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Fundação Palmares promove semana cultural em União dos Palmares/AL
O projeto Fundação de Portas Abertas chega a segunda edição e promoverá uma semana cultural com atividades gratuitas, em União dos Palmares, Alagoas. O evento, realizado pela representação da FCP em Alagoas, é a oportunidade de quilombolas, estudantes e agentes culturais do estado participarem de ações de fomento e difusão de manifestações culturais negras.
O encontro acontece entre 26 e 30 de agosto com a exposição “Capoeira: sonhos, lutas e liberdade” de Rafael Carneiro, além de apresentações de capoeira, oficinas de expressões culturais negras, hip hop, break, rap, exibição de filmes e debates sobre a contribuição do negro para construção da identidade brasileira. E contará ainda com a participação da cantora Janaína Amália Martins de Souza, do Grupo União Espírita Santa Bárbara, que apresentará um repertório de música afro.
As ações do projeto serão realizadas na sede FCP, localizada no município de União dos Palmares/AL. No dia 30 de agosto, a atividade acontece na Comunidade Quilombola Muquém.
Para a representante regional da Fundação Palmares, Maria José da Silva, o evento é uma oportunidade para atender jovens e grupos culturais da cidade que têm poucas opções de acesso a cultura.“Nossa intenção é fazer uma conexão da sociedade com a Palmares. Deixar o público mais próximo das ações que desenvolvemos para que todos possam participar, interagir e dar sugestões”, ressalta.
A primeira edição do Fundação de Portas Abertas, realizada em maio deste ano, recebeu aproximadamente 150 pessoas entre alunos de escolas públicas e da universidade estadual, representantes da Secretaria da Juventude e de Cultura do município, vereadores, capoeiristas, representantes do movimento negro, blogueiros, jornalistas e sociedade civil.
Representação da FCP em Alagoas: Rua Antonio Honorato da Silva, 236, Centro – União dos Palmares – Alagoas.
Palmares 25 Anos: Atividade quer aproximar jovens negros do Recife/PE aos de Ceilândia/DF
Pense rápido: o que Recife, capital de Pernambuco, tem em comum com Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal? Geograficamente falando, as duas cidades não poderiam estar mais distantes mas, quando se trata de juventude negra, elas podem estar mais próximas do que se imagina. E é justamente para trocar experiências que a Fundação Cultural Palmares realizará no dia 24 de agosto, às 15h, em Ceilândia, o “Escambo Cultural: De Recife à Ceilândia: Juventude negra e política cultural”.
O encontro, que faz parte das comemorações do aniversário de 25 anos da FCP, vai reunir jovens das duas localidades para discutir, dentre outros temas, o protagonismo da juventude negra no Brasil.
Segundo Lindivaldo Júnior, diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira da FCP, um dos objetivos é realizar um intercâmbio sobre como os jovens negros se organizam na área cultural e em busca de políticas públicas nas duas cidades. “Para a Fundação Palmares, a cultura é fundamental para a vida das pessoas e, para a juventude negra, a cultura tem sido mais que uma ferramenta, ela tem sido o principal motivo dessas pessoas se reconhecerem como cidadãos protagonistas de suas ações”.
Ainda segundo o diretor, a ação está vinculada ao NUFAC 2013 – edital que ai investir cerca de R$ 4 milhões na formação profissional na área da cultura para 1.200 jovens negras e negros de todo o Brasil – e ao plano Juventude VIVA, programa do Governo Federal que visa a prevenção à violência contra a juventude negra.
“O nosso encontro é uma forma de responder as últimas notícias que apontam que 35,2% das vítimas de homicídios ocorridos no Brasil em 2011 eram homens negros entre 15 e 29 anos”, aponta. “Nós vamos discutir questões de segurança pública, mas vamos buscar soluções dentro da cultura. Como os jovens de Recife estão se organizando para vencer as estatísticas? Quais ações os jovens de Ceilândia estão desenvolvendo? É isso que queremos descobrir”, conta Lindivaldo JR.
Consciência juvenil– Para o rapper e escritor GOG, um dos pioneiros do movimentorap no Distrito Federal, o genocídio da juventude negra brasileira não é só uma questão de segurança pública, mas também de racismo institucional. “Falam muito de racismo com relação à palavra dirigida a nós, mas o que seria o racismo institucional? Como isso é estimulado? Como isso está sendo visto nas esferas de poder? Quais são as ações que estão sendo desenvolvidas? É isso que temos que questionar e refletir”, aponta o músico.
GOG, que também vai participar do Escambo Cultural, acredita que esse é um momento estratégico e vital para a juventude negra e que o encontro na Ceilândia vai abrir muitas portas. “Tem uma canção que diz assim: periferia é periferia em qualquer lugar. Ou seja, por mais que tenha fronteiras ou que o território seja longe, os problemas são muito parecidos, então essa é a oportunidade para que os jovens passem a perceber os problemas e se aprofundem no porque disso”, analisa.
Multiplicador –Outro participante do Escambo Cultural é o percussionista Lucas dos Prazeres, que nasceu, cresceu e reside no bairro Casa Amarela, localizado no Morro da Conceição, em Recife-PE. Lucas, que trabalha com música desde os quatorze anos de idade, hoje toca com a Orquestra dos Prazeres – projeto que surgiu de um desejo do músico de dividir experiências sonoras, que englobam maracatus e cavalos marinhos, e vão dos batuques afro-brasileiros até a música erudita – pretende trazer para os jovens de Ceilândia sua experiência como morador de uma região que também sofre com a violência e com as drogas.
“Fiquei muito feliz de poder levar as minhas experiências, que são de dentro da minha casa, para jovens de outros estados”, afirma. “O que tem conseguido transformar nosso bairro e mantê-lo saudável é a arte. São 12 morros que respiram cultura e acabam envolvendo os jovens em suas atividades, como culinária, dança, teatro e etc.”, conta.
Segundo Lucas, o importante é contribuir com experiências e ajudar os jovens a se tornarem multiplicadores de seus sucessos. “Espero que eu possa contribuir sobre as boas experiências da minha cidade e inspirar jovens para eles se profissionalizem, se transformem em cidadãos, e claro, multipliquem seus conhecimentos e repassem para outros jovens”, aponta.
O “Escambo Cultural: De Recife à Ceilândia: Juventude negra e política cultural” vai acontecer no Espaço Cia. das Artes, localizado na QNP 01/05, Área Especial – Ceilândia-DF, às 15h, e tem entrada gratuita. O próximo Escambo está previsto para acontecer em outubro, na Região Norte do Brasil, mais precisamente no estado do Tocantins.
Clique aqui e confira a programação de aniversário da Fundação Cultural Palmares.
Palmares 25 Anos: atividade discute memórias e trajetória das políticas públicas para as culturas negras brasileiras
Celebrar o aniversário, além de festejar, é uma oportunidade para lembrar momentos importantes e refletir sobre a história. Para isso, dentro das atividades de comemoração do Palmares 25 Anos, acontece, no dia 22 de agosto, o debate “Memórias e trajetórias das Políticas públicas para a Cultura Negra”, às 16h, no Auditório da Fundação Cultural Palmares, em Brasília – DF.
De acordo com Martha Rosa Queiroz, Chefe de Gabinete, escutar os dirigentes que fizeram parte da FCP, desde a criação, possibilitará visualizar a trajetória histórica não só da Fundação Palmares, mas de todo o processo de proposição, gestão e implementação de políticas para a cultura negra no Brasil nos últimos 25 anos.
