, priorizando demandas que muitas vezes são ignorados pelos municípios” (Yuri Silva, diretor do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial).

“A lei do Sistema Nacional de Cultura é marca da gestão do Ministério da Cultura, e dialoga de forma internacional. A cultura negra brasileira voltou a seu lugar de destaque no cenário mundial” (Roberta Martins, secretária dos Comitês de Cultura do MinC).

“Tivemos muitas tentativas de apagamento, mas o presidente João Jorge, com seu diálogo junto aos movimentos sociais e culturais, formou bases sólidas para uma fundação que caminha para o futuro” (Mariana Braga, assessora especial de Participação Social e Diversidade do MinC).

“O movimento negro é a esperança para nosso país, somos transatlânticos, e a Fundação Palmares e uma articulação ancestral” (João Jorge, presidente da Fundação Cultural Palmares).

Fecham-se as aspas.

No período da tarde, os debates giraram em torno de intervenções negras nos conselhos de políticas culturais, colegiados e coletivos de construção de políticas. Mediadas por Luci Souza, coordenadora dos Colegiados Setoriais de Cultura do MinC, mais aspas abertas:

A Fundação Cultural Palmares é fundamental para as culturas tradicionais. É um espaço, dentro do Governo Federal, que lida com a identidade cultural do Brasil (Pedro Neto, consultor da Organização do Estados Ibero-americanos no MinC)

“A Palmares agora tem uma casa e o Distrito Federal também. A importância da fundação é está na afirmação da identidade e no reconhecimento da população negra de Brasília” (Cláudia Maciel, do Comitê de Cultura do Distrito Federal).

E mais aspas. Estas, sobre experiências de resultados das ações afirmativas na Lei Paulo Gustavo, em mesa coordenada por Nelson Mendes, diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da FCP.

“É uma alegria chegar na sede da Fundação Palmares e ver que dos escombros se ergueu um palácio. A instituição nos dá experiência, metodologia, diretriz, formulação teórica e política” (Amanda Cunha, da Secult-BA).

“A sensação que sinto ao chegar aqui é de que não estou sozinha. A Fundação Cultural Palmares me conecta com meus ancestrais” (Yara Nunes, secretária de Cultura do Goiás).

“Chegar aqui, ser acolhida por esse quilombo urbano e ver de perto a Palmares comemorar 36 anos de existência, para nós, é uma retomada. A instituição está sendo retomada pela população negra do Brasil” (Giane Elisa, diretora-geral da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage).

Dizeres múltiplos, sob múltiplas perspectivas, mas que, em uníssono, demonstraram que se pode até tentar, mas jamais calarão a voz dos afro-brasileiros.

Performance do grupo Obará encerrou as atividades do dia. Hoje, as celebrações recomeçam, com mais falares e emoções:

  • depoimentos de ex-presidentes da Fundação Cultural Palmares;
  • assinatura de protocolo entre a Palmares e a Fundação Banco do Brasil;
  • execução de hino nacional;
  • exibição de vídeo sobre a Palmares;
  • descerramento da placa alusiva à nova sede
Cultura, Artes, História e Esportes

Inaugurado o novo templo da Palmares!

A ministra da Cultura e o presidente da fundação abriram oficialmente as portas da nova sede
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Publicado em 22/08/2024 21h31 Atualizado em 26/08/2024 09h29
Margareth Menezes e João Jorge Rodrigues descerraram a placa alusiva à nova sede
Margareth Menezes e João Jorge Rodrigues descerraram a placa alusiva à nova sede

Com palavras firmes e sorriso nos lábios, na face, nos olhos, a ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, encerrou a solenidade de inauguração da nova sede da Fundação Cultural Palmares – a casa da cultura afro-brasileira.

“É uma alegria e uma honra celebrar os 36 anos da Fundação Palmares. Esta inauguração marca um renascimento para a instituição. Depois de anos de abandono e desrespeito, a Palmares está sendo reconstruída, com dignidade e propósito”.

O anfitrião da casa, João Jorge Rodrigues, se emocionou: “Transformamos nosso sofrimento em arte, nosso coração em resistência. Agora, pedimos que nos ajudem a transformar esta casa em um caminho para a eternidade”.

Esse, o tom dos diálogos. Diálogos de irmãos, como manifestado pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida:

“Agradeço à ministra Margareth Menezes por seu esforço, camaradagem, irmandade. Agradeço também a João Jorge e a todos e todas presentes, em nome dos nossos ancestrais".

Três negros no centro do poder político do Brasil. Três, não, quatro. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, não pôde comparecer, mas enviou representante – Roberta Eugênio, também negra. E recado:

“Deixo aqui o abraço do Ministério da Igualdade Racial, que seguirá de mãos dadas com o Ministério da Cultura e a Fundação Cultural Palmares, em prol da dignidade do nosso povo no Brasil” E proclamou:

– Negro é a raiz da liberdade!

Reverenciada por todos pelo trabalho no MinC e o apoio à reconstrução da Palmares, Margareth redistribuiu os créditos, lembrando a luta dos servidores que resistiram à tentativa de destruição do legado da entidade, no (des)governo passado.

“João Jorge, você e sua equipe estão transformando a Fundação em símbolo de resistência, diversidade e potência para o povo afro-brasileiro. Esta nova sede é uma vitória para o Brasil e para todos nós que lutamos pela preservação da nossa história e cultura”.

“A Fundação Palmares é um símbolo de resistência e valorização da cultura afro-brasileira. É um privilégio estar presente nesta celebração, que reafirma o compromisso com a história e as raízes do nosso povo”, complementou o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

“É um lugar de projeção do futuro, onde a memória tem materialidade e se torna um espaço de movimento e luta. Não estamos apenas inaugurando um prédio, estamos assentando um ponto de resistência”, reiterou Almeida.

Sob anuência de João Jorge.

“Uma casa é igual a um templo. É daqui que pensaremos no outro. Neste governo, nosso lema é unidade e luta. Vamos, juntos, pisar em cada canto do Brasil profundo, aprender com nosso povo e construir um futuro melhor”.

Enviada dos Estados Unidos da América, a embaixadora Elizabeth Detmeister agradeceu à ministra e ao presidente da fundação “por sua dedicação incansável à promoção da cultura afro-brasileira e à luta por justiça social”.

Mas, antes das falas, teve a execução singular do Hino Nacional. Ao som do bloco Olodum, o canto ganhou ares de brasilidade nagô. E a exibição de um vídeo sobre a Palmares, feito por sua assessoria de comunicação.

Aplausos.

Enfim, momentos de muita emoção, no encerramento das atividades comemorativas dos 36 anos da Palmares, abertas por dois mestres de cerimônias, que travaram uma espécie de diálogo para contar a saga da reconstituição da entidade.

E foi Chico Buarque – não por acaso – quem deu o tom do momento. Sob os primeiros acordes de uma de suas mais conhecidas canções, os mestres Oswaldo Filho e Maria Paula deram as boas-vindas aos presentes:

Mestre Oswaldo (MO) – Boa tarde, pessoas queridas!

Mestre Maria Paula (MMP) – Olá, como vai? [cantado]

MO – Eu vou indo... [cantado]

MMP – E vocês? Tudo bem?  [falando]

PLATÉIA – Tudo!

MMP – Que bom! Então estamos todos bem.

MO – Estamos de casa nova...

MMP – Estamos de cara nova...

MO – Uma cara que respeita o passado...

MMP – ...porque resgatamos a memória de nossa instituição...

MO – ... e caminha para o futuro...

MMP – ...porque estamos ressignificando nossa CASA...

MO –...A casa da cultura afro-brasileira!

MMP – Uma casa que preserva nossa cultura ancestral...

MO – ...e que ao mesmo tempo acolhe as novas manifestações da brasilidade negra.

MMP – Uma casa que não nega o escravismo.

MO – Combate-o!

MMP – Uma casa que não queima bruxas – ou livros.

MO – Respeita as mulheres, preserva saberes.

MMP – Uma casa que não apaga...

MO – Escreve a nossa história!

MMP – Uma história de luta.

MO – De revezes.

MMP – De conquistas.

MO – De renascimentos.

MMP – E estamos aqui hoje para dizer, senhores e senhoras, que voltamos

MO – Renascemos e renasceremos quantas vezes forem necessárias

MMP – Porque somos fênix!

MO – Somos brasileiros!

MMP – Somos Palmares!

MO – E somos todos quilombolas

O sinal estava aberto para as festividades do dia – e para o futuro promissor que se anuncia, com a recuperação da memória da Palmares, a inauguração da nova sede da entidade e a ampliação de suas ações.

E começaram com os depoimentos de três dos ex-presidentes da casa: o decano Carlos Moura (1988 a 1990 e 2000 a 2002), Hilton Cobra (2013 a 2015) e Zulu Araújo (2007 a 2010). Além do presidente da Palmares. Alguns fragmentos:

"Agradeço imensamente à Fundação Banco do Brasil, à direção da Palmares, ao Nelson Mendes, à Flávia Costa e aos servidores da Palmares que resistiram bravamente em tempos difíceis”, registrou João Jorge Rodrigues.

“Eles impediram a destruição de quase 6 mil livros e evitaram a remoção de 109 personalidades do site da Palmares. Agora, esse número aumentará para 350, com paridade entre homens e mulheres. Vamos à luta!", conclamou.

“Essa nossa reunião é da mais alta responsabilidade, selamos aqui mais um compromisso de cumprir nossos objetivos de reconhecimento da cultura afro-brasileira”, disse o decano Carlos Moura.

Aos servidores dessa casa, meu muito obrigado por não terem desistido da instituição, mesmo diante de tantos obstáculos. Os 120 milhões de pretos e pretas desse País devem gratidão pelo empenho de vocês”, externou Hilton Cobra.

BB. Dando seguimento às atividades, os presidentes das fundações Banco do Brasil e Palmares assinaram um protocolo de intenções para subsidiar ações conjuntas em prol da população negra brasileira nas áreas de cultura e educação.

O titular da Fundação Banco do Brasil celebrou: “Acredito que é possível fazer alianças para o progresso”, afirmou.

Foi um desfile de celebridades. Gerônimo Rodrigues, governador da Bahia; a socióloga Vilma Reis; Vovô, presidente da agremiação afro Ilê Aiyê; Daniela Mercury, com a esposa, Malu Verçosa; Bruno Monteiro, secretário de Cultura da Bahia; a escritora Carla Akotirene; Maria Marighela, presidente da Funarte; José Vicente, reitor da Universidade Zumbi dos Palmares; e a educadora Lídia Garcia, dentre muitas outras. Impossível nominar todas.

