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Publicado em 24/11/2013 09h00 Atualizado em 17/12/2025 13h25

Governo Brasileiro divulga resultados da II CIAD em junho

Publicado em 23/05/2007 09h00 Atualizado em 28/05/2024 08h47
Brasília, 22/5/07 – Em junho próximo, o Governo Brasileiro, através do Ministério das Relações Exteriores divulga o conjunto de ações para dinamizar a promoção de políticas de ações afirmativas para o Brasil e países da África e Diáspora. O documento sintetiza as resoluções aprovadas durante a II Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora (II CIAD) realizada de 12 a 15 de julho do ano passado. O anúncio foi feito pelo ministro interino de Relações Exteriores, embaixador Rui Moreira, durante cerimônia de lançamento do livro “A Grande Refazenda – África e Diáspora Pós II CIAD“, realizada nesta terça-feira (22), no Palácio Itamarati. O lançamento da obra, promovida pelo Ministério da Cultura – Fundação Cultural Palmares, reuniu 11 embaixadores de países africanos, representantes do Governo Federal, intelectuais, religiosos de matriz africana e lideranças do Movimento Negro.

O organizador da obra, jornalista Waldomiro Júnior, do Centro de Estudos e Pesquisa Mário Gusmão, destaca que a publicação marca um novo momento promovido pelo Estado Brasileiro, o qual busca estreitar e dinamizar as suas relações para com os 54 países do continente africano e diáspora. O presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, também declarou a importância de o Brasil ser a nação responsável pela construção de um novo pensamento mundial, especialmente direcionado para as nações africanas e da diáspora.

Os números de participantes e de conferências realizadas na II CIAD também foi divulgado pelo ministro de Relações Exteriores. Foram no total 260 palestrantes, procedentes de 53 países. Cada conferência realizada no Centro de Convenções da Bahia e em outros espaços de Salvador levaram uma média de 800 pessoas por palestra. Ao total, a II CIAD movimentou um público estimado em 30 mil pessoas.

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, ressalta que a CIAD trouxe para o centro das atenções os protagonistas das Regiões Africanas e suas experiências antropológicas, que, segundo ele, protagonozam a harmonia da unidade dentro da diversidade étnica e cultural africana. “A Diáspora, dispersão dos povos africanos pelo mundo – deu-se, predominantemente, sob a égide do colonialismo, da servidão e da escravização. Hoje, a dispersão se dá pela integração voluntária, pelo intercâmbio de culturas e experiências bem-sucedidas, que desejamos partilhar”, declarou o ministro.

Para o ministro, o livro A Grande Refazenda – África e Diáspora pós II CIAD é um convite ao engajamento de todos os povos, etnias, condições e culturas para a reconstrução de uma nova ordem mundial. “Os textos documentam  o esforço da comunidade negra nacional e internacional em busca do renascimento africano e das formas de ligação entre as duas margens do Oceano Atlântico e essas tantas outras margens virtuais que a África encontra em todos os oceanos, principalmente, o oceano humano”.
Cultura, Artes, História e Esportes

Fundação Cultural Palmares/MinC lança A Grande Refazenda

Publicado em 18/05/2007 09h00 Atualizado em 28/05/2024 08h53

Brasília, 17/5/07 – O ministro de Estado da Cultura, Gilberto Gil Moreira, acompanhado do ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim e pelo presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC participam do lançamento oficial do livro “A Grande Refazenda – África e Diáspora Pós II CIAD”. O evento acontece na próxima terça-feira, dia 22 de maio, às 11h, no Palácio Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) em Brasília/DF.

Idealizada pela Fundação Palmares/Ministério da Cultura, A Grande Refazenda – África e Diáspora Pós II CIAD reúne o olhar de intelectuais e protagonistas do processo de afirmação étnica brasileira sobre as conseqüências trazidas pela Conferência e o CIAD CULTURAL, na construção da democracia racial brasileira e na inter-relação do Brasil com a África e os demais países diásporos.

Um olhar não único, mas diverso, numa pluralidade complementar de propósitos e objetivos comuns, de tal forma que conjunto de artigos aqui reunidos expressa o mesmo respeito à diversidade que norteia o sentimento e o esforço daqueles que buscam construir um mundo igualitário, liberto das barreiras do preconceito e intolerância.

O título A Grande Refazenda vem do artigo assinado pelo ministro da Cultura Gilberto Gil, um convite ao engajamento de todos nós, de todas as raças, culturas e países, no processo de refazer caminhos na direção do renascimento africano, entendendo a África como elemento primordial na construção de uma nova ordem mundial, que contemple prioritariamente o sentido humano.

E na busca desse sentido humano, A Grande Refazenda abre espaço para o pensamento acadêmico, representado por nomes como Edna Roland, Íris Amâncio, Jocélio Teles dos Santos, Lepê Correia, Paulo Miguez e Carlos Alberto Medeiros; para a visão da militância de quem luta a favor da igualdade racial, expressa pelas palavras de João Jorge Rodrigues e Jorge Portugal; a poesia diáspora de José Carlos Capinam; a sensibilidade de quem reconstrói versões da realidade, na percepção do cartunista Maurício Pestana; o aprendizado trazido na ancestralidade da fé, através de Vilma Santos Oliveira, a Mãe Mukumby; e a perspectiva de quem atua na condução das políticas institucionais, pelo ministro Gilberto Gil, o presidente da Fundação Palmares Zulu Araújo e o coordenador da II CIAD e diplomata do Itamaraty, Marcelo Dantas.

Em todos os autores, a preocupação de traduzir o sentimento renovador, a busca por um renascimento africano, capaz de inspirar um novo posicionamento nas relações internacionais. Um processo em que cabe ao Brasil, conforme evidenciaram os textos reunidos em A Grande Refazenda, o papel de ser um dos protagonistas ativos, de estabelecer uma ponte ligando os dois lados do Atlântico, como sentenciou o presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo.