25 anos em debate – Participam da conferência Hilton Cobra, presidente da Fundação Cultural Palmares e os ex-presidentes, Elói Ferreira, Zulu Araújo, Dulce Maria Pereira, Joel Rufino dos Santos e Carlos Moura. Lindivaldo Júnior, diretor do DEP (Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira da FCP) conta que o objetivo dessa atividade é subsidiar ações futuras, a partir da experiência acumulada e dos desafios propostos a cada gestão. “A história não pode ser negligenciada”, disse.
Para Martha Rosa, que também atuou na gestão do professor Ubiratan Castro de Araujo (2003-2007), as experiências devem se constituir em alimento para uma análise conjuntural e formulação de novas ações. “Livres do racismo, passamos a enxergar o quanto temos a aprender com a vivência com outras pessoas negras. Os gestores e as gestoras da FCP protagonizaram e protagonizam um lugar estratégico para a cultura negra. Esse encontro é muito significativo tanto pelo o que cada um e cada uma tem a expor, quanto pela construção de nossa memória a partir de nossas falas.”
Valorizar e reconhecer a importância dos diversos atores na construção da FCP é o foco do evento, “os envolvidos nesta tarefa devem ser reconhecidos”, ressaltou Martha Rosa.
A FCP em Números – No dia 22 de agosto de 1988, o então presidente da república José Sarney fundou a primeira instituição pública federal voltada para promoção e preservação da arte e da cultura afro-brasileira: a Fundação Cultural Palmares. Neste ano de 2013, a FCP comemora 25 anos de trabalho por uma política cultural igualitária e inclusiva, que busca contribuir para a valorização das manifestações culturais e artísticas negras brasileiras como patrimônios nacionais.
Nesse quarto de século, a FCP já emitiu mais de 2.272 certificações, documento que reconhece os direitos das comunidades quilombolas e dá acesso aos programas sociais do Governo Federal. É referência na promoção e preservação das manifestações culturais negras, bem como das religiões de matriz africana e no apoio e difusão da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da História da África e Afro-brasileira nas escolas. A Fundação já distribuiu mais de 56 mil publicações que promovem, discutem e incentivam a preservação da cultura afro-brasileira e auxiliam professores e escolas na aplicação da Lei.
Serviço:
Palmares 25 Anos: Memórias e trajetórias das Políticas Públicas para a cultura negra
Local: Auditório da Fundação Cultural Palmares (Quadra 601 Norte – SGAN – Lote L)
Dia: 22 de agosto de 2013
Horário: 16h – Debate seguido de apresentação cultural com Marabeaux Jazz Trio
Informações: 25anospalmares@palmares.gov.br.
Em Salvador/BA, mostra de documentários inicia as comemorações dos 25 anos da Fundação Palmares
Salvador será a primeira capital brasileira a receber a programação Palmares 25 Anos, que celebra o aniversário da Fundação Cultural Palmares. A 1ª Mostra de Documentários Palmares.Doc vai apresentar, nos dias 14, 23 e 27 de agosto, películas que retratam a arte, a cultura e a religiosidade afro-brasileira.
Segundo Fábio de Santana, representante da FCP no estado da Bahia, a primeira edição da mostra é uma forma de fortalecer o diálogo com a comunidade. “Nós queremos aproximar ainda mais a Palmares do nosso público, estreitar o laço com outras instituições, ONG’s, grupos culturais, com associações culturais negras, e consolidar a atuação da Fundação Cultural Palmares por meio da Representação”, afirma.
O filme de abertura das atividades será ‘Abdias Nascimento’, do diretor baiano Antonio Olavo. O documentário apresenta fatos importantes da vida e militância de Abdias pelos direitos dos negros e negras brasileiros. Entre eles a criação do Teatro Experimental do Negro, em 1944, que promoveu a inclusão de atores, diretores e autores negros nas produções teatrais.
Serão exibidos ainda, os documentários ‘Nós, O Bando’, da diretora Sofia Federico , que conta a trajetória do Bando de Teatro Olodum (23/8), e ‘Povo de Santo’, de Wilson Militão, que apresenta depoimentos de Sacerdotisas e Sacerdotes de importantes terreiros de Candomblé da Bahia (27/8).
Ao final das sessões, sempre haverá um bate-papo com os diretores das obras e personalidades como o ator e presidente da FCP, Hilton Cobra, Makota Valdina Pinto, Ângelo Flávio, os atores e atrizes do Bando de Teatro Olodum entre outros convidados. A 1ª Mostra de Documentários Palmares.Doc tem classificação livre e entrada gratuita.
25 anos de história com a cultura negra – Em resposta às demandas do Movimento Negro, no dia 22 de agosto de 1988, o então presidente da república José Sarney fundou a primeira instituição pública federal voltada para promoção e preservação da arte e da cultura afro-brasileira: a Fundação Cultural Palmares. Neste ano de 2013, a FCP comemora 25 anos de trabalho por uma política cultural igualitária e inclusiva, que busca contribuir para a valorização das manifestações culturais e artísticas negras brasileiras como patrimônios nacionais.
Para mais informações sobre o evento, entre em contato com a FCP pelo e-mail:25anospalmares@palmares.gov.br.
Serviço – 1ª Mostra de Documentários Palmares.Doc
14 de agosto
19h – Exibição do Filme “Abdias Nascimento”
Local: Sala Alexandre Robatto/Biblioteca Pública do Estado da Bahia, Rua General Labatut, 27 – Barris. Salvador/BA.
Debatedores: Ângelo Flavio (Ator, Diretor e fundador da Companhia de Atores Negros Abdias Nascimento), Antonio Olavo (Diretor do documentário) e Leandro Bulhões (Doutorando em História pela UnB – Universidade de Brasília).
23 de agosto
19h – Exibição do Filme “Nós, o Bando”
Local: Centro Cultural Alagados, Rua Direita do Uruguai – Uruguai. Salvador/BA.
Debatedores: Bando de Teatro Olodum
27 de agosto
19h – Mesa: “A Representação das Tradições afro-brasileiras na Mídia”
Makota Valdina Pinto, do Terreiro Tanuri Junsara
Hilton Cobra, presidente da Fundação Cultural Palmares
Jaime Sodré, Professor/UNEB)
Lula Oliveira (RR/BA/SE/MinC)
Wilson Militão, diretor do Documentário Povo de Santo
20h – Exibição do Filme “Povo de Santo”
Local: Terreiro Tanuri Junsara, Rua Apolinário Santana, nº146, bairro do Engenho Velho da Federação, Salvador/BA.