Sexta (23) tem mais.

Os integrantes da mesa de fechamento da solenidade de inauguração da nova sede
Os integrantes da mesa de fechamento da solenidade de inauguração da nova sede
O presidente da Fundação Banco do Brasil, Kleytton Morais, com João Jorge
O presidente da Fundação Banco do Brasil, Kleytton Morais, com João Jorge
Ex-presidentes falaram sobre o trabalho na instituição
Ex-presidentes falaram sobre o trabalho na instituição
Cultura, Artes, História e Esportes

Fundação Palmares encerra comemorações com samba no pé

Depoimentos emocionantes e muito samba dominaram o terceiro dia de celebrações
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Publicado em 23/08/2024 21h29 Atualizado em 24/08/2024 11h26
Eliar Alves de Oliveira, quilombola do Povoado do Cabeçudo/Góias, recebe certificação das mãos do presidente João Jorge
Eliar Alves de Oliveira, quilombola do Povoado do Cabeçudo/Góias, recebe certificação das mãos do presidente João Jorge
Yalle Tárique de Menezes, vencedor do 25º concurso de redação da Biblioteca Pública do Paraná.
Yalle Tárique de Menezes, vencedor do 25º concurso de redação da Biblioteca Pública do Paraná.

Com os acordes contagiantes do sambista Marcelo Café, a Fundação Cultural Palmares fechou as comemorações pelos 36 anos de existência. Mas antes do show, teve conversa com os beneficiados das políticas culturais da instituição.

Guilherme Bruno, coordenador do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra, inaugurou os falares do dia: “Vocês que estão aqui têm algo em comum: foram atingidos, de alguma maneira, por uma política pública da Fundação Palmares”.

O tom informal, combinado com o reconhecimento do esforço dos participantes e a valorização das contribuições individuais, criou uma atmosfera acolhedora e participativa, que se espraiou por toda a tarde.

Acolhedora, participativa e forte.

"Foi muita luta dos movimentos negros para constituir a Fundação Palmares e, a partir disso, dizer ao Estado brasileiro: precisamos de políticas públicas que falem de fomento, promoção, proteção, preservação e disseminação." 

A fala de Flávia de Costa, diretora do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro, foi uma poderosa demonstração do compromisso e da dedicação da Palmares em promover, proteger e preservar o patrimônio afro-brasileiro.

E a oradora fez questão de creditar o esforço da equipe, destacando que o trabalho de certificação das comunidades quilombolas não é tarefa solitária, mas obra coletiva, que depende do engajamento e da paixão de muitos. 

Chegou a vez de os beneficiados pelas políticas públicas da Palmares darem testemunho do impacto do trabalho da instituição em suas vidas.

"A Fundação Palmares está aqui para mostrar que nós não somos o quarto de despejo da sociedade. E que nos silenciam tanto porque têm medo da nossa força, do nosso poder” (Yalle Tárique de Menezes).

Autor do livro “Diário de uma quarentena”, Yalle Tárique de Menezes é, ele próprio, um exemplo da potência negra: com apenas 12 anos de idade, venceu o 25º concurso de redação da Biblioteca Pública do Paraná.

"O Prêmio Conceição Evaristo de Literatura Afrofuturista é um exemplo poderoso de como, com inteligência, você consegue atacar várias frentes importantes" (Emanoel Messias, vencedor do Prêmio Conceição Evaristo de Literatura Afrofuturista).  

Ana Lúcia Ferreira de Souza premiada na III Edição do Prêmio Palmares de Arte, na categoria Leitura, Escrita e Oralidades, destacou sua experiência como mulher negra , a primeira a ter um trabalho formal em sua cidade, “extremamente machista”.

Charles da Costa Bandeira, premiado na III Edição do Prêmio Jovem Quilombola Inovador, falou sobre a importância do projeto Quilombotec, uma iniciativa colaborativa, que surgiu de necessidades apontadas pelos mais velhos da comunidade.

"A escuta é verbo, ela é ativa. Eu só estou onde estou porque escutei os meus mais velhos. Não é vergonha aprender, não é vergonha escutar" (Thamires Fortunato Martins, participante do projeto de propriedade intelectual para o empoderamento de mulheres quilombolas).  

"Esses três dias que eu estive aqui impactaram muito a minha vida. Nunca imaginei que eu fosse conhecer pessoas tão ilustres e importantes, e levar esse aprendizado para a minha comunidade" (Aline Nazaré Silva, III Edição do Prêmio Palmares de Arte, categoria Leitura, Escrita e Oralidades).  

"Esse tipo de ação é fundamental para a profissionalização dos artistas negros e negras, porque enfrentamos muitas barreiras ao tentar viabilizar nossos trabalhos” (Vidal Assis, Prêmio Luis Melodia de Canções Afro-brasileiras). 

Vencedor da III Edição do Prêmio Palmares de Arte, na categoria Música, Luiz Carlos dos Santos Junior emocionou os presentes com a canção “Novos Palmares”, que fala sobre um futuro humanizado para a população negra.

Lázaro Erê destacou o impacto transformador do hip-hop, que, com seus quatro elementos (break, grafite, DJ e MC), se tornou fenômeno mundial adaptado às realidades locais (Prêmio Luiz Melodia de Canções Afro-brasileiras). 

"Rompi com meus medos, peguei a minha cria e fui para a universidade. Sou mulher preta, quilombola, senhora, mãe, estudante" (Alaine Gama, III Edição do Prêmio Palmares de Arte, categoria Leitura, Escrita e Oralidades).  

Inah Ireman Oliveira elogiou o edital de mobilidade, pelo apoio inovador a pessoas negras, expressando o desejo de que a Palmares continue investindo nos artistas e fazedores de cultura negra no Brasil (Bolsa de Mobilidade Cultural Afro-brasileira). 

Eu chego com uma potência muito grande. O Prêmio Luiz Melodia de Canções Afro-brasileiras me permitiu gravar o clip “Mergulho” e me colocar no radar musical da Bahia e do Brasil. Agora eu posso investir na minha música (Uyara Nayri).

“Fazer biscoitos com mandioca, um alimento que nos tira dos apertos do dia a dia, foi uma grande vitória. Obrigada, Palmares, por andar por esse Brasil e nos enxergar! (Dorivânia Maria de Souza, do 2º Ciclo de Saberes e Sabores da Gastronomia Quilombola).

“A cultura de hip hop é o projeto que permitiu que uma garota de 23 anos de São Paulo se conectasse com o Brasil. O recado que o edital mobilidade me deixou foi: Não desista!” (Yasmin Vieira Bolsa de Mobilidade Afro-brasileira).

Quero agradecer a oportunidade de me reconhecer neste lugar de tantas iguais. Não foi só sobre o prêmio, mas sim um recado que a fundação mandou, de que não podemos desistir. A fundação nos permitiu sonhar (Vini Joe Prêmio Luiz de Canções Afro-brasileiras).

“O prêmio manifestação cultural fortalece minha comunidade e dá orgulho ao povo negro do Brasil” (Natureza Acácio França, edital Manifestações Político-culturais 20 de Novembro – Zumbi dos Palmares).

“Nossa história não pode ser apagada por interesses empresariais, temos nossa cultura e sabemos que podemos contar com a Fundação Cultura Palmares” (Nilson José dos santos, liderança da Quilombo Sumidouro, Queimada Nova/PI).

“Esse certificado é um recado para minha comunidade de que não podemos deixar morrer nossa tradição” (Eliar Alves de Oliveira representando a comunidade quilombola do Povoado do Cabeçudo/Góias).

Precisa dizer mais alguma coisa?

Próximo ano tem mais!

Guilherme Bruno inaugurou os falares do dia
Guilherme Bruno inaugurou os falares do dia
Beneficiados das políticas públicas da Palmares
Beneficiados das políticas públicas da Palmares
Contemplados dos editais da Fundação
Contemplados dos editais da Fundação
Cultura, Artes, História e Esportes

Coletiva sobre a Conferência da Diáspora Africana nas Américas

Evento ocorre na próxima quinta-feira, dia 29 de agosto, a partir das 8h, em Salvador (BA)
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Publicado em 26/08/2024 08h12 Atualizado em 26/08/2024 13h45

A União Africana, o Governo de Togo, o Governo Federal, o Governo da Bahia, com apoio da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e do Instituto Brasil África (IBRAF), promovem, no próximo dia 29 de agosto, às 8h, em Salvador (BA), a coletiva de imprensa sobre a Conferência da Diáspora Africana nas Américas.

A Conferência da Diáspora Africana nas Américas acontece entre os dias 29 e 31 de agosto e deverá reunir líderes de países africanos e das Américas, além de diplomatas e representantes de organizações internacionais e regionais, como a União Africana.

Essa Conferência inédita será realizada no Brasil, a partir do convite feito pelo Alto Comitê Ministerial da União Africana sobre a Década das Raízes Africanas e da Diáspora. Brasil possui a maior população negra fora da África e acumula duas décadas de políticas voltadas para a promoção da igualdade racial, o que reforça a sua relevância nesse contexto diaspórico.

O evento também contará com a participação de políticos, acadêmicos, ativistas e membros da sociedade civil, que discutirão a implementação de estratégias colaborativas para promover o desenvolvimento sustentável das nações africanas e das comunidades afrodescendentes nas Américas.

Diáspora africana
Diáspora africana

OBJETIVO - O principal objetivo da conferência é fortalecer as conexões entre a África e suas diásporas nas Américas, proporcionando um espaço de diálogo e cooperação em áreas como desenvolvimento econômico, justiça social, direitos humanos e cultura. Além disso, o evento visa incentivar a troca de conhecimentos e experiências, reforçar identidades culturais e facilitar parcerias transnacionais focadas em tecnologia, educação e saúde.

Os profissionais de imprensa devem confirmar presença pelo e-mail credenciamentodiasporaafricana@presidencia.gov.br até o próximo dia 26 de agosto. Favor informar o veículo de comunicação, nome completo, comprovante de vínculo e CPF. Mais informações podem ser obtidas com a assessoria de imprensa no e-mail acima.

Serviço:

Coletiva de Imprensa da Conferência da Diáspora Africana nas Américas

Data: 29 de agosto.

Horário: 8h às 9h. 

Local: Reitoria da UFBA - Sala dos Conselhos, Rua Augusto Viana, s/n - Canela, Salvador (BA).

Cultura, Artes, História e Esportes

Muzenza presente na nova casa da Palmares!