SERVIÇO:

Evento: Lançamento do livro “A Grande Refazenda ” – África e Diáspora Pós II CIAD

Data: Terça-feira, 22 de maio de 2007

Local: Ministério das Relações Exteriores, Palácio Itamaraty, Auditório Wladimir Murtinho. Esplanada dos Ministérios, Bloco H, Brasília/DF

Horário: 11h

Realização: Associação Cultural Os Negões, Centro de Estudos e Pesquisa Mário Gusmão

Promoção: Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura

Apoio: Ministério da Cultura e Ministério das Relações Exteriores

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Procuradora da FCP recebe título de Cidadã Honorária no Mato Grosso

Publicado em 17/05/2007 09h00 Atualizado em 28/05/2024 09h07
Brasília, 17/5/07 –  A procuradora federal da Fundação Cultural Palmares, Ana Maria Lima de Oliveira, será agraciada com o título de “Cidadã Honorária” do município de Nossa Senhora do Livramento, distante 40 km de Cuiabá, Mato Grosso. A decisão de condecorar a procuradora foi aprovada em sessão do legislativo municipal daquele município. A sessão de condecoração acontece na próxima segunda-feira, dia 21, às 19h, na Câmara Municipal da cidade.

Ana Maria Oliveira receberá o título, no mesmo dia em que a cidade comemora aniversário, em razão das inúmeras ações que realizou em favor da defesa territorial da área da comunidade remanescente de quilombo de Mata Cavalo, que fica em Nossa Senhora do Livramento. Emocionada, a procuradora federal agradeceu a honraria e declara que o título também é endereçado a Fundação Cultural Palmares e a todo o Governo Brasileiro que vem se empenhando em garantir cidadania aos remanescentes dos quilombos e a toda a comunidade negra.
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QUILOMBOS: Reconhecimento de terras é garantido por lei. Governo não é intimidado por acusações

Publicado em 17/05/2007 09h00 Atualizado em 28/05/2024 09h09

Brasília, 17/5/07 – As representações negras e quilombolas da Bahia já esperavam por um manifesto mais intenso e direto por parte dos latifundiários da região, por isso começaram, antes mesmo de a reportagem ser veiculada pela Rede Globo, a se articular para rebater possíveis e intensos ataques. Intimidações já acontecem na região do Recôncavo há muito tempo e se acirraram após a emissão da certidão de auto-reconhecimento pela Palmares e com a entrada mais efetiva do Incra no processo de regulamentação e titulação da área.

O secretário de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia, Luiz Alberto, se pronunciou em favor de uma intensa mobilização social. Para isso, está empenhado em promover a reunião da próxima segunda-feira a fim de garantir a realização de um conjunto de ações para dar visibilidade a luta pela defesa da terra dos remanescentes dos quilombos. Luiz Alberto garante que não só a comunidade negra foi atingida com o conteúdo da reportagem, mas sim todo um processo de articulação que vem sendo feito pelo governo em favor do direito agrário aos quilombolas.

A procuradora federal da Fundação Cultural Palmares/MinC, Ana Maria Lima de Oliveira, considerou “leviana” as informações e a condução da reportagem veiculada pela Rede Globo. Segundo a procuradora, que acompanha de perto o processo de certificação e está presente nos trâmites de titulação da área junto com o Incra, toda a ação de certificação da área, feita pela Fundação Palmares, segue o Decreto 4887 e também a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, cujo documento garante a auto-declaração de uma comunidade como meio para qualificar e garantir a sua proteção e existência. “Não cabe ao governo dizer quem é ou não quilombola. O governo tem por dever constitucional emitir a certidão de auto-reconhecimento e o Incra abre então o processo para titular a terra. Não conheço e nunca vi nenhum tipo de equívoco nesta ação, ainda mais um caso de uma comunidade quilombola vir à público e dizer que não é quilombola após ter recebido uma certidão”, diz. Ana Maria Oliveira esteve por duas vezes em São Francisco do Paraguaçu e disse inclusive conhecer alguns dos entrevistados da reportagem. Conforme ela, houve sim indução na formulação das perguntas. A procuradora promete ir até o Congresso Nacional para defender os quilombolas. “O que grupos políticos estão querendo é sim desqualificar a ação do governo,em especial do Governo Lula, em dar terras aos quilombolas. O Decreto 4.887 veio em favor da população negra e vem corrigir os 119 anos de atraso em reconhecer o direito à terra para os descendentes de escravos”, conclui.

Emilson de Castro, da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Salvador também considerou a divulgação da reportagem uma produção tendenciosa e realizada em parceria com os interesses dos latifundiários. A Comissão é uma das instituições que assina nota oficial divulgada pelo Conselho Pastoral dos Pescadores da Bahia. A entidade já encaminhou ofícios a associações de sociólogos e historiadores para questionar a atuação de profissionais da área que deram declarações contrárias a existência da área quilombola em São Francisco do Paraguaçu. Ninguém questiona mais a existência ou não de quilombos porque os remanescentes já ocupavam as áreas antes mesmo de os proprietários das áreas ocuparem as terras, avalia o dirigente que também estará presente a uma reunião marcada para a próxima segunda-feira (21) entre o governo do Estado da Bahia, governo federal e lideranças quilombolas.

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QUILOMBOS: Reunião define ações para rebater acusações contra processo de reconhecimento na Bahia

Publicado em 17/05/2007 11h00 Atualizado em 28/05/2024 09h10

Brasília, 17/5/07 – Representantes dos governos federal, estadual, movimento negro, quilombola e outros grupos não-governamentais civis do Estado da Bahia se reúnem na próxima segunda-feira (21) em Salvador para discutir ações de apoio e de esclarecimento à sociedade sobre os processos de reconhecimento de áreas remanescentes de quilombos. O estopim para a mobilização foi dado na última segunda-feira (14), quando a Rede Globo de Televisão veiculou reportagem produzida pela TV Bahia (sua afiliada) denunciando a existência de uma possível fraude no processo de certificação da Comunidade Remanescente de Quilombo de São Francisco do Paraguaçu, no Recôncavo Baiano. A divulgação da reportagem causou indignação em vários setores da sociedade baiana, principalmente no Movimento Negro, o qual promete ampla defesa da população quilombola.

O caso:

Veiculada na edição de 14 de maio último, reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, apontou que houve suspeita de fraude no processo de reconhecimento da comunidade de São Francisco do Paraguaçu, no Recôncavo Baiano. A comunidade foi reconhecida por certificação emitida pela Fundação Cultural Palmares/MinC e a área de 5 mil hectares é alvo de uma intensa disputa por famílias de fazendeiros que ficam sob a área. Entre estas famíilas está a do fazendeiro Ivo Santana, que possui propriedade no local. A mesma reportagem indicou que para obter o laudo, um grupo de moradores da comunidade se declararam, por meio de uma coleta de assinaturas, descendentes de escravos perseguidos e refugiados. Só que, conforme a matéria, estes mesmos moradores não seriam descendentes de escravos, mas sim pescadores que assinaram o documento na expectativa de receber barcos e materiais para pesca. A certidão foi emitida pela Fundação Cultural Palmares e o presidente à época, historiador Ubiratan Castro de Araújo, declarou ao repórter José Raimundo, da TV Bahia, que emitiu o documento após receber da comunidade o abaixo assinado com documentos assinados, inclusive com impressão digital. A Comunidade de São Francisco do Paraguaçu já recebeu a certidão e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) está trabalhando no processo de titulação da área.