Entre o indizível e o narrável: Palavras possíveis para Yá Mukumbi, farol para as culturas negras
Se não há lugar no simbólico, não vai existir narrativa capaz de recobrir os acontecimentos humanos, restando apenas as marcas indeléveis da experiência traumática. Os assassinatos de dona Vilma Santos de Oliveira,66, a sempre querida Yá Mukumbi, de sua mãe, Alial de Oliveira dos Santos, 86, e neta, Olívia Santos de Oliveira,10, em uma investida psicótica de um vizinho no último sábado, 3, em Londrina, é um desses terríveis episódios traumáticos que alojam-se além da capacidade de qualquer nomeação, das possibilidades de representação. As palavras resistem às tentativas de conferirmos sentido ao ocorrido e como toda experiência traumática, a perda brutal de Yá Mukumbi e parte de sua família deixam feridas abertas na memória coletiva e abrem um flanco para questionamentos irrespondíveis: Por que aconteceu? Por que elas? Como uma mulher da estatura de dona Vilma tem sua vida interrompida por um homem inteiramente tomado de surto psicótico, conforme atestou laudo médico? De onde vem desmedida loucura? Houve fundamento religioso no bárbaro ataque? Acrescente-se à tragédia na casa de mãe Vilma, o fato de que minutos antes, o assassino cometera uma outra, matando a própria mãe, num forte prenúncio de que quando se mata a própria mãe tudo o mais é possível. Um crime só contra mulheres, velhas e nova, de quatro gerações, perpetrado por um homem em trajes menores de posse de uma faca.
Emborasucedam-se casos semelhantes ao ocorrido na Rua Olavo Bilac, no fatídico dia 3, o horror que cada história singular evoca é sempre sem par. Não existem parâmetros nem reincidências com os quais podemos nos apaziguar em termos narrativos. Comoção, perplexidade, dor, vazio, revolta, nos assaltam sem podermos sequer acomodar o luto, que parece se arrastar indefinidamente. O que nos resta, então, num “cenário de terra arrasada”?
Os estudos psicanalíticos nos ensinam que embora o trauma habite o campo do indizível, impõe-se a necessidade dese tecer uma narrativa do depois, um discurso que rearranje o que ficou fora de lugar, de se produzir um efeito de tempo, uma (res)significação do choque, a deflagração incontornável de um processo de reconstrução. Qual seria, então, a narrativa possível? Quais as possibilidades de representação do inominável?
A vida plena, a vida digna, a vida austera sem ser pesada, a vida terna, a vida leve, a vida lúdica, a vida comprometida, a vida engajada, a vida vivida de Yá Mukumbi – uma vida desproporcional ao seu desfecho – nos restitui a possibilidade de contar uma história e construir memória sobre ela, sua mãe e neta.
Mãe Vilma ou Yá Mukumby Alagangue, nome de origem quimbundo, movimentava-se sobre um largo espectro: zeladora do terreiro do Ylê Axé Ogum Mege, militante histórica do movimento negro de Londrina, mulher altiva, integrante de fóruns e associações locais e nacionais, coordenadora do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, cantora de estirpe, dona de uma voz altissonante, mãe de seis filhos, cozinheira de mão cheia, gestora cultural e política dos expedientes da população negra, convicta defensora das cotas raciais para jovens negros nas universidades públicas (protagonizou a implantação das cotas na Universidade Estadual de Londrina, em 2005, e manteve-se fiel a luta ao engrossar as fileiras pela manutenção desta política, em 2011), generoso ser humano, diuturnamente atenta àqueles que vivem nas franjas da sociedade,construiu um biografia sólida, sagrou-se pessoa extraordinária, sempre pôs-se acima do banal. A densidade e força que lhe eram peculiar renderam-lhe um livro “Yá Mukumbi: a vida de Vilma Santos de Oliveira”, escrita por professores e estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), em 2010.
Do lugar em que via o mundo, a partir de múltiplos prismas, não abriu mão de princípios éticos e de justiça para combater o racismo, o sexismo e a intolerância religiosa. Do alto de sua sabedoria, sabia “converter” jovens para o combate contra a discriminação racial ofertando a eles possibilidades de tecerem um trajetória vinculada à ética, ao bem fazer e ao bem viver. Sempre pronta para as lides dos movimentos negros, deixava um lastro de esperança para aqueles que supunham estar tudo ou quase tudo perdido. Nunca se omitia frente às injustiças e problemas sociais e, habitualmente, se lançava de maneira proativa para equacionar os dramas de quem dela se aproximava. Crianças, para ela, era patrimônio de primeira linha; delas, costumava dizer, tínhamos o compromisso de cuidar. O abate de sua neta de dez anos confere à tragédia, por esses e outros motivos, uma carga ainda mais brutal.
Consagrada figura pública, Yá Mukumbi prestou serviço para o Estado brasileiro, fez sua voz ecoar no ambiente acadêmico, desarmou teorias caducas para pensar a sociedade, atraiu a atenção de figuras públicas, como Gilberto Gil, que pediu-lhe artigo para uma publicação; mantinha vínculos afetivos com tantas outras, a exemplo de Dona Zica. Inegavelmente, esta mestra fincou raízes para substantivas mudanças sociorraciais, ampliou o escopo das culturas negras, protegeu e salvaguardou o patrimônio africano no Paraná, construiu fronteiras para a manutenção das manifestações artísticas orientadas pelo protagonismo do negro, sem, contudo, erguer delimitações, tampouco promover distinções e exclusões. Direta e indiretamente, reorientou as políticas públicas no campo da cultura e da religião…
A Fundação Cultural Palmares (FCP) prestou-lhe singela homenagem em 2008. Na época, como agora, sabia do alcance das práticas de Yá Mukumbi. Sente-se, como todos, imersa em uma experiência por ora dolorosa, em que o poder público se apequena com a perda de uma gestora cultural imprescindível. Mas, acredita-se: no horizonte do possível, torna-se compromisso inadiável da FCP e outras instituições pinçar, do oceano de iniciativas de Yá Mukumbi, referências e práticas para a emancipação da sociedade, livre de racismos, sexismos, intolerância religiosa.Entre o irrepresentável da tragédia e o narrável da esperança, fiquemos com esta última possibilidade, virtude que mãe Vilma sempre nos legou e continuará assim fazendo.
Rosane da Silva Borges
Coordenadora geral do CNIRC (Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra)/ Fundação Cultural Palmares/MinC
Professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL)
FCP participa do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Cultura
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, participou do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Cultura, realizado no dia 1º de agosto, em Natal/RN. O encontro reuniu representantes de 14 estados brasileiros, entre eles os secretários de Cultura do Distrito Federal e presidente do Fórum, Hamilton Pereira; de Natal/RN, Isaura Rosado; de Salvador, Albino Rubim; de Alagoas, Osvaldo Viégas; e do Ceará, Francisco José Pinheiro. Também estiveram presentes Américo Córdula, da Secretaria de Políticas Culturais do MinC (Ministério da Cultura) e os presidentes e membros dos conselhos de cultura do país (conECTa).
Na ocasião, o presidente Hilton Cobra levou aos dirigentes as demandas dos criadores culturais negros, recebida durante as missões da FCP pelo Brasil, por 40% do orçamento do Ministério da Cultura dedicado à arte e a cultura negra. “De fato seria extraordinário se o MinC aumentasse a destinação de recursos para as produções culturais negras, mas as instâncias públicas estaduais e municipais também precisam assumir esse compromisso”, comentou.
Recursos para cultura negra – Ao apresentar um breve relato sobre a realidade da produção cultural negra e os desafios na conquista de investimentos públicos, Hilton Cobra mostrou os caminhos que a Fundação Cultural Palmares ainda precisa percorrer para conseguir responder as necessidades do setor. Nesse sentido, ele reforça a necessidade de fortalecer institucionalmente a FCP, principalmente por ser a primeira instituição brasileira, criada em âmbito federal, para a promoção e preservação da cultura afro-brasileira.