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Publicado em 26/08/2024 11h48 Atualizado em 27/08/2024 10h47

Nas celebrações de aniversário da Fundação, diálogo para fortalecimento dos blocos afro

Em celebração ao 36º aniversário da Fundação Cultural Palmares, a instituição foi honrada com a presença de Jorge Santos, diretor-presidente do bloco afro Muzenza.  

A visita representou um momento significativo para o fortalecimento das agremiações, que não são apenas carnavalescas – são pontos de resistência cultural.

Ícone do Carnaval de Salvador, o Muzenza é reconhecido pelos desfiles vibrantes, figurinos exuberantes e coreografias que celebram a herança afro-brasileira.  

E pelo engajamento social.

As letras de suas músicas tratam de temas como igualdade racial, respeito às tradições africanas e discriminação. É uma potência. 

Jorge Santos evidenciou o papel indispensável da Fundação para a cultura afro-brasileira e baiana, afirmando que a cultura afro “é um dos pilares da identidade nacional”. 

Segundo Santos, é fundamental continuar investindo na valorização desse patrimônio cultural, garantindo que ele seja celebrado e preservado para as futuras gerações. 

Ponto importante da pauta, o presidente da Palmares, João Jorge Rodrigues, manifestou a intenção de aprofundar as relações institucionais com o Muzenza e as demais agremiações, o que permitirá um atendimento mais eficiente as demandas, sob mediação da Fundação.  

Na visão de João Jorge, a flexibilidade e o suporte proporcionados por essa parceria abrirão novas oportunidades de colaboração e ação conjuntas, assegurando que a cultura africana e afro-brasileira continue a florescer e a ocupar o lugar de destaque que merece na sociedade. 

PROJETOS. Para além de sua marcante atuação no Carnaval, o bloco Muzenza desenvolve uma série de projetos sociais e culturais, especialmente voltados para a comunidade do bairro da Liberdade e outras áreas periféricas de Salvador.  

Essas iniciativas incluem oficinas de percussão, dança, e ações educacionais que visam empoderar jovens e preservar a cultura afro-brasileira. 

O Muzenza transcende sua função de bloco carnavalesco; é um símbolo de resistência e orgulho afro-brasileiro, que continua a inspirar e educar novas gerações sobre a importância de manter vivas as tradições e a história de seus ancestrais. 

Cultura, Artes, História e Esportes

Desafios e avanços na regulação do Sistema Nacional de Cultura

Margareth Menezes abriu os trabalhos, realizados na segunda (26), na sede da Palmares
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Publicado em 26/08/2024 16h58 Atualizado em 27/08/2024 15h31
A secretária dos Comitês de Cultura ressaltou a importância de articulação de todas as unidades gestoras do MinC
A secretária dos Comitês de Cultura ressaltou a importância de articulação de todas as unidades gestoras do MinC

Brasília, 26 de agosto de 2024 – A Fundação Cultural Palmares foi palco, nesta segunda-feira, do Iº Seminário Interno de Regulamentação do Sistema Nacional de Cultura (SNC), organizado pelo governo federal, por meio do Ministério da Cultura (MinC).  

O evento reúne agentes culturais para debater o disposto na lei 14.835 e desdobrar o marco legal em normas infralegais (decretos, portarias etc.), traçando a base do Plano Nacional, vinculado ao Conselho e ao Fundo de Cultura – o CPF da cultura.  

O momento é de extrema relevância, pois busca dar efetividade à lei sancionada em 4 de abril último, assegurando a gestão conjunta das políticas públicas de cultura pelos entes federativos (municípios, estados, União). De modo articulado e perene. 

Mais do que uma política de governo, é uma política de Estado que está sendo construída. Uma política estruturada a partir de diretrizes estabelecidas pelo governo democrático, mas que não se restringirá a uma gestão, nem ao setor artístico-cultural. 

Como expresso por Margareth Menezes, “estamos, no Ministério da Cultura, sendo uma das ferramentas de governo na direção de construir um futuro melhor, com justiça social para o nosso povo, e, principalmente, defender esse ambiente democrático". 

"Estamos tendo, além de reconstruir, implementar novas visões, mostrando uma postura nova em relação a essa sensibilidade do governo Lula," afirmou a ministra, ressaltando a importância de ouvir os setores para construir políticas culturais inclusivas e eficazes. 

REFLEXÕES. Dentro do mesmo tom, Roberta Martins, secretária dos Comitês de Cultura do MinC, sublinhou a necessidade de uma reflexão interna sobre o próprio Sistema MinC. “Vamos parar para pensar, refletir, olhar um pouco para dentro do próprio Sistema Minc”, destacou. 

Ela enfatizou a importância de uma participação social mais estruturada no SNC, mencionando a necessidade, para tanto, de reconfiguração do Conselho Nacional de Cultura (o “C” do CPF da cultura), e de promover um diálogo mais amplo, mais inclusivo com a sociedade.  

"Essa participação social precisa ser mais estruturada. Não é só modificar o Conselho Nacional de Cultura, é preciso que tenhamos um sentido de discussão de país", com o que corroborou a fala do secretário executivo do MinC, Márcio Tavares. 

"São políticas públicas que perpassam o conjunto do Ministério. Temos tido um compromisso coletivo com as políticas estruturantes que o MinC está conseguindo desenvolver," declarou, reforçando a necessidade de um compromisso coletivo para a sua implementação. 

Evidenciando a capacidade de articulação e mobilização do MinC, Tavares mencionou os avanços alcançados, em um curto período, e apesar dos desafios políticos. "Nós retomamos um conjunto de programas e políticas públicas gigantesco”, comemorou. 

O evento está promovendo a revisão histórica do SNC e marcando a necessidade de discussão e adaptação contínuas das políticas culturais. E como bem expresso por seu diretor, Lindivaldo Júnior, "é uma oportunidade de desconstruir a lógica de descontinuidade e sazonalidade da política pública de cultura".  

Junior também ressaltou a necessidade de se aprender com outros sistemas nacionais e de projetar o debate sobre o SNC no cenário internacional. "Estamos discutindo a possibilidade de levar o debate para o cenário internacional," anunciou. 

Desafios e oportunidades 

O seminário, realizado na nova casa da Fundação Cultural Palmares, marcou um passo importante na trajetória de regulamentação e fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura no Brasil.

Com debates aprofundados e uma visão clara dos desafios e oportunidades, o evento reforçou o compromisso do governo em promover uma cultura mais inclusiva e diversificada, que respeite e valorize a diversidade do país. 

Após a conclusão dos debates, será redigido um documento, a ser apresentado em novembro próximo, aos dirigentes do Sistema MinC, e, na sequência, encaminhado para assinatura da ministra Margareth Menezes e publicação no Diário Oficial da União.

Lindivaldo Júnior enfatizou a oportunidade de desconstruir a lógica de descontinuidade da política pública de cultura
Lindivaldo Júnior enfatizou a oportunidade de desconstruir a lógica de descontinuidade da política pública de cultura
O seminário contou com a participação de representantes do MinC e suas vinculadas, para debater e desdobrar o disposto no marco regulatório
O seminário contou com a participação de representantes do MinC e suas vinculadas, para debater e desdobrar o disposto no marco regulatório
O secretário-executivo Márcio Tavares sublinhou a necessidade de “participação social mais estruturada”
O secretário-executivo Márcio Tavares sublinhou a necessidade de “participação social mais estruturada”
Cultura, Artes, História e Esportes

Presidente da Palmares é Doutor Honoris Causa!

O título foi concedido ontem (26), pela Universidade Católica de Salvador
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Publicado em 27/08/2024 11h23 Atualizado em 27/08/2024 11h40
O reitor da Ucsal, Deivid Lorenzo, comandou a solenidade de outorga do título
O reitor da Ucsal, Deivid Lorenzo, comandou a solenidade de outorga do título

O presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), João Jorge Santos Rodrigues, recebeu, ontem (26), das mãos do professor Deivid Lorenzo, reitor da Universidade Católica do Salvador (Ucsal), o título de Doutor Honoris Causa.

“Não me perguntem pela emoção ou pelo coração, ele está em algum lugar onde a justiça, a igualdade e a fraternidade sobrevivem”, celebrou João Jorge, durante a cerimônia de outorga, realizada no auditório da instituição.

Disse tudo.

Internacionalmente conhecido pelo trabalho de resistência e defesa da cultura negra, o presidente da Palmares carrega na bagagem significativas contribuições à luta por justiça social para a maioria do povo brasileiro.

“Com mais de seis décadas em favor da formação humana, hoje temos João Jorge, filho dessa casa, retornando ao campus para receber essa honraria”. As palavras do reitor da Ucsal são indicativas de um passado que fundamenta o presente.

João Jorge é egresso do curso de Direito da Ucsal e abriu caminhos para o debate da negritude no ambiente acadêmico. E tem consciência disso. “Este é um momento que une emoção, conhecimento e a certeza de que um trabalho extraordinário foi realizado”, resumiu.

E ele se refere não apenas a esse começo, mas ao trabalho de uma vida.

“Agradeço a todas as pessoas da Bahia que nesses últimos 45 anos estiveram comigo nas ruas, nas tribunas, nos palácios. Não é fácil para alguém que nasce em um bairro pobre atravessar fronteiras falando de um mesmo assunto: justiça, direito e igualdade”, pontuou.

Foi uma noite de emoções e significados. A banda Olodum rufou os tambores; o intérprete Tonho Matéria cantou a Revolta dos Búzios; a família do presidente gravou mensagens de carinho, exibidas em vídeo.

E a Fundação Cultural Palmares celebra, porque sabe que seu presidente está no lugar certo, no momento certo, fazendo a coisa certa. Sob a cores inspiradoras do pan-africanismo.

Mesa sinalizou prestígio

Representações falam. E a mesa de abertura da solenidade de outorga do título ao presidente da Fundação Cultural Palmares depôs em favor dessa liderança negra:

Reitor Deivid Lorenzo; pró-reitoras Germana Pinheiro e Silvana Carvalho; grão-chanceler da Universidade, o arcebispo da Arquidiocese de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha; diretor-executivo da mantenedora da Universidade, Renilson Santos; secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades (Sepromi), Ângela Guimarães; Firmiane Venâncio, defensora da Bahia; e Djenane Santos, representando a Secretaria de Educação do Estado.

Quem é João Jorge

Entre as ações desse advogado e mestre em Direito Público (UnB) podem ser destacadas a fundação do “SOS Racismo – Bahia”; a mobilização para a inserção de direitos da população negra na Constituição da Bahia de 1989; e a articulação da campanha “Reparação Já”, pela implementação de políticas de ações afirmativas para os afrodescendentes no âmbito municipal, onde atuou também como gestor (presidente da Fundação Cultural Gregório de Mattos).