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FCP acompanha conflitos agrários pela posse da terra a quilombolas e garante atuação jurídica

Publicado em 16/05/2007 09h00 Atualizado em 28/05/2024 09h12
Brasília, 16/5/07 – Os conflitos agrários não são exclusivamente contra o Movimento Sem Terra. Também os quilombolas brasileiros sofrem com as constantes ameaças de latifundiários. Em entrevista concedida nesta terça-feira ao Canal Futura, o presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC, Zulu Araújo, declarou que o Brasil ainda vive em um “sistema feudal” no que se refere à distribuição de terras no Brasil.

Zulu apontou que além do conflito agrário existente na região do Recôncavo Baiano, mais especificamente em São Francisco do Paraguaçu, hoje os procuradores federais da Fundação Cultural Palmares/MinC acompanham confrontos entre quilombolas e fazendeiros em Mata Cavalo, no Mato Grosso e também no Espírito Santo. Na Comunidade Quilombola de Mata Cavalo a situação de confronto se arrasta há vários anos e no Espírito Santo, dirigentes da Aracruz Celulose fazem pressão para os quilombolas deixarem a área que ocupam a fim de assegurar a expansão da linha de produção da indústria, responsável por boa parte da produção de celulose hoje no país.

Zulu Araújo foi enfático em dizer que a Fundação Cultural Palmares, assim como todo o Governo Federal, trabalha em favor da valorização e do reconhecimento da cultura afro-brasileira, e, ao mesmo tempo, atua na defesa da propriedade e assistência às comunidades quilombolas com as ações de sua Procuradoria Jurídica. Até agora, a FCP/MinC certificou 1.167 comunidades remanescentes em todo o território nacional. 939 comunidades já tiveram a sua certificação publicada no Diário Oficial da União e 25 encontram-se em fase de publicação.
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QUILOMBOS: Fundação Cultural Palmares ressalta lisura nas ações de reconhecimento de comunidades quilombolas

Publicado em 16/05/2007 11h30 Atualizado em 28/05/2024 09h14

Brasília, 16/5/07 –  Em entrevista concedida a Rede Globo de Televisão nesta terça-feira (15), o presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC, Zulu Araújo voltou a ressaltar que os procedimentos adotados pela Fundação Cultural Palmares para reconhecer uma comunidade quilombola são de acordo com o Decreto 4.887, de 2003, o qual determina o reconhecimento, delimitação e titulação de terras ocupadas por remanescentes de quilombos. Zulu ressaltou também que a comunidade de São Francisco do Paraguaçu (BA) é uma comunidade quilombola e que a mesma se encontra em processo de reconhecimento. Ainda enfatizou que os fatos apresentados pela reportagem serão averiguados e que o episódio não inviabilizará os processos de reconhecimento que estão sendo produzidos.  Leia abaixo a Nota Oficial divulgada na noite de ontem pela Fundação Palmares:

A Fundação Cultural Palmares, instituição vinculada ao Ministério da Cultura, vem a público esclarecer que:

  1. Os procedimentos que a Fundação Cultural Palmares/MinC adotam para reconhecer comunidades remanescentes de quilombos são amparados pelo Decreto 4.887, de 20 de Novembro de 2003, da Presidência da República, que regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

  1. Os trâmites adotados pelo Estado Brasileiro para reconhecer uma comunidade remanescente de quilombo seguem o modelo da auto-definição. De acordo com parecer do professor de Direito Constitucional e procurador da República Walter Claudius Rothemburg, “o critério a ser seguido na identificação dos remanescentes das comunidades quilombolas em si é também o da auto-definição dos agentes sociais. Ou seja, tal construção é mais eficiente e compatível com a realidade das comunidades quilombolas do que a simples imposição de critérios temporais ou outros que remontem ao conceito colonial de quilombo”.

  1. A Fundação Cultural Palmares/MinC continuará cumprindo com seu dever de proteger as comunidades de quilombo, adotando todas as providências necessárias ao seu reconhecimento e garantia de direitos.

  1.  No que diz respeito à comunidade de São Francisco do Paraguaçu (BA) a Fundação Cultural Palmares/MinC vem tranqüilizar a mesma, que continuará gozando de todo o respeito e merecendo a confiança e os esforços para construção de seu objetivo maior, que é a promoção e preservação da cultura afro-brasileira.

 

Brasília, 15 de maio de 2007

ZULU ARAÚJO

Presidente da Fundação Cultural Palmares

Ministério da Cultura

Cultura, Artes, História e Esportes

Presidente da FCP/MinC recebe Medalha do Mérito Cívico Afro-Brasileiro

Publicado em 16/05/2007 12h00 Atualizado em 28/05/2024 09h15


O presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC, Zulu Araújo, e outros líderes do Movimento Negro brasileiro foram agraciados, nesta segunda-feira (14) com a Medalha do Mérito Cívico Afro-brasileiro. A solenidade ocorreu na sede da Universidade Zumbi dos Palmares (Unipalmares) na capital paulista. Criada pela Afrobras, compõe-se de uma esfera circular, tendo em relevo a efígie de Zumbi dos Palmares, sob o fundo do mapa da rota dos escravos. A medalha tem como finalidade agraciar pessoas físicas e/ou jurídicas que tenham contribuído direta ou indiretamente com os valores do respeito à diferença, tolerância e igualdade de oportunidades, contribuindo para a elevação moral, social e inserção sócioeconômica, cultural e educacional dos negros paulistas e brasileiros. A entrega sempre é feita por uma comissão especial formada pelos comendadores grã cruzes, o mais elevado grau aos novos condecorados.