Uma legislação para a cultura brasileira – O presidente da FCP enfatizou a necessidade da criação de uma legislação específica para as manifestações artísticas e culturais do país, como forma de melhorar o acesso dos agentes culturais aos mecanismo públicos de fomento. “Os produtores culturais estão produzindo uma peça de teatro da mesma forma que se constrói uma ponte ou um estádio de futebol”.
Cobra sugeriu ainda, que essas demandas (aumento de recursos dedicado à arte e as culturas negras e a criação de uma legislação específica para a cultura) sejam levadas pelos secretários às conferências estaduais e municipais de cultura, eventos preparatórios para o debate nacional, que acontece em novembro deste ano, em Brasília.
Próximos passos – Entre os encaminhamentos, resultados das proposições da FCP, pode-se destacar a realização de uma reunião entre os membros do Fórum de Secretários e a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, a fim de dar inicio ao debate sobre uma nova legislação para cultura.
Fundação Cultural Palmares certifica mais 85 comunidades quilombolas
O país tem mais 85 comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares, localizadas nos estados do Maranhão, Ceará, Bahia, Pará e Piauí, de acordo com a portaria publicada hoje, 30/07, no Diário Oficial da União. A FCP agora soma 2.272 comunidades quilombolas brasileiras reconhecidas.
Para o presidente da Fundação Palmares, Hilton Cobra, a certificação reforça o sentimento de pertencimento dos quilombolas. “É um passo importante para manutenção das manifestações culturais dentro das comunidades, assim como para garantia de direitos básicos para as mulheres e homens quilombolas”, pontua.
Reconhecimento – Antiga zona de engenho do recôncavo baiano, localizado a três quilômetros de Lauro de Freitas/BA, a comunidade Quingoma possui aproximadamente 3.500 moradores. A presidente da associação, Rejane Rodrigues, acredita que o documento possibilitará a preservação da ancestralidade e das tradições culturais e religiosas da comunidade. “Meus avós já estavam aqui há mais de 100 anos. Agora teremos mais liberdade para caminhar com as próprias pernas”, comemora.
Sebastião Vieira da Silva, presidente da Comunidade Nossa Senhora das Graças do Sítio Arapuca, em Salitre/CE, acredita que as 177 famílias da comunidade serão beneficiadas por melhorias nas áreas de moradia, saúde e educação. “Com o documento daremos dois passos à frente para enfrentar todas as dificuldades de ser quilombola”, ressalta.
Quilombolas do Brasil – De acordo com o relatório 2012 do Programa Brasil Quilombola, o país conta 1,17 milhão de quilombolas, divididos em 214 mil famílias. Cerca de 90% se autodeclaram negros. Do total de comunidades certificadas, 63% está localizada no Nordeste brasileiro. Até o início de 2013, o INCRA titulou 207 territórios quilombolas, beneficiando 12.906 famílias.
Saiba como obter a certificação:
Como a comunidade deve proceder para a emissão da certidão de autodefinição como remanescente de quilombo:
1) A comunidade deve possuir uma associação legalmente constituída; e apresentar uma ata de reunião convocada para a autodefinição aprovada pela maioria dos morados, acompanhada de lista de presença devidamente assinada;
2) Nos locais onde não existe associação, a comunidade deve convocar uma assembleia para deliberar sobre o assunto autodefinição, aprovada pela maioria de seus membros, acompanhada de lista de presença;
3) Enviar esta documentação a FCP, juntamente com fotos, documentos, estudos, reportagens, que atestem a história do grupo e suas manifestações culturais;
4) Apresentação de relato sintético da história;
5) Solicitar ao Presidente da FCP a emissão da certidão de autodefinição.
Prorrogadas as inscrições para o NUFAC 2013
Instituições interessadas têm até 29 de agosto para se inscrever na chamada pública que vai investir cerca de R$ 4 milhões na formação profissional de 1.200 jovens negros e negras de todo o Brasil
Devido à procura de instituições interessadas em participar do NUFAC 2013, a Fundação Cultural Palmares prorrogou até 29 de agosto as inscrições para a chamada pública nº 01/2013, que garante a implantação dos Núcleos de Formação de Agentes de Cultura da Juventude Negra – NUFAC’s em todo o Brasil.
Segundo o diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira da FCP, Lindivaldo Junior, a prorrogação vai facilitar a inscrição das entidades que querem participar, mas que por algum motivo não conseguiram submeter seus projetos. “O interesse em participar do edital é muito grande e, como temos mais trinta dias de prazo, todas as instituições interessadas podem se inscrever”, afirma.
Edital NUFAC 2013 – Com recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC), o Edital vai selecionar 10 (dez) propostas de entidades que possuam a capacidade técnica e administrativa para oferecer cursos de formação profissional na área cultural para jovens negros e negras de todo o Brasil. Serão investidos cerca de R$ 4 milhões na formaçãoprofissional de 1.200 jovensdo ensino fundamental e médio, completo e incompleto, oriundos das classes sociais C, D e E.
Longa conta história de seis comunidades quilombolas brasileiras
Do diretor Will Martins, ” Nem Caroço Nem Casca Uma – História de Quilombolas” conta a resistência de famílias remanescentes de quilombo para manterem vivas tradições culturais negras brasileiras
Guilherme Duarte/ ASCOM Fundação Cultural Palmares
Um retrato da resistência quilombola brasileira, é o que propõe o documentário “Nem Caroço Nem Casca Uma -História de Quilombolas”, que será hoje, 30/7, Cinema Odeon Petrobras, no Rio de Janeiro/RJ. A obra é uma produção do diretor Will Martins numa parceria entre a Elecnor Transmissão de Energia, a Novelo Filmes, com o auxílio de coprodução da ONG Me Ensina e da produtora Glóbulo Marcas de Propósito.
O documentário tem a cidade de Viana/MA como ponto de partida e se baseia em uma estrada no interior do Maranhão que une moradores de seis comunidades quilombolas. “Nem Caroço Nem Casca” apresenta o dia-a-dia dos povoados, que entrelaçados pelo mesmo passado de luta e escravidão, mostram que educação, religião, cultura e o amor são as ferramentas mais fortes de resistência.
Uma rica experiência – Will Martins explica que a ideia de fazer o filme surgiu por acaso. Pelo fato de sempre fazer documentários pelo Brasil inteiro, ele percebeu que a realidade dos quilombos é um assunto pouco explorado. “Foi mais o tema que me encontrou do que eu que encontrei o tema”, diz.
O diretor explica que, no começo, achou que teria muito trabalho para realizar o documentário, mas se sentiu surpreendido. “A única dificuldade que senti foi a distância e o acesso dos locais da filmagem. Mas o bom humor, o carinho, o amor e a oportunidade de estar perto e poder conversar com as pessoas foi muito cativante para mim”, explica.
Um novo retrato quilombola – Martins acredita que o filme será de grande importância para a população brasileira. Pois, quando se fala em população negra, pensa-se logo em escravidão. A obra vai além. “No filme conto como os quilombolas vivem hoje, o que se perdeu e o que eles fazem para resgatar e conservar a cultura”.
O projeto, inclusive, apoiou junto à Fundação Cultural Palmares, o processo de certificação de onze comunidades quilombolas: Boa fé, Bornel, Cacoal, Mocambo, Canarana, Capoeira, Melhora, Ipiranga, Carro Quebrado, Ponte de Tábua e São Manoel II.