Luta. Importante frisar, ainda, o incansável esforço para tirar da invisibilidade os vultos negros que construíram parte significativa da história do Brasil, nos mais diferentes campos de luta, esferas de ação, âmbitos culturais e níveis de conhecimento humano. Representando o Movimento Negro Unificado (MNU), por exemplo, defendeu a inserção, na Câmara de Vereadores de Salvador, do herói Zumbi em sua galeria de personalidades.

Com a atenção voltada para o local, o nacional e o internacional, atuou, desde 1984, para disseminar as lutas dos negros por liberdade, como a Revolta dos Búzios, ocupando espaços estratégicos, como a Empresa Brasil de Comunicação/EBC (membro do Conselho Curador). Pan-africanista convicto, visitou, entre outros países/nações, Angola, África do Sul, Etiópia, Egito, Costa do Marfim, Ghana, Benin, Senegal e Estados Unidos da América.

Escritor, poeta, o baiano João Jorge Santos Rodrigues é referência, também, no campo da produção artístico-cultural, entre
outros, pelo trabalho à frente do Olodum, grupo de percussão afro-brasileiro, eternizado em “Olodum - estrada da paixão”, um dos livros de sua autoria – o outro é o festejado “Fala, negão!”

A banda da agremiação afro-brasileira Olodum animou a solenidade
A banda da agremiação afro-brasileira Olodum animou a solenidade


A família de João Jorge Santos Rodrigues prestigiou a celebração
A família de João Jorge Santos Rodrigues prestigiou a celebração
Cultura, Artes, História e Esportes

Fundação Palmares fortalece debate sobre igualdade racial

Seminário na UEPB destaca racismo estrutural e o papel da educação na luta antirracista
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Publicado em 28/08/2024 20h25 Atualizado em 11/09/2024 11h14

A Fundação Cultural Palmares, em parceria com o Ministério da Cultura e o Governo do Estado da Paraíba, apoiou o XIII Seminário Agosto para Igualdade Racial, realizado no campus Campina Grande da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

O seminário reuniu vozes influentes da luta antirracista e pela igualdade racial no Brasil. Com uma programação rica e diversificada, foram discutidos temas cruciais como o racismo estrutural, a intolerância religiosa e a desigualdade de gênero e raça.

Entre os pontos altos do evento estiveram as palestras do Dr. Ivanir dos Santos, Pós-Doutor em História Comparada pela UFRJ, que abordou "Racismo Estrutural e Intolerância Religiosa", além da "Gira de Diálogos: Mulheres Negras e Desigualdade de Raças, Gênero e Classe", que contou com a mediação de acadêmicos e ativistas.

“O racismo estrutural é uma ferida aberta na nossa sociedade, que precisa ser enfrentada com educação, cultura e resistência. A universidade tem um papel crucial como espaço de debate e transformação”, ressalta João Jorge, presidente da Fundação Cultural Palmares.

Ao sediar um evento dessa magnitude, a UEPB reafirmou seu compromisso com a promoção da diversidade e o combate ao racismo, consolidando-se como um agente de transformação social.

O apoio da Fundação Cultural Palmares simboliza um passo significativo na construção de uma sociedade que reconhece e valoriza suas raízes afro-brasileiras, reafirmando a importância de enfrentar as desigualdades raciais ainda presentes em nosso país.

A iniciativa é do professor e ativista da causa negra Jair Silva Ferreira.

Cultura, Artes, História e Esportes

Memória, reparação e reconstrução em debate na Bahia

Evento é preparatório do 9º Congresso Pan-africano, a ser realizado em Togo (África)
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Publicado em 29/08/2024 19h57
O presidente João Jorge foi reverenciado pelos integrantes da mesa de abertura da conferência
Ao lado de Zulu Araújo (E), o presidente João Jorge foi reverenciado pelos integrantes da mesa de abertura da conferência

A potência das falas não deixou dúvidas quanto aos propósitos e impactos da 6ª Conferência da Diáspora nas Américas, aberta nesta quinta (29), em Salvador/Bahia: sob a égide do movimento pan-africanista, reparar violências (físicas, simbólicas) e restituir aos africanos sequestrados e escravizados mundo afora o que lhes foi tomado.

Incluindo a memória, que precisa ser resgatada – e cultivada.

Mas não de forma a “criar um repositório sentimental estático”, como advertiu o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, na solenidade de abertura do encontro, na Reitoria da Universidade Federal da Bahia.

A memória deve ser elemento propulsor para a transformação de povos e nações africanas e diaspóricas, rumo à realização do direito humano ao desenvolvimento, que – considerou – é o grande tema do encontro.

O pensamento foi corroborado pela secretária de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, Ângela Guimarães, para quem preservar a memória coletiva, avançar na agenda da reparação e promover o pan-africanismo são parte de um só compromisso.

E ela o disse com a consciência de que o pan-africanismo é muito mais do que uma corrente política ou filosófica: “É a expressão concreta da nossa unidade enquanto povo, independentemente das fronteiras geográficas que nos separam”.

O MOVIMENTO. Importante pontuar que o movimento pan-africanista surgiu na década de 20, na América Central, nos EUA e no Caribe, agregando intelectuais da diáspora, como o sociólogo Du Bois e o ativista jamaicano Marcus Garvey.

Engrossando a fileira da resistência às amarras do colonialismo e do escravismo, artistas e músicos extraordinários, como a bailarina Josephine Baker e os músicos Louis Armstrong, Countie Basie, Duke Ellington e Ella Fitzgerald, entre outros. 

Uma dimensão que a ministra da Cultura, Margareth Menezes, fez questão de destacar, reafirmando a cultura como “elemento estratégico na promoção do crescimento econômico sustentável e no fortalecimento das políticas de memória, restituição e reparação”.

PALMARES. Muito aplaudida, lembrou o papel da Fundação Palmares, “que cumpre a missão de salvaguardar a memória da cultura afro-brasileira dentro do sistema do Ministério da Cultura”, ressaltando a liderança de seu presidente João Jorge Rodrigues.

Aliás, quase todos(as) à mesa mencionaram a liderança do presidente da Palmares. De Zulu Araújo, um de seus ex-presidentes, também. Esforço de cultivo da memória coletiva da luta pela igualdade racial, nítido no governo Lula.

Lembrando que a cultura é fonte de desenvolvimento econômico “e está no cerne da economia criativa”, resumiu: “O panafricanismo é um legado de liberdade, emancipação, democracia, justiça social e reparação”.

Um legado que continua pulsante, como se depreende da fala da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco: “Somos desafiados a cada dia a transformar a dor em resistência, a perda em força. E é isso que fazemos, é isso que sempre faremos”. 

Desafios constantes, atuais, como os que envolvem as relações entre a África e os territórios da diáspora – a sexta região africana. E que serão enfrentados “sob o signo luminoso do pan-africanismo”, como externado pelo reitor da Ufba, Paulo Miguez.

Miguez lembrou que existem atualmente, na Academia, 13 acordos de cooperação com instituições africanas de oito países — África do Sul, Angola, Benin, Guiné-Bissau, Moçambique, Namíbia, Nigéria e República do Congo.

Acordos que abrangem desde atividades de ensino de graduação e pós-graduação até pesquisa e extensão, promovendo a mobilidade de estudantes e docentes – esboço de um dos vários caminhos de fortalecimento dos “americanos” – ou africanos das Américas. 

Último a falar na abertura da conferência, o ministro de Relações Exteriores, Cooperação e Integração Africana, Robert Dussey, agradeceu publicamente, em nome do presidente da República Togolesa, ao Presidente Lula, pelo acolhimento da conferência. 

E fazendo um exame do processo de falsificação da história, que faz com que os negros desacreditem em sua produção intelectual, garantiu: “Na origem estava o negro!”. E prometeu: “Amanhã também estará o negro”!

Foi ovacionado.

Etapa preparatória

Primeira a ser realizada fora da África, a 6ª Conferência da Diáspora Africana nas Américas é etapa preparatória para o 9º Congresso Pan-Africano, que ocorrerá no Togo de 29 de outubro a 2 de novembro de 2024, sob o tema "Renovação do Pan-Africanismo e o Papel da África na Governança Global: Mobilizar Recursos e Reinventar-se para Agir".

O Brasil, que possui a maior população negra fora da África e acumula duas décadas de políticas voltadas para a promoção da igualdade racial, foi escolhido pelo Alto Comitê Ministerial da União Africana sobre a Década das Raízes Africanas e da Diáspora para sediar o encontro.

Organizada pela União Africana e governo do Togo, em parceria com o Governo Federal e o Governo do Estado da Bahia, com o apoio da Universidade Federal da Bahia e do Instituto Brasil-África, reúne representantes de mais de 50 países, entre chefes de governo e de estado e lideranças da sociedade civil.

As atividades do primeiro dia da conferência aconteceram, pela manhã, na Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Após a abertura, aconteceram diálogos temáticos e vivências culturais afro-brasileiras, com palestras de:

  • Dr. Gnaka Lagoke (pan-africanismo). Professor assistente de História na Lincoln University, fundador da Africa Alliance for the 21st Century e especialista em conferências internacionais e atividades comunitárias.
  • Dra. Helena Theodoro (memória). Professora visitante no Programa de Pós-Graduação em Filosofia do IFCS/UFRJ e cátedra Maria Firmina dos Reis no CBAE/UFRJ, com destaque na pesquisa e divulgação da cultura afro-brasileira e dos direitos humanos.
  • Dra. Thula Pires (memória). Doutora em Direito Constitucional pela PUC-Rio, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direito e NIREMA, com foco em temas ladino-amefricanos e afrodiaspóricos.
  • Dra. Barryl Biekman (Reparação e restituição). Ativista e política formada em pedagogia pela Rijksuniversiteit Leiden, coordenadora de projetos entre Suriname e Haia e presidente do Landelijk Platform Slavernijverleden.
  • Yolian Ogbu (reconstrução). Ativista jovem e estudante de Ciência Política e Comunicação na Universidade do Norte do Texas, com ênfase em engajamento cívico entre jovens e mulheres.

À tarde, coordenadas pelo presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues, aconteceram visitas guiadas à Sociedade Protetora dos Desvalidos; à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e ao Museu Nacional de Cultura Afro-brasileira. Na sexta (30), as atividades ocorrem no Hotel da Bahia.