Cultura, Artes, História e Esportes

FCP/MinC divulga dados sobre o Mapeamento dos Terreiros de Salvador

Publicado em 11/05/2007 09h00 Atualizado em 28/05/2024 09h35
Salvador, 11/5/07 – Salvador é a terceira cidade mais populosa do Brasil (2.714.119 habitantes) pela estimativa de 2005, depois de São Paulo e Rio de Janeiro. Também é a capital brasileira com o maior contingente negro entre a população. Mais de 80% dos seus habitantes são afrodescendentes e a negritude se expressa através da sua forma de organização geográfica, cultural e social. Tal herança deu origem às religiões de matriz africana, as quais se baseiam na cidade e se diferenciam por nações de diferentes rituais e vocabulário diferenciado (Angola, Ketu, Jeje, Jeje-Nagô, entre outros). Para identificar o total de terreiros de religiões de matriz africana existentes na capital do estado da Bahia, a Fundação Cultural Palmares/MinC, em parceria com a Secretaria Municipal da Reparação, Secretaria Municipal da Habitação e Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia, divulgaram recentemente (8) os primeiros números do Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador.

Para realizar a pesquisa, as instituições mobilizaram uma equipe de pesquisadores, que percorreu todos os bairros de Salvador. Durante oito meses, o grupo aplicou questionários e coletou dados junto aos terreiros sobre os ciclos de festas, linhas de culto, existência de ações comunitárias e ajuda governamental. Confira os dados abaixo:

Dados preliminares (sujeitos à modificação)
Período analisado: de junho de 2006 a abril de 2007
Total de terreiros identificados

Inicialmente foram identificados 1.296 terreiros. Já foram cadastrados 1.138 terreiros em todas as áreas administrativas da cidade e na Ilha de Maré (6), sendo que 25 terreiros se recusaram a responder o questionário, o que perfaz um total de 1.163 em funcionamento. Foram encontrados 133 terreiros fechados e as razões foram: o entrevistador não encontrou ninguém, o pai ou mãe-de-santo estava doente ou tinha falecido, o pai ou mãe-de-santo mudou de religião ou o terreiro enocntrava-se demolido ou destruído.

Distribuição

Os bairros de maior concentração de terreiros na cidade de Salvador são:

BAIRRO

TERREIROS (*)


1. Plataforma


56


2. Paripe


39


3. Cajazeiras


38


4. Cosme de Farias


36


5. Liberdade


33


6. Itapuã


30


7. São Cristóvão


30


8. Lobato


28


9. Alto de Coutos


25


10. Federação


23


11. Valéria


23


12. Sussuarana


22


13. Brotas


21


14. Castelo Branco


21


15. Periperi


21


16. São Caetano


21


17. Uruguai


20


* Números preliminares

Sexo e Raça

A maioria dos terreiros de Salvador é liderado por mulheres (61,4%). O percentual de cor/raça entre os filiados se divide da seguinte forma: 59,1% são pretos, 31,6% são pardos, 4,7% são brancos, 3,7% são indígenas e 1% são amarelos. Mas o crescimento masculino, comparado com dados registrados em 1983, feita pela Secretaria da Indústria e Comércio de Salvador mostra um crescimento significativo. Hoje, 38,6% dos frequentadores dos terreiros são homens. Em 1983 o número somava 28,9%. O crescimento masculino é maior na nação Ketu, a qual reúne 58,5% de adeptos, seguida pela nação Angola, com 22,4% de seguidores do sexo masculino.

Atividades Sociais

Mais de 30% dos terreiros desenvolvem atividades sociais, políticas e culturais como creches, distribuição de cestas básicas, cursos, palestras e há terreiros com infocentro. Somente 8,5% dos terreiros é registrado como associação civil.

Idade

90%
 dos pais e mães de santo têm idade acima de 35 anos

Escolaridade

26%
 das lideranças dos terreiros tem o nível médio concluído e quase 4% tem curso superior completo. Confira o quadro abaixo:


ESCOLARIDADE DO PAI E DA MÃE-DE-SANTO (*)


PERCENTUAL (%)


Sem Escolaridade


 4,1


1ª a 3ª série do Ensino Fundamental


 13,7


4ª série do Ensino Fundamental


 13,3


5ª a 7ª série do Ensino Fundamental


 15,2


Ensino Fundamental Completo


 13,3


Ensino Médio Incompleto


 8,2


Ensino Médio Completo


 26,7


Curso Superior Incompleto


 1,8


Curso Superior Completo


 3,6


TOTAL


100


* Fonte: pesquisa direta CEAO, SEMUR E SEHAB

Ocupação:

As profissões dos pais e mães-de-santo são as mais diversas. Algumas das profissões são: açougueiro, alfaiate, ambulante, artesã, auxiliar de enfermagem, médico, auxiliar de escritório, baiana de acarajé, contador, cobrador de ônibus, comerciante, dançarina, doceira, diarista, enfermeira, gerente de loja, funcionária pública, músico, professor, policial militar, patologista, radialista, vendedor, programador de computação, tradutora, vigilante, segurança, produtor musical, historiador e desenhista.

Registro como Associação Civil

É pequeno o percentual de terreiros que tem registro como associação civil: 8,5%

Área de Matas

O percentual de terreiros que possui área de matas é de 21,4%. 78,4% não tem matas.

Situação do Terreno do Terreiro

37,25%
 dos terrenos são próprios do pai ou da mãe-de-santo. 9% é arrendado, 3,9% é invadido, 2,4% é alugado e 1,4% é cedido.

Documentação:

Somente 39,9% dos terrenos têm escritura registada. O percentual sem documentação é de 20,8%. 24,6% têm contrato de compra e venda, 4,3% tem recibo e há conflito pela posse em 4% dos terrenos de terreiros.

Sincretismo religioso:

A maioria dos terreiros não realiza missas nas igrejas católicas, e os que realizam (42,1%) o fazem em igrejas como a do Senhor do Bonfim, a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, a de São Lázaro, a de Santa Bárbara, sendo que há padres que rezam a missa no barracão do terreiro. O orixá mais representativo no mundo dos terreiros de candomblé de Salvador é Oxum. São 18% os que dizem que Oxum é o orixá/aptrono do terreiro. Os outros dois que vêm em seguida são Iansã (14%) e Ogum (12%).

A maioria dos terreiros não tem área de matas e somente 21% possui áreas de mata que seriam ideais para os rituais.