A exibição do documentário será, primeiramente, apenas para convidados e imprensa. Mas também está prevista a realização de mostras públicas em festivais culturais.
Serviço:
O que: Documentário “Nem Caroço Nem Casca”.
Data: 30 de julho de 2013.
Hora: 20h -Coquetel de recepção dos convidados.
21h – Exibição do filme: Nem Caroço Nem Casca Uma – História de Quilombolas”.
Local: Cinema Odeon Petrobras, Praça Floriano, 7 – Cinelândia, Rio de Janeiro.
FCP participa de oficinas de formação para os Editais Carmen Santos de Cinema de Mulheres
Num esforço para garantir a participação dos agentes culturais negros nos editais públicos de incentivo à cultura a Fundação Cultural Palmares, em parceria com as Representações Regionais do MinC (Ministério da Cultura), realiza de 30 de julho a 15 de agosto oficinas de capacitação para os Editais Carmen Santos de Cinema de Mulheres, em São Paulo e em Salvador/BA.
Em ambos os estados a maioria do cursos serão ministrados por Cidinha da Silva, representante da FCP em São Paulo. Cidinha ressalta que a Palmares planeja movimentar as organizações de mulheres negras, ligadas à produção de audiovisual e artes visuais, para participar desse edital, que é exclusivo para o público feminino.”É fundamental pluralizar o possível perfil dos sujeitos contemplados”, pontua.
Formação para outras iniciativas – As oficinas serão simples e dinâmicas, para esclarecer as dúvidas mais frequentes sobre editais. Nesse sentido, Cidinha explica que existe uma mecânica similar entre os editais do MinC. Ela acredita a preparação para um concurso facilita participação em outras oportunidades.
Estratégias de alcance – A cidade de Salvador/BA recebe duas oficinas. Fábio de Santana, representante regional da Palmares para Bahia e Sergipe, conta que dois lugares foram escolhidos na tentativa de atingir públicos distintos. “A primeira oficina será realizada na periferia de Salvador, um lugar simbólico da cultura negra, para chegarmos nas pessoas que tem acesso aos editais, mas que demandam formação”, disse Fábio. A outra será no Pelourinho e “vai contar com a participação de agentes culturais do centro da cidade”, completou o representante.
Já no estado de São Paulo serão cinco. Cada atividade contará com o apoio de diversas entidades da sociedade civil e gestores de cultura municipais.
Edital Carmen Santos de Cinema de Mulheres 2013 – Apoio para Curta e Média-Metragem – O edital apoiará obras audiovisuais cuja titularidade e direção sejam de mulheres.Podem ser inscritos trabalhos de ficção ou documentário, com a possibilidade de utilização de técnicas de animação. As obras devem apresentar a temática da igualdade entre mulheres e homens, os direitos da mulher e de sua cidadania. A inscrição dos trabalhos é gratuita e deve ser realizada até 19 de agosto por meio de sistema online SALICWEB, no site do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br ). Serão premiadas 10 obras audiovisuais de curta-metragem, de até cinco minutos, no valor de até R$ 45 mil, cada; e seis obras audiovisuais de média-metragem, de 26 minutos, no valor de até R$ 90 mil, cada. Os vídeos premiados serão exibidos pela TV Brasil.
Serviço
Oficinas em Salvador (BA)
OFICINA – Capacitação para o Edital Carmen Santos de Cinema de Mulheres – 2013.
Data: 30 de julho de 2013
Horário: 18h30
Local: Centro Cultural Alagados – Rua Direta do Uruguai (fim de linha) – sem número – Uruguai.
OFICINA – Capacitação para o Edital Carmen Santos de Cinema de Mulheres – 2013.
Data: 31 de julho de 2013
Horário: 14h
Local: Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americano – CEPAIA/UNEB -Largo do Carmo, 04 – Centro Histórico.
Para maiores informações entre em contato com o telefone:(71) 3322-3488 ou pelo e-mail:fcp.bahia@palmares.gov.br
Oficinas no estado de São Paulo
OFICINA – Capacitação para o Edital Carmen Santos de Cinema de Mulheres – 2013. Capital – Zona Oeste
Data: 30 de julho de 2013, terça-feira
Horário:19:00
Local: Espaço Cultural Elo da Corrente – Rua Jurubim, 788, Pirituba, São Paulo
Parceria: Coletivo de Mulheres Esperança Garcia e Coletivo Cultural Elo da Corrente
OFICINA – Capacitação para o Edital Carmen Santos de Cinema de Mulheres – 2013. Capital – Zona Sul
Data: 05 de agosto de 2013, segunda-feira
Horário:19:00
Local: Casa de Cultura de M’Boi Mirim – Av. Inácio Dias, S/No, Piraporinha, São Paulo
Parceria:CineBecos
OFICINA – Capacitação para o Edital Carmen Santos de Cinema de Mulheres – 2013. Campinas e Região
Data:6 de agosto, terça feira
Horário:14:00 as 17:30
Local:CIS – Guanabara- UNICAMP -Rua Mário Siqueira, 829 – Botafogo
Antiga Estação Mogiana – atrás da Unimed/Barão de Itapura/final da Rua Sacramento/Praça Mauá
Parceria:CIS-Guanabara e Instituto Ibaô
Mais informações: (19)32337801
OFICINA – Capacitação para o Edital Carmen Santos de Cinema de Mulheres – 2013. Taubaté e Região
Data:8 de agosto, quinta-feira
Horário:19:00
Local: Biblioteca Zumbi dos Palmares – Av. das Camácias, s/n – Bairro Estiva
Parceria: Associação dos Templos de Umbanda e Candomblé de Taubaté e Região
OFICINA – Capacitação para o Edital Carmen Santos de Cinema de Mulheres – 2013. Capital – Centro
Data: 15 de agosto de 2013
Horário:19:00
Local: Auditório do MinC – Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo
Parceria: Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop
FCP oferece oficina para o Edital NUFAC 2013 em São Paulo
Para ajudar os produtores, gestores e agentes culturais, de entidades sem fins lucrativos, a enviarem projetos para o Edital NUFAC 2013, a Fundação Cultural Palmares vai promover oficinas de capacitação em alguns estados brasileiros. Amanhã, 25/7, a formação acontece em São Paulo, às 19 horas, no auditório da Funarte, no bairro Campos Elíseos.
Assim como em Salvador/BA, realizada no último dia 19/7, a oficina será ministrada por Leila Calaça, da FCP, que vai mostrar o passo a passo da participação em editais do tipo desde a inscrição no portal de convênios/SICONV do Governo Federal, até a elaboração da proposta que concorrerá no certame.
Edital Nufac 2013 – Com recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC), a chamada pública nº 01/2013 já está na segunda edição vai investir cerca de R$ 4 milhões na criação de 10 Núcleos de Formação de Agentes de Cultura da Juventude Negra (NUFAC’s)– centros que vão oferecer capacitação profissional para 1.200 jovens negros e negras em todo o Brasil.
Os jovens negros e negras que participarem da formação estarão aptos a atuar no mercado cultural nas áreas de cenotecnia, desenho de moda, disc-jóquei (Dj), figurino, operação de áudio e iluminação, produção cultural, produção de vídeo, ilustração, serigrafia, entre outros.
