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Jongo é homenageado pela Fundação Palmares no Rio de Janeiro
“No dia 13 de maio,
cativeiro acabou,
e os escravos gritavam
liberdade senhor.”
Música Treze de Maio – Jongo da Serrinha
Resgatando a história dos negros africanos escravizados no sudeste do Brasil, a Fundação Cultural Palmares (FCP), por meio de sua representação no Rio de Janeiro, lança no dia 29 de agosto, o Projeto Memória e Identidade, com o tema ‘Jongo, caminhos de nossa ancestralidade”. O evento terá início às 14 horas, no Auditório Muniz Aragão, Rua da Imprensa, 16 – Centro, 7º andar, Rio de Janeiro (RJ).
O debate, que faz parte das comemorações de 25 anos da Fundação Palmares, estabelece a troca de informações entre os representantes da tradição em várias regiões do Rio de Janeiro. O objetivo é estimular o jogo, a dança e a música, conhecido como avô do samba. Para Neia Daniel de Alcântara, representante da FCP no Rio de Janeiro, “o jongo é uma rica manifestação cultural, com um profundo respeito pela ancestralidade e que precisa ser respeitado”.
No Sudeste brasileiro, em muitas das comunidades descendentes de negros escravizados, o jongo desapareceu, tanto pela dispersão de seus praticantes pela migração e os processos de urbanização, como pelo preconceito às práticas culturais afro-brasileiras. “Pelo processo de extinção de manifestações culturais tão importantes, que aumenta a necessidade da FCP fortalecer essas práticas culturais de nossos ancestrais”, disse Neia.
O debate terá a participação de representantes da Comunidade Remanescente do Quilombo de São José da Serra, da Região do Médio Paraíba, do Pinheiral, do Jongo da Serrinha e de Bracuí, em Angra dos Reis.
Jongo, Patrimônio Imaterial Brasileiro – O Jongo/Caxambu é um manifestação cultural que integra percussão de tambores, canto e dança. Característico da região sudeste do país, era praticado pelos trabalhadores escravizados de origem bantu, nas lavouras de café e de cana-de-açúcar, como forma de lazer e resistência à dominação colonial.
Em 2005, o jongo foi registrado patrimônio cultural imaterial do Brasil pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e sua importância reconhecida para a identidade cultural brasileira. Esse Registro chama a atenção para a necessidade de políticas públicas que promovam a pluralidade cultural e que garantam a qualidade de vida e a cidadania.
25 anos de história com a cultura negra – Neste ano de 2013, a FCP comemora 25 anos de trabalho por uma política cultural igualitária e inclusiva, que busca contribuir para a valorização das manifestações culturais e artísticas negras brasileiras como patrimônios nacionais. Com um viés político, o calendário com 27 atividades está recheado de debates e seminários sobre arte e cultura afro-brasileira, além disso, também estão programadas mostra de cinema negro, plantio de árvores sagradas e apresentações artístico-culturais diversas. Confira a programação completa.