Adesão de fiéis de outras religiões:

É maior o percentual de indivíduos de outras religiões que aderiram aos terreiros. Foram 30% nos últimos 12 meses, em relação aos que saíram dos terreiros – 23%. os novos adeptos são oriundos na sua grande maioria das igrejas evangélicas, sendo que, entre elas, destacam-se as neo-pentencostais como, por exemplo, a Igreja Universal do Reino de Deus. Enquanto que 23% dos terreiros tiveram indivíduos que deixaram o terreiro por outras igrejas, notadamente as evangélicas, e com predominância da Igreja Universal do Reino de Deus.
Cultura, Artes, História e Esportes

Zulu Araújo é homenageado pelo Projeto Pérolas do Saber

Publicado em 11/05/2007 11h00 Atualizado em 28/05/2024 09h36

Recife, 11/5/07 – O presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC, Zulu Araújo, foi uma das personalidades homenageadas do Projeto Pérolas do Saber. A cerimônia foi realizada na noite desta quinta (10) no Teatro Santa Isabel, em Recife. O objetivo do evento foi reconhecer a atuação de brasileiros que trabalham pela igualdade racial no País. Além de Zulu Araújo, também foram agraciados com o reconhecimento a representante do Núcleo Afro do Recife, Claudilene Silva e a cantora Virgínia Rodrigues.

O presidente da FCP/MinC permanece na capital pernambucana, onde cumpre agenda e recebe outra homenagem. Zulu recebe o título de benemérito pelos relevantes serviços prestados para a preservação da Cultura Negra pela Sociedade Beneficente Mista Culto Africano Senhora Santana.

Os Homenageados:

O baiano Edvaldo Mendes Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares é arquiteto de formação, produtor cultural e reconhecido militante do Movimento Negro brasileiro. Mais conhecido como Zulu Araújo, foi o responsável pela produção de inúmeros eventos culturais no Brasil e no exterior que contaram com o apoio da Fundação Cultural Palmares, a qual respondeu de 2003 a 2007 pelo cargo de diretor de Estudos, Projetos, Pesquisa e Divulgação da Cultura Afro-Brasileira. Tem larga experiência na gestão de políticas culturais voltadas à população negra, já tendo sido administrador e coordenador cultural da Praça Reggae, assessor do Grupo Cultural Malê, conselheiro do Olodum e assessor especial da Secretaria de Cultura da Bahia.

O trabalho de Claudilene Silva é reconhecido pelas ações que promove a frente do Núcleo da Cultura Afro-Brasileira. O departamento é um setor da Fundação de Cultura Cidade do Recife, vinculado ao Departamento de Documentação e Formação Cultural. Criado em 2001 para atender à demanda de valorização das manifestações culturais de matrizes africanas, desenvolve um trabalho de fortalecimento das ações de entidades de cultura negra, acompanhando reuniões e apoiando os encontros; além de realizar Curso de Gestão Cultural para lideranças de grupos afro-brasileiros, entre outras atividades de formação.

Virgínia Rodrigues foi descoberta por Caetano Veloso durante um ensaio do Bando de Teatro Olodum, em Salvador, em 1997. Depois de anos cantando em coros de igrejas católicas e protestantes, ela havia sido convidada pelo diretor Márcio Meireles para participar da peça Bye Bye Pelô, onde Caetano a viu pela primeira vez. De origem humilde, Virgínia traz referências populares e líricas do que ouviu na infância e juventude. O resultado é que seu canto vagueia entre o erudito e o popular. O primeiro disco foi produzido por Celso Fonseca e teve arranjos de Eduardo Souto Neto.

As músicas foram escolhidas por Virgínia, Caetano e Celso Fonseca, e inclui canções como Noite de Temporal, de Dorival Caymmi, além das participações de Djavan, Gilberto Gil e Milton Nascimento. Sol Negro foi bem recebido nos Estados Unidos e na Europa, tendo, inclusive, sido elogiado nos jornais The New York Times, Le Monde e na revista Rolling Stone.

A ex-manicure saída de uma favela de Salvador realizou, em um ano, duas turnês pelos Estados Unidos, shows na Europa e foi entrevistada por David Byrne, ao vivo, na televisão americana. Nos Estados Unidos, Europa e Japão, o primeiro disco de Virgínia saiu pela gravadora Rykodisc, de propriedade de Cris Blackwell, o mesmo que popularizou nomes como Bob Marley, Peter Tosh e U2.

Em seu novo álbum, Nós, Virgínia homenageia os blocos afro de Salvador. Seu canto primoroso e sofisticado entoa músicas do Ilê Aiyê, Olodum, Timbalada, Ara Ketu e Afreketê. O The New York Times já a definiu como “uma das mais impressionantes cantoras que surgiu do Brasil nos últimos anos”.
Cultura, Artes, História e Esportes

Pesquisa sobre Racismo repercute no Fórum Nacional de TV´s Públicas

Publicado em 09/05/2007 09h00 Atualizado em 28/05/2024 09h38
Brasília, 9/5/07 – Apresentada durante painel sobre Programação e Modelos de Negócio, no Primeiro Fórum Nacional de TV´s Públicas, a Pesquisa Onde Está o Negro na TV Pública, realizada pela Fundação Cultural Palmares/MinC chamou a atenção dos participantes para a invisibilidade do negro na TV pública brasileira. Em sua intervenção, o cineasta e consultor da Fundação Cultural Palmares, Joel Zito Araújo, destacou que o novo modelo de TV a ser gestado deve garantir a inclusão do negro e do índio em sua programação, bem como no corpo de apresentadores e jornalistas.

Os números levantados pela pesquisa da FCP comprovaram que após analisar a programação de três emissoras públicas de TV (TV Cultura, de São Paulo, Rede Brasil, do Rio de Janeiro e TV Nacional/Radiobras, de Brasília) durante o período de 8 a 15 de abril deste ano, 0,9% da programação exibida pelas emissoras foram dirigidos à cultura afro-brasileira. O mesmo estudo aponta que menos de 10% dos apresentadores destes canais são negros e 5,5% dos jornalistas que atuam nas TVs públicas são de origem afro-descendente. “Dados que confirmam o racismo e a exclusão da população negra e índia da programação televisiva nacional”, indica o consultor.

Joel Zito Araújo também chamou atenção para a necessidade de se vencer o racismo na mídia como um desafio para construir uma televisão democrática e com diversidade racial. “Se não houver por parte daqueles que financiam o interesse em promover a difusão da cultura negra e indígena na televisão, a tendência é continuarmos vendo uma televisão pública feita pela classe média branca para este mesmo grupo”, salientou Joel Zito, bastante aplaudido pelas dezenas de participantes que acompanham as plenárias em Brasília.