Confira mais informações no site www.palmares.gov.br/nufac
Serviço
Oficina “Entendendo o Edital NUFAC 2013”
Responsável Técnica: Leila Calaça
Data: 25 de julho de 2013
Horário: 19h
Local: Auditório do Ministério da Cultura – Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos (Funarte)
Mais informações: (11) 2766-4300 ou pelo e-mail: fcp.sp@palmares.gov.br
Políticas públicas para cultura negra em debate no Festival de Inverno de Garanhuns/PE
A cidade de Garanhuns/PE é a sede de dez dias de mergulho na arte e na cultura, entre os dias 18 e 27 de julho, durante a realização do reconhecido Festival de Inverno da cidade. A Fundação Cultural Palmares (FCP) se soma ao evento com a realização de duas atividades: a “Oficina de Capacitação para a Elaboração e Gestão de Projetos Culturais para os Jovens Produtores Culturais do Quilombo de Castainho (PE)” e a roda de diálogo “Experiências em Políticas para Cultura Afro-Brasileira”.
A oficina acontece nos dias 24 e 25/7, com objetivo de fortalecer os produtores culturais jovens e as manifestações culturais e artísticas negras já existentes nas comunidades. A idéia é preparar esses agentes para acessar aos recursos públicos e utilizar as ferramentas de gestão e prestação de contas dos projetos. A formação é uma parceria com a Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco. Já roda de diálogo será na tarde do dia 25/7 e conta com o apoio do Casarão dos Pontos de Cultura.
“A FCP está preocupada com a ampliação do debate sobre políticas de cultura, especialmente neste período em que estamos nos preparando para debates importantes nas Conferências de Cultura e da Igualdade Racial”, disse Junior Afro, diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira.
Festival de Inverno de Garanhuns –Em 2013, o Festival de Inverno de Garanhuns chega à sua 22ª edição. Entre os dias 18 e 27 de julho, 12 pólos recebem ações de diferentes manifestações artísticas, além de projetos especiais e iniciativas focadas na formação cultural, como oficinas, debates, encontros e palestras. Só as apresentações musicais somam cerca de 230 nomes, escolhidos a partir de uma convocatória, aberta a artistas de todo o País, e de convites.
Durante os dias de evento, os palcos recebem atrações locais, nacionais e internacionais. As ruas são tomadas por cortejos de cultura popular, performances e intervenções urbanas. Vários espaços recebem oficinas. Tudo isso com acesso gratuito a diferentes públicos. O FIG é promovido pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), em parceria com a Prefeitura de Garanhuns.
Serviço
24 e 25 de julho
Oficina de Capacitação para a Elaboração e Gestão de Projetos Culturais para os Jovens Produtores Culturais do Quilombo de Castainho/PE
Horário: 24/7 – 8h às 18h e 25/7 de 8h às 12h.
Local: Quilombo de Castainho (PE) – Endereço:
Mais informações: Gabi Apolônio (81) 9761-6984/ (81) 8544-6374
25 de julho (à tarde)
Experiências em Políticas para Cultura Afro-Brasileira
Horário: 14h às 18h.
Local: Casarão dos Pontos de Cultura, Escola Henrique Dias – Rua Pedro Rocha, 296, Heliópolis, Garanhuns (ao lado do Parque Euclides Dourado).
Mais informações: Gabi Apolônio (81) 9761-6984/ (81) 8544-6374
Afrolatinas 2013 discute políticas públicas para as culturas negras
Fomentar o debate sobre políticas públicas para a cultura negra e fortalecer a memória identitária da herança ancestral, linguagens, manifestações negras sob a perspectiva do recorte de gênero. Em sua 6ª edição, o Latinidades – Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha acontece em Brasília, até o dia 27 de julho.
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra participou da mesa de abertura “Políticas públicas para a cultura negra”, que contou com as presenças da ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luíza Bairros, do Secretário de Cultura do Distrito Federal, Hamilton Pereira, do representante da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Cleber Avila e do secretário de Promoção da Igualdade Racial (Sepir / DF), Veridiano Custódio.
Novos rumos para uma nova Palmares – Na oportunidade, o presidente da FCP iniciou o discurso com um agradecimento à Luiza Bairros e Lélia Gonzales e contou como essas mulheres o ensinaram a ter consciência e cidadania negra. Ele agradeceu a organização do evento pela oportunidade de participação da Fundação Cultural Palmares. “É a primeira vez que a Palmares de alma, gesto e coração participa do Afrolatinas”.
Cobra apresentou o nascimento de uma nova FCP que objetiva o equilíbrio para tratar das produções artísticas, culturais, quilombolas e das manifestações religiosas de matriz africana para aproximadamente 100 milhões de brasileiros. “É importantíssimo investir em recursos financeiros para que o fazer cultural negro possa aparecer. É através dos recursos que vemos a vontade política para tratar desses assuntos”, frisou.
Além disso, Hilton Cobra, considera ser “necessário que se crie uma legislação específica para a cultura, com negros compondo as comissões julgadoras e lutando pelo crescimento das verbas públicas e privadas para a arte e a cultura negra”.
25 de julho – Luiza Bairros destacou a importância do evento e sua relação com o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha comemorado todo 25 de julho. As ações são consideradas como um marco internacional da luta e da resistência da mulher negra e atuam para construir estratégias de inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento do racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais.
Bairros falou do crescimento econômico, social, político e cultural do país e citou as mulheres brasileiras como o segmento da população que representa um paradoxo do desenvolvimento no Brasil que melhor aproveita as políticas públicas de inclusão da história recente do país. “Somos parte das estatísticas que enfrentam mais desvantagens. Os efeitos do racismo se manifestam diretamente na população negra feminina”, afirmou.
Festival da Afro-diáspora – O Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha desenvolve ações de formação, capacitação, empreendedorismo, economia criativa, cultura e comunicação e traz ampla programação artística com shows, exposições, lançamentos literários, além dos diálogos com o poder público, organizações não-governamentais, movimentos sociais e culturais, universidades, redes, coletivos e outros grupos.
O evento envolve anualmente diversos estados brasileiros, com crescente participação internacional e se constitui em um espaço para convergir iniciativas do estado e da sociedade civil relacionadas ao enfrentamento do racismo, sexismo e promoção da igualdade racial.
O Latinidades como também é conhecido, é considerado hoje o maior festival de mulheres negras do país.
Palmares recebe as demandas da sociedade civil para as ações internacionais
No âmbito do Edital Conexão Brasil – África, FCP e paulistas discutem ações de intercâmbio cultural e artístico entre o Brasil e países da África
A Fundação Cultural Palmares realizou no último fim de semana, dias 19 e 20 de julho, em São Paulo, o seminário “Relações Internacionais Brasil-África na área da Cultura”. O encontro, que teve a participação de cerca de 130 pessoas, discutiu as relações culturais entre o Brasil, a África e a Afrodescendência, com foco na divulgação de informações sobre as possibilidades de parcerias entre o Brasil e países africanos.
Essa iniciativa, partiu da experiência do Edital Conexão Brasil-África, realizado pela FCP em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação que selecionou, em 2012, cujo selecionou projetos de cooperação técnica internacional com países africanos, latino-americanos e caribenhos.