Cultura, Artes, História e Esportes

Conferência debate cultura e justiça social em Salvador

Evento reúne líderes globais para avançar no combate ao racismo estrutural
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Publicado em 29/08/2024 20h22
Ao lado de Zulu Araújo (E), o presidente João Jorge foi reverenciado pelos integrantes da mesa de abertura da conferência
Ao lado de Zulu Araújo (E), o presidente João Jorge foi reverenciado pelos integrantes da mesa de abertura da conferência

Em Salvador, onde a cultura afro-brasileira se manifesta de maneira vibrante e envolvente, a Conferência da Diáspora Africana nas Américas trouxe discussões essenciais sobre panafricanismo, memória coletiva e reparações. A cidade, conhecida por seu espírito acolhedor e celebrações culturais, transformou-se em um espaço global de reflexão e ação. 

O evento começou com a apresentação da dançarina Tânia Bispo e do músico Gilberto Gil Santiago. Eles celebraram a herança ancestral com a coreografia "Linha Ancestral", convidando todos a se reconectar com suas raízes e renovar o compromisso com a justiça social. 

Líderes de cerca de 50 países africanos e das Américas destacaram a importância de fortalecer os laços entre o continente africano e suas diásporas. A secretária Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Ângela Guimarães, ressaltou a necessidade de ações concretas para promover a justiça social.  

“Reunidos hoje sob o tema do panafricanismo, memória e reparações, somos convidados a refletir sobre nosso passado e traçar caminhos para um futuro de igualdade e prosperidade”, afirmou. 

Guimarães também sublinhou o papel de João Jorge, presidente da Fundação Cultural Palmares, na defesa das causas afro-brasileiras. "João Jorge é um líder incansável, cuja dedicação à causa afro-brasileira tem sido uma inspiração para todos nós," destacou. 

CONEXÃO. Reconhecer a diáspora como a sexta região africana implica um compromisso com a história compartilhada de resistência e conquistas. Essa conexão transatlântica se fortalece não apenas pela cultura, mas também pelas alianças políticas e econômicas. 

A diáspora africana foi discutida como uma dimensão que transcende fronteiras geográficas, funcionando como uma extensão viva do continente africano. O encontro reafirmou a importância da diáspora como força política e cultural que molda a identidade africana global. 

O reitor da Universidade Federal da Bahia, Paulo Miguez, destacou o papel da instituição em criar pontes culturais e científicas entre o Brasil e a África. “Sob o luminoso signo do pan-africanismo, nos debruçamos sobre os grandes desafios que envolvem as relações entre a África e nós, os territórios da diáspora,” ressaltou. Ele enfatizou o compromisso da Ufba em contribuir ativamente para uma troca rica de conhecimento e cultura. 

ONU. A proposta do Brasil para a criação do 18º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS-18) pela ONU também foi um tema abordado. Voltado ao combate ao racismo e à promoção da igualdade étnico-racial, o ODS busca eliminar a discriminação racial e garantir direitos para as comunidades afrodescendentes. Esta iniciativa inovadora tem o potencial de se tornar uma ferramenta essencial na luta global contra o racismo. 

João Bosco Monte, presidente do Instituto Brasil África (Ibraf), destacou a necessidade de integração entre as nações africanas e suas diásporas. “Nosso privilégio e nossa responsabilidade são juntar pessoas diferentes em torno de um ideal comum: a integração,” declarou. Ele enfatizou que, por meio da união de esforços, é possível transformar desafios em oportunidades, promovendo o desenvolvimento sustentável e inclusivo. 

Outro ponto relevante da conferência foi a ênfase na cooperação científica e tecnológica. Os participantes sublinharam que a troca de conhecimentos entre os continentes é vital para superar os desafios econômicos e sociais. Essa cooperação pode promover avanços significativos em áreas como saúde, educação e inovação, impulsionando o desenvolvimento sustentável das nações envolvidas. 

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Silvio Almeida, reforçou a necessidade de uma nova governança global inclusiva. “Não haverá governança global sem a participação dos países da diáspora. Uma governança global que não nos inclua é uma governança que abre caminho para o fascismo,” afirmou.  

PALMARES. Almeida também mencionou a grande admiração por João Jorge, reconhecendo sua dedicação em preservar a cultura afro-brasileira. "João Jorge é um amigo, irmão e um grande mestre, que nos ensina sobre a importância de resistir e transformar," acrescentou. 

O ministro defendeu uma abordagem de direitos humanos que vá além de uma pauta moral, focando em bases materiais e concretas para promover a justiça social. Ele destacou a urgência de incluir as vozes negras na construção de um modelo de governança global que seja verdadeiramente democrático e inclusivo. 

A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, sublinhou o poder transformador da cultura na promoção da equidade e reparação. “A cultura é a nossa maior ferramenta de luta e transformação, reforçando nosso orgulho e nossa história,” declarou.  

Ela assinalou a importância de João Jorge na promoção da cultura afro-brasileira e na reconstrução das políticas culturais e conclamou:. “Convido todos a visitarem a nova sede da Fundação Cultural Palmares em Brasília, um marco de resistência e revitalização cultural”. 

Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial, emocionou o público ao falar sobre resiliência e a luta contínua contra o racismo. “O exercício de recordar e conhecer o passado é, também, um componente essencial na luta pela justiça. É uma chama que devemos manter acesa, iluminando o nosso presente e projetando um futuro de dignidade para todas as pessoas,” afirmou Franco. 

Ela também destacou a importância de se reconhecer o papel de lideranças e citou João Jorge. “Para entender o tamanho da missão que carregamos aqui, João Jorge, precisamos olhar para o futuro com a memória que temos trabalhado, mas também saber onde estamos e por que estamos nessa missão,” acrescentou Anielle. Ela enfatizou que esta é uma missão que exige ocupar e transformar espaços historicamente negados. 

Franco reforçou a necessidade de construir um novo caminho de justiça e igualdade para todos, sem esquecer as lutas passadas e o trabalho árduo que ainda está por vir. Ela chamou a atenção para a urgência de políticas públicas que reflitam essa jornada coletiva de resistência e esperança. 

O ministro de Relações Exteriores do Togo, Robert Dussey, encerrou a conferência com um apelo à união e à ação coletiva. "Estamos aqui para afirmar nossa dignidade e construir um futuro que celebre nossa diversidade," disse Dussey. Ele enfatizou que, somente através da cooperação e solidariedade, será possível superar os desafios impostos pela história e avançar em direção a um futuro mais justo. 

Dussey reforçou, ainda, a importância de construção de redes econômicas e culturais robustas entre a África e suas diásporas. Ele destacou que essas parcerias são cruciais para a emancipação e o desenvolvimento coletivo das nações envolvidas. 

A conferência, marcada por discursos poderosos e reflexões profundas, reafirmou o compromisso dos países participantes com o panafricanismo, a justiça social e a promoção da igualdade racial.  

O encontro em Salvador foi um marco histórico, simbolizando um passo significativo na luta pela reparação e pela memória coletiva dos povos africanos e suas diásporas. Mais do que um evento, a conferência representou um compromisso renovado com a construção de um futuro de igualdade e dignidade para todos.

Cultura, Artes, História e Esportes

Seja protagonista na celebração do 20 de novembro

Participe do edital da Fundação Cultural Palmares e impulsione ações que valorizem a cultura afro-brasileira e promovam a inclusão
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Publicado em 30/08/2024 13h55 Atualizado em 06/11/2024 11h40

A Fundação Cultural Palmares está de portas abertas para novas ideias! Você já está por dentro do Chamamento Público - Manifestações Político-Culturais 20 de Novembro - Zumbi e Dandara dos Palmares?

Este edital convida organizações da sociedade civil (OSCs) a apresentarem propostas inovadoras para celebrar o Dia Nacional da Consciência Negra.

Chegou a hora de participar de um movimento que fortalece a Cultura Afro-Brasileira e promove a Igualdade Racial, por meio de ações educativas e culturais que ressoarão em todo o Brasil.  

Estamos procurando iniciativas que destaquem a representatividade, promovam a inclusão de mulheres e pessoas LGBTQIA+, e que incentivem a economia criativa através de eventos como feiras, exposições, mostras e workshops.

As OSCs selecionadas poderão receber R$ 50.000,00 para desenvolver seus projetos durante novembro e dezembro de 2024.  

Não se esqueça que as propostas devem incluir ações educativas, como oficinas, palestras e debates, que promovam o conhecimento e o respeito pela cultura afro-brasileira.

Podem participar do edital entidades privadas sem fins lucrativos, sociedades cooperativas e organizações religiosas dedicadas a atividades de interesse público e social.  

As inscrições estão abertas a partir do dia 02 de setembro, e vão até o dia 1º de outubro de 2024. As propostas devem ser enviadas exclusivamente pela plataforma Transferegov.br.

Aproveite esta chance para dar visibilidade ao seu trabalho, fortalecer redes comunitárias e contribuir para uma sociedade mais diversa e plural, onde todas as vozes sejam ouvidas e celebradas.  

A Fundação Cultural Palmares está pronta para apoiar iniciativas que tragam mudanças significativas e concretas. Venha fazer a diferença e celebre com a gente!

Acesse o edital completo e obtenha mais informações no portal da Fundação Cultural Palmares ou na plataforma Transferegov.br.  

Inscreva-se agora e amplifique as vozes da diversidade!

Leia abaixo o edital (regulamento) e seus anexos na íntegra:

Lista atualizada do Resultado Preliminar de Seleção

Retificação do calendário da fase de seleção do Edital 01/2024

Resultado preliminar de seleção

Retificação do Edital n.º 01/2024 de Chamamento Público Manifestações Político-Culturais, 20 de novembro-Zumbi e Dandara dos Palmares;


a) Edital 01/2024 - Manifestações Político-Culturais 20 de Novembro - Zumbi e Dandara dos Palmares;

b) Anexo I - Declaração de Ciência e Concordância;

c) Anexo II - Declaração sobre Instalações e Condições Materiais;

d) Anexo III - Declaração dos Arts. 26 e 27 do Decreto nº 8.726/2016, Do Art. 39 da Lei nº 13.019/2014, e Relação dos Dirigentes da Entidade;

e) Anexo IV - Modelo do Plano de Trabalho;

f) Anexo V - Roteiro para Elaboração da Proposta;

g) Anexo VI - Declaração de Regularidade Constitutiva e Prestação de Contas;

h) Anexo VII - Minuta do Termo de Fomento.

Contato:
Para mais informações e acesso ao edital completo, visite a página do Edital ou entre em contato através do e-mail editalmanifestacoesFCP2024@gmail.com.