Exclusão também na América Latina

Respondendo as observações apontadas por Joel Zito Araújo, o secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Orlando Senna, disse que a missão de promover a igualdade racial na programação das tevês públicas não é somente um dever de seus dirigentes, mas uma obrigação por parte de todo o cidadão esclarecido. Senna cita que o racismo não é só presente na sociedade brasileira, mas também é cotidiano nos países latinoamericanos. Como exemplo, citou a sua participação nas reuniões de composição de programação da TV SUR. “Digo que 98% da equipe que trabalhou na implantação da tevê era branca. Vimos apenas três negros e nenhum índio. Temos que ter coragem para resolver e solucionar a invisibilidade do negro na TV pública e na sociedade”, conclamou o secretário.

Beth Carmona, presidente da TVE Brasil e relatora do painel sobre Programação e Modelos de Negócio disse que já há um esforço por parte das emissoras públicas em reverter este quadro de exclusão do negro. “Há um esforço das emissoras para garantir a inclusão de profissionais negros em suas equipes de trabalho”, explicou, lembrando que o tema merece uma maior discussão.

Negros e índios fora da programação

O apoio a pesquisa também veio de inúmeros participantes. O diretor do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB), Pola Ribeiro constata que o racismo é presente no cotidiano da programação das tevês públicas. Segundo ele, esta situação também é bastante presente na programação da tv pública na Bahia, estado conhecido pela predominância negra em sua população. Pola conta que em recente levantamento feito junto aos quadros funcionais da TV Educativa da Bahia (ligada ao IRDEB) foi constatada a não-existência de negros nas áreas de produção, reportagem e apresentação de programas jornalísticos. A partir deste levantamento, o diretor do IRDEB indica que a instituição está começando a implantar uma nova análise e construção de sua programação, pautando a cultura afro e indígena em suas produções. “Este desafio é realmente nosso, porque temos o dever de construir uma sociedade plural”, defendeu Pola Ribeiro.
Cultura, Artes, História e Esportes

Pesquisa da FCP/MinC comprova a invisibilidade do negro na TV Pública

Publicado em 09/05/2007 11h00 Atualizado em 28/05/2024 09h41

Brasília, 9/5/07 – A programação atual das TV´s públicas brasileiras expressa um baixo perfil de reflexão sobre o pluralismo cultural brasileiro. Ao analisar a programação da TV pública brasileira, a Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura, constata que 86% dos apresentadores das emissoras estatais são brancos e 93,3% dos jornalistas são também de origem européia.  Estes e outros dados sobre o racismo na televisão e a invisibilidade do negro nas emissoras públicas compõem a Pesquisa “Onde Está o Negro na TV Pública “, a ser apresentada nesta terça-feira (9) no Fórum Nacional de TV´s Públicas, em Brasília.

A apresentação será realizada através de uma mesa redonda, a partir das 9h, no Hotel Nacional, onde acontece a plenária. Estarão presentes o autor da pesquisa, cineasta Joel Zito Araújo, o diretor da Fundação Cultural Palmares, Antônio Pompêo e o presidente da instituição pública federal, Zulu Araújo.


Para Joel Zito Araújo, autor da pesquisa, os números apresentados confirmam o reflexo da ausência de políticas públicas para assegurar o direito democrático dos negros ocuparem postos de atuação junto as emissoras de TV públicas em todo o país. As emissoras pesquisadas foram a TV Cultura de São Paulo, Rede Brasil, do Rio de Janeiro e TV Nacional, de Brasília.

    Cultura, Artes, História e Esportes

    Presidente da FCP acompanha apresentação do Mapeamento de Terreiros de Salvador

    Publicado em 08/05/2007 09h00 Atualizado em 28/05/2024 10h05
    Brasília, 8/5/07 – O presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, participa hoje (8) em Salvador, de entrevista coletiva e da mesa de abertura do Seminário Mapeamento de Terreiros de Salvador. A coletiva será dada à imprensa às 10h na sede do Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (CEAO/UFBA). Às 18h, também na sede do CEAO, acontece a plenária, com a participação do presidente da Fundação Cultural Palmares.

    Números: 

    Durante oito meses de trabalho (de setembro do ano passado a abril deste ano), 15 estagiários das mais diversas áreas cadastraram 1.138 terreiros em todas as áreas administrativas da cidade de Salvador, incluindo a Ilha de Maré. Os únicos registros anteriores sobre estes dados são de 1986, quando a Secretaria da Indústria e Comércio da Bahia relacionou 1.018 terreiros funcionando em Salvador. Estes números já apresentam algumas diferenças com relação aos dados atuais.

    Valorização do Patrimônio Afro-Brasileiro:

    A pesquisa compõe o Programa de Valorização do Patrimônio Afro-brasileiro, a ser promovido pela Secretaria Municipal da Reparação de Salvador, em conjunto com entidades locais e federais. Ela é o ponto de partida para implementação de uma série de políticas públicas que serão adotadas para melhorar a qualidade de vida nas comunidades e para preservar e valorizar a cultura afro-brasileira em Salvador. Essas políticas constituem-se em ações reparatórias que visam a compensação da dívida histórica que o Estado brasileiro possui com os negros e afrodescendentes.


    No seminário, que será aberto ao público, os pesquisadores apresentarão informações referentes à condição de infra-estrutura, documentação e regularização fundiária, entre outros aspectos sócio-demográficos do povo-de-santo da cidade. “O Projeto de Mapeamento dos Terreiros tem como objetivo recolher elementos que possibilitem o reconhecimento destes terreiros pela sociedade e pelo Governo. Por isso é de fundamental importância que a sociedade em geral esteja presente neste seminário, principalmente àqueles considerados representantes dos Terreiros de Candomblé em Salvador”, falou o Secretário Municipal da Reparação, Gilmar Santiago. Ainda, segundo o secretário, a continuação desse projeto permite saber onde os terreiros estão localizados e qual a condição de sua estrutura.

    Regularização Fundiária dos Terreiros de Candomblé:

    O Projeto Regularização Fundiária dos Terreiros de Candomblé é uma parceria da Secretaria Municipal da Reparação, Secretaria da Habitação, Fundação Palmares, Seppir, e coordenado pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia, contando ainda com o apoio da Federação Nacional do Culto Afro-brasileiro na Bahia (Fenacab) e da Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (Acbantu).

    Entre as políticas que serão adotadas a partir desta pesquisa, estão: Fortalecimento institucional e apoio técnico para as comunidades; Reforma e Manutenção dos Terreiros; Programa de Saúde da População Negra; Iluminação Pública; Regularização Fundiária; Segurança; entre outras.