De acordo com Daniel Brasil, assessor internacional da FCP e palestrante do evento, um ganho importante do encontro foi identificar expectativas sobre relações internacionais que poderá contribuir para as próximas ações da Palmares.“A nossa ideia foi mostrar para as pessoas como é esse cenário e como ocorrem as relações internacionais”,explica. “Nós também reafirmamos a disposição da Palmares em trabalhar com cultura negra, uma vez que dentro da área internacional é importante falar de culturas negras no plural mesmo, já que elas lutam por um espaço de enfrentamento em um mundo que absorveu a cultura eurocêntrica”, analisa.
No que se refere às dificuldades que as pessoas físicas e as instituições brasileiras que trabalham com cultura negra têm para participar de editais internacionais e concorrências públicas, Daniel explica que ainda há um grande gargalo a ser vencido. “São situações que vão desde o não conhecimento em outros idiomas, até o formato e documentação exigida pelos editais, que são muito rigorosos”, explica.
Nesse sentido, o assessor destaca que a FCP pretende disponibilizar para a sociedade civil mais informações sobre como participar desses processos. “Nossa meta agora é levar esse debate para o maior número de cidades possível de forma a contemplar as demandas do nosso público.”
Intercâmbio na prática – Durante a exposição, Priscila Preta, Débora Marçal e Flávia Rosa, artistas fundadoras da Cia Capulanas de Arte Negra contaram as experiências como participantes em editais para o intercâmbio cultural, realizados pelo MinC (Ministério da Cultura), destacando os desafios e êxitos da oportunidade.
Liliane Braga, da Quisqueya Brasil, também participou das oficinas e problematizou a presença majoritária de países da CPLP dentre os parceiros das organizações selecionadas pela primeira edição do Conexão Brasil-África. Ela questionou a ausência de representações da cultura negra nas nos culturais do Itamaraty espalhados pelo mundo.
Conferência incentiva pesquisa sobre cultura afro-brasileira
Reunir pesquisadores, gestores públicos e agentes culturais para um diálogo sobre ações afirmativas para as políticas públicas de fomento às culturas negras. Dentro dessa perspectiva, São Luis no Maranhão recebe, nesta terça-feira, 23/7, o Ciclo de Palestras Cultura Afro-brasileira: Nosso Patrimônio. O evento realizado pelo Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra(CNIRC) da Fundação Cultural Palmares, oferece a oportunidade de conhecer mais sobre as práticas, costumes, conhecimentos e tradições das manifestações culturais afro-brasileiras.
Nelson Inocêncio, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de Brasília, ministrará a Conferência Culturas Negras, afrodescendentes e afro-brasileiras – Perspectivas para políticas pública. Esta é a primeira de uma série de conversas que serão realizados pelo país.
Novas perspectivas para as culturas negras
De acordo com Inocêncio, um dos objetivos do debate está na necessidade de romper com noções históricas que dão às produções artísticas e culturais de matrizes africanas um caráter exótico. “Precisamos buscar o amadurecimento acerca dos conceitos de culturas negras, afrodescendentes e afro-brasileiras”, ressalta.
Sobre o fomento às produções culturais negras, Inocêncio acredita que “enquanto perdurar o senso comum em torno das culturas negra, afrodescendente e afro-brasileira como um bloco homogêneo, haverá distorções e dificuldades nas priorizações referentes ao uso do dinheiro público”, pontua.
Coleção Conheça Mais – As palestras ministradas no Ciclo de Palestras resultarão na publicação de livros da Coleção Conheça Mais, com o objetivo de atender à demanda de material didático na área de cultura afro-brasileira, de acordo com a Lei nº 10.639/2003. Segundo Nelson Inocêncio ainda há muito para se aprender sobre África. “Hoje devemos ir da celebração à ‘Mama África’ ao aprofundamento de nossos conhecimentos acerca daquele continente, percebendo suas tensões, suas contradições, mas também seus êxitos. Esta África real é também um conjunto de possibilidades que transcende as abordagens fatalistas da grande imprensa internacional”, pontua.
Eixos Temáticos – Ações afirmativas, Candomblé, Umbanda, Quimbanda, Capoeira, Gastronomia afro-brasileira, Lei nº 10.639, O negro nos meios de comunicação, o Estatuto da Igualdade Racial e Quilombos, são alguns dos temas já retratados na Coleção. Rosane Borges, coordenadora do CNIRC destaca que, em 2014, as publicações vão trazer novos temas e serão distribuídas nas escolas e bibliotecas brasileiras, a fim de oferecer aos estudantes conteúdos sobre patrimônio cultural afro-brasileiro.
Serviço:
O que: Culturas Negras, Culturas Afrodescendentes e Culturas Afro-Brasileiras: Perspectivas Para as Políticas Públicas – Participação: Professores Dr. Carlos Benedito Rodrigues (UFMA), Marluze Pastor Santos (UEMA) e Nelson Inocêncio (UnB).
Quando: 23 de julho à partir das 14 horas
Onde: Auditório da Faculdade de Arquitetura da Universidade Estadual do Maranhão
Fundação Cultural Palmares lança edital de R$ 4 milhões para a qualificação profissional de jovens negros e negras
A Fundação Cultural Palmares (FCP) lança hoje, às 15h, em Salvador/BA, a chamada pública nº 01/2013, que vai investir cerca de R$ 4 milhões na criação de Núcleos de Formação de Agentes de Cultura da Juventude Negra (NUFAC’s) – centros que vão oferecer capacitação profissional para 1.200 jovens negros e negras em todo o Brasil.
O evento, que vai acontecer no Palácio Rio Branco, contará com as presenças da ministra da Cultura, Marta Suplicy e do governador da Bahia, Jaques Wagner.
Com recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC), o Edital destinará a cada Núcleo o orçamento necessário para custear as despesas com 120 jovens. Cada aluno receberá também uma Bolsa Incentivo que poderá ter a duração de até 10 (dez) meses, dependendo do período de duração do curso. O presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, explica que a Bolsa é, principalmente, um estímulo para diminuir a evasão aos cursos.
“Com a Bolsa Incentivo, os alunos poderão se dedicar aos cursos e consequentemente ter um bom desempenho”, afirma. “Além do mais, a capacitação desses jovens fortalecerá o mercado de trabalho no campo cultural e incentivará a promoção, a preservação e a difusão do patrimônio e das expressões culturais afro-brasileiras e africanas”, afirma.
Inscrições – Poderão se inscrever na chamada pública entidades privadas sem fins lucrativos que atuam nas áreas de cultura e a educação. As entidades interessadas devem acessar o endereço eletrônico www.palmares.gov.br/nufac e conferir o edital. O prazo para as inscrições é até 30 de julho.
Serviço
Lançamento do edital NUFAC 2013
Data: 18 de julho de 2013
Horário: 15h
Local: Palácio Rio Branco, Praça Tomé de Souza, Salvador- BA
Informações para a imprensa
Mara Karina Silva
Assessora de Comunicação/Fundação Cultural Palmares – MinC
Tel.: 55 (61) 3424.0165/ 9831.0215
Produtores culturais negros gaúchos também querem 40% do orçamento da Cultura
Reforçando o coro dos criadores e produtores culturais de outros estados brasileiros, os agentes de artes e culturas negras do Rio Grande do Sul também querem 40% do orçamento destinado para o Ministério da Cultura. Essa foi a principal demanda apresentada por eles na reunião do setor, que aconteceu na noite dessa segunda-feira, 15/7, em Porto Alegre/RS.