Cultura, Artes, História e Esportes

6ª Conferência aprova “Carta de Salvador”

O documento contém propostas para superar os efeitos nefastos do escravismo
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Publicado em 30/08/2024 22h00 Atualizado em 17/09/2024 12h53
Plenária da 6ª Conferência aprovou a
Plenária da 6ª Conferência aprovou a Carta de Salvador

O segundo dia (30) da 6ª Conferência da Diáspora nas Américas foi de intenso debate, com “rodas de conversa” sobre pan-africanismo, memória, reconstrução, restituição e reparação – além de reuniões paralelas sobre temas diversos.

Divididos em quatro grupos de trabalho, os participantes aprofundaram questões relacionadas ao tráfico e à escravização de povos africanos, bem como às condições de seus descendentes, em diferentes nações da diáspora.

Ao final dos trabalhos, foi aprovada a “Carta de Salvador”, com recomendações para superar os efeitos perversos do escravismo – além de propostas de fortalecimento do movimento pan-africanista e de resgate da(s) memória(s) dispersa(s) pela diáspora.

A Fundação Cultural Palmares contribuiu significativamente para os debates, com destaque para o tema do pan-africanismo, que contou com a participação direta do presidente João Jorge Rodrigues e de um ex-presidente da instituição, Zulu Araújo.

Orientadas por textos-base e mediadas por especialistas e ativistas, as discussões estenderam-se por todo o dia, desaguando na plenária que aprovou a carta. A seguir, extratos das rodas de conversa que compuseram o documento.

Pan-africanismo

Um bom conceito para o pan-africanismo, proposto por Richard Santos, é processo. Processo de restauração da soberania política, econômica e cultural da África e de seus povos, tendo como valores liberdade, justiça, unidade, orgulho e dignidade.

É uma convergência das lutas travadas ao longo dos séculos pelo fim da escravidão, do colonialismo, do apartheid. Lutas travadas nos quilombos brasileiros, pelos insurretos do Haiti, nas revoltas dos Marrons.

É também a confluência de correntes que buscaram dar conta da articulação dos povos sequestrados, escravizados e espalhados pelo mundo: o movimento “Retorno à África”, o “Etiopianismo” e o “Pan-negroísmo”.

O pan-africanismo foi articulado por intelectuais de diferentes nações, no início do século XX, como o sociólogo Du Bois e o ativista jamaicano Marcus Garvey. No Brasil, o nome que mais identifica o movimento é o de Abdias Nascimento.

Ao longo das décadas, o pan-africanismo foi sendo reconfigurado, em função de afinidades ideológicas. Hoje, o imperativo é absorver exigências do século XXI, como a inclusão da maioria minorizada (caso do Brasil), a luta por reparações, a reafirmação da soberania africana.

É também fortalecer a filosofia ubuntu – palavra que, no idioma zulu, significa “eu sou porque somos”, o que, no âmbito do movimento, se pode traduzir por interdependência e unidade para o desenvolvimento integrado da África e de seus povos.

Como contribuição para a “Carta de Salvador”, o grupo de trabalho sobre o pan-africanismo propôs, entre outras coisas:

  • fortalecer o movimento do século XXI, pautado pela filosofia ubuntu e caracterizado pelo compromisso com o humanismo e pelo reconhecimento da unidade e circularidade cultural, espiritual e linguística entre os povos africanos e a diáspora – esta, composta por comunidades emigradas e pelas populações de origem africana radicadas em países de outros continentes;
  • transversalizar os ideais do pan-africanismo e da filosofia ubuntu nos esforços de reparação e de reforma de instituições internacionais, bem como na gestão de políticas públicas dos Estados, por meio do aumento da representatividade de países africanos em organizações e foros internacionais.

Moderadores da roda: Layla Brown e Zulu Araújo

Texto-base: Richard Santos

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Memórias

Oriundos de diferentes nações do continente africano, os povos negros foram dispersados pelo mundo – com eles, suas memórias. Memórias que formam uma espécie de colcha de retalhos, como conceituaram os autores do texto-base.

E esse complexo quebra-cabeças, ou código cultural, precisa ser decifrado e compartilhado, para que as mentiras contadas sobre o(s) povo(s) negro(s) sejam desmascaradas, e eles possam se reconhecer e resgatar sua força.

Os desafios são tão grandes quanto o continente africano, com suas múltiplas identidades, etnias, modos de vida, religiosidades, idiomas, organizações sociopolíticas, formas de expressão artístico-culturais. 

E uma questão que se coloca como central no debate é como identificar quais africanos(as) se encontraram em quais partes da do mundo – ou da diáspora – e criaram formas culturais que refletem suas origens.

É importante, como pontuado, saber quais negros foram levados de onde na África para onde no mundo atlântico, “para que se identifique as semelhanças e as conexões com outros(as) africanos(as) e afrodescendentes com base em raízes comuns”.

Enfim, o que se deseja é a formação de uma consciência pan-africana de orientação ubuntu, “uma consciência e uma identidade conectadas em geografias mundiais por múltiplas memórias africanas manifestadas em formas culturais que caracterizam a civilização planetária”.

E, para tanto, se propõe, entre outras coisas:

  • fortalecer e organizar circuitos acadêmicos, educacionais, culturais e políticos de diálogo e celebração da história compartilhada entre as populações africanas e a diáspora;
  • oferecer mais investimentos internacionais públicos e privados para pesquisas e atividades de preservação e divulgação do conhecimento sobre a história e a memória pan-africana, em particular sobre as conexões históricas entre a diáspora e o continente africano, com ênfase na influência de grupos étnicos e linguísticos específicos.

Moderadores: Gina Paige e Vilma Reis

Texto-base: Sheila Walker, Helena Theodoro e Thula Pires

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Reconstrução

Conhecer o passado para melhor construir o futuro – um exercício “contracolonial de compreensão do continente africano e da sua diáspora, defendendo o direito dos povos à memória”.

É o proposto, a partir do texto-base, pelos debatedores da roda, como forma de permitir “a ativação de memórias coletivas, comunitárias, que instrumentalizam os sujeitos como autores de suas próprias histórias”.

E essa ativação permite o questionamento de métodos, paradigmas e linguagem da academia ocidental, “provocando outras perspectivas para a elaboração de políticas de desenvolvimento para os cidadãos do continente africano e da diáspora”.

Esse, um dos sentidos de reconstrução proposto pelos conferencistas.

Os autores e debatedores lembram que “a condição de subdesenvolvimento de muitas nações ainda é consequência da pilhagem de tecnologias, inteligência e recursos naturais e econômicos perpetrada pelas metrópoles coloniais durante séculos”.

Dentro dessa compreensão, exigem que os países que se desenvolveram a partir da exploração das nações africanas promovam ações para “restaurar a dignidade desses povos, como anistia de dívidas e transferência de tecnologias”.

Outra dimensão de reconstrução debatida na roda de conversas diz respeito à “conexão das condições materiais daqueles que estão na diáspora africana com aqueles que estão no continente africano”.

E isso, de acordo com os estrategistas, “requer uma reformulação do movimento pan-africano dentro das estruturas da economia política e do capitalismo racial global em geral, considerando os distintos operadores de segregação”.

Para tanto, é necessário que se pense a partir do paradigma afrocêntrico, restabelecendo “uma teoria do subdesenvolvimento que tenha como referência uma análise de classe dos povos africanos em escala global”.

Lembrando que “as massas africanas em todo o mundo se encontram repetidamente na base da pirâmide”, propõe-se a reconstrução não apenas no sentido cultural decolonial, mas de “transformação fundamental do Estado e da economia global”.

“O combate ao racismo precisa estar pautado transversalmente e deve considerar a interseccionalidade de gênero, classe e raça, especialmente quando mulheres estão na base das pirâmides sociais”, dizem.

E, “a fim de romper as relações de exploração históricas, num movimento em prol de um mundo livre e justo”, recomendam:

  • criar políticas de desenvolvimento sustentável que prevejam estratégias de reconstrução para as nações afetadas pelo capitalismo predatório, incluindo: a reestruturação das matrizes energéticas, com desenvolvimento de fontes renováveis e seguras; produção eficiente de alimentos e programas de combate à fome e à insegurança alimentar; estratégias ampliadas de saúde que considerem especificidades epidemiológicas da diversidade dos países e permitam ações de prevenção e erradicação de doenças;
  • fortalecer a cooperação internacional em projetos de cooperação educacional e acadêmica dedicados aos vínculos entre o continente africano e a diáspora, bem como em projetos e iniciativas de promoção da igualdade de gênero e de acesso digno à saúde e à habitação.

Moderadores: Brenda Foreman e Matilde Ribeiro

Texto-base: Yolian Ogbu e Miriam Reis

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Restituição e reparação

Nesse grupo, foi discutido o disposto na Declaração de Durban e seu Programa de Ação (ONU 2001). Um, reconhecendo a escravidão e o comércio de negros(as) como grandes tragédias da história da humanidade; outro, recomendando ações de reparação.

Observando também os princípios da resolução 60/147 de 16 de dezembro de 2005 da ONU, os debatedores destacaram o tema da restituição como uma dimensão da reparação, que inclui repatriação, compensação, satisfação, reabilitação e não repetição.

Debateu-se, ainda, o disposto em relatórios, cartas, declarações e outras narrativas e normas multilaterais, além da “Agenda 2063”, da União Africana, que contém um plano estratégico para o desenvolvimento econômico e social da África.

E considerando que “a reparação é um processo compensatório, pelas injustiças históricas oriundas do período de escravidão, de colonização, e que a discriminação sistêmica continua a afetar as populações afrodescendentes e africanas”, recomendou-se:

  • criar fundos de reparação financiados por governos e instituições que historicamente se beneficiaram da exploração de povos africanos para a restituição de bens culturais, recursos naturais e outros patrimônios que foram destruídos ou injustamente tirados dos(as) africanos(as) e de seus descendentes, com a criação de um observatório do patrimônio material e imaterial em rede;
  • por meio de fundos internacionais e nacionais, promover o desenvolvimento econômico, a educação e a saúde de africanos e afrodescendentes, combatendo o racismo institucional e a afrofobia, e promovendo a equidade racial dos povos em situação de vulnerabilidade, tanto nos países africanos quanto na diáspora;
  • constituir redes de cooperação, de pesquisa e parcerias entre instituições e comunidades em diferentes países dos continentes africano e da diáspora, para compartilhar e produzir pesquisas, conhecimentos, recursos e estratégias de desenvolvimento pautadas pela filosofia ubuntu.