    O propósito do projeto é dar continuidade à coleta de dados sobre terreiros que possivelmente não foram cadastrados e, até o final deste ano, lançar uma publicação completa com todos os dados.

    Cultura, Artes, História e Esportes

    Livro reúne redações premiadas no Concurso Personalidades Negras do RS

    Publicado em 08/05/2007 11h00 Atualizado em 28/05/2024 10h11

    Porto Alegre, 8/5/07 –  Acontece na próxima quinta-feira (10), às 18h, no auditório do Memorial do Rio Grande do Sul, o lançamento oficial do livro, com sessão de autógrafos, que reúne as melhores redações do Concurso Personalidades Negras do Rio Grande do Sul desenvolvido em 2006. A promoção e execução do concurso, realizado em 2006, foram de Maria Mulher – Organização de Mulheres Negras, com patrocínio da Fundação Cultural Palmares/MinC e apoio das secretarias de Educação do Estado do RS e do Município de Porto Alegre e Assembléia Legislativa do RS. Já foram distribuídos 8.658 livros para a Secretaria de Educação do RS e 300 exemplares para a SMED. As duas secretarias farão a distribuição da publicação para as escolas do interior e capital, aos estudantes premiados, às professoras que trabalharam neste projeto e aos familiares das personalidades homenageadas.

    Cultura, Artes, História e Esportes

    FCP participa do Mapeamento de Demandas com o Movimento Negro do Pará

    Publicado em 08/05/2007 16h00 Atualizado em 28/05/2024 10h12
    Belém, 8/5/07 – O diretor de Promoção, Estudos, Pesquisa e Divulgação da FCP/MinC, Antônio Pompeo esteve reunido com a comunidade negra do Pará nesta segunda-feira (7). Pompêo participou da construção do Programa Plataforma Amazônia, o qual visa buscar o fortalecimento de políticas públicas municipais para atender a demanda de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. A participação da Fundação Cultural Palmares no encontro será garantir a inclusão de iniciativas para a juventude negra. A coordenação do programa está a cargo do Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância.

    Plataforma Amazônia
    :

    A  Plataforma Amazônia vai buscar o fortalecimento de políticas públicas municipais  que  atendam  as  demandas  das crianças e adolescentes, com ênfase  naquelas  em situação de maior vulnerabilidade. Como nas demais regiões  no restante do País, crianças e adolescentes negras e indígenas contam com os piores indicadores sociais. Além da exclusão histórica das políticas  públicas,  estes  grupos sempre foram desconsiderados em suas diferenças culturais, sociais e econômicas. Acordado com o Governo Brasileiro, o programa coordenado pelo Unicef. dará prioridade para o desenvolvimento de ações em  três  áreas:  Semi-árido  brasileiro,  Amazônia  Legal e comunidades populares dos grandes centros urbanos.
    Cultura, Artes, História e Esportes

    Pesquisa mapeia os Terreiros de Salvador

    Publicado em 04/05/2007 09h00 Atualizado em 28/05/2024 10h15
    Salvador, 4/5/07 – A Secretaria Municipal da Reparação (Semur) e o Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA (Ceao), divulgam através de um seminário, na próxima terça-feira (8) no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), os dados preliminares da Pesquisa de Mapeamento de Terreiros de Salvador. A pesquisa compõe o Programa de Valorização do Patrimônio Afro-brasileiro. Ela é o ponto de partida para implementação de uma série de políticas públicas que serão adotadas para melhorar a qualidade de vida nas comunidades e para preservar e valorizar a cultura afro-brasileira em Salvador. Essas políticas constituem-se em ações reparatórias que visam a compensação da dívida histórica que o Estado brasileiro possui com os negros e afrodescendentes.

    No seminário, que será aberto ao público, os pesquisadores apresentarão informações referentes à condição de infra-estrutura, documentação e regularização fundiária, entre outros aspectos sócio-demográficos do povo-de-santo da cidade. “O Projeto de Mapeamento dos Terreiros tem como objetivo recolher elementos que possibilitem o reconhecimento destes terreiros pela sociedade e pelo Governo. Por isso é de fundamental importância que a sociedade em geral esteja presente neste seminário, principalmente àqueles considerados representantes dos Terreiros de Candomblé em Salvador”, falou o Secretário Municipal da Reparação, Gilmar Santiago. Ainda, segundo o secretário, a continuação desse projeto permite saber onde os terreiros estão localizados e qual a condição de sua estrutura.

    Durante oito meses de trabalho (de setembro do ano passado a abril deste ano), 15 estagiários das mais diversas áreas cadastraram 1.138 terreiros em todas as áreas administrativas da cidade de Salvador, incluindo a Ilha de Maré. Os únicos registros anteriores sobre estes dados são de 1986, quando a Secretaria da Indústria e Comércio da Bahia relacionou 1.018 terreiros funcionando em Salvador. Estes números já apresentam algumas diferenças com relação aos dados atuais.


    Projeto de Regularização Fundiária dos Terreiros de Candomblé

    O Projeto Regularização Fundiária dos Terreiros de Candomblé é uma parceria da Secretaria Municipal da Reparação, Secretaria da Habitação, Fundação Palmares, Seppir, e coordenado pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia, contando ainda com o apoio da Federação Nacional do Culto Afro-brasileiro na Bahia (Fenacab) e da Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (Acbantu).

    Entre as políticas que serão adotadas a partir desta pesquisa, estão: Fortalecimento institucional e apoio técnico para as comunidades; Reforma e Manutenção dos Terreiros; Programa de Saúde da População Negra; Iluminação Pública; Regularização Fundiária; Segurança; entre outras.

    O propósito do Projeto é dar continuidade à coleta de dados sobre terreiros que possivelmente não foram cadastrados e, até o final deste ano, lançar uma publicação completa com todos os dados. 


    SERVIÇO:

    Evento: Seminário de Apresentação do Mapeamento de Terreiros
    Data: Terça-feira, 8 de maio de 2007, 18h
    Local: Salão Nobre da Reitoria da UFBA, bairro Canela, Salvador/BA

    Cultura, Artes, História e Esportes

    FCP participa de Seminário Encontros 200 anos de amizade Brasil e Estados Unidos, no Itamaraty

    Publicado em 29/05/2024 13h05


    O presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), João Jorge Santos Rodrigues, participou na tarde da última terça-feira (28), do Seminário: Encontros 200 anos de amizade Brasil e Estados Unidos no Palácio do Itamaraty. O encontro contou com a presença da ministra da cultura, Margareth Menezes, a qual estava como uma das painelistas sobre interseções culturais. A ministra homenageou o ativista social brasileiro Abdias Nascimento. O nome de Abdias compõe a lista de personalidades notáveis negras da FCP.