A pauta do encontro, que contou com a presença do presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, foi a suspensão dos editais para cultura negra do MinC (Ministério da Cultura) em parceria com a SEPPIR (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial). Cerca de 100 pessoas entre artistas, criadores e produtores culturais e integrantes do Movimento Negro solicitaram a retomada imediata da normalidade jurídica dos certames, parcialmente suspensos.
Nina Fola, produtora cultural e cantora disse que tem projetos inscritos nos editais do MinC. Ela espera que esta articulação da comunidade negra se fortaleça para que os editais sejam liberados, a fim de que possa ampliar as políticas culturais para os afro-brasileiros.
De acordo com Hilton Cobra, reuniões com a comunidade negra, já realizadas em boa parte do país, servirão para subsidiar o Ministério para a construção de uma política cultural inclusiva e permanente para arte e cultura afro-brasileira. Cobra ressaltou a iniciativa pioneira da ministra da Cultura Marta Suplicy criando os editais específicos e exclusivos para produtores e criadores negros.
Agentes de cultura negra mobilizados – Assim como nos demais estados visitados pela FCP, a sociedade civil foi responsável por promover o encontro. Em Porto Alegre/RS, a proposta foi do Coletivo Negro de Artistas e Produtores do Rio Grande do Sul, formado por grupos culturais e artistas independentes. Ali, os criadores solicitaram o aumento das verbas para manifestações de arte e cultura negra. Outro assunto em debate, foi o aumento do número de editais de fomento e a participação da população negra nas comissões julgadoras dos prêmios nos âmbitos municipal, estadual e federal.
Também, estiveram presentes na reunião a representante do MinC na Região Sul, Margarete Moraes, o diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira da Fundação Cultural Palmares, Lindivaldo Júnior; Jessé Oliveira, diretor do Grupo Caixa Preta; o ator Cirmar Antunes; a produtora cultural Lona Pereira; a vice-presidente do Sated/RS (Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos de Diversões do Rio Grande do Sul), Rosa Velho; Iara Teodoro, produtora; Sandro Ferraz, do Movimento do Carnaval; entre outros.
Com informações de Martha Pozueco, da assessoria de comunicação da Representação Regional do MinC, no Rio Grande do Sul.
Hilton Cobra chega ao Sul do Brasil para conversar com criadores culturais negros
Após conhecer a dinâmica das manifestações culturais negras nas cidades do Nordeste e Sudeste, a Fundação Cultural Palmares chega ao Sul brasileiro. Nesse domingo, 14/07, o presidente da FCP, Hilton Cobra, desembarcou em Porto Alegra/RS, para receber as demandas dos agentes de cultura negra do estado. A visita, que segue até terça-feira, 16, tem como objetivo fortalecer as parcerias da Fundação com esses atores e discutir políticas públicas de incentivo às produções artísticas e culturais afro-brasileiras.
O encontro, proposto pelo Coletivo Negro de Artistas e Produtores Culturais do Rio Grande do Sul, acontece hoje, às 19h, no Centro Cultural Companhia das Artes. Na ocasião, os participantes discutem o restabelecimento dos editais para cultura negra do MinC (Ministério da Cultura), elaborados em parceria com a SEPPIR (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), assim como estratégias para a criação de novos mecanismos de investimento público para as manifestações culturais afro-brasileiras.
De acordo com Jesse Oliveira, diretor do Grupo Caixa Preta, a presença da no estado FCP é fundamental nesse momento tanto para falar sobre os editais parcialmente suspensos, quando para dar informações sobre o NUFAC 2013. “Somos defensores da liberação dos editais suspensos e da criação de novos mecanismos, já que a cultura do nosso país é fundamentalmente negra”, ressaltou Jesse.
Hilton Cobra conta que planeja participar dos encontros com a sociedade civil sempre que for convidado. “Essa aproximação com a ponta é muito importante. Conhecendo mais de perto as necessidades desses agentes, podemos traçar estratégias realmente efetivas para atendê-las e garantir a eficiência do nosso trabalho para a promoção das artes e culturas negras brasileiras”, afirmou.
FCP buscando soluções – Desde a suspensão dos editais, em maio desse ano, a Fundação Cultural Palmares participa de reuniões com a sociedade civil do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, a fim de encontrar formas de garantir a seleção. A Região Norte também demonstra interesse em receber a visita do presidente da FCP, e já se articula para apoiar as ações jurídicas de continuidade do certame.
Entenda o caso – A decisão de suspender os editais foi proferida pelo juiz José Carlos do Vale Madeira, da 5ª Vara da Seção Judiciária do Maranhão, em maio desse ano. O processo foi movido como ação popular pelo advogado Pedro Leonel Pinto de Carvalho, citando como réus a União Federal, a Funarte e a Fundação Biblioteca Nacional. No último dia 7 de junho, a Justiça Federal decidiu pela continuidade dos procedimentos relacionados aos Editais do MinC/SEPPIR, garantindo a retomada das atividades de seleção. Entretanto, o pagamento dos prêmios continua suspenso até o julgamento final do processo, ainda sem data prevista.
Encontro com o Coletivo Negro de Artistas e Produtores do Rio Grande do Sul
Data: 15 de julho de 2013
Horário: 19h
Local: Companhia das Artes
Endereço: Rua dos Andradas, 1780 Centro – Porto Alegre.
Mais informações: Jessé Oliveira (Diretor do Grupo Caixa Preta), no telefone (51) 3276.7964 ou por e-mail: jesseoliveira@bol.com.br .
FCP agradece o apoio dos produtores culturais negros
Morre aos 66 anos Frede Abreu, ícone de defesa da capoeira como patrimônio cultural do Brasil
O Brasil perdeu na última quarta-feira (10), o pesquisador e autor de diversos livros sobre capoeira do país, Frederico José de Abreu, depois de uma luta de um ano contra a hepatite C.
Frede foi consultor do inventário que tombou a capoeira como patrimônio cultural do Brasil, em 2008 e escreveu sobre a memória dos principais mestres como Bimba, Pastinha, João Pequeno, Canjiquinha, Waldemar, Caiçara e Cobrinha Verde, tornando-se referência internacional.
O estudioso possuía um acervo com mais de 40 mil títulos, entre livros, recortes de jornais, revistas, CDs, fotos e vídeos. A partir desses documentos, Frede construiu obras importantes como Capoeiras: Bahia Século XIX, Bimba é Bamba: capoeira no ringue, Pastinha, Cobrinha Verde, mestre Canjiquinha, o Barracão do mestre Waldemar, Macaco Beleza e o Massacre do Tabuão.
Mesmo doente nos últimos meses, Frede não parou de produzir. Tinha pelo menos três livros editados para ser lançados: Manuscritos do mestre Pastinha, Como Eu Penso (Livro de poesias de Pastinha), além de mestre Najé e o Capoeirista que lutou até a morte. Seu legado é exemplo de dedicação, valorização, zelo e amor pela história da capoeira.
O corpo do pesquisador será cremado às 13h desta sexta-feira (12), no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador.
O diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro, Alexandro Reis lamenta a perda e ressalta: “O mundo da capoeira perde uma das suas figuras mais importantes, mas que deixa um legado extraordinário sobre a memória, conhecimento e a preservação da capoeira dentro e fora do país”.