Moderadores: Akil Khalfani e Vanderlei Pinheiro

Texto: Barryl Biekman e Jardelina Bispo do Nascimento

Confira, no link, a íntegra da "Carta de Salvador": https://www.gov.br/igualdaderacial/pt-br/assuntos/copy2_of_noticias/carta-de-recomendacoes-da-conferencia-da-diaspora-africana-nas-americas-traz-compromisso-coletivo-com-a-igualdade/copy_of_CartaRecomendacoes_Conferencia_Diaspora_Africana_Americas_2024_PORTUGUS_FINAL1.pdf

O presidente da Fundação Palmares, no grupo de discussão sobre o pan-africanismo
O presidente da Fundação Palmares, no grupo de discussão sobre o pan-africanismo

O presidente da Fundação Palmares, no grupo de discussão sobre o pan-africanismo
O presidente da Palmares, em uma das reuniões paralelas da conferência, para tratar do fortalecimento das agremiações afro-brasileiras

Cultura, Artes, História e Esportes

Conferencistas firmam compromisso com justiça social

Sessão de encerramento da conferência validou propostas da “Carta de Salvador”
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Publicado em 31/08/2024 18h35 Atualizado em 31/08/2024 18h43
O presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues, sentou-se à mesa de encerramento da conferência
O presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues, sentou-se à mesa de encerramento da conferência

Representantes de mais de 50 países legitimaram o disposto na “Carta de Salvador”, encerrando oficialmente a 6ª Conferência da Diáspora Africana nas Américas, neste sábado (31), no Centro de Convenções da Bahia.

A carta foi entregue simbolicamente a autoridades do Brasil, do Togo e da União Africana, que presidiram a sessão governamental do encontro: os ministros das Relações Exteriores dos dois países, Mauro Vieira e Robert Dussey; e a vice-comissária da UA, Monique Nsanzabaganwa.

O documento só será publicizado nos próximos dias, mas representantes da sociedade civil do Brasil e de países africanos e da diáspora destacaram alguns dos pontos mais importantes, também sublinhados por autoridades presentes.

AÇÃO. O tom dos pronunciamento pode ser medido, entre outras, pelas palavras de Ivete Sacramento, titular da Secretaria Municipal de Reparação de Salvador: “Tudo que tínhamos de construir em termos acadêmicos já foi construído. Agora, é agir”.

Em consonância com essa perspectiva, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, ressaltou, entre outras propostas estruturantes, o compromisso com o tema da restituição: a criação de um fundo global de reparações.

Mas foram muitas e muitas falas. Parte significativa delas, e dentro da filosofia ubuntu, reiterando a importância de se adotar recomendações de documentos anteriores, como a Declaração de Durban e seu Plano de Ação.

PALMARES. Foi momento também de reafirmar o compromisso do Brasil e do Governo Lula com a justiça social e o ideal democrático, como ressaltado pela ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes.

A autoridade brasileira aproveitou para compartilhar a alegria pelo ressurgimento de uma das mais importantes instituições de promoção da cultura negra do País, a Fundação Cultural Palmares, asfixiada, como disse, no (des)governo passado.

Como forma de marcar a importância da reestruturação da entidade para o povo negro brasileiro, o presidente da Palmares, João Jorge Rodrigues, foi convidado a sentar-se à mesa de fechamento dos trabalhos da conferência.

SIMBOLISMOS. Foram muitos, os simbolismo expressos nesses três dias de encontro – ele próprio, indicador do compromisso com os afrodescendentes da diáspora, como pontuou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Compromisso reiterado pelo governador do estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues, assinalando que a conferência não foi/é um evento isolado, mas uma estratégia de articulação com os países africanos e diaspóricos.

Rodrigues advertiu também que a Bahia não estava apenas sediando o conclave multilateral, mas “compartilhando uma responsabilidade histórica”, no dia em que se celebra os 23 anos da conferência de Durban.

E, não coincidentemente, o “Dia Internacional das Pessoas Afrodescendentes”.

Dia de afirmar a dignidade do povo negro, como salientado por Monique Nsanzabaganwa. E de, num espaço “de resistência e ressignificação”, construir um futuro que celebre a diversidade da África e da diáspora, ampliando o potencial de suas gentes.

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Década da Diáspora Africana

A União Africana declarou os anos de 2021 a 2031 como "Década das Raízes e da Diáspora Africanas". E entre os eventos de celebração, está o 9º Congresso Pan-africano, a ser realizado em Togo, em 29 de outubro próximo.

Para sua preparação, foram organizadas seis convenções regionais, uma de cada região africana (meridional, setentrional, central, oriental, ocidental e diáspora). A realizada em Salvador foi a 6ª conferência.

Durante três dias, o conclave de Salvador debateu sobre pan-africanismo, memória, reconstrução, restituição e reparação, com vistas a elaborar propostas para reparar os efeitos do racismo contra o povo negro.

A cidade foi escolhida pela União Africana como sede do encontro por ser a mais negra do Brasil – país que, aliás, abriga a maior população afrodescendente fora da África: cerca de 56% da população, quase 120 milhões de brasileiros, declaram-se afrodescendentes.

O estreitamento dos laços entre o Brasil e os países do continente africano é meta do presidente Lula, que, em fevereiro último, discursou na cerimônia de abertura da 37ª Cúpula da União Africana.

E os números são ilustrativos dessa política de aproximação: o valor do intercâmbio comercial do Brasil com países africanos é de US$ 20,4 bilhões, sendo US$ 13,2 bilhões de exportações brasileiras, com saldo de US$ 6 bilhões.

O congresso em Salvador foi organizado pela União Africana e pelo Togo, em parceria com o governo federal e o estado da Bahia, com apoio da Universidade Federal da Bahia e do Instituto Brasil-África.

O diretor da Fundação, Nelson Mendes, participou dos debates
O diretor da Fundação, Nelson Mendes, participou dos debates
A diretora da Palmares, Flávia Costa, no sessão governamental do encontro
A diretora da Palmares, Flávia Costa, no sessão governamental do encontro
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, celebrou o renascimento da Palmares
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, celebrou o renascimento da Palmares
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, ressaltou a importância simbólica da  conferência
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, ressaltou a importância simbólica da conferência
O governador Jerônimo Rodrigues reiterou o compromisso da Bahia com a pauta da diáspora
O governador Jerônimo Rodrigues reiterou o compromisso da Bahia com a pauta da diáspora
Cultura, Artes, História e Esportes

Brasil e Colômbia fortalecem relações bilaterais

Ministra da Cultura e presidente da Palmares reúnem-se com autoridade colombiana
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Publicado em 05/09/2024 16h22

Os ministérios da Cultura do Brasil e da Colômbia realizam reuniões em São Paulo, nesta quinta (05), na perspectiva de fortalecer o intercâmbio cultural entre os dois países – o que inclui as manifestações afro-brasileiras.

O diálogo entre os titulares dos ministérios, Margareth Menezes e Juan David Correa, dá continuidade às tratativas iniciadas durante a 36ª edição da Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBo), em abril último.

Debater os planos nacionais do livro e da leitura sob as perspectivas do Brasil e da Colômbia é um dos objetivos do encontro, realizado no Distrito Anhembi, onde ocorre a 27ª Bienal do Livro de São Paulo.

Aberta ao público de amanhã (6) a 15 de setembro, a bienal abrigou o seminário “Políticas públicas de livro e leitura”, para debater o tema de interesse da Colômbia, que prevê ainda iniciativas de mobilidade e residência entre os países.

PALMARES. Além da ministra da Cultura, participam das negociações com a governo colombiano o presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues, e a presidente da Funarte, Maria Marighella.

A reunião com o presidente da Palmares ocorre no Museu Afro, no Ibirapuera, em consonância com o objetivo de incentivar o intercâmbio de manifestações culturais de matriz africana entre as duas nações.

Após a reunião, foi realizada uma visita guiada ao museu, uma vez que há interesse do país vizinho em conhecer a experiência brasileira e gerar acordos de cooperação técnica para criação de equipamento similar na Colômbia.

RETOMADA. Aconteceram ainda reuniões com artistas e gestores culturais colombianos sediados no Brasil e outras atividades vinculadas à Bienal, coroando de êxito a retomada das relações bilaterais entre os dois países.

Importante lembrar que o Brasil foi o convidado de honra da 36ª FILBo, que contou com a presença dos presidentes da República do Brasil e da Colômbia, Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro, e da ministra Margareth Menezes, entre outros.

Cultura, Artes, História e Esportes

Palmares canta, conta e dança!

Roda de conversa Abdias Nascimento e lançamento de livros abre projeto
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Publicado em 06/09/2024 10h36 Atualizado em 11/09/2024 18h24

A Fundação Cultural Palmares inaugura, no próximo dia 27, o projeto Palmares canta, conta e dança, com a realização da Roda de conversa Abdias Nascimento e o lançamento de três livros sobre cultura afro-brasileira.

O primeiro deles é "Sitiado em Lagos: autodefesa de um negro acossado pelo racismo", de Elisa Larkin Nascimento, viúva do poeta, escritor, dramaturgo e ativista pan-africanista que dá nome à roda de conversas do projeto.

"O paradoxo africano – entre riquezas e misérias", de Boaz Mavoungou, e "Mãe da liberdade: a trajetória da Ialorixá Hilda Jitolu", de Valéria Lima, completam o rol dos eventos literários do primeiro eixo da iniciativa.

RODA DE CONVERSA. Ponto alto do eixo “conta” do projeto, a Roda de conversas Abdias Nascimento tem como objetivo promover reflexões sobre as experiências afro-brasileiras e africanas, a partir de narrativas literárias.

É uma oportunidade para o público travar diálogos sobre negritude, conhecer obras literárias vinculadas à temática, interagir com escritores e artistas e vivenciar um espaço cultural que celebra a igualdade e a resistência. 

Desse eixo, constam também performances teatrais, exposições de artes visuais e exibição de vídeos e filmes sobre diversas temáticas afro-brasileiras, em diferentes formatos, em datas a serem divulgadas.

OUTROS EIXOS. Palmares canta, conta e dança, criado pelo Departamento de Fomento à Cultura da fundação, visa ressignificar o espaço multicultural Mário Gusmão, dando concretude à Casa da Cultura Afro-brasileira.

Nos outros dois eixos do projeto (“canta” e “dança”), coordenado pelo diretor Nelson Mendes, estão previstos solos de dança e shows musicais vinculados às vozes, histórias e expressões da cultura afro-brasileira.  

Dia 27, a partir das 14h30, junte-se a nós nessa celebração, e reafirme o compromisso com a história da cultura afro-brasileira!