    O diretor do Centro para o Estudo da Escravidão Global e Curador chefe do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana do “Smithsonian Institution”, Paul Gardullo, e o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, também participaram do painel, conduzido pelo secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Laudemar Neto.

    Comunicações e Transparência Pública

    Presidente da Fundação Casa Rui Barbosa visita futura sede da FCP

    Publicado em 29/05/2024 15h53

    O presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Alexandre Santini, visitou nesta terça-feira (28), a nova sede da Fundação Cultural Palmares. Ele foi recebido por João Jorge Rodrigues, que na ocasião, aproveitou para mostrar as instalações do local, que em breve será a nova casa da cultura afrobrasileira.

    “Eu fiz questão de fazer uma visita ao presidente João Jorge, da Fundação Cultural Palmares. A parceria da FCP é fundamental, pois juntamente conosco e os demais órgãos, tem atuado na reconstrução do Ministério da Cultura. Esse encontro coincidiu na semana em que a gente instituiu o Grupo de Trabalho Abdias Nascimento, patrimônio e reparação. É uma iniciativa que temos muito orgulho”, disse Alexandre Santini.

    Instituído pela Portaria FCRB Nº 12, de 24 de maio de 2024, a Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), anunciou a criação do Grupo de Trabalho (GT) responsável pela elaboração do "Programa Abdias Nascimento: Patrimônio, Memória e Reparação".

    O programa tem como foco, a museologia social e a preservação e difusão de acervos pertencentes a pessoas e instituições negras, povos originários e comunidades periféricas e marginalizadas.

    O presidente João Jorge falou da importância dos órgãos vinculados ao Ministério da Cultura para a reconstrução do Brasil. “Nós vamos juntos fazer um Brasil melhor, mais democrático, mais alegre e com a consciência da cultura negra, da cultura indígena, da cultura popular, da cultura afro, ou seja, da nossa cultura. E a Casa Rui Barbosa é parte dessa luta, porque estamos numa luta contra o racismo. E diante disso, temos a obrigação de lutar pelo Brasil.

    Comunicações e Transparência Pública

    Fundação Cultural Palmares disponibiliza bens para doação

    Publicado em 26/04/2007 09h00 Atualizado em 04/06/2024 09h02
    Brasília, 27/4/07 – A FCP/MinC está disponibilizando relação de bens para desfazimento. Os bens estão classificados como inservíveis (ociosos, recuperáveis, irrecuperáveis e anti-econômicos), de acordo com Decreto 99.658/90. Os interessados deverão encaminhar ofício, acompanhado de documentação, à Fundação Cultural Palmares, no prazo de até 10 (dez) dias. Maiores informações poderão ser obtidas pelos telefones 0.xx.61. 3424.0172 ou 3424.0170.

    Cultura, Artes, História e Esportes

    Fundação Cultural Palmares divulga ações para a classe artística negra no Rio de Janeiro

    Publicado em 26/04/2007 11h00 Atualizado em 04/06/2024 09h04
    Rio de Janeiro, 27/4/07 – Divulgar ações para dinamizar a produção cultural afro-brasileira, especialmente para os setores culturais negros sediados no Rio de Janeiro é o objetivo do I Seminário de Políticas Culturais da Fundação Cultural Palmares/MinC, realizado nesta quinta (26) na sede da Representação Regional da FCP/MinC no Rio de Janeiro. Na oportunidade, o presidente da instituição, Zulu Araújo, acompanhado do recém-empossado diretor de Promoção, Estudos, Pesquisa e Divulgação da Cultura Afro-Brasileira, Antônio Pompêo, apresentam à comunidade negra carioca o novo representante regional: José Carlos Félix. Zulu Araújo se reúne também com lideranças do Movimento Negro carioca e acompanha a posse do novo presidente da Funarte, Celso Frateschi.

    Fomento a projetos:

    Ao se reunir com os líderes do Movimento Negro no Rio, o presidente da FCP e o diretor de projetos irão propor a elaboração de uma pauta conjunta de ações. Nesta pauta, serão elencadas ações e iniciativas de fomento para as lideranças negras apresentarem projetos e receberem apoio da instituição. “Queremos criar um fundo para ofertar recursos as instituições do Rio de Janeiro. Assim estaremos atendendo ao movimento local e pagando uma antiga dívida que a Palmares tem para com o Rio de Janeiro, cidade que sedia importantes organizações culturais e de militância do movimento negro brasileiro”, enfatiza Zulu.

    As melhorias também serão direcionadas para o melhor aproveitamento da representação regional da Palmares no Rio. Sediada no Palácio Gustavo Capanema, no centro da cidade, a representação regional sofrerá uma reformulação em seu espaço físico e também ganhará o apoio de novos profissionais. De acordo com Zulu, mais quatro servidores irão atuar na representação e os equipamentos multimídia serão instalados para ofertar ao público a apresentação de curtas, documentários e um novo espaço cultural afro-brasileiro, no centro da cidade. “Aproveitamos a nossa instalação na área central do Rio para também promover atividades culturais”, aponta.

    Cinema negro:

    Zulu Araújo e Antônio Pompêo também anunciam aos convidados presentes ao evento a promoção de editais para dinamizar a produção cinematográfica afro-brasileira. Já em negociações com a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAV), o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cinematografia Afro-Brasileira objetiva criar um pólo de produção para o cinema afro-brasileiro, com o apoio a realização de documentários, roteiros, filmes e oficinas de capacitação, cujas atividades deverão se desenvolver no eixo Rio-São Paulo.

    Novo representante regional:

    Escolhido com a participação de lideranças artísticas e do movimento negro, o administrador José Carlos de Freitas Félix nasceu no dia 13 de dezembro de 1952, em Campinas, São Paulo. É bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e nomeado para o cargo de Administrador na Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1992. José Carlos Félix tem uma extensa formação nas áreas humanas e administrativas, com destaque para a sua atuação em organizações do Movimento Negro do Rio de Janeiro. Com destaque, vale salientar que Félix foi um dos articuladores responsáveis pela criação da Fundação Cultural Palmares/MinC.
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