Programação

14h00 – Recepção do público

14h30 – Abertura do Projeto Palmares Canta, Conta e Dança, com fala de Nelson Mendes, presidente substituto da Fundação Cultural Palmares

14h50 – Exibição de vídeo sobre Abdias Nascimento

15h00 – Coffee break

15h30 – Palavras dos autores das obras literárias em lançamento

16h15 – Diálogo dos autores com o público

17h00 – Sessão de autógrafos e Ajeum* de Cosme e Damião

18h00 – Encerramento

Serviço

Data: 27 de setembro de 2024

Local: Espaço Mário Gusmão da Casa da Cultura Afro-brasileira (sede da Fundação Cultural Palmares)

Endereço: Setor de Autarquias Sul - Quadra 2 - Asa Sul - Brasília/DF - CEP: 70.070-020

Horário: das 14h00 às 18h00

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*Ajeum é a contração das palavras awa (nós) e jeun ou jé (comer), que se pode traduzir por "comer juntos". No candomblé, significa a reunião de uma comunidade em torno de um alimento comum.

Cultura, Artes, História e Esportes

Dia de resgatar a história de luta dos negros

E lembrar que a Independência do Brasil foi um processo coletivo e multirracial
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Publicado em 06/09/2024 16h29

O 7 de setembro é um marco da(s) luta(s) dos brasileiros pela liberdade – brasileiros brancos, negros, amarelos. E a data é uma oportunidade de contar um pouco essa história, resgatando da invisibilidade o protagonismo dos não-brancos.

As batalhas pela libertação dos brasileiros do jugo português se confundem com as lutas pelo fim da escravidão contra os povos negros e do extermínio dos indígenas, como a Inconfidência Mineira e a Revolta dos Búzios.

Foram muitos, os movimentos populares que desaguaram na Independência do Brasil, em 1822. Um processo coletivo, que a historiografia oficial centra na figura de D. Pedro I, representante da elite branca.

PAUTAS. Um pouco da história da Revolta dos Búzios, a título de ilustração: também conhecida como Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates, aconteceu em 1798, e foi um movimento de caráter multirracial e de variadas pautas.

Os revoltosos reivindicavam não só a independência de Portugal, mas o fim da escravização e a igualdade social. Havia muitos negros, como João Deus Nascimento e Luiz Gonzaga das Virgens, mas brancos e indígenas também.

Historiadores e cientistas políticos acusam a ausência da perspectiva da população negra no processo de independência do país como uma séria lacuna, que apaga a contribuição dos afrodescendentes e empobrece a história de luta do povo brasileiro.

O movimento negro no Brasil segue resgatando essa história e lembrando que a luta pela liberdade é muito mais antiga e complexa do que as narrativas baseadas em heróis patrióticos oriundos da elite branca do País.

Cultura, Artes, História e Esportes

Palmares desenvolve Programa de Qualidade de Vida

Comissão criada para desenvolver a iniciativa reuniu-se nesta sexta (6)
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Publicado em 06/09/2024 16h49

A Fundação Cultural Palmares irá desenvolver, pela primeira vez, o Programa de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). Para tanto, formou e reuniu, nesta sexta (06), sua comissão de implementação.

A comissão irá estruturar uma agenda interna, com vistas a implementar ações de melhoria das condições de trabalho para seus colaboradores, com base no decreto n° 11.203, de 21 de setembro de 2022.

Entre as atividades de gestão pensadas para o grupo está a aplicação de ferramentas de avaliação de resultados e a criação de relatórios periódicos, que irão nortear o desenvolvimento do programa.

A comissão também será responsável pela criação de mecanismos de participação e feedback contínuos, além da criação de um banco de talentos, composto por colaboradores que se destacarem na execução de suas ações.

A medida faz parte de um movimento mais amplo de institucionalização do cuidado com os trabalhadores, com foco na valorização, saúde e bem-estar dentro do ambiente de trabalho.

A comissão: Antônio Marcos (DFP); Carlos Eduardo (coordenador da CGI); Denilton Leal (procurador federal); Mariana Abreu (gabinete da presidência); Marco Antônio Evangelista (CGE); Osvaldo de Jesus (coordenador de Gestão de Pessoas); Valéria Cunha (DFP) e Vanessa Félix (CNIRC).

Cultura, Artes, História e Esportes

Casa da Cultura Afro-brasileira recebe estudantes mineiros

A Fundação Palmares inaugura o calendário de ações e estende o convite a outras escolas
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Publicado em 17/09/2024 12h31 Atualizado em 18/09/2024 09h12
Durante a visita, os estudantes conheceram o acervo do Espaço Mário Gusmão
Durante a visita, os estudantes conheceram o acervo do Espaço Mário Gusmão

Inaugurada oficialmente em 22 de agosto último, a Casa da Cultura Afro-brasileira – ressignificação da Fundação Cultural Palmares –, abriu, na última sexta-feira 13, seu calendário de atividades, com a visita de alunos da Escola Estadual Monsenhor Mendes, de Chapada do Norte/MG.

Durante a visita, os estudantes tiveram a oportunidade de explorar os diferentes espaços do centro multicultural, incluindo a sala de reuniões Abdias Nascimento, onde foi apresentado o projeto “Memória Ancestral”, série de podcasts que começarão a ser exibidos em outubro próximo.

A comitiva mineira percorreu, ainda, as instalações da Biblioteca Oliveira Silveira, onde puderam conhecer parte do acervo da Fundação Palmares – posto sob risco no governo passado, que tentou dar fim a mais de 5 mil títulos, mas resgatado e enriquecido pela atual gestão do órgão.

Quilombo Mesquita. Os alunos conheceram também o Espaço Mário Gusmão, salão multiuso da casa, onde assistiram "Chão que piso", documentário que conta a história do Quilombo Mesquita, localizado na Cidade Ocidental/GO, no entorno do Distrito Federal e distante cerca de 60 km do centro de Brasília.

Com 26 minutos de duração, o vídeo destaca a relação entre os quilombolas e o território por eles ocupados, alvo de ameaça da especulação imobiliária, que avança sobre ela, desmatando-a, reduzindo sua área verde, dilapidando-a e ameaçando os valores culturais da comunidade.

Livros. Outro momento marcante da visita foi a doação de 400 exemplares do livro paradidático "O que você sabe sobre a África?" para a Escola Estadual Monsenhor Mendes e outras escolas parceiras da região, abrangendo tanto o ensino fundamental quanto o médio.

A doação é revestida de significado, uma vez que a Fundação Palmares tem como missão preservar e valorizar a cultura afro-brasileira, utilizando-a como ferramenta de combate o racismo em todas as faixas etárias, devendo ser pautado nas escolas, com uma agenda que promova a consciência sobre a diversidade e a história afro-brasileira.

A coordenadora Cida Santos, do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da Palmares, destacou a importância de iniciativas voltadas para a educação étnico-racial, ressaltando a implementação e o monitoramento da lei 10.639/03, que obriga a inclusão da temática "História e Cultura Afro-brasileira" nas escolas de ensino médio e fundamental.

Convite! O encontro com os estudantes mineiros reforça o papel fundamental da Fundação na promoção da cultura e memória negra no Brasil, gerando reflexões e fortalecendo o engajamento das novas gerações na luta pela superação do racismo. Quer trazer sua turma para conhecer a Casa da Cultura Afro-brasileira em Brasília?

Agende uma visita pelo e-mail espacomariogusmao@palmares.gov.br

Estamos esperando por vocês!

Curiosidade ante os grilhões
Curiosidade ante os grilhões
Doação de 400 exemplares do livro O que você sabe sobre África?
Doação de 400 exemplares do livro O que você sabe sobre África?
Cultura, Artes, História e Esportes

Correios lançam selo em homenagem a Luiza Bairros

A ação celebra o legado da ex-ministra na luta pela igualdade racial
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Publicado em 17/09/2024 19h34 Atualizado em 18/09/2024 10h46
O presidente substituto da Palmares, Nelson Mendes, com a diretora Cida Santos (C) e a socióloga Vilma Reis
O presidente substituto da Palmares, Nelson Mendes, com a diretora Cida Santos (C) e a socióloga Vilma Reis

A Fundação Cultural Palmares marcou presença em um dos mais significativos eventos do governo no ano de 2024: a cerimônia de lançamento do Selo Luiza Bairros, nesta terça (17), no Palácio do Planalto.

O selo homenageia a socióloga Luiza Bairros, ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e uma das principais vozes do pensamento negro contemporâneo no Brasil.

Presidente substituto da Palmares, Nelson Mendes exaltou a iniciativa, que “reverencia a memória de uma grande ativista e intelectual do movimento negro e contribui para perpetuar a história de luta pela igualdade racial”.

Na mesma linha, Cida Santos, coordenadora da FCP, sublinhou o significado da homenagem, que “reconhece uma liderança, que prestou grandes serviços à elaboração de narrativas estruturantes dos direitos dos povos negros”.

MIR. O selo é fruto de parceria entre os Correios e o Ministério da Igualdade Racial (MIR), cuja ministra, Anielle Franco, exaltou a trajetória de Bairros, “uma intelectual à frente de seu tempo, defensora incansável das cotas raciais e das ações afirmativas”.

Representando a família, a sobrinha de Luiza Bairros, Fernanda Bairros, destacou a importância da homenagem a alguém que “dedicou a vida à luta pela igualdade racial e ao enfrentamento do racismo”.

O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, falou a honra de preservar o legado de Luiza Bairros, ressaltando o compromisso da empresa em valorizar a contribuição de mulheres negras para desenvolvimento do Brasil.

Fabiano franqueou a palavra para a também socióloga Vilma Reis (cuja trajetória tem muitos pontos de intersecção com a de Bairros), que destacou a falta que faz a companheira de luta, falecida em 2016. 

A solenidade foi prestigiada pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, além dos dirigentes da Palmares, numa demonstração de compromisso com a luta por igualdade racial, justiça social e na valorização das mulheres negras.

Quem foi. Durante o período à frente da Seppir, entre 2011 e 2014, Luiza desempenhou papel essencial na implementação de políticas públicas, como as cotas raciais nas universidades e no serviço público.

Entre suas realizações mais notáveis, iniciou a implementação do Estatuto da Igualdade Racial, criou o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) e atuou diretamente pela constitucionalidade das cotas no Supremo Tribunal Federal (STF).

A fotografia escolhida para o selo é parte do acervo da Agência Brasil e foi registrada por Valter Campanato, em 2013, enquanto Luiza participava de uma gravação nos estúdios da TV Brasil.

Fernanda Bairros, sobrinha de Luiza Bairros, e o selo
Fernanda Bairros, sobrinha de Luiza Bairros, e o selo
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